O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio do Departamento Técnico, comunicou aos clubes, associações e entidades esportivas de atletismo, halterofilismo, natação e tiro esportivo a suspensão do calendário de competições regionais e nacionais para o primeiro semestre de 2021.
A decisão foi tomada pelo Departamento Técnico e o Comitê de Crise do CPB devido ao aumento do número de casos de Covid-19. O CPB atua como confederação das quatro modalidades sendo o responsável pela organização e realização de eventos no país. Em março do ano passado, todo o calendário esportivo foi suspenso.
O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, segue fechado para o público em geral. Em julho de 2020 a prefeitura de São Paulo concedeu autorização ao CPB para a reabertura do CT Paralímpico para um pequeno grupo de esportistas treinarem no local. Atualmente, cerca de 50 atletas do centro de referência de atletismo, natação e tênis de mesa treinam regularmente no CT Paralímpico seguindo os protocolos de segurança estabelecidos pela entidade.
Com os Jogos Paralímpicos de Tóquio marcados para agosto deste ano, de 24 de agosto a 05 de setembro, o CPB focará exclusivamente neste primeiro semestre no processo de qualificação e preparação dos atletas para o maior evento esportivo do mundo. Reuniões virtuais com dirigentes e treinadores ocorrerão, por modalidade, para apresentação e discussão de uma proposta de classificação e preparação para os Jogos na capital japonesa.
NOTA OFICIAL DO CPB
Às entidades, associações e clubes que participam das competições de Atletismo, Halterofilismo, Natação e Tiro Esportivo Prezados presidentes, diretores e amigos,
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) preza, antes de tudo, pela saúde e segurança dos atletas, treinadores, colaboradores, familiares, torcedores e de todos os apaixonados e envolvidos na causa paralímpica. Por este motivo, o CPB toma medidas para mitigar os riscos da exposição ao novo coronavírus desde março de 2020. Essas medidas incluíram a confecção do protocolo de retorno às atividades esportivas paralímpicas, o cancelamento do calendário esportivo de 2020, a instituição de um Comitê de Crise para tomadas de decisão sobre assuntos relacionados à pandemia, entre outras.
Com os números crescentes nos casos de infectados em todo o mundo, a segunda onda da pandemia e, principalmente, considerando os números em nosso país, o Comitê de Crise do CPB decidiu pela não realização de competições esportivas antes do mês de junho de 2021.
Na iminência do início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio que, certamente é o momento mais importante para a comunidade esportiva, e baseada nas decisões do Comitê de Crise do CPB, a Diretoria Técnica, no intuito de nortear nossa comunidade esportiva mesmo neste momento de tantas incertezas, resolve o que segue:
1º) Não ocorrerão campeonatos regionais ou nacionais no primeiro semestre de 2021 nas modalidades atletismo, halterofilismo, natação e tiro esportivo;
2º) Com a proximidade dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, o primeiro semestre de 2021 será focado exclusivamente no processo de qualificação e preparação para os Jogos.
3º) Serão realizadas reuniões virtuais específicas por modalidade esportiva com dirigentes e treinadores de atletas que têm chances de participarem dos Jogos Paralímpicos de Tóquio para apresentação e discussão de uma proposta de qualificação, classificação e preparação para os Jogos.
A respeito das reuniões virtuais serão encaminhados links para participação de forma específica para cada modalidade esportiva em data e horário a confirmar.
Agradecemos pela atenção e compreensão de todos neste momento difícil que vivemos. Sempre na esperança de um ano melhor, desejamos muita saúde para todos.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro
Após o Presidente da República, Jair Bolsonaro, em 6 de janeiro, se manifestar sobre a inclusão de pessoas com deficiência na escola regular comum, 18 Instituições assinaram nesta semana uma carta contra as declarações. De acordo com o jornal Correio Braziliense, o presidente teria se posicionado favoravelmente à segregação de alunos, ao afirmar a uma professora que um “garoto muito atrasado” na mesma “sala com os melhores, não vai dar certo”. Ainda de acordo com a reportagem, Bolsonaro disse que “a tendência é todo mundo ir na esteira daquele com menor inteligência, nivela por baixo”.
No documento, as Entidades defendem que a educação inclusiva é um direito assegurado a todas as crianças e adolescentes no Brasil, por força da Constituição Federal, de normas nacionais e de tratados de direitos humanos com os quais o país se comprometeu na esfera internacional. As Instituições também reforçam que a educação inclusiva é a base para vivermos em uma sociedade inclusiva, diversa e plural e ressalta que as pessoas com deficiência têm o direito de estarem na escola regular comum, pois é a partir da convivência e da troca de vivências e experiências que a aprendizagem acontece para crianças e adolescentes, independentemente de suas peculiaridades – entendimento este já especialmente comprovado, pois existem estudos de instituições reconhecidas em todo o mundo que demonstram os bons resultados do processo de inclusão.
Para comprovar a linha defendida, a carta também menciona o estudo realizado pelo Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação (CEPI) do Instituto Jô Clemente, que durante três anos acompanhou 109 crianças com deficiência intelectual que saíram da escola especial que a Organização mantinha até 2010. Por meio de avaliações, entrevistas com professores e observações, constatou-se que 62 crianças deste grupo que foram para as escolas regulares comuns apresentaram maior desenvolvimento em relação às que foram para escolas especiais, além de grandes conquistas na autonomia, independência, sociabilidade e comunicação, o que demonstra que a educação inclusiva é sem dúvida o melhor caminho para a inclusão.
Por fim, diante das declarações, as Entidades reforçam que são contrárias a qualquer forma de segregação de alunos e a quaisquer retrocessos que impactem a atual política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva e reafirmam o compromisso a favor, pois somente amparados na garantia da igualdade, da justiça e da não-discriminação é possível, tendo a educação como ferramenta, construir uma sociedade mais inclusiva e democrática.
A Pessoa com Deficiência deve ser Prioridade na Campanha de Vacinação
Parecer Dra. Kathiene Ibiapino, Advogada, OAB/SP nº 325.624 – Especialista aos Direitos e Garantias da Pessoa com Deficiência – Membro da Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB/SP Seccional São Bernardo do Campo.
A pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual , sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
A grande maioria de pessoas com deficiência possuem mais chances de terem comorbidades. As comorbidades são sintomas ou condições que agravam o estado saúde da pessoa com deficiência – são exemplos de comorbidades (fobias – separação, compulsivo, toque), TDAH, DI, défit de linguagem, doenças genéticas, gastro intestinais, dificuldades de alimentar, seletividade alimentar, epilepsia, dificuldades respiratórias, distúrbio do sono, comprometimento motor severo, entre outras.
Isto significa, que, as pessoas com deficiência pertencem ao grupo de risco à COVID-19, sendo um público com a saúde mais fragilizada e na possibilidade de contrair a COVID-19, terão mais chances do estado de saúde agravar, mais tempo de internação, ter seqüelas irreversíveis ou pior ainda o óbito – como infelizmente é o caso de diversas pessoas com deficiência.
O plano de vacinação contra a COVID-19 apresentado pelos governos federal e estadual- excluem as pessoas com deficiência do grupo prioritário, sendo uma verdadeira afronta aos princípios da Constituição Federal, a Convenção aos Direitos das Pessoas com Deficiência e diversas leis federais.
Primeiramente, a pessoa com deficiência tem o direito adquirido – conforme aplica-se o artigo 5º, inciso XXXVI da Constituição Federal
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Vale mencionar, sobre a Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência – na qual é recebida como emenda constitucional - Aprovada pelo Decreto Legislativo de nº 186/2008 e promulgada pelo Decreto nº 6.949 de 25/08/2009.
O propósito da presente Convenção é promover proteger a assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades e fundamentais por todas as pessoas com deficiência promover o respeito pela sua dignidade inerente, entre outros dispositivos que tratam-se sobre a não exclusão e não discriminação da pessoa com deficiência – bem como, ao seu direito a saúde e dignidade humana.
O direito adquirido da pessoa com deficiência para a prioridade no atendimento a saúde – encontra-se previsto na lei federal – Lei Brasileira de Inclusão de nº 13.146 de 06 de julho de 2015 – artigo 9º inciso I, “ A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de: I- proteção e socorro em quaisquer circunstâncias”. E parágrafo segundo: “ Nos serviços de emergência público e privados, a prioridade conferida por esta lei condicionada aos protocolos de atendimento médico”.
Outrossim, destaco o capítulo III – Do Direito à Saúde - artigo 18 inciso IV: – “É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todo os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário. IV- Campanhas de Vacinação.
Diante dessa gama de direitos fundamentais mencionados que amparam o direito e garantia da pessoa com deficiência em participar prioritariamente da campanha de vacinação contra a COVID-19, o plano de vacinação não mencionando a participação prioritária das pessoas com deficiência, é discriminatório afronta os princípios da Constituição Federal.
As diferentes diretorias técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram pela aprovação das vacinas de Oxford e também da Coronavac no Brasil, ambas usadas para o combate à Covid-19.
A aprovação, que é realizada em caráter emergencial, decorreu ao longo da tarde deste domingo, 17. Os diretores realizaram longos discursos para justificarem seus votos favoráveis, levando em consideração os resultados técnicos das pesquisas realizadas com ambos os medicamentos.
Com isto, o Ministério da Saúde está autorizado a adquirir e passar a aplicar as vacinas na população brasileiro. De acordo com o ministro Eduardo Pazuello, o Brasil começará a vacinar no dia 20 de janeiro, ou seja, na próxima quarta-feira.
A Revista Reação obteve informações oficiais do Ministério da Saúde e da Secretaria paulista dos Direitos da Pessoa com Deficiência sobre a vacinação para as pessoas com deficiência.
A Assessoria de Imprensa do Ministério de Saúde, em NOTA OFICIAL, informa que “o PNI está organizando como será a distribuição, de acordo com os grupos prioritários contemplados no *Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. A população estimada para vacinação nas primeiras fases encontra-se na página 22 e 40 do Plano, mas segue também descrita abaixo:
– Forças de Segurança e Salvamento – 813 mil
– PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS PERMANENTE SEVERA – 7,7 MILHÕES
– Transportadores Rodoviários de Cargas – 1,9 milhão
– Trabalhadores Transporte Coletivo – 678 mil
– Funcionário do Sistema de Privação de Liberdade – 18 mil
– População privada de liberdade – 753 mil
– Quilombolas – 1.133.106 milhões
– Trabalhadores da educação – O subgrupo de Ensino Básico consta com o quantitativo de 2.707.200 milhões de pessoas e a educação superior com 399.428 mil
O plano de comunicação da campanha, com as estratégias estabelecidas, está em fase de finalização e será lançado em breve”.
O Ministério da Saúde não esclareceu a informação que consta no Plano Nacional: “pessoas com deficiência permanente severa de 18 a 59 anos, dados do Censo do IBGE, de 2010”. O Departamento de Jornalismo aguarda maiores informações sobre esses dados e se realmente só essa faixa etária será vacinada nos grupos prioritários.
VACINAÇÃO EM SÃO PAULO
De acordo com a Comunicação Institucional da Secretaria paulista dos Direitos da Pessoa com Deficiência, “o Estado de São Paulo, com apoio do Instituto Butantan, tem trabalhado incansavelmente há meses visando à disponibilização de vacinas contra COVID-19 na rede pública de saúde. A vacina do Butantan é segura, eficaz, e o início da vacinação em SP está previsto para o dia 25 de janeiro. Por questões de risco de letalidade e vulnerabilidade à COVID-19, serão vacinados, no primeiro momento, todos os profissionais da saúde, indígenas, quilombolas e os idosos, que correspondem a 77% das vítimas fatais da doença”
Já conforme a Nota Oficial, “as pessoas com deficiência no Estado de São Paulo serão imunizadas conforme o protocolo e atualmente, inclusive, 42% delas têm 60 anos ou mais, e, portanto, já estão contempladas na primeira fase da campanha. É compromisso do Governo de SP o planejamento da imunização, com definição de cronogramas e população-alvo, baseado em protocolos técnicas e normas estabelecidas pelas autoridades sanitárias”.
Procurada desde 13/janeiro, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo não respondeu aos questionamentos feitos pelo Departamento de Jornalismo da Revista Reação em relação a vacinação destinada às pessoas com deficiência.
Neste sábado, foi divulgada uma **Carta Aberta, com a assinatura de diversas instituições e grupos que solicita a priorização das pessoas com deficiência nos planos de vacinação. O documento é encaminhado aos gestores de Saúde dos governos federal, estadual e municipal.
Link para acesso do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação
O Transporte Coletivo em Aracaju e sua Região Metropolitana tem expandido cada vez mais seus serviços na busca de acomodar seus usuários da melhor maneira possível. E sempre mantendo o diálogo com todas as categorias, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), em parceria com a SMTT Aracaju e o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência, lançou neste mês os adesivos da acessibilidade visual.
O adesivo, que consiste em identificar através das cores das bengalas o grau de deficiência visual do usuário no momento em que ele adentra o veículo, é mais uma forma de inclusão dentro do transporte público.
Para saber mais
Existem três cores diferentes de bengalas para pessoas com deficiência visual. A branca é usada por pessoas que são cegas. Já a verde, por pessoas que tem baixa visão. Enquanto isso, a branca e vermelha são para pessoas que, além de não enxergar, também não escutam. Essa iniciativa é uma maneira de não só ajudar os colaboradores do Transporte Público local, que têm sido capacitados a respeito da temática, como também informar a população sobre essa demanda.
No quadro “Sem Preconceito” desta sexta-feira (15) conversamos com o estudante de jornalismo Leonardo Seibel. Ele nasceu sem a visão no olho esquerdo. Resultado de uma doença hereditária chamada glaucoma, que mais tarde também afetou o olho direito —neste, o universitário tem “baixa visão”.
“O preconceito é uma questão complicada. A gente encontra em vários lugares. Em todos os lugares praticamente que a gente vai”, afirma o estudante. Ele vê que não é por maldade, mas por desconhecimento da deficiência. “As pessoas não sabem como tratar o deficiente, sentem um certo receio.”
“Nós, deficientes, temos que lidar com isso. Temos que explicar: ‘o que eu posso, o que eu não posso.’ Precisa de boa vontade das duas partes”, explica sobre a relação com pessoas que tem um tratamento inadequado com portadores de deficiência.
No dia a dia, ele conta que uma das suas maiores dificuldades está relacionada a sua locomoção. Dependendo de onde precisa ir, sempre há alguém que o acompanha. Já em seus trajetos diários, decorou os caminhos e, portanto, consegue realizá-los de forma independente.
Na escola, o uso da tecnologia viabilizou o seu aprendizado de forma facilitada. “Tanto na vida escolar, quanto na acadêmica, a gente passa por algumas adaptações. Sempre com algum auxílio tecnológico que facilite a minha visualização e produção dos conteúdos. Sempre tive esta facilidade e benefício de contar com este auxílio”, relata Seibel.
O estudante de jornalismo é assessor de imprensa na Univates. Na profissão, não encontrou dificuldades na parte de escrita e áudio. Seu maior deficit é com a fotografia pela falta de visão. “A profissão do jornalismo é bem ampla, por isso, acredito que ela é bem acessível para pessoas com deficiência, seja visual, ou qualquer outra”, analisa.
Quando o assunto é acessibilidade, ele acredita que a região está evoluindo, mas a passos lentos. “É uma luta diária”.
Seibel tem o sonho de ser radialista. Já fez um curso na área em 2019, e acompanhou os bastidores da Rádio Independente à época.
Alexandre Frota: “O Estado tem de respeitar seus cidadãos, por meio do convívio e do aprendizado com as diferenças”
O Projeto de Lei 3035/20, do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), institui a Política de Educação Especial e Inclusiva, para atendimento às pessoas com transtorno mental, transtorno do espectro autista (TEA), deficiência intelectual e deficiências múltiplas.
Entre os objetivos da política estão: - oferecer oportunidades educacionais adequadas às necessidades dos alunos; - definir a atuação interdisciplinar como ferramenta para o trabalho dos profissionais envolvidos; e - estabelecer padrão mínimo para formação acadêmica e continuada de profissionais e para a constituição de equipes multidisciplinares.
De acordo com a proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, as escolas da educação básica deverão promover a adaptação do ambiente, levando em consideração, além do déficit de mobilidade, a realidade neurossensorial e o comportamento do estudante, sem custos adicionais para pais ou responsáveis.
As salas de aula com educandos que tenham transtorno mental, TEA, deficiência intelectual ou deficiências múltiplas deverão conter dois professores: um de educação regular; e um especialista em educação especial, para aplicação efetiva do plano educacional individual do aluno.
“Cada cidadão com deficiência vive essa condição de maneira única e precisa ser atendido a partir dessa unicidade, a fim de exercer em plenitude seus direitos básicos”, afirma Frota.
Atendimento multidisciplinar Concomitantemente, deverá ser assegurado aos estudantes o atendimento por equipe multidisciplinar, composta por profissionais das áreas de terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e de psicopedagogia.
Ainda de acordo com o texto, o poder público ficará responsável por estruturar essas ações intersetoriais.
A Política de Educação Especial e Inclusiva também prevê o oferecimento de transporte gratuito aos alunos, a fim de garantir sua locomoção para realizar atividades ligadas à educação, à assistência, à saúde, à cultura e ao lazer.
Centros de convivência Além disso, o Estado deverá implantar centros de convivência voltados ao público com transtorno mental, TEA, deficiência mental e deficiências múltiplas. Esses espaços serão mantidos em parceria com instituições especializadas, com ou sem fins lucrativos, com orçamento da educação, da saúde, de fundos sociais e de fundos de interesses e metas individuais.
Tramitação A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência; de Educação; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Diana Barroso (43) é assistente social e sempre carregou a vaidade como uma forte característica de sua personalidade. Desde pequena vestia os sapatos da mãe, amava andar com as peças de roupa combinando e se sentia belíssima ao passar maquiagem. Embora essas sejam tarefas que parecem simples de serem executados no dia-a-dia, uma condição que faz parte da vida de Diana acabava dificultando com que ela conseguisse realizá-las com perfeição: uma deficiência visual.
Com apenas 8 anos, Diana recebeu o diagnóstico de uma doença degenerativa da retina chamada “Doença de Stargardt”, responsável por deixá-la com apenas 5% da visão, conforme os anos foram passando. Em 2012, ela já não conseguia distinguir cores, detalhes e a sua imagem no espelho. Tudo isso acabou afetando o traço de sua personalidade que ela muito valorizava: a vaidade. A maquiagem, por exemplo, precisou ser adaptada e, após esbarrar na falta de pessoas que falassem sobre esse assunto, encontrou uma pessoa que faria toda a diferença nos próximos anos.
quem faz a diferença
Em 2016, Diana conheceu Themis Briand (35), “Life Encourage”, como a mesma se denomina, que vestiu-se da palavra “empatia” em seu significado mais sincero, a fim de levar acessibilidade e empoderamento feminino à mulheres com deficiência visual. Com uma amiga deficiente, Themis criou o quadro “Beleza Para Todos” em seu canal do Youtube, onde focou na missão de ensinar essas mulheres a se maquiar e garantir que elas tivessem, assim como Diana, sua vaidade de volta.
“Como eu não sou deficiente eu nunca tinha parado pra pensar nisso, nessa necessidade que é natural de toda pessoa que gosta de se cuidar, que é a automaquiagem. Eu tenho uma amiga chamada Thais, de infância, que possui baixa visão e eu fui acompanhando isso tudo de perto, toda essa adaptação dela“, conta a maquiadora. “Em 2016 estávamos viajando e ela não estava se sentindo bem. Foi aí que pediu pra eu fazer uma make e levantar o astral dela. No fim ela gostou e o noivo dela falou ‘Amor, você ficou uma gata, devia andar mais assim’. Isso deu um start nela, mas esbarrou na dificuldade visual: como eu vou andar sempre assim sem depender de ninguém?“.
desenvolvimento de técnicas
Nenhuma das duas encontrou informações sobre o assunto e foi aí que Themis pensou em inovar e ela mesma ser a responsável pelo pioneirismo da automaquiagem para deficientes visuais. Determinada, ela apagou todas as luzes, fechou os olhos e começou a criar técnicas de maquiagem para transmitir à mulheres com essa condição. Quando começou a ver que isso poderia dar certo, passou para o Youtube, onde teve retorno de pessoas do país inteiro.
“Eu fui usando só o tato e o olfato, fui sentindo cheiros, texturas, o produto aplicado na pele. Com isso comecei a ver onde faltava produto, se tinha excesso, no caso da sombra, a pele fica mais aveludada e aí para ficar os dois lados iguais eu conto o numero de vezes que eu passo em cada um“, conta.
“Fui substituindo o pincel pelo dedo. Ainda sobre a sombra, eu tive um insight de usar aquela fita micropore para delimitar a área do meu olho e aí a sombra não vai vazar, foi uma técnica que deu super certo“. Conforme foi testando, Themis foi descobrindo técnicas para poder passar a seu público tanto em vídeos do youtube, quanto através de cursos presenciais.
Themis aperfeiçoou as técnicas e começou a dar cursos presenciais
Themis aperfeiçoou as técnicas e começou a dar cursos presenciais
Themis aperfeiçoou as técnicas e começou a dar cursos presenciais
“Depois do presencial, eu pude ampliar esse meu conhecimento convivendo até com mulheres cegastotais”. Desde 2017, a maquiadora dá cursos presenciais, onde consegue perceber um grande impacto na vida das mulheres com deficiência visual:
“O antes e depois delas é transformador elas sentem que são capazes. Você conferir autonomia e independência é muito poderoso, elas começam a sentir que é possível. Elas se sentem bem e bonitas, e sabem que não vão precisar de ninguém, a independência é uma questão muito sensível para quem tem a deficiência”.
a falta da cultura de inclusão: capacitismo é um obstáculo
Themis e Diana evidenciam muito a falta da cultura de inclusão das pessoas deficientes como um grande obstáculo para que haja uma maior acessibilidade tanto de marcas, quanto de pessoas produzindo conteúdo e entendendo o quão importante é dar visibilidade a esse assunto. “As pessoas me falam ‘nossa mas você é tão bonitinha, como é que é deficiente visual?’ como se minha autoimagem não combinasse com a imagem que as pessoas tem com deficientes visuais. Pessoas sempre me questionaram ‘pq você se arruma’? como se eu não tivesse nem mais o direito de ter vaidade“, conta Diana, ao reforçar a figura equivocada que a sociedade nutre.
E isso faz muito parte de um capacitismo (preconceito com pessoas deficientes) enraizado, que dificulta com que as pessoas acreditem que pessoas com qualquer deficiência possam realizar todas as tarefas do dia a dia. Themis enfatiza que com isso há a falta de vontade em aprender a elaborar produtos mais inclusivos e até mesmo a falta de conhecimento que vendedores possuem na hora de apresentar utensílios de maquiagem para mulheres com deficiência. “Isso não é um assunto muito tratado, nunca falam sobre isso, as marcas não tem esse preparo pra atender esse tipo de pessoa e aí elas ficam inseguras, sentem que não é pra elas“.
transformando o projeto em uma marca para todos
Themis ouvia muito das mulheres que faziam o curso o quanto os produtos não eram acessíveis. Vestindo-se mais uma vez de empatia, ela resolveu ir atrás de fazer seu próprio produto. Em contato com a marca Lab You, a maquiadora desenvolveu um batom carregado de acessibilidade. Todos os batons da linha da life encourager acompanham um QR Code para deficientes visuais, que direciona a um vídeo de Themis, onde conseguem entender a cor, a composição e como passar o produto nos lábios.
“As meninas tem amado muito, disseram que resolveu a vida dela (risos). Elas acharam super fácil o método. O batom ainda é vegano e eu coloco todas as informações da composição dele na descrição do vídeo. É o primeiro produto do mundo que elas vão ter acesso fácil“, relata Themis. A maquiadora ainda revela o sonho de ser abraçada por mais marcas e poder fazer ainda mais produtos que possuem
“Eu tenho fé de que um dia as marcas realmente vão adotar essa técnica, essa acessibilidade. A gente está aqui desde 2016, vai fazer 5 anos que eu estou nessa batalha para que essa pauta tenha visibilidade. É importante demais dar independência às mulheres e fazê-las perceber que, independente da deficiência, elas podem tudo.”
Além disso, ela ainda abriu o produto para revenda durante a pandemia, com o objetivo de promover ainda mais a autonomia dessas mulheres, que agora além de terem a chance de consumir um produto pensado nelas, poderão ter uma renda extra com isso.
a importância para o empoderamento e a autoestima
Além de aprender muito com as dicas de Themis, Diana é consumidora do batom e diz que tudo isso realmente mudou sua vida. “Saber me maquiar, saber que eu to saindo de casa e está tudo no lugar, e conseguir ressaltar minha beleza, me enche de autoconfiança. Minha autoestima é como a de qualquer mulher. Como qualquer mulher eu sou empoderada e agora vejo que posso me maquiar”.
Ela ainda ressalta mais a importância da criação do produto acessível: “A gente merece ser incluída como qualquer outra pessoa, ser acolhida, é importante sermos acolhidas em qualquer assunto. Não existe assunto pra quem é e não é deficiente, somos todos iguais, mesmo que cada um com suas especificidades. A gente precisa estar incluído nos ambientes para nos sentirmos participantes do mundo. E o mundo que as mulheres com deficiência visual vivem existe tem muito da maquiagem e da vaidade“.
Com relação às marcas, Diana também aponta a escassez da inclusão:
“Nós não somos incapazes, nos só precisamos de uma adaptação. Há um nicho de mercado que as pessoas ainda não perceberam que é importante. Não tem uma vez que não sou elogiada pela maquiagem que eu não lembre da Themis, essas pessoas fazem a diferença.”
Conheça o grupo de apoio à pessoas com doenças retinianas e familiares, clicando aqui.
Um dos maiores nomes do esporte paralímpico brasileiro, o ex-nadador Clodoaldo Silva foi convidado nesta segunda-feira pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência da Prefeitura do Rio de Janeiro, para se tornar embaixador da pasta, que é comandada por Helena Werneck na capital fluminense.
Aos 41 anos, Clodoaldo é dono de 14 medalhas na natação paralímpica, incluindo seis ouros e seis pratas, e de 19 nos Jogos Parapan-Americanos, das quais 13 são de ouro. Após se aposentar das raias depois dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio, o ex-nadador passou a se dedicar à conscientização e a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade.
– Estou muito feliz pelo convite e reconhecimento. A deficiência estabelece limites, mas nunca incapacidade. Apresentei minhas ideias e propostas, e fui tratado com muita dignidade e respeito – disse o multi medalhista paralímpico.
Responsável pela secretaria e fundadora de um instituto voltado para a inclusão de pessoas com deficiência, Werneck se disse emocionada pela parceria com Clodoaldo:
– Estou muito feliz em receber um campeão da vida. Clodoaldo é uma referência em dignidade, honra e esperança para que tenhamos um mundo mais acessível.
Segundo o subsecretário da pasta, Daniel Bove, Clodoaldo contribuirá com o desenvolvimento de projetos e políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência através da secretaria, que foi criada em 1920 na cidade do Rio e, em 2019, foi remodelada através da integração com a Subsecretaria de Inovação.
“Estou muito feliz pelo convite e pelo reconhecimento. A deficiência estabelece limites mas nunca incapacidade. Apresentei minhas ideias e propostas, e fui tratado com muita dignidade e respeito”, afirmou Clodoaldo Silva.
Reconhecendo a importância da inclusão e independência de pessoas com deficiência visual, a Fundação Dorina Nowill para Cegos abre inscrições para 12 cursos de qualificação profissional e 2 oficinas para desenvolvimento pessoal. A programação contará com aulas de Informática Básica, Atendimento ao Cliente, Auxiliar Administrativo, Empreendedorismo, Oficina de Talentos e Massoterapia. Já estão abertas as inscrições para participar do projeto e as primeiras turmas terão início em fevereiro de 2021.
As atividades aplicadas pela instituição serão em sua maioria no formato EAD. Por isso, será necessário que os estudantes possuam computador e internet em casa. O curso de Informática promove domínio básico do Pacote Office (Windows, Word, Excel, Outlook), além de internet e digitação, com a utilização do leitor de tela NVDA (NonVisual Desktop Access). Já o de Atendimento ao Cliente, promove a capacitação para que os alunos realizem atendimento de diversas formas, seja presencial, telefônico ou por internet.
No de Auxiliar Administrativo são desenvolvidos conhecimentos sobre gestão, funcionamento de uma empresa, linguagem empresarial e postura profissional. A Oficina de Talentos promove o desenvolvimento das habilidades do participante visando as futuras entrevistas de emprego, habilitando-o por meio de técnicas comportamentais, oratórias e linguagem-corporal a ter um bom desempenho nas dinâmicas.
Já as aulas de Empreendedorismo buscam incentivar os estudantes a criarem seu próprio negócio, desde a ideia inicial de abrir uma empresa, à execução do projeto, seja a venda de um produto ou serviço a ser oferecido. Aos interessados em Massoterapia, serão ministradas técnicas de Quick Massage e Reflexologia, sempre com foco na qualificação profissional e empregabilidade das pessoas com deficiência visual.
“Sabemos que o mercado está cada vez mais exigente e que a desinformação cria ainda mais barreiras para as pessoas com deficiência. Por isso, nós investimos constantemente na qualificação profissional de cegos e pessoas com baixa visão para que elas se sintam ainda mais capacitadas e preparadas para eventuais oportunidades de trabalho”, diz Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina Nowill para Cegos.
As inscrições para os próximos cursos e oficinas já podem ser realizadas pelo site da Fundação Dorina Nowill para Cegos. Os interessados devem ter mais de 16 anos, ensino médio completo ou em conclusão. É importante ressaltar que os cursos de Atendimento ao Cliente, Auxiliar Administrativo, Empreendedorismo e Massoterapia exigem conhecimento prévio em Informática.
De acordo com Bruno Yan Santarres, jovem de 20 anos e morador de Igarapava, interior de São Paulo, o curso de informática à distância, oferecido pela Fundação Dorina Nowill para Cegos, conta com uma dinâmica de ensino que faz toda diferença. Segundo ele, os professores estão dispostos a sanar todas as dúvidas da classe. Além disso, o rapaz elogia toda a equipe de atendimento da instituição, pois os profissionais prestam auxílio ao estudante desde o momento da inscrição até o início das aulas.
A aluna de 26 anos, Bruna Eduarda Rodrigues, mora em Caçador, Santa Catarina. Ela conta a importância deste curso EAD para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. “Além de aprimorar as minhas habilidades para o meu currículo, o método de ensino oferecido pela instituição se mostra diferente, pois temos contato com toda a classe. Isso incentiva as nossas habilidades de comunicação e interação humana, mesmo à distância. Sem contar que os professores procuram realmente ajudar a turma”.
Em Irecê, município da Bahia, o jovem Frailan da Silva, de 20 anos, também está matriculado nas aulas de informática. Ele elogia a parte técnica de seu aprendizado em Word, Excel e Pacote Office. “A Fundação Dorina Nowill para Cegos está de parabéns por preparar uma grade de ensino rica em conteúdo que incentiva o aprendizado do aluno. Estou me desenvolvendo mais a cada dia, pois antes eu não sabia nem formatar um arquivo sozinho. Hoje tenho mais autonomia e conhecimento para realizar essa e outras atividades no computador”.