20/07/2021

Violência Doméstica (Sexual)

  • Por Lu Figueiredo

A Violência Sexual tem um destaque entre as modalidades de violência, pois envolve conteúdo moral muito forte. Neste texto chamamos a atenção para a modalidade “intrafamiliar” e as sinalizações da vítima.

A Violência Sexual Intrafamiliar tem como envolvidos no processo de abuso: pais, irmãos, tios, avós, padrasto e madrasta ou pessoas ligadas às vítimas por laços de  afinidade.

Por se tratar de algo praticado por pessoas tão próximas, nem sempre as vítimas conseguem buscar ajuda, mas acabam sinalizando através de alterações de comportamento.

O abusador age de formas diversas, como pornografia, utilizando revistas, músicas, vídeos, exibicionismo, exploração sexual, mas existem formas que envolvem toques nas áreas genitais, mama ou ânus, masturbação, sexo oral, mas pode acontecer penetração anal ou vaginal. Nem sempre o abuso deixa marcas visíveis e, por isso, é difícil a detecção.

É um tipo de relação de poder, onde o agressor ameaça a vítima caso ela conte para alguém, e faz ameaças de maus tratos para a família e pessoas que representam proteção, em alguns casos para formalizarem a violência, matam animais de estimação, quebram brinquedos e até mesmo mostram fotos e vídeos de pessoas sendo agredidas, esses são fatores de grave ameaça.

Outro fator importante é que, em alguns casos de abuso intrafamiliar, a mãe é conivente com o agressor, por envolver vínculo de relacionamento da própria mãe (pai, padrasto, namorado), inclusive induzindo a vítima a negação.

Todo este ciclo de violência pode durar um longo tempo para ser desvendado, ou até mesmo nunca ser descoberto. 

Algumas ações podem ser importantes para detectar o fenômeno da violência sexual intrafamiliar.

Reconhecer algumas sinalizações no comportamento pode ajudar a descobrir o abuso. Enurese noturna, ansiedade, alteração nos hábitos alimentares, mudanças como: roupas largas, cores escuras, mangas compridas, manias de isolamento, se mostram arredias a determinadas pessoas,  agressividade, medo, dificuldade de atenção, choro, masturbação excessiva.

Nas marcas físicas podem ser encontradas feridas nas regiões genitais, assaduras, fissuras anais, nos lábios (sexo oral), desconforto ao urinar e evacuar.

Sinais psiquiátricos: depressão, ansiedade, dissociação, ideação suicida, compulsividade, imagem distorcida do corpo, sinais de uso de bebidas.

Estas sinalizações são pedidos silenciosos de socorro e é muito importante  ser olhado, escutado e  interpretado. Quando pensamos em violência sexual intrafamiliar a escola é um local que pode ter muita influência no processo de descoberta da vítima, pois é através do olhar e escuta do educador que a vítima pode encontrar o seu porto seguro, pois a escola passa ser um ambiente de proteção para vítima.

Temos um olhar especial para a crianças e adolescentes com deficiência, pois são bastante vulneráveis à violência sexual e muitas vezes chegam até a adolescência, guardando o segredo que em si já configura violência psicológica.

Muitas vezes a criança com algum tipo de deficiência que precisa de cuidados especiais, como: troca de fraldas, banhos, precisam de ajuda na mobilidade, podem sofrer toques abusivos, manipulações genitais e não conseguem verbalizar o incomodo do abuso, mas encontram nas alterações comportamentais a sua forma de pedido de socorro.

Por isso, cabe um olhar e escuta a este pedido de socorro, pois os estragos na vida de uma vítima são extremamente prejudiciais e podem até levar à morte.

No caso de Violência Sexual Intrafamiliar é muito importante que haja desmistificação de classe social, onde se imagina que este tipo de abuso acontece somente em comunidades de baixa renda, cortiços e assentamentos, mas acontece em lugares onde quem precisa ser a proteção assume o papel do criminoso. A vítima está em qualquer lugar onde o abusador tiver oportunidade de agir.

* LuQuinha Figueiredo é Bióloga Especialista em Métodos de Enfrentamento  de Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes com Atenção às Vítimas de Abuso Sexual. Especialização em Neuropsicopedagogia e Educação Especial e Inclusiva.

Fonte. https://revistareacao.com.br/violencia-domestica-sexual/

Postado por Antônio Brito

Atleta de ParaJiu-Jitsu representa Mato Grosso em campeonato nacional

Mato Grosso será representado no campeonato AJP Tour Rio de Janeiro Internacional PRO, que acontece neste mês, na modalidade de ParaJiu-Jitsu por Juninho Cabral. Ele é formado em Educação Física pela Unic- Ary Coelho de Rondonópolis e mora na cidade de Itiquira (MT). Por ter nascido sem os braços e pernas, teve que começar a mostrar que iria contrariar as estatísticas desde que veio ao mundo, e hoje acumula medalhas esportivas.
Juninho faz parte da Seleção Brasileira de Parajiu Jitsu e representou o Brasil no Uruguai, quando se consagrou campeão Pan-Americano. O atleta também é Vice-Campeão do Grand Slan do Rio de Janeiro, campeonato esse que dá a vaga para o mundial em Abu Dhabi que acontece em 2021, ainda sem data definida por causa da pandemia da Covid-19. “Não existe limite, o caminho é sempre persistir, acreditar e nunca desistir, assim a gente chega lá”.
Ingressou no curso de Educação Física da Universidade de Cuiabá, em Rondonópolis, e se formou em 2014. Como mora na cidade de Itiquira (150 km de distância do câmpus), Juninho ia e voltava de ônibus todos os dias. Durante a graduação teve várias oportunidades no ramo esportivo, foi auxiliar técnico do time de futsal feminino de Rondonópolis, podendo participar do campeonato brasileiro feminino, juntamente com o time da universidade.
Conta que o desejo de fazer o curso começou na infância, quando entrou na escola pública aos seis anos. “Nada era diferente, mas não me deixavam jogar futebol com as outras crianças. Foi aí que surgiu o desejo de cursar Educação Física quando crescesse. Queria poder praticar os esportes que todos julgavam ser impossível para alguém na minha condição, mas o que precisavam entender é que eu me adapto e consigo”, conta.
A família do atleta não esperava ter um bebê sem braços e pernas. Alguns parentes duvidaram que ele sobreviveria, mas sua tia e avó paterna o esconderam. Depois de uma semana, Juninho foi apresentado aos pais que o aceitaram e começaram a entender como seria criar uma criança com limitações. Até então, a família não imaginava que “limite” não faria parte do dicionário de Juninho.
Em 2015 foi voluntário como treinador do time feminino da cidade e em 2017 teve a oportunidade de conhecer o seu ídolo Falcão pessoalmente. Dois anos depois, Juninho teve seu primeiro contato com o Jiu-Jitsu e se apaixonou pelo esporte. “Treino duro desde então para levar cada vez mais medalhas e orgulho ao meu estado”, finaliza.

Fonte. https://revistareacao.com.br/atleta-de-parajiu-jitsu-representa-mato-grosso-em-campeonato-nacional/

Postado por Antônio Brito

Os detalhes da “Cozinha às cegas” – Um guia culinário sensorial para pessoas com deficiência visual

A Maggi e a unidade de Receitas Nestlé se unem à Fundação Dorina Nowill para Cegos e lançam o Cozinha às Cegas, projeto idealizado pela Publicis Brasil que visa promover a autonomia e o bem-estar de pessoas cegas ou com baixa visão por meio da culinária.

Cozinha às Cegas é um guia sensorial de 130 páginas que tem a proposta de estimular os cinco sentidos: tato, com ilustrações em relevo dos pratos e impressão em braile; olfato, já que será possível sentir os aromas das especiarias mencionadas nas receitas; visão, já que a publicação traz um design que possibilita que pessoas com baixa visão possam ler o conteúdo; e audição, tanto com botões que emitem sons dos instrumentos a serem utilizados no preparo quanto com a versão em audiobook – o paladar fica por conta da própria entrega do livro, as receitas contidas nele. A publicação também conta com site oficial (www.cozinhaascegas.com.br).

19/07/2021

Nadadores paralímpicos fazem última tomada de tempo no Brasil antes de embarcarem para os Jogos de Tóquio

Foto: Alê Cabral/CPB

Atletas da natação paralímpica do Centro de Referência da modalidade, que funciona no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, realizaram tomadas de tempo nesta semana com o objetivo de avaliar a reta final da preparação para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Essa foi a última atividade deste tipo em solo brasileiro.  

Dos velocistas convocados para os Jogos de Tóquio (confira aqui a convocação completa), sete treinam no CT Paralímpico e participaram desta tomada de tempo. São eles: Carol Santiago (S12), Phelipe Rodrigues (S10), Ruiter Silva (S9), Andrey Garbe (S9), Gabriel Cristiano (S8), Ana Karolina Soares (S14) e Lucilene Sousa (S12). Ao todo, natação brasileira contará com 35 nadadores nos Jogos na capital japonesa.   

“As tomadas de tempo são extremamente importantes para avaliarmos o bloco de treino, entender como os atletas estão. Nesta semana, tivemos atletas nadando melhor do que até mesmo na Seletiva e alguns bem próximos do melhor tempo da vida. Essa foi a última aqui no Brasil e faremos uma em Hamamatsu”, conta Leonardo Tomasello, técnico chefe da Seleção Brasileira de natação e responsável pelos velocistas do centro de referência, referindo-se ao local que a delegação brasileira fará a aclimatação no Japão.  

Todos os nadadores embarcam para o Japão no dia 5 de agosto. A primeira parada será na cidade de Hamamatsu para a aclimatação antes da chegada a Tóquio. Tomasello explica também as estratégias que serão adotadas com os velocistas para uma melhor aclimatação em solo japonês.  

“Os atletas terão uma semana de descanso, de regenerativo, ainda aqui no Brasil, que será justamente na semana do embarque para o Japão. Eles estão fazendo muito trabalho de força, na piscina, na academia, então esse descanso é importante até porque alguns atletas acabam dormindo mal devido as dores musculares, por exemplo. Chegando em Hamamatsu, os atletas farão alguma atividade, seja com a fisioterapia, preparador físico ou até mesmo na água, até para mantê-los acordados durante o dia e evitar que durmam fora do fuso-horário japonês”, explica Léo.  

A partir do dia 31 de julho, todos os nadadores convocados para os Jogos Paralímpicos de Tóquio estarão no CT Paralímpico, na capital paulista, para concentração oficial e início dos protocolos sanitários obrigatórios antes do embarque para o Japão.  

Patrocínios 

A natação paralímpica tem patrocínio das Loterias Caixa

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br) 

Fonte. https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3412/nadadores-paralimpicos-fazem-ultima-tomada-de-tempo-no-brasil-antes-de-embarcarem-para-os-jogos-de-toquio

Postado por Antônio Brito

Tóquio anuncia tabela com Seleção Brasileira do futebol de 5; confira já no horário brasileiro

Os atletas Cássio (de costas) e Gledson disputam jogada durante treino no CT Paralímpico | Foto: Ale Cabral/CPB.

A organização dos Jogos Paralímpicos de Tóquio divulgou a tabela completa das partidas de futebol de 5, modalidade na qual o Brasil buscará manter a hegemonia de ter vencido todas as edições realizadas (desde Atenas 2004). O torneio será disputado de 28 a 31 de agosto (já pelo fuso brasileiro), com disputas quase sempre em três blocos de horários: dois jogos das nove da noite à uma da madrugada, um às 4h30 e outro às 7h30.

A Seleção Brasileira entrará em quadra sempre na segunda partida do primeiro bloco, por volta de onze e meia da noite no horário de Brasília – o Japão está 12 horas à frente. As batalhas por medalha serão nos dias 3 de setembro, às 23h30 (bronze) e 4, às 5h30 (ouro). A sede da competição é o Aomi Urban Sports Park, uma estrutura temporária montada à beira da Baía de Tóquio e próxima da Vila dos Atletas.

A estreia será contra a China, atual campeã asiática e uma de nossas adversárias mais tradicionais em Paralimpíadas. Até hoje, os dois países se cruzaram quatro vezes no evento, com três vitórias brasileiras – incluindo a final de Pequim 2008 – e um empate. Em seguida, pegaremos os donos da casa, que nunca disputaram os Jogos. Por fim, virá a França, nossa rival na final de Londres 2012, quando vencemos por 2 a 0.

Lembrando que a competição é disputada no formato de todos contra todos dentro das chaves, em turno único. Os dois melhores de cada grupo avançam às semifinais. No outro grupo, estão Argentina, Espanha, Marrocos e Tailândia.

Confira a tabela completa dividida por dia já no horário de Brasília:

DIA 28/8
21h00 às 01h00

Japão x França
BRASIL x China

DIA 29/8
04h30

Argentina x Marrocos

07h30

Espanha x Tailândia

21h00 às 01h00

China x França
BRASIL x Japão

DIA 30/8
04h30

Tailândia x Marrocos

07h30

Espanha x Argentina

21h00 às 01h00

Japão x China
França x BRASIL

DIA 31/8
04h30

Argentina x Tailândia

07h30

Marrocos x Espanha

DIA 01/9
21h00 às 01h00

Disputa do 7º lugar
Disputa do 5º lugar

DIA 02/9
04h30

Semifinal 1

07h30

Semifinal 2

DIA 03/9
23h30

Disputa do bronze

DIA 04/9
05h30

Disputa do ouro

Patrocínios  
O Futebol de 5 tem patrocínio das Loterias Caixa.  

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br) 
 
Fonte. https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3413/toquio-anuncia-tabela-com-selecao-brasileira-do-futebol-de-5-confira-ja-no-horario-brasileiro

Postado por Antônio Brito

30 anos da Lei de Cotas

Neste mês, uma grande conquista é celebrada: os 30 anos da Lei de Cotas (art. 93 da lei 8.213/1991). Uma lei que determina que empresas com 100 funcionários ou mais contratem pessoas com deficiência numa proporção de 2% a 5%, a depender do total no quadro de empregados. “Hoje pessoas com deficiência participam de processos de seleção com mais segurança, conhecem seus direitos, buscam melhoria profissional, contribuem com a renda familiar e, em muitos casos, são arrimo de família”, destaca a coordenadora do Programa Coexistir do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo, Maria de Fátima e Silva. Por isso, complementa a consultora Marta Gil, coordenadora executiva do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, “falar dos 30 anos da Lei de Cotas é falar do exercício do Direito ao Trabalho por quem, durante séculos, não pôde exercê-lo – salvo honrosas exceções”. Até 2019, as estatísticas referentes à contratação de pessoas com deficiência no mercado formal de trabalho traçava uma curva ascendente contínua, segundo a RAIS/Relação Anual de Informações Sociais, instrumento de coleta de dados atualmente vinculado ao Ministério da Economia. Soma-se também a pandemia, que evidenciou barreiras de acessibilidade e de atitude. Tanto que o capacitismo, termo usado para definir o preconceito contra pessoas com deficiência, foi a dificuldade mais apontada pelos entrevistados da pesquisa Pessoa com Deficiência e Emprego, realizada durante dezembro de 2020 e janeiro de 2021 pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo. Maria de Fátima e Silva e Marta Gil apontam desafios e conquistas nestas três décadas da Lei de Cotas e refletem sobre o comprometimento de todas as esferas da sociedade para mudanças necessárias.

Precisamos falar de Direito ao Trabalho

* Por MARTA GIL

Falar dos 30 anos da Lei de Cotas é falar do exercício do Direito ao Trabalho por quem, durante séculos, não pôde exercê-lo – salvo honrosas exceções. Verificamos a presença mais significativa de brasileiros e brasileiras com deficiência no mercado formal de trabalho a partir da promulgação da Constituição Federal do Brasil (1988). Mas foi em 1991 que o Artigo 93 da Lei 8.213 estabeleceu os critérios para a reserva legal de cotas para empresas com 100 trabalhadores ou mais. Dada sua importância, esse artigo passou a ser considerado “lei”. Porém, foi somente a partir de 2003 que a lei de cotas passou, efetivamente, a vigorar e a ser fiscalizada, com a aprovação de normas para a imposição da multa administrativa (Portaria no 1.199).

A Lei de Cotas é uma ação afirmativa, que visa combater discriminações e possibilitar o acesso ao trabalho. Até 2019, ela garantiu a contratação de mais de 500 mil pessoas com deficiência. Um círculo virtuoso vai se estabelecendo: pessoas até então vistas como “incapazes” passam a contribuir para o crescimento econômico, a consumir e a pagar tributos e impostos. Mais empresas reconhecem a diversidade trazida pela condição da deficiência como positiva, ao estimular a inovação e a descoberta de talentos e potenciais; contribuir para a qualidade do clima institucional, para a imagem institucional, interna e externa; e evidenciar a existência de significativo nicho de mercado a ser explorado. Esses fatores apontam para a sustentabilidade do negócio.

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A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – CDPD (ONU, 2006) impulsionou a inclusão, em especial no Brasil, onde foi recepcionada com equivalência de Constituição Federal (Decreto Executivo 6.939/2009) e posteriormente pela Lei 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), que a efetivou.

A partir desse breve retrospecto, podemos dizer – com o respaldo da CDPD – que a inclusão é um processo histórico, em constante devir. Também constatamos que receber formação profissional e começar a exercê-la em um mundo com regras próprias e em constante transformação ainda é uma vivência recente para esse grupo populacional.

Chegamos então ao ano de 2020, que se revelou um turning point para o Brasil e para o mundo – e, claro, também para as pessoas com deficiência. A pandemia escancarou situações de vulnerabilidade e desigualdade que atingiram os segmentos mais frágeis da sociedade: pela primeira vez, a presença de trabalhadores com deficiência mostrou ligeiro decréscimo em relação aos trabalhadores sem deficiência. Trabalhar em casa (home office) nem sempre é possível, seja pela precariedade (ou ausência) de acesso à internet; a intranet, as plataformas e ferramentas digitais da empresa que frequentemente não têm acessibilidade digital; ou ainda pelas características da função exercida, que precisa ser presencial – para mencionar alguns entraves.

Embora os dados da RAIS 2020 ainda não estejam disponíveis, sites de anúncio de vagas e levantamentos parciais, feitos por consultorias especializadas, apontam menor procura ao longo de 2020, evidenciando que o impacto da pandemia também foi sentido por este expressivo segmento populacional. Por outro lado, há sinais que apontam um cenário positivo. Segundo a Page PCD, a qualidade das vagas melhorou. No ano passado, enquanto as posições para auxiliar caíram de 27% para 13%, a busca por pessoas com deficiência para gerência ou níveis superiores saltou de 1% para 21%.

FUTURO À VISTA

Além dessas questões, que podem ser consideradas circunstanciais, pois se espera que a pandemia seja controlada, há que se ampliar a visão: a Quarta Revolução Industrial (ou Indústria 4.0), anunciada desde 2016, está se acelerando a um ritmo exponencial e constitui uma preocupação global. Documentos como a Declaração Centenária para o Futuro do Trabalho (OIT, 2019) e a Agenda 2030 (destaque para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 8, 9 e 10) enfatizam a necessidade premente de incluir as pessoas com deficiência no contexto do crescimento econômico e do trabalho decente.

A publicação “Tornando Inclusivo o Futuro do Trabalho das Pessoas com Deficiência” (OIT, Fundação ONCE e Rede Global de Empresas e Deficiência/OIT – 2020) destaca o poder público, empresas, universidades, sindicatos e associações de pessoas com deficiência como sendo os agentes apoiadores que garantem, em um mundo em constante mudança, que as abordagens de trabalho estejam centradas nas pessoas com deficiência e outros grupos em situação de vulnerabilidade.

Já encontramos, no Brasil e em outros países, práticas de trabalho norteadas pelos princípios da inclusão e da equiparação de oportunidades. Porém, é necessário avançar mais, ampliando o espectro da articulação para envolver outros atores sociais.

UM CÍRCULO VIRTUOSO VAI SE ESTABELECENDO: PESSOAS, ATÉ ENTÃO VISTAS COMO “INCAPAZES”, PASSAM A CONTRIBUIR PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO, A CONSUMIR E A PAGAR TRIBUTOS

FAMÍLIA E ESCOLA

Destaco a importância de acrescentar pelo menos outros três atores sociais ao grupo de agentes apoiadores acima citados: a família, o sistema educacional (desde a creche) e órgãos e instâncias de representação, como o Ministério Público, que é uma instituição independente e não pertence a nenhum dos três poderes constitucionais, Conselhos de Defesa e Direitos de Pessoas com Deficiência, entidades representativas, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que tem comissões específicas, entre outras.

Ainda que o objetivo da publicação “Tornando Inclusivo o Futuro do Trabalho das Pessoas com Deficiência” contemple o mercado de trabalho formal, ou seja, que emprega pessoas com ou sem deficiência a partir de 16 anos de idade (exceto na condição de Aprendiz, cuja idade inicial é de 14 anos), considero relevante considerar os três atores sociais acima mencionados.

A família e a escola são as instâncias iniciais e decisivas para a formação da personalidade e o desenvolvimento do potencial social e mental que possibilitam ingressar no mundo do trabalho, seja como colaboradores ou como empreendedores. Também é preciso investir, desde o início da formação educacional, nas habilidades e atitudes que a Economia 4.0 demanda: saber fazer a curadoria das informações necessárias, investir na educação continuada (lifelong learning), estar constantemente atualizado, trabalhar em equipe e saber lidar com a fusão entre os mundos físico e virtual, entre outras habilidades.

Portanto, não é possível esperar até que as pessoas cheguem às universidades para que desenvolvam as habilidades requeridas pelo mercado. A participação é cada vez mais demandada, em todas as esferas da sociedade. Assim, é importante dialogar de forma mais próxima com as entidades de representação acima mencionadas, visando ao cumprimento dos dispositivos, valores e princípios constantes no atual ordenamento jurídico e marcos conceituais firmados pelo Brasil.

Quanto à Lei de Cotas, entendo que é necessário adequá-la à realidade atual. Esse é um processo a ser realizado de forma participativa, envolvendo os agentes apoiadores citados pela OIT e principalmente as próprias pessoas com deficiência, que devem ocupar cada vez mais o seu lugar de fala. Além disso, a adequação da Lei de Cotas deve estar fundamentada em pesquisas sobre a realidade do mercado de trabalho brasileiro.

Finalmente, nunca é demais enfatizar a importância que a Informação e a Comunicação têm ao longo de todo o processo recomendado: o desafio é chegar até a ponta, utilizando recursos de acessibilidade e todos os canais, dos acadêmicos às redes sociais, respeitando as diferentes culturas.

MARTA GIL é coordenadora executiva do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, consultora na área de inclusão de pessoas com deficiência, com ênfase em educação e trabalho, empreendedora social reconhecida pela Ashoka Empreendedores Sociais, palestrante em encontros nacionais e internacionais e escritora.

Rumo à desconstrução da invisibilidade social no mercado de trabalho formal

* Por MARIA DE FÁTIMA E SILVA

Toda sociedade que exclui pessoas
do trabalho por qualquer motivo –
sua deficiência, sua cor ou seu
gênero – está destruindo a
esperança e ignorando talentos.
Se fizermos isso, colocaremos
em risco todo o futuro.
Robert White

Quando falamos de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho se faz necessário entender que a cultura social marcada pelo assistencialismo, a caridade e a falta de informação pautaram nossa relação com o tema e ainda há muito que superar para desconstruir o ciclo de invisibilidade social ao qual estão submetidas, segundo Rosangela Berman Bieler em Desenvolvimento Inclusivo: uma Abordagem Universal da Deficiência (2006). Segundo Bieler, as pessoas com deficiência são escondidas das demais, tornando-se invisíveis a seus olhos, não se constituindo, portanto, em um problema na comunidade em que vivem.

Se não são problema social, e sim familiar, não há preocupação em oferecer a elas os mesmos serviços oferecidos aos demais cidadãos; se não são considerados cidadãos com direitos a serviços sociais, elas são discriminadas e por serem discriminadas são afastadas pela família dos demais cidadãos, e o ciclo não se interrompe.

Quando nos deparamos com essas pessoas, a nossa atitude revela não somente nossas crenças e valores individuais, como também o contexto social em que vivemos. Através de um condicionamento cultural assimilamos os preconceitos e reproduzimos estigmas de acordo com cada momento histórico. Dessa forma, a trajetória histórico-cultural das pessoas com deficiência reflete como se desenvolveram os valores da humanidade e nos ajudam a entender os motivos por que um dia condenamos ao extermínio membros imperfeitos e hoje estamos aprendendo a conviver com a diversidade humana.

CONQUISTA RECENTE

A Lei de Cotas completa 30 anos, porém, a avaliação de resultados de sua aplicação se dá a partir da sua regulamentação por meio do Decreto 3298/99, ou seja, nos últimos 22 anos, contados a partir da atuação da fiscalização das empresas que devem cumpri-la. Devemos reconhecer que passos importantes foram dados e algumas conquistas alcançadas.

Hoje pessoas com deficiência participam de processos de seleção com mais segurança, conhecem seus direitos, buscam melhoria profissional, contribuem com a renda familiar e, em muitos casos, são arrimo de família. Profissionais de RH (Recursos Humanos) aprofundaram seus conhecimentos, aprenderam novas formas de se comunicar com as pessoas com deficiência em busca de trabalho, trocaram informações entre si, desenvolveram programas, venceram desafios.

Essas mudanças trouxeram aos profissionais de RH a tarefa de rever seus conceitos e aprender sobre as formas de lidar com a diversidade humana. Hoje podemos conversar sobre experiências positivas da inclusão e como elas são úteis para a melhoria da qualidade das relações nas empresas. Relatos sobre superação e comprometimento são comuns quando se fala dos programas desenvolvidos. Entendemos que o processo de inclusão exige envolvimento, informação e vontade para promover a mudança cultural.

ENTENDEMOS QUE O PROCESSO DE INCLUSÃO EXIGE ENVOLVIMENTO, INFORMAÇÃO E VONTADE PARA PROMOVER A MUDANÇA CULTURAL

TRABALHO CONTÍNUO

Pessoas com deficiência devem ser contratadas por sua capacidade profissional e, caso seja necessária alguma modificação/adequação (compra de equipamentos, adaptações arquitetônicas etc.) para o desempenho de sua função, esta deve ser encarada como um dos investimentos que as empresas habitualmente fazem para promover a melhoria dos seus processos.

O cumprimento da legislação pede um trabalho contínuo tanto na busca quanto na retenção dos profissionais, bem como na concretização da inclusão, que exige um olhar atento para a qualidade dos processos. Pessoas com deficiência estão alcançando as mesmas oportunidades na organização? Estamos olhando para o desenvolvimento de suas carreiras, a transversalidade está inserida nesse contexto?

Os desafios ainda são muitos no momento que atravessamos um turbulento período que nos foi colocado pela pandemia da Covid-19. Profissionais de RH são desafiados a identificar e prover condições de acessibilidade para o desenvolvimento de trabalho home office, bem como estabelecer formas e critérios para acompanhar o desenvolvimento e resultado do trabalho realizado nessa condição.

Não se têm ainda resultados desse processo, porém trabalhadores com e sem deficiência devem ser ouvidos para que se possa avaliar esse novo momento. O que pensam do desenvolvimento das atividades nessa condição? O que lhes falta? As relações interpessoais, tão importantes para a mudança de cultura perante os profissionais com deficiência, estão comprometidas?

FORMAÇÃO DE REDES

A compreensão das dificuldades possibilitou o diálogo entre os parceiros e avanços na busca de formas de superar os desafios e garantir a qualidade nas ações de inclusão. A formação de redes por pessoas com deficiência, especialistas e profissionais que atuam em empresas vêm contribuindo para entender o processo, buscar referências e promover debates.

O comportamento das empresas e suas relações com seus públicos podem influenciar uma postura mais reflexiva em relação ao respeito à diversidade e aos direitos das pessoas com deficiência. Deixar claro uma postura inclusiva na relação com os atores envolvidos, divulgar ações e desenvolver materiais informativos contribuem para que mais e mais pessoas compreendam e valorizem o tema.

* MARIA DE FÁTIMA E SILVA é coordenadora do Programa Coexistir do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo, tem MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e experiência na área de educação com ênfase em ações de inclusão e gestão da diversidade no mercado de trabalho com planejamento, implantação e coordenação de programas de inclusão social, responsabilidade social e sustentabilidade.

DEBATE ONLINE

Evento organizado pela Câmara Paulista da Pessoa com Deficiência, com apoio do Sesc São Paulo, celebra o 30º aniversário da Lei de Cotas, nos dias 23 e 24 de julho. Na programação, debates online com especialistas de diversos segmentos levantam reflexões sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. No dia 24/7, será exibido um vídeo realizado pelo Sesc São Paulo junto a outras instituições: uma amostra de ações com foco na participação e cidadania das pessoas com deficiência. Saiba mais: https://www.camarainclusao.com.br/.

** Os textos são de responsabilidade exclusiva de seus autores, e não expressam, necessariamente, a opinião do SISTEMA REAÇÃO – Revista e TV Reação.

Fonte. https://revistareacao.com.br/30-anos-da-lei-de-cotas/

Postado por Antônio Brito

18/07/2021

Inspirada pela filha, paranaense cria Associação que faz próteses gratuitas para pessoas que não têm mãos

Uma mãe de São João do Ivaí, no norte do Paraná, criou uma associação que faz próteses gratuitas para pessoas que não têm as mãos. Foi pensando em ajudar a filha, a pequena Dara, que nasceu sem uma das mãos, que Geane Poteriko construiu uma rede de pesquisadores e voluntários que contribui para melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas.

A denominação da Associação Dar a Mão faz simultaneamente referência ao nome de Dara e ao verbo “dar”, remetendo à ação e “dar a mão”, oferecer ajuda e solidariedade para crianças que nasceram com condições físicas semelhantes às de Dara.

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A menina nasceu com agenesia de mão devido a uma condição rara chamada Síndrome da Brida Amniótica. Segundo pesquisas, esta síndrome afeta 1 a cada 1200 mil crianças nascidas em todo o mundo. No Brasil, na maioria dos casos não são detectados durante a gestação. No caso de Dara, a agenesia de mão só foi descoberta após seu nascimento, apesar do acompanhamento adequado da mãe durante todo o período Pré Natal.

As doações de próteses são resultado da batalha incansável da mãe. Desde que a filha nasceu, Geane passou a buscar respostas.

A partir do diagnóstico ela foi em busca de soluções, e viu que era possível fazer próteses usando uma impressora 3D.

A pequena Dara ganhou a dela há poucos meses, porque precisava completar 4 anos. Ao ver os progressos da filha, a mãe já se sente realizada. “A gente sabe até onde vai o amor de uma mãe pelo seu filho. É esse amor que motiva o nosso trabalho”, explica.

Antes mesmo da filha, Geane passou a ajudar outras pessoas, ao montar a Associação “Dar a mão”, que fornece próteses de graça para adultos e crianças de todo o país.

Tudo é coordenado por uma equipe de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Curitiba, que desenvolve próteses de baixo custo, para garantir a inclusão social.

“Uma criança com uma prótese que a gente desenvolve, ela consegue andar de bicicleta, tocar violão”, afirma o coordenador de Engenharia de Produção e Sistemas PUC, Osires Canciglieri.

Para a pesquisadora Lúcia Miyake, se cada um doar um pouquinho da sua habilidade, é possível melhorar a situação de várias pessoas. “Talvez, diminuir a limitação dela, e dar melhor qualidade de vida”, pontua.

E tem muita gente se doando, todos voluntários. O grupo que atua em São João do Ivaí é só uma pequena parte da rede de solidariedade que se formou no país, para ajudar as pessoas que precisam de uma prótese.

Atualmente, são mais de 100 voluntários espalhados pelo Brasil. Médicos, engenheiros, enfermeiros, fisioterapeutas, donas de casa. Cada um fazendo uma pequena parte: lixando, montando, até chegar na prótese em si. Como a usada pela Dara.

“A maioria da ajuda que nós recebemos, é com o serviço. Então, essas pessoas se dispõem a doar parte do seu tempo para poder nos atender. Nós temos um banco de dados, onde nós conectamos as pessoas que precisam do atendimento aos profissionais que estão dispostos a atender”, explica Geane.

Foi assim que o voluntário Rodrigo Pirozzi chegou até a estilista Talita Caroline Bento, que queria uma prótese. Os dois moram em Maringá, e não se conheciam.

“Eu mandei um e-mail geral para a associação e eles me responderam falando que tinham um associado que era próximo da minha casa. Em seguida, o processo foi super rápido”, conta a estilista.

A impressora que Rodrigo usa é resultado de uma vaquinha que fez entre amigos. Ele trabalha em casa, nas horas vagas. Para fazer uma prótese, são necessárias 30 horas.

“A satisfação de ver a pessoa ali… o primeiro sorriso que ela dá a hora que coloca o dispositivo na mão, é gratificante demais”, diz o voluntário.

Para Talita, o Rodrigo deu a ela o melhor que podia dar: o tempo. “É um gesto muito bonito dele e de todos que se dedicam. Não tem como agradecer”, declarou Talita.

Assista o Vídeo:

Publicado por Associação Dar a Mão

Fila de espera

Atualmente, cerca de 100 pessoas aguardam uma prótese de mão. O estudante Osni Ferreira é uma delas.

“Acredito que dentro de dois meses [receberá a prótese], devido ao dedo que eu tenho na mão, vai ser feita uma modelagem exclusiva”, comemora.

Osni se viu tão acolhido, que também passou a ajudar a associação. “Eu costumo dizer que aqui é a minha segunda família, não tem explicação, assim, para dizer o apoio, o carinho, o respeito que eu tenho de todos da associação”, afirma.

Quem quiser ajudar ou tirar dúvidas sobre as próteses, pode entrar em contato pela página do Facebook da Associação “Dar a Mão”.

associacaodaramao@gmail.com

http://daramao.org/

(43) 99846-9220

Fonte  https://revistareacao.com.br/inspirada-pela-filha-paranaense-cria-associacao-que-faz-proteses-gratuitas-para-pessoas-que-nao-tem-maos/

Postado por Antônio Brito

Sua empresa é acessível para pessoas com deficiência?

Você sabia que criar um ambiente mais acessível e inclusivo é responsabilidade de todos? Mas boa parte da população ainda desconhece as normas de acessibilidade no Brasil. Por isso, as empresas que cumprem as regras estabelecidas ainda são minoria.
Para ajudar a mudar esse cenário, a empresa britânica referência em auditoria e consultoria, Russell Bedford Brasil, realizará um evento no dia 21 de julho, gratuito e online, sobre acessibilidade nas corporações.
A Redução das Desigualdades faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, sendo a ODS10, e é um tema essencial para qualquer empresa com visão de futuro.
Para o bate-papo com o Comitê de ESG, haverá um especialista em desenvolvimento de softwares acessíveis e um analista de qualidade que possui deficiência visual total e congênita.
Serviço: ODS10 – Redução das Desigualdades
Data: 21/07/2021
Horário: 18h
Sobre a RUSSEL BEDFORD
A oportunidade de atender a um nicho de mercado ligado ao setor privado e público, bem como o espírito empreendedor de seus fundadores, foram as razões principais que levaram à criação das empresas que compõem a Russell Bedford Brasil, especializada em prestação de serviços, que atua em organizações de grande, médio e pequeno porte. Ao longo dos últimos anos, a Russell Bedford Brasil consolidou sua marca através de trabalhos realizados em todo o território brasileiro, atendendo às áreas de auditoria, consultoria, perícia, assessoria, tecnologia da informação e ministrando cursos de atualização. 

Fonte. https://revistareacao.com.br/sua-empresa-e-acessivel-para-pessoas-com-deficiencia/

Postado por Antônio Brito

17/07/2021

Cancelado seminário sobre uso da Educação Física na reabilitação de pessoas com deficiência

Seminário também vai debater a importância do profissional de educação física para a saúde

A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados cancelou o seminário que realizaria nesta terça-feira (13) para discutir a importância da Educação Física no processo de reabilitação da pessoa com deficiência.

O deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), que propôs a realização do seminário, defende que a educação física seja utilizada como uma ferramenta de utilidade pública para todo indivíduo.

"O poder público precisa reconhecer o profissional de Educação Física como um profissional da área da saúde, tendo em vista que são capazes de identificar a condição de saúde de seus alunos e de prescrever exercícios preventivos e corretivos de acordo com a necessidade de cada um, em especial para pessoas com deficiência", observa o deputado.

A comissão ainda não marcou nova data para discutir o assunto.

Da Redação - MB

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Postado por Antônio Brito

No limite de nós mesmas…

Por Márcia Gori 

Olá meninas !!! Hoje gostaria de conversar com vocês sobre os nossos sentimentos neste momento de isolamento social, como estamos nos sentindo fora do nosso dia a dia, algumas sem poder ir trabalhar, ver gente e sentir o abraço e o olhar social.

O isolamento social se torna necessário por questões de prevenção, o que está difícil mesmo é ver tantos de nós da militância indo embora, virando estrelinha em algum lugar, creio que isso dói muito mais.

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Sinto saudades dos nossos encontros, das nossas lutas e divergências, quando será que nos veremos novamente?

O que me preocupa, trazendo uma reflexão profunda como será que estamos, nós mulheres com deficiência, nesse isolamento ? Será que estamos sendo respeitadas ? E como será que está a violência doméstica ?

Por que diante dessa loucura toda que estamos vivendo, as pessoas à beira de um surto, sem dinheiro, com medo com o que pode acontecer amanhã, sem entender os seus próprios sentimentos e confusões emocionais, como está essa mulher nesta confusão toda ?

Sabemos que muitas famílias, cuidadores, não estão preparados para enfrentar tanta pressão e principalmente lidar com sentimentos desta mulher que também está tentando passar por todo este turbilhão, e ainda mais, com um risco maior de perder pessoas que as auxiliam e talvez a própria vida.

Tenho comigo que neste momento precisamos ser mais solidários, onde houver suspeita de violência, cada um de nós deve fazer denúncia e nos colocar mais à vista para auxiliar as pessoas neste momento.

A questão da violência doméstica é muito maior e mais grave do que pensamos, porque ela existe desde os primórdios dos tempos e cada vez que há uma pressão social por pandemias, crises mundiais (guerras, fome, calamidades), sabemos que é nesses momentos que aqueles que tem sentimentos ruins, ficam piores, e desperta muitas vezes um mal que chega a ferir a sociedade. Se analisarmos, não é culpa dessas pessoas, elas são consequências de toda estrutura familiar que muitas vezes está doente e ninguém se envolve para resolver, porque nós somos assim, é mais fácil fechar os olhos do que ter um trabalho de auxiliar, acolher e educar.

Estamos vivendo tempos críticos e atípicos, com nossas emoções saltando dos poros, vivendo forçadamente isolados, sem contato com pessoas. Só que temos que entender que o ser humano não sabe ficar isolado, e pior ainda, vivendo consigo mesmo.

O seu entorno fica raso, sem novas experiências e convivendo intimamente com suas dores e mazelas. É muita dor para entender !

Quando tudo estava “normal”, era mais fácil conviver consigo mesmo, dava para disfarçar as nossas dores. Mas agora está tudo muito escancarado, olhar para dentro e praticar o autoconhecimento não é fácil, precisa de coragem, determinação, fé em si mesmo e certeza que vamos sobreviver a todo esse furacão.

Quantas vezes já acordei no meio da noite com medo de que isso nunca mais vai acabar ? Medo de abrir as redes sociais e ver a notícia da morte de pessoas queridas minhas, assim como também de outras pessoas que não conheço, pois são queridas de alguém… É desgastante, doloroso e nos causa a sensação de impotência, entretanto,  estamos sendo forçados a ter fé e acreditar em Deus (não estou fazendo apologia religiosa, respeito toda forma de pensamento e sentimento), não tem como negar que existe uma força maior, com planos arrojados e corajosos para nossa evolução.

Dessa forma, volto a dizer que está em nossas mãos a justiça, o amor ao próximo ou o acolhimento da dor do outro. Caso tiverem contato um algum tipo de violência ao seu próximo, seja solidário, interfira, denuncie, acolha a vítima, porque a pior dor é você se sentir sozinho e ninguém para te ajudar.

Até nosso próximo encontro !!!

Márcia Gori é bacharel em Direito-UNORP, Presidente-fundadora da Ong “ESSAS MULHERES”, Idealizadora da Assessoria de Direitos Humanos – ADH Orientação e Capacitação LTDA, Ex-presidente do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência – CEAPcD/SP 2007/2009, ex – apresentadora do Programa Diversidade Atual no canal 30-RPTV, ex-Conselheira Estadual do CEAPcD/SP 2009/2011, ex-Presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de São José do Rio Preto/SP 2009/2012. Idealizadora do I Simpósio sobre Sexualidade da Pessoa com Deficiência do NIS – Núcleo de Inclusão Social da UNORP, Seminário sobre Sexualidade da Pessoa com Deficiência na REATECH 2010 a 2015, co-realizadora do I Encontro Nacional de Políticas Públicas para Mulheres com Deficiência em 2012, capacitadora e palestrante sobre Sexualidade, Deficiência e Inclusão Social da Pessoa com Deficiência, modelo fotográfico da Agência Kica de Castro Fotografias.

E-mail: marcia_gori@yahoo.com.br

Fonte. https://revistareacao.com.br/no-limite-de-nos-mesmas/

Postado por Antônio Brito