30/11/2020

Pessoas com deficiência combatem a ‘emoção barata’ na indústria do cinema

Não é de hoje que Hollywood vem apostando em repaginar histórias clássicas através de superproduções cinematográficas. Com recursos tecnológicos mais sofisticados para enfeitiçar o público, o filme "Convenção das Bruxas" ganhou uma nova versão, mas o feitiço deu ruim. Ao ver a maneira como a produtora Warner Bros. Pictures retratou a personagem principal, pessoas com deficiência a acusaram de capacitismo: quando alguém é discriminado por suas características. Nesse caso, até estaria tudo bem, se não fosse o aspecto bizarro que quiseram passar na representação.

Na versão original, a Grande Rainha Bruxa tem garras nos dedos. Agora, optaram por deixá-la com três dedos e uma aparência mais assustadora. Tudo indica que a caracterização da vilã do remake, interpretada por Anne Hathaway e exibida pela HBO Max, não foi pensada para trazer à tona alguém com ectrodactilia (doença genética marcada pela ausência de dedos nas mãos ou nos pés), o que resultou em desrespeito.

Cena do filme Convenção das Bruxas - Divulgação
Cena do filme Convenção das Bruxas Imagem: Divulgação

Em nota enviada à imprensa, tanto a atriz quanto a Warner Bros. Pictures lamentaram o ocorrido, afirmando que "ao adaptar a história original, trabalhamos com designers e artistas para criar uma nova interpretação das garras de gato que são descritas no livro. Nunca foi nossa intenção fazer com que os espectadores sentissem que as criaturas fantásticas e não humanas deveriam representá-los."

A empresa apresenta em seu site oficial um documento de uma página dedicado à política de inclusão, afirmando que será criado um plano para implementar este compromisso com a diversidade e inclusão nos projetos, com números reportados anualmente em um relatório de análise de progresso.

Em 2019 foi lançado o primeiro, com números referentes ao ano anterior. Porém, não menciona pessoas com deficiência, se limitando inicialmente a etnia e gênero. A vice-presidente executiva e chefe do setor, Christy Haubegger, justificou que estão trabalhando para obter uma medição de dados mais consistente, visando abranger mais comunidades.

Nem coitados, nem heróis

A princípio, a problematização pode parecer exagero à quem não tem uma deficiência física. Mas para compreender a dimensão do problema é preciso recapitular um processo traumático, para dizer o mínimo. Durante o século 19, pessoas com deficiência eram usadas nos chamados "freak shows", ou show de aberrações, no bom português. Exibidas em circos, elas serviam para entreter o público no pior sentido que a palavra já teve: para fazer os outros rirem delas — e não com elas. O acontecimento revela as camadas históricas da maldade humana com quem é diferente entre uma maioria, constantemente atrelados ao medo e à repulsa. Assim se seguiu um caminho de discriminação, bullying e diagnósticos ruins que as colocavam como inválidas dentro da sociedade.

O capacitismo é um termo recente, utilizado para apontar preconceitos ainda enraizados em relação à deficiência. A nomenclatura engloba desde a falta de acessibilidade nos espaços até a maneira com qual essas pessoas são tratadas e representadas.

Para o consultor em acessibilidade do Grupo Bandeira das Artes, Klístenes Braga, a Warner poderia ter minimizado os riscos de errar se tivesse uma assessoria especializada no assunto dentro do set ou pessoas com deficiência incluídas no processo. "Para além de ser uma questão de empatia e de levar em consideração as lutas do movimento, acho que faltou uma leitura de mundo. Hoje a linguagem já não sugere o uso de deficiência para evidenciar uma bruxa má", explica. "Em qual contexto ou por que ela deveria ter um número menor de dedos? Às vezes, basta uma pergunta dessas para resolver o problema e criar outras possibilidades".

Embora a presença de pessoas com deficiência no audiovisual esteja aumentando, nem sempre o resultado é satisfatório. Um relatório da fundação Ruderman Family Foundation analisou 280 séries de TV e streaming norte-americanos entre 2016 e 2018. No período de dois anos constatou que, em metade delas, havia personagens com deficiências físicas, cognitivas ou mentais. Mas aponta que a deficiência "quase sempre é retratada como um estado indesejado, deprimente e limitador".

Perpetuando estereótipos

O cineasta Daniel Gonçalves, que lançou o primeiro longa dirigido por uma pessoa com deficiência no Brasil, o documentário autobiográfico "Meu Nome é Daniel", menciona a falta de diversidade na hora de compor os personagens. "Os filmes ou programas de TV acabam caindo em dois lugares, ou no coitadinho ou no cara que supera a deficiência dele. Mas em muitos casos poderiam apenas serem representadas como pessoas, sejam legais, boas ou escrotas".

O cineasta Daniel Gonçalves - Marcelo Santos Braga
O cineasta Daniel Gonçalves Imagem: Marcelo Santos Braga

Ele conta ao TAB que, enquanto produzia seu próprio filme, recusou a narrativa de superação a todo custo — evitando até mesmo certos tipos de música que provocassem emoção barata. "Acho que esse recurso tem um problema, porque torna coisas corriqueiras extraordinárias. É muito ruim se apropriar da trajetória de pessoas com deficiência dessa maneira, porque nos coloca como tendo uma obrigação de inspirar quem não tem deficiência, como se fosse uma coisa que vem do além. São lugares assim que a gente não quer ocupar".

A pesquisa menciona ainda outro problema: em boa parte das produções, não são escaladas atores ou atrizes com deficiência para interpretarem os personagens, contribuindo não apenas com a falta de inclusão na tela, mas com o desemprego — que nos Estados Unidos é mais do que o dobro em comparação com quem não tem deficiência. No Brasil, só 1% da população de 45 milhões está inserida no mercado de trabalho.

A falta de pessoas com deficiência no set e no backstage de produções de mídia acaba perpetuando os estereótipos. O discurso de superação, envolto em camadas de heroísmo, está entre as principais queixas.

A atriz Mona Rikumbi, que é cadeirante, explica: "o capacitismo muitas vezes inviabiliza um bom trabalho e uma contratação por competência, nos colocando como especiais, como exemplo de superação só porque tomamos banho, fazemos nossa própria comida ou saímos para trabalhar".

A atriz Mona Rikumbi Imagem: Luca Masser

No meio de questões pertinentes, não é preciso de nenhuma fórmula mágica para resolver os impasses. Retratar tais pessoas de maneira fidedigna e autêntica poderia ser resolvida com convivência. O filme 'Os Intocáveis' é constantemente citado como bom exemplo, porque não poupa e nem desrespeita ninguém, seguindo a linha do "a vida como ela é".

Gonçalves acredita que o medo das produtoras causarem uma má impressão é exatamente o tiro no pé. "O receio de arriscar vem justamente da ideia de que as pessoas com deficiência são todas boas. Em 'Sex Education', colocaram um garoto com paralisia como um cara maldoso. E o próprio Darth Vader é uma pessoa com deficiência e o maior vilão do cinema mundial, mas ninguém fala 'ah, coitado, ele tem uma deficiência'. As pessoas ainda não reconhecem isso."

Fonte  https://www.bol.uol.com.br/entretenimento/2020/11/29/como-acabar-com-o-capacitismo-na-industria-do-cinema.amp.htm

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

29/11/2020

Paciente recupera audição após cirurgia inédita em Campinas/SP

(Fotos: Leandro Ferreira)

Um mês após uma cirurgia auditiva inédita em Campinas, interior de São Paulo, realizada pelo Vera Cruz Hospital, a coordenadora de Sistema de Gestão da Qualidade, Ana Paula Castro Lyra Macedo, de 40 anos, que sofria de perda auditiva moderadamente severa nos dois ouvidos, voltou a escutar os primeiros sons nesta terça-feira (24), após a instalação de uma prótese moderna e mais segura. Emocionada, ela comemorou a recuperação da audição, que perdeu com o agravamento de uma otite (infecção no ouvido), que resultou em tumor. “Agora posso voltar a ter uma vida social e a tocar violão. Nem acredito que vou voltar a ouvir os pássaros quando acordar. Parece um sonho”, afirmou Ana Paula, que começou a perder a audição quando tinha 10 anos. “Essa redescoberta será muito importante para ela. Estamos muito gratos por essa cirurgia tão assertiva, e por todos os cuidados de cada um dos profissionais envolvidos no processo de reabilitação dela”, completa a irmã, Carla Lyra.

“Essa prótese faz com que o som atravesse direto para dentro da cóclea, ou seja, não passa pelo tímpano, martelo, bigorna e estribo. Vai direto do osso, atrás da orelha, para dentro da cóclea e para o nervo. Então, se a pessoa tem alguma doença no meio do caminho, isso não influi, e a gente consegue reabilitar 100% da audição”, explicou o cirurgião otorrinolaringologista Henrique Gobbo. “São próteses modernas, que trazem maior conforto ao paciente, incluindo o conforto estético, pois são praticamente invisíveis. Além disso, ainda conseguimos dar conectividade a essas próteses. Além de corrigir a surdez, ainda podem ser conectadas ao celular para o paciente ouvir música, por exemplo”, completou.

A ativação da prótese foi realizada pela fonoaudióloga Elaine Soares, profissional fundamental para a evolução no processo de adaptação de Ana Paula. “Hoje, graças aos avanços da ciência, tanto na medicina quanto nas tecnologias, é muito raro uma perda que não possa ser reabilitada. Aparelhos como esse são nossos principais aliados”, afirmou a especialista em audiologia. “A ativação funciona como uma audiometria e a da Ana Paula foi realizada com 100% de sucesso. É impossível não se emocionar ao ver um paciente completamente satisfeito, ouvindo novamente”, completa. O aparelho possui controle remoto, que inclui, ainda, programa de controle de ruído.

Prevenção à Surdez

A ativação foi feita duas semanas após o Dia Nacional de Prevenção à Surdez. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2015, apontam que no Brasil existe um total de 28 milhões de pessoas com surdez. Isso representa 14% da população. Segundo o órgão, 10% da população mundial tem alguma perda auditiva. “A perda ou a diminuição da capacidade de ouvir pode ser causada por uma série de fatores, como otites mal curadas ou de repetição; uso de remédios prejudiciais à audição; problemas no tímpano, tumores, envelhecimento, frequentar ou trabalhar em locais barulhentos; uso contínuo de fones de ouvido em volume alto; hereditariedade, entre outros fatores”, explica o cirurgião otorrinolaringologista. “No caso dos bebês, se estimulado até o sexto mês, conseguimos reduzir as consequências geradas pela surdez como a falta de fala e a impossibilidade de comunicação. Por isso, é importante procurar um especialista”, explica a fonoaudióloga. “Nos adultos é importante ressaltar que a perda auditiva pode vir acompanhada de graves problemas emocionais, por isso buscamos sempre as melhores soluções em reabilitação, para que a vida desse paciente seja completamente normal”, completa.

De acordo com o especialista, nos adultos, a perda auditiva pode gerar dificuldades de socialização ou desempenho laboral. Já no idoso, o afastamento e isolamento social e familiar, e até a depressão. “Por isso, a importância na escolha da prótese, assim como foi feito com a Ana Paula. Se trata de um implante de condução óssea ativo do modelo mais avançado que existe e que é implantado totalmente sob a pele”, explica o cirurgião, que em 2014 já havia realizado outro procedimento inédito no Vera Cruz Hospital. “Naquele ano fizemos a segunda cirurgia desse tipo e, agora, com o lançamento de um novo modelo, estamos novamente realizando o segundo procedimento no país”, celebra Gobbo. 

Fonte  https://revistareacao.com.br/paciente-recupera-audicao-apos-cirurgia-inedita-em-campinas-sp/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

TCC de estudante surda apresentado em faculdade de Ribeirão Preto/SP ganha destaque regional

Foto: Assessoria/Marketing Centro Universitário Barão de Mauá

Fernanda Caporal, estudante do último ano de Fisioterapia da Faculdade Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo é exemplo de superação. Ela nasceu surda, mas não deixou com que esse obstáculo a impedisse de apresentar, oralmente, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que ganha destaque em toda a região.

Intitulado “Treinamento de força e resistência muscular respiratória na Distrofia Muscular de Duchenne: Uma revisão narrativa da literatura”, o trabalho foi realizado em grupo com os colegas Ana Paula dos Santos Silva, José Eduardo Pacchioni de Souza, Larissa Carvalho Pozzato, Letícia Constâncio da Rochas Lucas, Lívia Frequete da Silva e Mauro César de Mello Filho.

A pesquisa analisou a Distrofia Muscular de Duchenne e evidenciou a eficácia do Treinamento Muscular Respiratório com enfoque ao dispositivo PowerBreathe®, além de enriquecer a literatura relacionada ao tema.

Fernanda conta como surgiu o interesse pela Fisioterapia e o acolhimento encontrado na universidade. “Sou atleta de handebol e já sofri várias lesões. Sempre fiz fisioterapia e resolvi cursar a graduação nesta área. A Barão é um centro universitário incrível, onde fui acolhida com amor, carinho e respeito. Desde o primeiro dia de aula, a instituição disponibilizou uma intérprete e nunca realizei prova adaptada, o que também demonstra a capacidade dos surdos e deficientes”, comentou.

A estudante conta que até os 18 anos contou com os trabalhos de um profissional de Fonoaudiologia e acredita na importância da comunicação oral, mesmo que sua primeira língua seja libras, por isso apresentou o TCC neste formato. Fernanda ainda fala sobre sua expectativa no mercado de trabalho. “Espero ser uma boa profissional e contribuir para a qualidade de vida dos meus pacientes e também da comunidade surda”, relatou.

Inclusão e acessibilidade

O Centro Universitário Barão de Mauá, por meio do Núcleo de Inclusão e Acessibilidade (NIA), representado pelas doutoras Joyce Gabrielli e Sueli Teixeira, oferece acesso ao estudante com deficiência desde o vestibular, passando pelos anos de graduação, aulas práticas e teóricas, palestras, estágios, entre outras atividades.

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI/2015) garante intérpretes graduados para o estudante de Ensino Superior com surdez, a fim de ter um profissional capaz de fazer uma interlocução de qualidade.

Segundo Fabrizzia Rakel de Messias, tradutora intérprete de Língua de Sinais/Libras da Barão de Mauá, oferecer acessibilidade é ter responsabilidade social com a pessoa com deficiência que conseguiu superar todas as barreiras e chegar a um curso de graduação ou pós-graduação. “Posso afirmar que ter o intérprete de libras no ensino superior ou em qualquer contexto educacional garante acessibilidade e facilita o processo ensino-aprendizagem”, disse.

Para José Eduardo Pacchioni de Souza foi uma experiência incrível ter uma colega surda durante o curso e também no grupo do Trabalho de Conclusão de Curso. “Ser diferente é o que faz as pessoas serem únicas e mostra que todos somos capazes de superar os desafios. Com as novas mudanças que estamos passando devido à pandemia, destacou-se ainda mais o valor da acessibilidade e o trabalho do intérprete de libras, evidenciando a importância de viver em uma sociedade que tem empatia e respeita a diversidade”, afirmou.

A orientadora do TCC, a professora Eloisa Regueiro afirma que a empatia dos gestores do Centro Universitário Barão de Mauá, de seu Núcleo de Inclusão e Acessibilidade, da coordenação de curso e de todos os colaboradores da instituição, associada ao cumprimento da legislação, tornam a instituição referência à comunidade, permitindo a passagem pelo ensino superior de uma jovem surda, oferecendo suporte para a sua formação completa e permitindo a realização de um sonho com a conclusão e apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso.

“A apresentação pública de todos os integrantes edifica o compromisso da Barão e seus colaboradores, equipe de trabalho envolvida e principalmente das qualidades ímpares da Fernanda e de seus colegas, dentre as quais a superação teve destaque para tornar este sonho realidade, evidenciando à toda comunidade de ouvintes e no caso específico a de surdos que a meta proposta é meta concluída, quando se tem amor próprio, humildade e ideais”, finalizou.

Fonte: https://revistareacao.com.br/tcc-de-estudante-surda-apresentado-em-faculdade-de-ribeirao-preto-sp-ganha-destaque-regional/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Francesca ficou cega, mas é sobre um novo olhar da vida que seu livro fala. Escrita das névoas: literatura retrata dores e superação

Cinco anos separam dois cenários vividos por Francesca, protagonista da obra Escrita das Névoas. O primeiro é a vida de uma prestigiada advogada em São Paulo, já o outro é a realidade como deficiência visual em Ouro Preto, Minas Gerais. O lançamento digital é da artista e escritora paulistana Denise Courtouké.

Aos 35 anos, completamente cega e entregue a depressão após a perda da mãe, a sensível personagem reencontra sua tia Gioconda, descendente de italianos, que resgata a sobrinha e a leva para Outro Preto, Minas Gerais, para morar com ela.

Gioconda alimenta Francesca com afeto, com comidas tradicionais da região do Vêneto, na Itália, com sabedoria ímpar. Aos poucos, a cegueira passa a ser uma guia que leva Francesca a ver a vida de outras formas e abre sua sensibilidade para seus outros sentidos. É dessa forma que a personagem encontra a presença da natureza, uma via para que Francesca possa redescobrir a beleza, amor, afeto, empatia pelo outro e o desejo de ser escritora, sonho que abandonou ao se tornar advogada.

A narrativa dos antepassados italianos e gregos da família, apresentada por meio das estórias de Gioconda e Aliki, avó grega de Francesca, resgatam memórias que a protagonista teme perder entre as névoas da cegueira. Os fatos históricos envolvendo várias etnias que formam o mosaico do Brasil são apresentados por meio das escritas da personagem. Francesca reflete em sua criação sobre o legado dos imigrantes no Brasil, a comida como herança histórica, preconceito racial, intolerância, discriminação de gênero, mitos sobre a deficiência visual, além de outros assuntos que compõem momentos históricos da realidade brasileira.

“Cheguei a pensar que toda aquela teoria, tudo o que eu lia e pesquisava era uma estratégia de fuga, que eu temia encarar minha condição real e que por isso, me refugiava em teorias para escapar da doença, da dor e do desespero que tomavam conta de mim. Pensei em deixar tudo, em queimar tudo que eu tinha escrito, em queimar todas as bibliotecas que me serviam de conforto, pensei que o que me restava era tatear corrimões, móveis, paredes e calçadas em busca de saída, porque as respostas do mundo, tão óbvias para os outros, não chegavam até mim. Até que percebi que estava agindo como uma tirana comigo mesma, como podia ter pensado em queimar o que tinha escrito? Como tinha pensado em queimar bibliotecas?”

(Escrita das Névoas, pág. 00)

A relação de amor entre Francesca e o pianista negro Josias faz com que a personagem se aventure mais uma vez em uma cultura que não conhece. O relacionamento entre os dois é tecido por meio de referências sobre música e arte, além de conversas acompanhadas por reflexões sobre mitologia, plantas e animais.

Escrita das Névoas foi inspirado por relatos de deficientes visuais que Denise conheceu em sua trajetória como artista. “Eles tocaram profundamente a minha vida, então dei forma às experiências e relatos que ouvi deles por meio da personagem Francesca”, conta a autora. “Esse sentimento inicial se ampliou e se transformou em um livro que fala sobre preconceito e intolerância de maneira muito própria, com delicadeza e clareza.”

Redes Sociais:

Fonte  https://revistareacao.com.br/francesca-ficou-cega-mas-e-sobre-um-novo-olhar-da-vida-que-seu-livro-fala-escrita-das-nevoas-literatura-retrata-dores-e-superacao/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

28/11/2020

PETIÇÃO PÚBLICA EM SP – Não a Lei 17.293/2020 que extingue direitos dos PCDs

A Petição Pública que está disponível no link:
https://secure.avaaz.org/community_petitions/po/toda_a_populacao_mormente_a_populacao_pcd_nao_a_lei_172932020_que_extingue_direitos_dos_pcds/?zWxlejb

já colheu milhares de assinaturas de pessoas, mas tem o objetivo de alcançar o maior número de apoiadores para que o documento tenha repercussão junto às autoridades do Estado de São Paulo.

De acordo com o autor da Petição, o advogado Claudio Amorim, “o excelentíssimo governador João Dória Júnior, aproveitando-se do momento delicado em que passamos – pandemia da Covid 19 – promulgou a Lei 17.293/2020, denominada por muitos de pacote de maldades. No entanto, a presente petição se volta para o público PCD que talvez tenha sido a comunidade mais atingida por citada Lei. Segundo a Lei 17.293/2020, se aprovada na íntegra, mais de 90% da comunidade PCD deixará de ter isenção do IPVA já em janeiro de 2021”.

“Desta forma, pensando na comunidade PCD, realizo esta petição e solicito que o maior número de pessoas a assinem para que pudemos derrubar / revogar a Lei 17.293/2020, visto que não há justiça e coerência em referida Lei e, caso a Portaria CAT regulamente a Lei como fora editada, mais de 90% da população PCD perderia ou estaria para perder o direito a isenção do IPVA, necessitando realizar o seu pagamento já em janeiro do ano de 2021! Vale lembrar ainda que a famigerada lei é retroativa, ou seja, caso entre em vigor, atingirá toda a comunidade PCD, não somente aqueles que adquirirem veículos PCD daqui para frente”, afirma o advogado.

Para Amorim, “vamos juntos dizer não a entrada em vigor da Lei 17.293/2020 no que tange aos PCDs. Carro automático é sim considerado carro adaptado! Vamos fazer valer nossos direitos!”.

Fonte  https://revistareacao.com.br/peticao-publica-em-sp-nao-a-lei-17-293-2020-que-extingue-direitos-dos-pcds/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

27/11/2020

NOSSA NOVA LINHA ARTE APBP LANÇADOS EM CARTÕES E CALENDÁRIO 2021 (NESSE COM MINHA OBRA SELECIONADA)

                          Logo APBP

É um grande prazer, sempre, para todos nós artistas participantes, para os anos vindouros a nossa nova seleção de artes dos pintores com a boca e os pés do mundo todo - VDMFK, principalmente por ser na época prévia às festas de fim de ano com as obras de temas natalinos em sua maioria, e assim sendo, não diferente, eis que tivemos agora, pela editora APBP Brasil, o lançamento dessa nova coleção - disponível a todos os que quiserem no nosso site: apbp.com.br , e outros contatos, com nossa equipe de atendimento via: WhatsApp 11 50535100 - e-mail: apbp@apbp.com.br ; ou ainda telefone 11 50535100 de 9:00h às 18:00h de segunda a sexta.

E para mim em especial, no tocante à minha carreira artística a que tanto me dedico a grata emoção de ter sido um dos selecionados nessa nova coleção com minha obra Orla Bardot publicada no calendário 2021 folha de janeiro.

Por isso e muito mais no nosso empenho de divulgação de sempre no nosso trabalho saio desta com gratidão aos colaboradores e consumidores de nossa arte com mais este vídeo para quem puder passar pra frente também:  
Fonte  http://www.inclusivas.com/2020/10/nossa-nova-linha-arte-apbp-lancados-em.html?m=1
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

ENFIM: CERTIFICADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTERAPIA

                Jefferson Maia

 Agora sim, após findada a Pós-Graduação em Arteterapia na Universidade Candido Mendes - AVM, curso que teve a última aula logo no início da reclusão por conta da pandemia, a espera pertinente; curso que tivemos o imenso prazer em fazer, eu e Lauany, mediante as postagens que fui colocando aqui, como a oficina de artes que ministramos ou a conclusão do curso em si e minha monografia.

Finalmente então, graças a Deus, com orgulho e dividindo as congratulações com toda a turma, eis aí o meu tão esperado certificado da carreira acadêmica e artística:

Certificado Pós em arteterapa JeffersonMaia

Fonte  http://www.inclusivas.com/2020/11/enfim-certificado-de-pos-graduacao-em.html?spref=fb&m=1
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Mais Diferenças é única organização de pessoas com deficiência finalista do prêmio Jabuti 2020

Educadores da Mais Diferenças com e sem deficiência promovem uma mediação de leitura acessível e inclusiva em uma Unidade Educacional da rede municipal de São Paulo

A Mais Diferenças é a única organização finalista do prêmio Jabuti 2020 que trabalha com a temática de pessoas com deficiência. A instituição está entre os cinco finalistas da categoria “Fomento à Leitura”.

A Cerimônia de premiação será virtual e acontecerá no dia 26 de novembro, às 19h, no Facebook e no Youtube da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Desde 2005, a Mais Diferenças desenvolve projetos voltados para o fomento da educação inclusiva e cultura, produzindo mais de 60 livros de literatura em múltiplos formatos acessíveis e formando mais de 3.000 pessoas em estratégias de mediação de leitura acessível e inclusiva.

Para democratizar o acesso ao livro a todos, a organização participa de redes e fóruns, promove formações para educadores e monitora os marcos legais, além de produzir livros baseados nos princípios do desenho universal, ou seja, acessível simultaneamente a pessoas com diferentes tipos de deficiência.

É uma alegria e muito importante ser finalista do Prêmio Jabuti, uma vez que a Mais Diferenças desenvolve diferentes ações vinculadas aos eixos da Política Nacional de Leitura e Escrita“, comemora Carla Mauch, Coordenadora Geral da organização. O trabalho desempenhado tem como ponto de partida o lema “Nada sobre nós sem nós”. “Trazemos visibilidade e representatividade das pessoas com deficiência em todos os processos para garantir a democratização do acesso ao livro, à literatura e à leitura”.

Capa da versão acessível do livro “O Alienista” de Machado de Assis produzida pela Mais Diferenças para o Projeto Acessibilidade em Bibliotecas Públicas (Ministério da Cultura)

A MD criou uma metodologia pioneira de produção de livros acessíveis, que reúnem na mesma obra narração e texto, audiodescrição, interpretação em Libras e Leitura Fácil. Os livros têm financiamento público e privado e são disponibilizados às pessoas com deficiência, suas famílias e profissionais da educação e da cultura que atuam junto a este público. As obras são, em sua maioria, gratuitas. Você pode conhecê-las na aba Biblioteca do site da Mais Diferenças.

Um dos colaboradores da Mais Diferenças é Danilo Santos, que é uma pessoa surda e interpreta muitos dos livros audiovisuais acessíveis produzidos pela organização. Ele trabalha em parceria com outra intérprete e eles se revezam. “Essa participação no trabalho é muito importante pela inclusão e representatividade”, afirma Danilo.

Outro diferencial da metodologia dos livros audiovisuais acessíveis é o foco no letramento visual. “Isso significa que todos os recursos de acessibilidade estão disponíveis a todos. A descrição das imagens é narrada por uma pessoa e também interpretada em Libras (Língua Brasileira de Sinais), para que as pessoas com deficiência auditiva também tenham acesso a essa informação”, explica Carla Mauch.

Fonte: https://revistareacao.com.br/mais-diferencas-e-unica-organizacao-de-pessoas-com-deficiencia-finalista-do-premio-jabuti-2020/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Pesquisa Talento Incluir/Hibou revela que 85,5% das pessoas com deficiência em idade produtiva não se consideram do grupo de risco à Covid-19

A Talento Incluir – consultoria que já proporcionou emprego a mais de 7 mil pessoas com deficiência – acaba de realizar uma pesquisa em parceria com a Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado, com o tema: Inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, que constatou que 85,5% das pessoas com deficiência entrevistadas não se consideram inseridas no grupo de risco da Covid-19 apenas por sua deficiência.  

A pesquisa contou com 5.574 respondentes com deficiência que se declararam: trabalhando (home office ou fora de casa), empreendendo, desempregados, afastados ou aposentados.

CONFIRA: https://revistareacao.com.br/wp-content/uploads/2020/11/PESQUISA-PROFISSIONAIS-COM-DEFICIÊNCIA-NA-PANDEMIA.pdf

Do total dos respondentes que se declararam empregados, 446 profissionais foram afastados das suas funções durante a quarentena, sendo que mais da metade deles (63,7%) foi afastada por decisão exclusiva e equivocada das empresas onde trabalham. Quase todos (96,7%) pretendem voltar a sua rotina assim que possível.

A pesquisa também aponta que 20,2% (763 pessoas) das pessoas que estavam trabalhando antes da pandemia foram demitidas ou afastadas sem receber.

Entre os que disseram estar trabalhando em home-office (1.382 pessoas), 55,8% se sentiram mais incluídos nas atividades profissionais justamente pelo fato de que agora, todas são digitais. Ainda nesse grupo, 34,2% não sofreu impacto na sua produtividade trabalhando em casa. Com relação a interação com seus gestores diretos, 36,8% dos respondentes apontaram que conversaram menos ou muito menos com seus líderes durante a quarentena.

“A pesquisa revela o quanto as empresas e seus gestores ainda tomam atitudes baseadas em vieses inconscientes, associando a pessoa com deficiência à doença, o que não é correto. Além disso, os dados também ressaltam o quanto as empresas ainda precisam estimular os diálogos entre gestores e profissionais com deficiência, em especial neste no formato home office”, afirma a CEO da Talento Incluir, Carolina Ignarra.

Fonte: https://revistareacao.com.br/pesquisa-talento-incluir-hibou-revela-que-855-das-pessoas-com-deficiencia-em-idade-produtiva-nao-se-consideram-do-grupo-de-risco-a-covid-19/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Alunos e professores da UFPR criam histórias em quadrinhos em Libras

Professores e alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) publicam gratuitamente HQs em português e em Libras. O projeto Histórias em quadrinhos sinalizadas começou em 2018 e conta com três HQs disponíveis para download.

A mais recente foi divulgada este mês e trata das Surdolimpíadas, evento esportivo internacional organizado pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos. Assim como as Olimpíadas, ocorre a cada quatro anos.

O projeto, de autoria da professora Kelly Lóddo, 37 anos, analisa e produz histórias em quadrinhos voltadas para o ensino de surdos. Além de Kelly, o professor Clovis Batista de Souza, 40, que é surdo, orienta os alunos.

O projeto inicialmente era voltado a gêneros textuais e o ensino para surdos, mas a procura por produção e análise de quadrinhos foi alta e a professora Kelly decidiu focar a produção de tiras.

A escolha do gênero história em quadrinhos foi “em razão desse formato ser visual e ter conexão com a língua de sinais”, de acordo com o professor Clovis Batista de Souza.

Para cada HQ, o grupo decide o tema com base em pesquisas. A segunda fase é a organização de glossários e sinalários para que sejam divulgados os sinais específicos do assunto.

Posteriormente, tudo é estruturado a partir da perspectiva bilíngue de surdos (Libras e língua portuguesa escrita).

Conforme esclarece Clóvis, depois que o material é editado, especialistas em diferentes áreas são convidados para constituir uma equipe multidisciplinar e assegurar o conteúdo e a acessibilidade linguística.

A edição mais recente das HQs sinalizadas foi publicada em 4 de novembro: a história em quadrinhos Surdolimpíadas – encontros linguísticos é de autoria do estudante de educação física Addyson Celestino da Silva Campos, 27.

Addyson afirma que se interessou pela iniciativa durante as aulas de Libras, obrigatórias na grade curricular no curso de educação física. “Sei desenhar e gostei muito da ideia de unir inclusão, desenho e Libras.”

Para o estudante, o grande objetivo dos quadrinhos é levar conhecimento de forma ampla a todos, não só de maneira escrita, mas também visual.

A representatividade é importante

A edição pioneira de HQ com Libras na UFPR surgiu no projeto de iniciação científica (Pibic) do aluno de letras-Libras Luiz Gustavo Paulino de Almeida, orientado por Kelly.

 O trabalho foi publicado em 2018, na primeira semana de letras-Libras da universidade e a temática abordada foi o Congresso Internacional de Educação dos Surdos, realizado em Milão (Itália), em 1880.

O evento italiano discutiu os rumos da educação das pessoas surdas. O resultado foi a instituição de oito resoluções que asseguraram a hegemonia da linguagem oral e colocaram de lado as línguas de sinais.

Somente um século depois, as resoluções passaram a ser questionadas e novas propostas de educação de pessoas surdas surgiram. Em julho de 2010, no 21º Congresso Internacional de Educação de Surdos, realizado em Vancouver, as oito resoluções do Congresso de Milão foram reprovadas formalmente.

“Foram 100 anos em opressão linguística e social, surdos foram proibidos mundialmente de usar as línguas de sinais”, afirmou Kelly.

A segunda edição de HQ em Libras da UFPR foi A mulher surda na Segunda Guerra Mundial, produzida pelo ex-aluno de letras-Libras Germano Weniger Spelling, 40. A obra ganhou grande visibilidade ao ser indicada ao prêmio Troféu HQMIX, considerado o Oscar dos quadrinhos no Brasil, na categoria “produção para outras linguagens”.

O autor diz que se interessou pela iniciativa ao ver a primeira edição. “Histórias em quadrinhos são coloridas e visuais, pensei que conseguiria fazer uma, e consegui!”, comemora Germano.

Ele ressalta a importância dos quadrinhos para a representatividade da comunidade surda. “Eu, surdo e judeu, ter sido indicado ao Oscar brasileiro dos quadrinhos é um exemplo muito importante para a comunidade surda e para meus alunos surdos”, diz.

Ilustradores são voluntários

Segundo a professora Kelly, a maior dificuldade para a produção de mais HQs é a falta de recursos para pagar ilustradores. “Até o momento, tivemos o privilégio de ter o Addyson e o Luiz Gustavo como ilustradores e que pertencem a comunidade surda”, comenta.

Para compor outras ilustrações, é preciso contar com a colaboração voluntária de profissionais de dentro ou de fora da UFPR.

Para o estudante Addyson, outro desafio é a distância entre os trabalhos realizados e o público que não entende Libras. “Muitas vezes, as informações ficam somente no meio da comunidade surda e de pessoas que sinalizam. Existe um desinteresse grande por parte dos ouvintes”, constata.

O professor Clovis destaca que as HQs são importantes também para que pessoas ouvintes descubram os processos culturais e conhecimentos produzidos pela comunidade surda.

Fique por dentro dos próximos passos

A próxima edição da HQ em Libras abordará a temática das línguas de sinais indígenas no Brasil, em especial a língua de sinais terena. A intenção é “assegurar as línguas de sinais como patrimônio histórico cultural da humanidade e fortalecer o reconhecimento e a preservação dessas línguas por meio da criação de HQs sinalizadas.”

Segundo Kelly, o trabalho deve priorizar a documentação da cultura e da identidade por meio de ilustrações e glossário das línguas, além de fazer com que os surdos se sintam representados e sejam protagonistas das narrativas.

Germano espera que as histórias possam servir de exemplo para crianças e adultos surdos e torce para que mais edições sejam publicadas.

Kelly, coordenadora do projeto, conta que a iniciativa está cadastrada para mais cinco anos de duração.

Quer ler?

Todas as HQs estão disponíveis gratuitamente para download no site da Editora Letraria – www.letraria.net

Fonte: https://revistareacao.com.br/alunos-e-professores-da-ufpr-criam-historias-em-quadrinhos-em-libras/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO