O FESTIVAL ACESSIBILIARTE que acontece neste sábado, dia 26 de setembro de 2020, das 10h às 19h40, será um evento híbrido (presencial com opção de assistir ao vivo) para celebrar o DIA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (21 de setembro), e contará com várias atrações e especialistas.
Acontecerão shows, exposição de fotos e trabalhos de artistas deficientes, palestras de especialista renomados como o Dr. Gadia e a escritora Michele Malab, diagnosticada autista na fase adulta.
O evento já tem a participação confirmada de Clodoaldo Silva, Sara Bentes, Giovanna Maira, Gigante Léo, Dr Carlos Gadia, Michelle Malb, Jefinho Farias, Dr Marcelo Válio, Luiz Otávio, Dra Anita e Nicolas Brito, Dra Tatiana Takeda e Elyse Matos.
O objetivo dos organizadores é “realizar um evento inclusivo via arte e cultura acessível, para celebrar a diversidade, a inclusão, sem o olhar de vitimização ou pena. Gerar novos conhecimentos, novos olhares para o mundo da pessoa com algum tipo de deficiência e seus familiares”.
As empresas ainda podem participar do evento. “Você empresário pode ajudar para que as pessoas portadoras de deficiência tenham uma qualidade de vida melhor, adquirindo uma das cotas de patrocínio disponíveis para a realização do FESTIVAL ACESSIBILIARTE e ter o nome da sua empresa vinculado a um evento com grande apelo social. Em contrapartida, sua logomarca estará exposta em anúncios nas redes sociais, site e impressos relativo ao FESTIVAL ACESSIBILIARTE”.
O Festival ACESSIBILIARTE ocorrerá de modo inovador, pensando em manter a segurança biológica mediante esse período de pandemia. Foi pensado e preparado uma estrutura para a elaboração do evento de modo a transmitir informação e segurança para todos os envolvidos. O evento será realizado de forma híbrida, ou seja, presencial e on-line. A parte presencial do evento acontecerá no salão de eventos do Rio Othon Palace, num espaço voltado para 600 pessoas, mas que devido às exigências de segurança só será possível apenas 1/3 da quantidade de pessoas presentes, contando com participantes, realizadores e palestrantes.
O evento On-line será transmitido através de um link especialmente criado para os participantes interessados em acompanhar o conteúdo diretamente do conforto e segurança de sua casa.
O evento será das 10h às 18h, no Othon Palace, Av. Atlântica, 3264, (Entrada pela Rua Xavier da Silveira, no. 7 (com acessibilidade para PCDs), em Copacabana, RJ.
DESCRIÇÃO DO EVENTO
O FESTIVAL acessibiliarte será um evento híbrido (ONLINE, ASSISTA AO VIVO com opção PRESENCIAL) para celebrar o DIA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (21 de setembro), e contará com várias atrações e especialistas com deficiência ou não. Teremos shows, exposição de fotos e trabalhos de artistas deficientes, palestras de especialistas renomados, como o Dr Gadia e a escritora Michelle Malab (diagnosticada autista na fase adulta)!
Objetivos: Realizar um evento inclusivo via arte e cultura acessível, para celebrar a diversidade, a inclusão, sem o olhar de vitimização ou pena. Gerar novos conhecimentos, novos olhares para o mundo da pessoa com algum tipo de deficiência e seus familiares.
Quando: dia 26 de setembro de 2020, sábado, das 10h às 19h40
Local: RIO Othon Palace, em Copacabana, entrada pela Rua Xavier da Silveira, 7 (acessibilidade)
Público-alvo: Todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente com pessoas com deficiência e todo aquele que queira se divertir e agregar conhecimento!!
Seguindo os protocolos que o momento atual exige, a quantidade máxima de ingressos PRESENCIAIS é de cento e cinquenta (150) participantes. Ingressos ASSISTA AO VIVO dará direito a assistir ao evento, ao vivo, via plataforma que será informada, por e-mail, um dia antes do início.
Certificado incluído (nove horas).
PROGRAMAÇÃO
10h às 10h10 – Abertura do Festival
10h10 às 10h50 – Sara Bentes (APRESENTAÇÃO PRESENCIAL)
10h50 às 11h – Jéssica (PRESENCIAL) apresenta o próximo convidado
11h às 11h50 – Michelle Malab – (PRESENCIAL) – “Autismo: os desafios da deficiência invisível”
11h50 às 12h – Rodrigo Rosso (@revistareacao) (PRESENCIAL) apresenta o próximo palestrante, Clodoaldo Silva
12h às 12h30 – Clodoaldo Silva (APRESENTAÇÃO PRESENCIAL OU GRAVADA, a definir)
12h30 às 13h – Luíz Otávio – (APRESENTAÇÃO PRESENCIAL)
13h às 13h30 – Jefinho Farias (APRESENTAÇÃO GRAVADA)
13h30 às 14h – intervalo
14h às 14h30 – Jeanderson Baptista – (Palestra PRESENCIAL) – “A inserção e inclusão da pessoa com deficiência visual no ensino superior: Desafios e conquistas”
14h30 às 15h30 – Dra Anita Brito (PALESTRA GRAVADA) “Ciência e Pseudociência – o que é importante entender” e Nicolas Brito Sales (PALESTRA GRAVADA) “Intervenções em crise no TEA”
15h30 às 16h – SIMBORA GENTE (APRESENTAÇÃO GRAVADA)
16h às 16h20 – Dra Tatiana Takeda – (PALESTRA GRAVADA) com o tema “Direito à Diversão Acessível”
16h20 às 16h50 – Coral Sidney Marzullo (APRESENTAÇÃO GRAVADA
16h50 às 17h10 – Gigante Léo (APRESENTAÇÃO PRESENCIAL OU GRAVADA, a definir)
17h30 às 17h50 – Oficina APAE (APRESENTAÇÃO GRAVADA)
17h50 às 18h10 – Dr. Marcelo Válio – (PALESTRA GRAVADA) “Diversidade e inclusão: temas prioritários no mundo corporatrivo – geração Z”
18h10 às 19h10 – Dr. Carlos Gadia, MD, Diretor Associado do Dan Marino Center -Florida/USA, Jessy&Blue – Curadora do Eyecontact, Monitora do Arts&Hearts e Designer da Hippie Chic Kids e Grazi Gadia – Fundadora do Eyecontact e do Arts & Hearts Gadia com as (PALESTRAS GRAVADAS) “Por dentro do Hiper-Foco no TEA”
19h10 às 19h40 – Giovanna Maira, soprano (APRESENTAÇÃO GRAVADA)
19h40 – Encerramento
Em paralelo, ocorre a EXPOSIÇÃO do SORRINDO RJ, DAVI PORTUGAL, Marina Galli e Samanta Quadrado (dança do ventre)!!
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, por unanimidade, a obrigação de as locadoras de veículos terem carros adaptados a pessoas com deficiência na proporção de um para cada 20 veículos, conforme previsto no Estatuto da Pessoa com Deficiência.
A norma era questionada no Supremo pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), para a qual o percentual de 5% da frota adaptada foi estabelecido com critérios inadequados, sem refletir a real proporção de deficientes aptos a dirigir na população, que seria bem menor. A regra violaria ainda o princípio constitucional da livre iniciativa, argumentou a entidade.
Contudo, a relatora do caso, ministra Cármen Lúcia, considerou a norma inteiramente constitucional, por efetivar direitos das pessoas com deficiência previstos nos ordenamentos jurídicos nacional e internacional. “Não se vislumbra, na espécie, contrariedade ao princípio da livre iniciativa, porque [a norma] concretiza os direitos fundamentais de mobilidade pessoal e de acesso a tecnologia assistiva.”
Para a ministra, tampouco cabe ao Judiciário verificar a adequação do percentual estabelecido para veículos adaptados, uma vez que isso já foi feito pelo Poder Legislativo.
Cármen Lúcia refutou ainda a alegação de que o Estatuto da Pessoa com Deficiência traria exigências técnicas impossíveis de cumprir. A CNT questionou, por exemplo, a previsão na lei de que os carros adaptados tenham, ao mesmo tempo, câmbio automático e embreagem manual. A entidade também argumentou que há diferentes tipos de deficiências, a exigir soluções técnicas diversas. A ministro respondeu, porém, que o “dispositivo legal trata de elementos tecnológicos de composição mínima do automóvel. Não poderia o legislador cuidar de todas as hipóteses de adaptações veiculares, sendo razoável que se ativesse às necessidades mais comuns, nada impedindo que locadoras atendam às demais demandas do mercado”. Carmen Lúcia foi seguida por todos os demais ministros do Supremo.
Conscientizar a população sobre a importância de inserir as pessoas com deficiência em diferentes aspectos da vida social, seja econômica, política e cultural. Esses são alguns dos objetivos do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, criada no dia 21 de setembro do ano de 2005 pela Lei Nº 11.133, entretanto, já é celebrada desde 1982 e lembrada por órgãos e instituições importantes, como o CENSA Betim, entidade que é referência nacional quando o assunto é o cuidado às pessoas com deficiência.
De acordo com dados do último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 45,6 milhões de pessoas com deficiência. Por esse motivo, Natália Costa, diretora e psicóloga do CENSA Betim, diz que tratar sobre o tema, mostrando o quão ele é importante para a sociedade, é sempre relevante. “Estamos com 56 anos de história e nesse tempo todo, mais de dois mil alunos com deficiência intelectual já passaram por aqui. São duas mil histórias, duas mil famílias e incontáveis lutas diárias”, diz.
Para conseguir o êxito no trabalho realizado com as pessoas com deficiência no CENSA Betim, Natália Costa ressalta que a instituição, que conta com cerca de 100 educandos atualmente, possui uma equipe transdisciplinar de profissionais da área da saúde e educação, que somam esforços para criar condições favoráveis para o desenvolvimento e a inclusão desses indivíduos.
Ter um local onde as pessoas com deficiência intelectual e múltiplas são bem cuidadas é uma tranquilidade para os responsáveis. Para Liamir Otto, mãe do educando Juliano Otto, o acompanhamento que o CENSA faz é essencial para o desenvolvimento físico e intelectual do seu filho. “Esse cuidado é muito importante, pois os profissionais conseguem entender e atender as necessidades das pessoas com deficiência intelectual, mesmo quando elas não conseguem se expressar. Ali o Juliano tem um atendimento ímpar e que é fundamental para o bom desenvolvimento integral. Eu percebo claramente os seus avanços que lhe trazem qualidade de vida e bem-estar e satisfação”, comenta.
De acordo com Stela Martins, mãe da educanda Aline Martins, o trabalho do CENSA é de suma importância. “Para a nossa família, o atendimento multidisciplinar do CENSA Betim nos proporciona serenidade, qualidade de vida e recuperação da nossa saúde física e mental. Nos faz levar uma vida mais animadora para enfrentar os mais tensos desafios e tudo isso por que sabemos que a nossa Aline está cuidada e claro, feliz em estar no local. Nossa gratidão ao excelente trabalho que a instituição faz é tamanho, já que ela está cercada por pessoas boas e muito profissionais”, completa.
Para fornecer todo o cuidado necessário, o CENSA Betim oferece três diferentes modalidades de atendimento para o público. “Temos a convivência-dia, que acontece de segunda à sexta, de 08h às 17h; o atendimento Integral, com funcionamento 24 horas que engloba hospedagem por tempo indeterminado; e a hospedagem periódica, que é especificamente para os planos de finais de semana, férias ou de acordo com as necessidades de cada família”, concluiu Natália Costa, diretora e psicóloga do CENSA Betim.
O CENSA foi fundado em 1964 pela educadora Ester Assumpção e hoje é referência nacional nos cuidados pessoas com deficiência intelectual. Com cerca de 100 educandos atualmente, a instituição possui uma equipe transdisciplinar de profissionais da área da saúde e educação que somam esforços para criar condições favoráveis para o desenvolvimento e a inclusão desses indivíduos. Além disso, o CENSA é um espaço de formação e parceria com escolas públicas e privadas, além de faculdades e universidades. Seus profissionais estão sempre engajados na produção científica de artigos, livros e teses e, com isso, se mantêm atualizados na busca de soluções estruturadas para pessoas com deficiência intelectual e seus familiares.
Esta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está divulgando uma série de matérias em comemoração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro. Dos 147 milhões de eleitores aptos a votar nas Eleições Municipais de 15 de novembro, 1.158.405 declararam ter algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida.
Pensando na inclusão desses votantes e em formas de facilitar o direito ao exercício do voto por parte desse público, a Justiça Eleitoral vem promovendo várias ações. Entre as iniciativas dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), está a adequação ao artigo 17, parágrafo 2º, da Resolução nº 23.611/2019.
O trecho da norma prevê que seja instituída a função de auxiliar de apoio logístico “com a incumbência de verificar se as condições de acessibilidade do local de votação para o dia da eleição estão atendidas, adotando as medidas possíveis”.
O TRE-BA, por exemplo, vai, pela primeira vez, contar com a presença desse auxiliar, a quem os Regionais vêm chamando de “coordenador de acessibilidade”. Os TREs de Minas Gerais e de São Paulo, por sua vez, já vão para o segundo ano consecutivo de prestação desse serviço. Nesses estados, o auxiliar estará, inclusive, devidamente identificado com camiseta e colete.
Tradutores de Libras
Outra ação realizada por alguns tribunais regionais é a ampliação do número de intérpretes de Libras para auxiliar os mesários nos dias de votação.
O TRE do Rio Grande do Sul mantém há anos um grupo de trabalho chamado “Comitê Valor Público”, que é um núcleo socioambiental e de acessibilidade incumbido de trabalhar em projetos estratégicos no órgão. Além dos trabalhos rotineiros na casa, o grupo promove, a cada eleição, programas específicos e voltados ao pleito, conforme explica Magda Andrade, presidente do Comitê.
De forma pioneira, nas eleições deste ano, será disponibilizado aos cartórios eleitorais do Rio Grande do Sul um número de celular destinado ao esclarecimento de dúvidas por parte dos mesários. O projeto se volta, especificamente, às pessoas com deficiência auditiva.
“Quando algum profissional estiver com alguma dificuldade de entendimento no atendimento de algum cidadão com deficiência auditiva, imediatamente esse agente poderá entrar em contato através de videochamada com tradutores de Libras, que estarão de plantão nos turnos matutino e vespertino do primeiro e de eventual segundo turno das eleições”, comemora Magda.
Outro Tribunal Regional, o do Ceará, também está focado em ação semelhante. O TRE-CE vem promovendo campanha massiva na Corte, buscando voluntários de intérprete de Libras para trabalhar nas eleições deste ano. O intuito é oferecer esse atendimento para todo o estado. Na última eleição, apenas a capital, Fortaleza, e os municípios de Maracanaú e Sobral tiveram esse tipo de atendimento.
Experiência
A eleitora Priscila de Araújo, hoje pessoa com deficiência visual, trabalhou como mesária em alguns pleitos eleitorais. Nas palavras dela, apesar dos desafios impostos, foi uma “experiência muito interessante”, o que a fez querer atuar novamente com uma agente pública.
“Passar por essa experiência fez nascer em mim uma paixão pela atividade de mesária voluntária. Infelizmente, em 2018, não pude mais, por estar com a visão bem comprometida. Porém, os momentos em que lá estive foram muito bons e de muitos desafios”, destaca.
O futebol de baixa visão é praticado por pessoas que apresentam uma deficiência visual. Eles apresentam uma acuidade visual que varia entre 3/60 e 6/18 no olho com melhor capacidade e com utilização da correção oftalmológica. A modalidade também é conhecida como Futebol B2/B3 pois é classe que se enquadram dentro do esporte para deficientes visuais. O objetivo deste estudo é o de analisar o futebol de baixa visão no Brasil, para isso foram realizadas análises documentais como artigos científicos, livros, leis, diretrizes, regras oficiais e resultados de competições, como súmulas, nos focamos nos sítios eletrônicos das entidades administrativas das modalidades paradesportivas analisadas não participa de uma copa do mundo desde 2007. Dessa forma, a modalidade, por não fazer parte dos Jogos Paralímpicos, não recebe o financiamento necessário para o desenvolvimento do esporte no Brasil, precisando de uma maior atenção da organização que administra a modalidade e do poder público.
O futebol é um dos esportes mais populares do mundo, sendo praticado em inúmeros países e continentes, essa realidade é ainda mais forte no Brasil, esporte predominante no país. Por ser tão popular, o Futebol também é extremamente popular entre as pessoas com deficiência, não a toa, é a modalidade mais adaptada para esse público (Reis, 2017).
O futebol para pessoas com deficiência visual é uma modalidade praticada em todo o mundo, é uma adaptação para pessoas que não podem enxergar. Existem duas variações dessa modalidade, o Futebol de 5, modalidade para cegos totais, e o Futebol B2/B3 (Reis, 2017).
A deficiência visual se distingui entre a cegueira total, onde a pessoa não enxerga nada, e a baixa visão, são atletas que apresentam uma acuidade visual que varia entre 3/60 e 6/18 no olho com melhor capacidade e com utilização da correção oftalmológica (OMS, 2015).
Alguns relatos apontam que em meados dos anos de 1980, a modalidade era praticada em instituições especializadas para pessoas com deficiência visual nos Estados do Paraná e Rio de Janeiro (CBDV, 2019). A história do início da prática do Futebol B2/B3 se mistura muito com a do Futebol de cinco, pois essas instituições que abrigavam e educavam os deficientes visuais não faziam distinção entre cegos totais e pessoas com baixa visão.
Nas categorias B2/B3, as regras são as mesmas do futsal convencional, as adaptações ocorrem no ambiente de jogo, como, por exemplo, a claridade em excesso na quadra (FREIRE e CONRADO, 2014). As regras do futebol para baixa visão são baseadas nas regras da Federação Internacional de Futebol (FIFA) e adaptadas para jogadores B2/B3 (acima de 5 graus e abaixo de 20 graus no melhor olho) de acordo com o estabelecido pela International Blind Sport Federation (IBSA) (Souza, 2014).
O futebol de baixa visão não é uma modalidade paralímpica, ou seja, não faz parte dos Jogos Paralímpicos, como consequência, não recebe a mesma atenção da mídia nem do financiamento público privado se compara com a modalidade onde todos os atletas são cegos. Isso também se reflete nas produções acadêmicas, que não apresenta nenhum estudo científico que traga considerações mais profundas acerca da modalidade.
Pensando nisso, o objetivo deste estudo é o de analisar o futebol de baixa visão no Brasil, sua organização, competições, histórico e dessa forma, contribuir para o desenvolvimento do esporte no Brasil.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho tem como principal característica a de uma pesquisa documental. Este tipo de pesquisa baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reorganizados de acordo com os objetivos da pesquisa. Além disso, também deve ser considerado de origem qualitativa, uma vez que os estudos que empregam uma metodologia qualitativa, podem descrever a complexidade de um determinado problema, além de analisar a interação de variáveis, como compreender e classificar processos vividos por grupos sociais específicos. (Gil, 1999).
Além de concentrar esforços nas análises documentais como artigos científicos, livros, leis, diretrizes, regras oficiais e resultados de competições, como súmulas, nos focamos nos sítios eletrônicos das entidades administrativas das modalidades paradesportivas analisadas na pesquisa. Principalmente a Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais e sua representante a nível internacional, a International Blind Sports Federation.
Para uma melhor análise dos dados, foi elaborado uma planilha, que posteriormente foi adaptado em quadros explicativos, onde foi feito o levantamento das competires a nível nacional e internacional, com o intuito de catalogar as informações mais relevantes como resultados, locais e datas desses eventos esportivos.
CLASSIFICAÇÃO DOS JOGADORES
Como toda modalidade praticada por pessoas com deficiência, o Futebol de baixa visão também segue a premissa da classificação funcional. A Classificação funcional tem como principal objetivo tornar o paradesporto mais justo. O futebol para deficientes visuais é dividido em três categorias: B1, B2 e B3. O “B” significa blind, cego em inglês, os atletas são submetidos a avaliações oftalmológicas. As avaliações averiguam a funcionalidade do sentido visual nos atletas e devem considerar ambos os olhos, com a melhor correção. Mesmo quem faz uso de lentes corretivas devem realizar a classificação com os mesmos, ainda que não utilizem tais lentes durante a partida. (Freire e Morato, 2012)
Após o processo de classificação ser concluído e a aferição da função visual de cada atleta realizado, ele é classificado em uma das três classes: B1, B2 e B3, sendo B1 de maior comprometimento (cego), o B3 de menor comprometimento (baixa visão) e o B2 também com baixa visão, mas de comprometimento intermediário entre as outras duas classes. (Freire e Morato, 2012). Para competir no futebol de baixa visão, o atleta tem que se encaixar nas classes B2 e/ou B3.
REGRAS E ADAPTAÇÕES
As regras para o Futebol de Baixa visão não se diferem muito das adotadas pela FIFA, a dimensão da quadra e das balizas são as mesmas, bem como o tempo de jogo (Souza, 2014), porém, algumas adaptações feitas pela IBSA foram importantes e necessárias como por exemplo:
– O ginásio ou a quadra, devem estar livres de reflexos solares ou de luz artificial que possam dificultar a baixa visão dos jogadores, pois a iluminação deverá ser uniforme em toda a quadra e com a mesma intensidade, durante toda a partida.
Os árbitros devem pertencer ao quadro de arbitragem da IBSA.
A bola utilizada deverá ser de cor branca, verde ou laranja, havendo um contraste com o piso (ou grama) e os arredores da quadra.
Os jogadores classificados como B3 terão de usar um bracelete vermelho no braço direito e durante toda a partida, deverão jogar no mínimo dois jogadores B2 em cada equipe.
A Substituição indevida de um jogador da categoria B3 no lugar de um jogador da categoria B2 terá como punição um tiro livre indireto a favor da equipe adversária, e o jogador infrator receberá um cartão amarelo, saindo momentaneamente da partida.
Em caso delusão do jogador da categoria B2, este deverá ser substituído por outro jogador B2; se a equipe não dispor de jogadores B2, deverá terminar a partida com três jogadores de linha.
Os goleiros pode enxergar normalmente, não apresentando nenhuma deficiência ou serem baixa visão.
O goleiro não pode sair de sua área. Caso saia da área e toque a bola com os pés, receberá o cartão amarelo e será marcado um tiro livre direto, e caso o goleiro toque na bola com as mãos, deverá ser expulso da partida recebendo o cartão vermelho, independente de já ter recebido ou não um cartão amarelo anteriormente. (IBSA, 2019)
COMPETIÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS
COPA BRASIL DE FUTEBOL B2/B3
No Brasil a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais (CBDV), que organiza a Copa Brasil de Futebol B2/B3 desde o ano de 2000, principal competição da modalidade no Brasil. Naquele ano, a entidade ainda era conhecida como Associação Brasileira de Desporto para Cegos (ABDC), responsável pela organização de seis campeonatos. Como pode-se observar na tabela a seguir:
Tabela 01: COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA ABDC – 2000 A 2005
COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA ABDC – 2000 A 2005
ANO
LOCAL
CAMPEÃO
VICE-CAMPEÃO
TERCEIRO
2000
MG
LDVAC/AC
CESEC/SP
ADEVIBEL/MG
2001
SP
CESEC/SP
LDVAC/AC
AADV/PR
2002
MG
AADV/PR
CESEC/SP
APEC/PE
2003
RJ
LDVAC/AC
APEC/PE
AADV/PR
2004
MS
LDVAC/AC
IPC/PR
CESEC/SP
2005
SP
IPC/PR
CESEC/SP
CAMPINAS
Nesse período, a equipe acreana da LDVAC (Lar dos Deficientes Visuais do Acre) conquistou três dos seis títulos em jogo além das boas posições nos campeonatos. Outras equipes como Centro Emancipação Social Esportiva Cegos (CESEC) de São Paulo e a Associação Atlética dos Deficientes Visuais (AADV) e o Instituto Paranaense de Cegos (IPC) do Paraná faziam boas participações e mostravam, uma distribuição geográfica interessante da modalidade no Brasil, representando a região Sul, Sudeste e Norte.
A partir do ano de 2006, a Entidade mais uma vez trocou seu nome, se tonando a Confederação Brasileira de Deporto para Cegos (CBDC), como Confederação, a entidade deu um passo adiante no modelo de organização esportiva. Ainda assim, durante as cinco anos seguintes, não organizou a Copa Brasil nos anos de 2006 e 2008. Nos outros três anos, a competição foi realizada no estado do Espírito Santo, com o auxílio de dirigentes locais.
Tabela 02: COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA CBDC – 2006 A 2010
COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA CBDC – 2006 A 2010
ANO
LOCAL
CAMPEÃO
VICE-CAMPEÃO
TERCEIRO
2007
ES
ADEVIPAR/PR
CESEC/SP
ILBES/ES
2009
ES
ADEVIPAR/PR
UNICEP/ES
CESEC/SP
2010
ES
ADEVIPAR/PR
UNICEP/ES
CESEC/SP
Nesse período, existiu uma hegemonia do estado do Paraná, representado pela equipe da Associação dos Deficientes Visuais do Paraná (ADEVIPAR), sagrando-se campeã das três edições, completando o pódio, as equipes da CESEC/SP e as duas equipes que jogavam em sua “casa”, ILBES (Instituto Luis Braille do Espírito Santo) e UNICEP (União de Cegos Dom Pedro II), ambas do estado do Espírito Santo.
A partir de 2011, ja como CBDV[1], foram organizados nove campeonatos, que tiveram como sedes, apenas as cidades de Curitiba e Rio de Janeiro, até que em 2017, em uma parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, os eventos começaram a acontecer no Centro de treinamento paralímpico brasileiro, em São Paulo.
Tabela 03: COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA CBDV – 2011 A 2019
COMPETIÇÕES ORAGNIZADAS PELA CBDV – 2011 A 2019
ANO
LOCAL
CAMPEÃO
VICE-CAMPEÃO
TERCEIRO
2011
RJ
ILBES/ES
ADEVIPAR/PR
IBC/RJ
2012
RJ
ILBES/ES
IBC/RJ
URECE/RJ
2013
PR
ADEVIPAR/PR
ILBES/ES
ADVIMS/MS
2014
PR
ILBES/ES
ABASC/PR
URECE/RJ
2015
RJ
ABASC/PR
ILBES/ES
URECE/RJ
2016
RJ
ILBES/ES
URECE/RJ
ACERGS/RS
2017
SP
CFA/PR
URECE/RJ
ACERGS/RS
2018
SP
CFA/PR
URECE/RJ
ACERGS/RS
2019
SP
URECE/RJ
CFA/PR
ACERGS/RS
Foram ao todo 18 edições nos últimos 20 anos, onde o estado do Paraná apresenta times com mais títulos, são ao todo 9 conquistas, seguidas do Espírito Santo com 4, Acre com 3 e Rio de Janeiro e São Paulo com um título.
COPAS DO MUNDO
Como as demais modalidades esportivas e paradesportivas, o Futebol de baixa visão tem em seu calendário a Copa do Mundo como principal competição internacional uma vez que não faz parte do quadro dos Jogos Paralímpicos. A IBSA organizou até o momento oito edições e a partir do ano de 2013, o evento se tornou bianual, como pode-se observar na tabela a seguir:
Tabela 04: COPAS DO MUNDO ORGANIZADAS PELA IBSA
COPAS DO MUNDO ORGANIZADAS PELA IBSA
ANO
LOCAL
CAMPEÃO
VICE-CAMPEÃO
TERCEIRO
QTD. PAÍSES
1998
BRASIL
BIELORUSSIA
ESPANHA
ITÁLIA
6
2002
ITÁLIA
BIELORUSSIA
RUSSIA
ESPANHA
12
2007
BRASIL
BIELORUSSIA
UCRÂNIA
ESPANHA
4
2011
TURQUIA
BIELORUSSIA
UCRÂNIA
ESPANHA
9
2013
JAPÃO
RUSSIA
UCRÂNIA
INGLATERRA
4
2015
CORÉIA DO SUL
UCRÂNIA
ESPANHA
ITÁLIA
5
2017
ITÁLIA
UCRÂNIA
INGLATERRA
RUSSIA
8
2019
TURQUIA
UCRÂNIA
INGLATERRA
RUSSIA
7
A Copa do mundo já foi sediada por países da América do Sul, Europa e Ásia. Após oito edições, apenas países europeus conquistaram o título de melhores do mundo, mais especificamente, países que fazem parte do leste europeu, Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, essa última, tetra campeã mundial. Com exceção de 2002, competição que contou com doze países, mais nenhuma Copa do Mundo angariou mais de dez países competindo.
O Brasil participou de três edições, nas duas vezes que a competição foi realizada no Brasil (1998 e 2007), e em 2002 na Itália, por sinal, melhor colocação do país nessas três edições, um 4º lugar conquistado no evento com mais seleções até a atualidade. Devido a modalidade não ser paralímpica, o investimento da entidade que a administra no Brasil não é suficiente para cobrir gastos de viagens para fora do Brasil.
CONCLUSÃO
O futebol de baixa visão ou Futebol B2/B3 é uma modalidade praticada no Brasil a nível competitivo oficialmente desde 2000, quando tivemos um time acreano como primeiro campeão brasileiro. Desde então, o esporte passou por momentos bons e outros sem muito destaque no cenário nacional.
Por não se tratar de uma modalidade paralímpica, ou seja, por não participar dos Jogos Paralímpicos, competição extremamente valorizada pela mídia e consequentemente pelo poder público, a modalidade não recebe da entidade responsável pela mesma, a devida atenção, enquanto o futebol de cinco (modalidade que é paralímpica) apresenta um calendário recheado de competições, como eventos regionais, séria A e B a nível nacional, a modalidade B2/B3 luta para ter ao menos um evento no calendário da Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais.
A entidade alega um menor investimento do poder público, principal fonte de renda do paradesporto nacional. As Confederações responsáveis pelas modalidades paralímpicas no Brasil são mantidas em sua maioria pelo estado, o Ministério do esporte, através de suas políticas públicas são responsáveis por financias essas entidades esportivas (Reis, 2014).
Através do Ministério do Esporte, a CBDV recebe dinheiro da Lei Agnelo/Piva[2], que financia competições, capacitações, treinamentos e viagens para modalidades paralímpicas. Além de contemplar essas modalidades com o Programa Bolsa Atleta[3], importante para dar suporte as carreira dos atletas (Reis, 2014). Nenhuma dessas ações contemplam a modalidade B2/B3, por não ser paralímpica, apenas paradesportiva.
Sem o auxílio do Programa Bolsa Atleta, nem um calendário com mais opções de competição e o desativamento da selado nacional, e a consequente ausência de competições internacionais, a modalidade tem se enfraquecido no Brasil, tanto na quantidade de atletas como equipes, refletindo inclusive no nível técnico do esporte.
Por fim, após o que foi analisado e trazido pelo estudo, pode-se entender que a modalidade tem um histórico de prática no Brasil, aliado a esforços pontuais de alguns dirigentes e equipes, além do grande número de pessoas com deficiência visual no Brasil, mostra o potencial que a modalidade tem para se desenvolver e ofertar uma modalidade esportiva para um público que precisa.
Rafael Estevam Reis – Unicesumar. Curitiba. Paraná. Brasil
rafael_e_reis@hotmail.com
Rua Joanin Stroparo, 270. Campo Largo, Paraná.
Alessandro Macedo – Clube de futebol adaptado. Campo Largo. Paraná. Brasil
alessandro.macedo.3@volvo.com
Paulo Roberto Moreira – Unicesumar. Curitiba. Paraná. Brasil
pauloluo@hotmail.com
BOX – REFERÊNCIA
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
SOUZA, Ramon Pereira de; CAMPOS, Luis Felipe Castelli Correia de; GORLA, José Irineu. Futebol de 5: fundamentos e diretrizes. São Paulo. Editora Atheneu, 2014.
MELLO, Marco Tulio de; FILHO, Ciro Winckler de Oliveira. Esporte Paralímpico. São Paulo: Editora Atheneu, 2012.
OMS. State of the world’s sight: Vision 2020: the right sight. 2005.
REIS, Rafael Estevam; MEZZADRI, Fernando Marinho. Futebol para pessoas com deficiência e suas adaptações no país do Futebol. RBFF-Revista Brasileira de Futsal e Futebol, 2017, 9.35: 361-368.
REIS, R. E. Políticas Públicas para o esporte paralímpico brasileiro. 2014. 121 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2014.
WINCKLER, C. Esporte e a Pessoa com Deficiência – Contexto Histórico. In: WINCKLER, Ciro; MELLO, Marco Túlio de. Esporte Paralímpico. São Paulo, SP. Editora Atheneu, 2012.
CBDV. Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais. Disponível em: <http://www.cbdv.org.br>. Acesso em: 13 ago. 2019
IBSA. International Blind Sport Association. Disponível em: <http://www.ibsasport.org>. Acesso em: 10 ago. 2019
[1] A mudança de nome dessa vez foi em resposta às novas normas e nomenclaturas de se dirigir ao deficiente, no caso, pessoa com deficiência visual.
[2] A lei n° 10.264 de 16 de julho de 2001, onde permite o repasse de 2% de concursos prognósticos (loterias federais) ao COB e ao CPB. Sendo destinado ao COB 85% do valor total e 15% ao CPB. (REIS, 2014)
[3] O programa Bolsa Atleta foi instituído no ano de 2004, decorrente da promulgação da Lei no 10.891, com o intuito de auxiliar financeiramente os atletas de alto rendimento brasileiros (REIS, 2014).
No Ceará, o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) realizará a entrega do certificado “Empresa Completa, Empresa que Inclui”, com o objetivo de homenagear as empresas que mais incluíram profissionais com deficiência em suas atividades, fortalecendo o compromisso com a inclusão social para o trabalho.
Tradicionalmente realizado em setembro, o evento celebra o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
Neste ano, em virtude da pandemia do Covid-19, a iniciativa ocorreu de forma on-line. Além disso, em 2020, a premiação foi entregue as 20 empresas que mais incluíram profissionais com deficiência, em 2019, por meio das Unidades do IDT/SINE.
No cenário nacional, com a marca de 1.548 trabalhadores inseridos no mercado, o Ceará destaca-se como o 3º estado do Brasil na contratação de pessoas com deficiência, ficando atrás apenas de São Paulo e Paraná. Registra-se ainda que 66% desse total, encontraram suas oportunidades na Capital.
Empresas homenageadas em 2020:
1. AERIS 2. ALL DESK 3. AUTO PECAS PADRE CICERO LTDA 4. BEACH PARK 5. CHRISTUS 6. COLEGIO BATISTA 7. COMETA SUPERMERCADOS 8. COOPERSHOES CALÇADOS 9. ELETRA 10. EMPRESA VITORIA 11. FACULDADE UNINASSAU 12. HOPE 13. GRENDENE S.A 14. MRV ENGENHARIA 15. O BOTICARIO 16. PINHEIRO SUPERMERCADO 17. RESIBRAS 18. SEGURO SERVICOS LTDA 19. SUPER FRANGOLANDIA 20. TECLAV
O papa Francisco recebeu no Vaticano, um grupo de crianças, pais e colaboradores do Centro para o Autismo “Sonnenschein”, da Áustria, nesta segunda-feira (21).
“Sejam bem-vindos aqui no Vaticano. Estou feliz em ver o rosto de vocês e leio nos seus olhos que também vocês estão felizes em estar um pouco comigo”, disse o pontífice à delegação da associação que, em tradução literal, significa “Brilho do Sol”. Ele também procurou descrever o nome da estrutura:
“Posso imaginar porque os responsáveis escolheram esse nome. Porque a casa de vocês parece um magnífico gramado florido sob o brilho do sol, e as flores desta casa são exatamente vocês! Deus criou o mundo com uma grande variedade de flores, de todas as cores. Cada flor tem sua beleza, que é única. Cada um de nós também é belo aos olhos de Deus, e Ele nos ama. Isso nos faz sentir a necessidade de dizer a Deus: obrigado! Obrigado pelo dom da vida, obrigado por todas as criaturas! Obrigado pela mamãe e papai! Obrigado pelas nossas famílias! E obrigado também por nossos amigos do Centro Sonnenschein!”
O papa Francisco, ao se despedir do grupo de crianças e adolescentes autistas da Áustria, com as bênçãos de Jesus e a proteção de Nossa Senhora, concluiu o encontro no Vaticano com um agradecimento que também se estende às diversas realidades mundiais:
“Obrigado por essa bela iniciativa e pelo compromisso em benefício dos pequenos que lhes foram confiados. Tudo o que vocês fizeram a um só destes pequenos, vocês fizeram a Jesus!”
O autismo no Brasil e no mundo
O Centro para o Autismo “Brilho do Sol” oferece uma gama de atividades terapêuticas com uma equipe de tratamento interdisciplinar formada por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, educadores para necessidades especiais, terapeutas ocupacionais e da música. Assim como a estrutura austríaca, o Brasil também conta com entidades voltadas à atenção das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que oferecem um trabalho direcionado com profissionais especializados na área. A Associação Brasileira de Autismo (ABRA) é quem representa nacionalmente as associações e oferece um elenco atualizado com as afiliadas, distribuídas por localidade.
De acordo com a associação, estima-se que no Brasil existam cerca de 2 milhões de autistas. No mundo, uma em cada 160 crianças tem o TEA e, com base em estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência parece estar aumentando globalmente. Embora o transtorno tenha sido identificado há muitos anos, a causa exata do desenvolvimento do autismo – caracterizado por desvios na interação social, comunicação e utilização da imaginação – ainda não foi descoberta, mas estudos indicam que está ligada a questões genéticas e ambientais. O TEA, segundo a Organização Pari-Americana da Saúde (Opas), começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta.
Em celebração à Semana da Acessibilidade e ao Dia da Luta das Pessoas com Deficiência (21/09), o Google se uniu à renomada Fundação Dorina Nowill para Cegos para promover conectividade e acessibilidade por meio de smartphones para atendimentos especializados à distância, aprendizado e comunicação durante o COVID-19. A parceria vai auxiliar diretamente 1,5 mil pessoas com deficiência visual em reabilitação ou participantes dos cursos livres de qualificação profissional, dentro dos serviços gratuitos oferecidos pela instituição.
O público beneficiado vem passando por limitações para acessar a tecnologia por meio de smartphones. Com a evolução da pandemia, a Fundação Dorina identificou a dificuldade das pessoas em se manterem conectadas para comunicação, obterem suporte e receberem atendimento em Pedagogia, Terapia Ocupacional, Orientação e Mobilidade, Fisioterapia, Serviço Social e Ortóptica. Por meio da doação, elas passam a contar com a ajuda das soluções oferecidas pelo sistema Android, junto das outras ferramentas do Google, como o Assistente e o TalkBack. Segundo a OMS, existem 2,2 bilhões de pessoas no mundo com alguma deficiência visual. No Brasil, são – pelo menos – 6,5 milhões de cegos e pessoas com baixa visão.
Os 1,5 mil kits contêm celulares da Motorola, com acesso à internet, e foram oferecidos gratuitamente para os próximos dois anos aos inscritos nos cursos oferecidos no formato EAD (informática, massoterapia e empreendedorismo) e atendimentos interventivos da Fundação Dorina, contemplando também os colaboradores envolvidos na produção dos cursos e técnicos especializados. Depois desse período, os aparelhos serão doados aos usuários. Além dos smartphones, também será disponibilizado um e-book explicativo, para auxiliar na configuração e personalização dos smartphones. “Apesar do Brasil possuir uma das melhores e mais modernas leis para a inclusão, há muitas barreiras que ainda precisam ser quebradas. Mas iniciativas como essa ressaltam o legado de D. Dorina: manter-se firme na causa e com os parceiros certos”, diz Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Tecnologia inclusiva
Dentro de sua missão, o Google destaca as principais ferramentas e soluções que os dispositivos móveis podem trazer para permitir que seu objetivo seja cumprido, focando naqueles que possuem algum tipo de limitação física. O sistema operacional Android está preparado para ajudar pessoas com diversos tipos de necessidades, tendo a acessibilidade sempre em mente. Busca trabalhar junto com as pessoas com deficiência para compreender quais os tipos de obstáculos, não só estruturais, que elas podem se deparar, levando em conta suas rotinas e preparando a melhor experiência tecnológica possível para elas.
“O sistema operacional Android está pronto para auxiliar pessoas com diversos tipos de limitações , tendo a acessibilidade como foco. Buscamos trabalhar para compreender quais os tipos de obstáculos que essas pessoas podem se deparar, levando em conta suas rotinas e preparando a melhor experiência tecnológica possível para elas”, diz Maia Mau, Head de Marketing do Android para América Latina. Com a funcionalidade Transcrição Instantânea, por exemplo, é possível visualizar legendas em tempo real enquanto você conversa, ou ainda transcrever vídeos, podcasts, mensagens de áudio ou até gravações próprias, sem precisar de conexão de internet. Já o Amplificador de Som, permite a filtragem de ruídos de fundo e o ajuste à forma que você escuta, basta conectar os fones de ouvido.
O TalkBack, solução que já vem integrada ao Android, transforma em texto tudo aquilo que é visual e permite que a abertura de aplicativos, edição de textos e navegação entre telas seja feita com o uso da fala.
O Lookout é outra ferramenta pensada para aqueles que possuem baixa visão. Com ele, por meio da câmera do celular e com ajuda da inteligência artificial, é possível identificar o que está à sua volta. Basta enquadrar um objeto para descobrir o que ele é. Por exemplo, quais alimentos estão no seu prato.
A mobilidade também não foi esquecida. O Android está pronto para ser utilizado em conexão a ferramentas externas, como teclados ou computadores, pensando naqueles que não conseguem usar os celulares.
Todas as soluções oferecidas e materiais preparados sobre o tema estão reunidos na página especial de acessibilidade do Android, disponível em android.com/acessibilidade.
Projetos facilitam acessibilidade em praias e supermercados
Propostas que ampliam acessibilidade poderão ser incluídas na pauta do Plenário
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (22) a urgência para dois projetos prioritários para a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Ontem, 21 de setembro, foi comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
Passarão a tramitar em regime especial as seguintes propostas:
PL 2875/19, que dispõe sobre requisitos mínimos de acessibilidade em praias; e
PL 606/20, sobre prestação de auxílio às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nos supermercados.
O primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), que presidiu a sessão plenária desta terça-feira, se reuniu ontem com integrantes da frente parlamentar para discutir os projetos prioritários para as pessoas com deficiência.
Uma dessas propostas estava na pauta desta terça-feira, mas a votação acabou sendo adiada. Trata-se do Projeto de Lei 9382/17, que regulamenta a profissão de tradutor, guia-intérprete e intérprete de Libras.