Critérios de concessão e os limites da gratificação serão definidos pelo Poder Executivo
O Projeto de Lei 1573/20 institui uma gratificação extraordinária de combate à Covid-19 aos agentes comunitários de saúde e aos agentes de combate às endemias, enquanto durar no Brasil o estado de calamidade pública em razão da pandemia.
Pelo texto, os critérios de concessão e os limites da gratificação serão definidos pelo Poder Executivo. O governo federal poderá também encaminhar ao Congresso Nacional pedido de crédito extraordinário para fazer frente às despesas.
Deputados argumentam que agentes de saúde fazem o primeiro contato com a população, principalmente a mais carente
“Nada mais justo que o Estado melhorar a condição material desses profissionais, mesmo sendo algo temporário, para possibilitar o empenho máximo de cada servidor, que terá a missão de cuidar da vida de milhares de cidadãos, em especial dos que estão no grupo de risco”, afirmam na justificativa do projeto. inda segundo a proposta, o extra não se incorporará ao salário do agente e não poderá ser utilizado como base de cálculo para qualquer outra vantagem, nem para aposentadoria ou pensão.
Pesquisadores do Instituto Butantan trabalham na identificação de anticorpos que poderão ser utilizados em composto para combater o novo coronavírus. Os chamados anticorpos monoclonais neutralizantes serão produzidos por células de defesa selecionadas pelos pesquisadores, que estão no sangue de pessoas que se curaram da doença.
“Temos que identificar os linfócitos B [células de defesa] que produzem anticorpos contra o coronavírus. E, entre esses, identificar aqueles que produzem anticorpos que são de fato capazes de neutralizar a ação do vírus e são capazes de bloquear a entrada do vírus na célula, que são os que a gente chama de anticorpos neutralizantes, aqueles que de fato neutralizam o vírus”, explicou a pesquisadora Ana Maria Moro, do Instituto Butantan, que coordena o estudo.
O trabalho segue o princípio da transferência passiva de imunidade, que é o mesmo da transfusão de plasma sanguíneo de pessoas curadas de covid-19, que contém anticorpos contra a doença, para tratar pacientes infectados. A utilização do plasma é uma opção de tratamento imediata, que já está sendo testada em pacientes no Brasil e depende de constantes doações para manter os estoques.
Já a identificação dos anticorpos neutralizantes deve levar pelo menos um ano, mas vai possibilitar uma maior precisão do tratamento. Segundo Ana Maria, o anticorpo já foi selecionado e é apenas o do tipo neutralizante.
A pesquisadora explicou que o uso de anticorpos monoclonais não é uma abordagem para uso imediato, mas é uma abordagem promissora. “Os anticorpos monoclonais são produzidos de forma precisa, de forma homogênea, todas as pessoas vão receber aquele mesmo produto, que é 100% puro [para combater especificamente o coronavírus]”, disse.
Dessa forma, os anticorpos seriam produzidos em laboratório. “Nós buscamos, no sangue das pessoas [curadas de covid-19], os linfócitos que produzem os anticorpos específicos e, a partir disso, por engenharia genética, nós criamos as células no laboratório produzindo especificamente esses anticorpos. Então são produtos padronizados, isso a gente precisa fazer no laboratório, é demorado”, explicou a pesquisadora.
Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), este estudo utiliza uma plataforma já existente criada para o desenvolvimento de anticorpos monoclonais humanos para diferentes doenças. A plataforma está em fase avançada para obtenção de anticorpos monoclonais para o tratamento de zika e tétano.
As contas de luz do período de 1º de abril a 30 de junho deste ano serão isentas para as famílias de contemplados pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) que estão inscritas na Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE). A garantia foi determinada pela Medida Provisória nº 950, do último dia 8 de abril, que dispõe sobre medidas temporárias emergenciais para o setor elétrico durante o enfrentamento da pandemia de coronavírus (Covid-19). Para ter a isenção na conta, o consumo de energia elétrica deve ser igual ou inferior a 220 kWh por mês. O benefício também vale para pessoas inscritas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal.
“Os beneficiários do BPC e as pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal terão desconto de 100% na tarifa de energia elétrica. Essa é uma importante medida que visa proteger esse público de mais baixa renda, que é afetado pela crise econômica decorrente do coronavírus”, afirma André Veras, diretor do Departamento de Benefícios Assistenciais da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) do Ministério da Cidadania. “É importante que essas pessoas tenham a segurança de continuar cumprindo as medidas de isolamento, mas de uma forma que não as afete mais ainda no aspecto econômico”, ressalta.
BPC atende idosos e pessoas com deficiência. Foto: Min. Cidadania
O BPC garante a transferência mensal de um salário mínimo à pessoa idosa (65 anos ou mais) e à pessoa com deficiência de qualquer idade. Esses beneficiários também têm direito à TSEE, na forma de um desconto na conta de luz que, em geral, varia de 10% a 65%, de acordo com o consumo mensal de cada família, até o limite de 220 kWh. A Medida Provisória, contudo, garante a isenção total da tarifa, por três meses, para esse grupo. Para os inscritos no Cadastro Único e beneficiários do BPC que possuam a TSEE, a medida será realizada de forma automática. Inscrição na TSEE
Para o domicílio que ainda não esteja na Tarifa Social, a orientação é que um dos integrantes da família entre em contato por telefone com a companhia de energia elétrica local que atenda a residência, evitando, assim, o deslocamento até os pontos de atendimento presencial. “O ideal é que a pessoa não vá até a companhia de energia elétrica. Entrem em contato porque as companhias elétricas têm tido essa flexibilidade, de forma que não haja a necessidade de deslocamento”, alerta André Veras.
Será necessário fornecer as seguintes informações: nome do beneficiário; número do benefício (NB); CPF e carteira de identidade, ou outro documento de identificação oficial com foto; e código da unidade consumidora a ser beneficiada, que consta na conta de luz. Na análise do requerimento da TSEE, a companhia elétrica verificará se o BPC está ativo e se o beneficiário é cliente residencial. A Tarifa Social será aplicada para apenas uma residência, seja ela própria ou alugada.
“Caso haja necessidade de presença física, o orientado é que não seja o beneficiário do BPC, sobretudo os idosos e as pessoas com deficiência que se enquadrem no grupo de risco do Covid-19, e que vá um integrante da família para apresentar os documentos necessários para o benefício”, explica o diretor. “Essa é uma medida que vai proteger essa população de baixa renda que já está beneficiada com a Tarifa Social de Energia Elétrica, de forma a resguardar as condições básicas desse beneficiário do BPC e sua família”, destaca. Ascom – Ministério da Cidadania Fonte http://desenvolvimentosocial.gov.br/imprensa/Noticias/familias-do-cadastro-unico-e-de-beneficiarios-do-bpc-tem-isencao-na-conta-de-luz-por-tres-meses Postado por Antônio Brito
O Piauí ocupou o 1° lugar no índice de isolamento social em todo o Brasil na última sexta-feira, 10 de abril. O estado está fazendo um monitoramento de geolocalização por meio da empresa Startup In Loco.
A meta estabelecida pelas organizações de saúde é de 73% no índice de isolamento, essa taxa é considerada a mínima para impedir a alta disseminação do coronavírus. Nenhum estado conseguiu atingir essa meta até o momento, mas o Piauí se destacou com 61% nessa sexta.
A agência In Loco possui uma tecnologia que monitora a localização de 60 milhões de aparelhos smartphones em todo o país, sem identificar pessoas, garantindo o anonimato e consiste em analisar o tempo que um smartphone fica parado em um mesmo lugar, para saber se o isolamento está sendo cumprido.
Foto: Luis Marcos/ VIAGORA
Avenida Nossa Senhora de Fátima, zona Leste de Teresina
Além de comemorar o primeiro lugar em relação aos demais estados, algumas cidades piauienses conseguiram atingir a meta estabelecida como as cidades Lagoinha do Piauí e Juazeiro do Piauí, que atingiram a faixa de isolamento social de 78%, bem acima da média estabelecida. Outras cidades como São Lourenço (75,80%), Jatobá do Piauí (74,60%), Sebastião Leal (73,70%), Tamboril do Piauí (73,60%), Capitão Gervásio Oliveira (73,60%) e Caxingó (73,50%) também se mantiveram acima da média estabelecida.
Segundo o comandante da Polícia Militar do Piauí, Lindomar Castilho, o monitoramento é feito todos os dias e serve como ferramenta auxiliar para que as Secretárias de Segurança, Saúde e Polícia Militar possam detectar possíveis locais de aglomeração.
“O aplicativo tem acesso ao ranqueamento de 204 municípios piauienses e, através desses dados, galgamos identificar possíveis locais de aglomeração. Como os dados não são transmitidos em tempo real, mas sim de um dia para o outro, o app ganha a função de nos munir com informações”, pontua.
Ela tem 25 anos de idade, é paranaense de Curitiba, quase uma advogada formada e com 1,30m de altura. Essas são as características de Dafne Anãzinha, uma anã (claro) que ganha a vida como garota de programa na sua cidade natal e que, aos poucos, vem se tornando uma webcelebridade – ela tem um blog e um canal no Youtube onde relata o dia a dia com os seus clientes.
Isso lembra uma outra história famosa, não é? “Eu uma nova Bruna Surfistinha? Cada pessoa é única, ela é única, não penso nisso. Minha história é diferente, sou diferente. Sou uma anã, tenho esse diferencial. Mas a admiro demais”, diz Dafne em entrevista ao iG Deles.
Dafne começou a fazer programas, basicamente, por falta de dinheiro. Ela cursa o último ano da faculdade de Direito e encontrou na prostituição uma saída para continuar pagando suas contas. E, ao contrário de Bruna Surfistinha, ela tem uma boa convivência com a família.
“Antes de tudo, contei para minha mãe que iria começar a fazer programa. Minha família aceita numa boa. E minha mãe até me disse: ‘Se você já está transando de graça com todo mundo agora, é melhor ganhar dinheiro com isso’. A minha família é bem tranquila. Meus pais ficam preocupados, mas não me julgam”, conta.
A pequena Dafne é a única anã da família – ela tem mais duas irmãs e um irmão – e pretende continuar fazendo programas mesmo depois de formada. “Preciso de dinheiro para montar escritório, essas coisas, e também porque peguei gosto por isso, né?”, fala, sorrindo. “Na verdade, estou bem perdida. Não sei se vou advogar ou continuar fazendo programas. Quero levar as duas coisas paralelamente, mas uma hora vou ter que decidir por uma”, completa.
PRECONCEITO
Se a família de Dafne aceita sua condição numa boa, o mesmo não se pode dizer dos colegas de faculdade. “Na minha classe já sabem que eu faço, mas ninguém fala nada. Mas já roubaram gasolina do meu carro, riscaram a lataria”, lamenta.
“Não quero mais, rola muita droga com alguns jogadores. Uma vez, até devolvi o dinheiro para um deles. Sou muito pequena e eles ficam muito violentos nessa loucura, não tenho como me defender”
E até com cliente. “Sempre tem uns comentários maldosos. Uma vez peguei um cara que começou a me chamar de mini puta, mas eu fico bem tranquila. Às vezes a pessoa está com problema em casa, está com o psicológico abalado; 99% dos clientes são casados, aí, podem usar esse artifício de me humilhar para se sentir bem”, analisa.
BOLEIRO, ATOR, POLÍTICO…
A lista de homens que procuram Dafne é recheada de gente famosa. “Bastante deputado aqui de Curitiba me procura”, conta. Jogadores de futebol também são clientes comuns, mas alguns atletas são problema para ela.
“Não quero mais, rola muita droga com alguns jogadores. Uma vez, até devolvi o dinheiro para um deles. Sou muito pequena e eles ficam muito violentos nessa loucura, não tenho como me defender. Já aconteceu de um começar a gritar, ser inconveniente. Mas não são jogadores aqui da cidade, são de fora mesmo, que vêm jogar contra os times daqui”, relata Dafne.
A anã lembra também de um momento engraçado com um ator famoso. “Um ator que atendi tinha uns pedidos muito esquisitos. Ele queria vestir minha calcinha. Eu deixei, mas morri de rir na hora”.
PEDIDOS BIZARROS, MAIS DINHEIRO
O valor do programa com Dafne é R$ 300. E ela não cobra por hora. Se o cara quiser e puder ficar com ela três ou quatro horas, ela aceita numa boa. “Gosto de ficar com o cara. Estou mudando totalmente esse mundo e tem muita gente brava comigo, como cafetões, outras garotas de programa. Os clientes falam que saem com as meninas e elas me xingam. Já me procuraram também pelo celular e me xingaram, mas nem respondia, só bloqueava”.
“Na hora do programa, ele pediu para eu defecar em um prato para ele comer”
Mas Dafne avisou que pode aumentar o valor do seu cachê. Basta fazer um pedido bizarro. “Uma vez, um cara me ligou e pediu pra eu comer mamão e banana com aveia na semana. Só comi alimentos que estimulam o intestino. Aí, na hora do programa, ele pediu para eu defecar em um prato para ele comer”, explica.
“Em uma outra vez, um cliente pediu para eu soltar gases na cara dele depois de um sexo oral. Alguns também pedem para eu urinar no rosto. Nesses casos, cobrei R$ 1 mil, porque achei nojento. Quando é mais estranho, cobro mais”, justifica Dafne.
A garota de programa avisou que também não faz inversão (que é transar com o cara usando um acessório com pênis). “Sinto ânsia de vômito, fazer isso é muito estressante”.
Só clientes altos
A maioria dos caras procura Dafne por puro fetiche, por curiosidade em transar com uma anã. Ela sabe disso e ainda surpreende ao revelar que só atende homem alto. “Eles sempre falam que me procuram por esse fetiche, por serem altos e eu, baixa, por curiosidade. Para saber se é melhor ou pior que outras mulheres. Meus clientes têm de 1,80 m para cima, é difícil pegar cliente de baixa estatura. Eles falam que é bom, que é diferente, que é gostoso. Por isso, sempre voltam a me procurar, sempre”.
O sucesso é tanto que a garota de programa já teve que cancelar três números de Whatsapp pelo excesso de mensagens recebidas. “Uma vez, recebi umas cinco mil, o telefone até travou e nem conseguia atender ligações”, diz Dafne.
Domingo a domingo
A moça de Curitiba trabalha diariamente, de domingo a domingo, mas atende apenas um cliente por dia. “Às vezes, até acontece de atender um de manhã e outro à tarde, mas prefiro só um por causa da minha limitação física”, define.
“Tenho muita facilidade para chegar ao orgasmo e, quando tenho, fico bem sensível lá embaixo, aí, não consigo transar com outro cara na sequência. Fico cansada, e prefiro não atender ninguém cansada. Prefiro fazer só um atendimento por dia, mas um atendimento de qualidade”, finaliza.
#PraTodosVerem: Quadro marrom claro, nele está o desenho de um rádio de pilha, ele é predominantemente cinza e ao redor dele tem traços escuros e claros. Fim da descrição. Foto: Felipe Catto
Em tempos de Coronavírus a solidão vem sendo pauta devido ao isolamento (necessário) para que possamos controlar a propagação do vírus. No entanto, a solidão já está presente na vida das pessoas com deficiência, pois muitos de nós vivemos sozinhos, já que há uma real dificuldade de interação social, seja por falta de acessibilidade ou de empatia, além disso, muitos de nós estamos isolados dentro da própria família, ou seja, existe sim uma exclusão familiar por conta da deficiência.
Em níveis moderados a solidão é positiva para que possamos ter um tempo para nós, mas vale lembrar aqui que nenhum de nós humanos poderia viver completamente sozinho, visto para a sobrevivência da nossa espécie é fundamental a interação social.
Durante minhas pesquisas para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e para artigos posteriores, questionei pessoas com deficiência sobre inclusão na mídia, e dentro disso, muitos destacaram a companhia do rádio, ou seja, havia ali duas coisas importantes: havia solidão, mas havia uma companhia chamada rádio. E entrevistando pessoas com deficiência intelectual consideravelmente severa, ouvia deles a palavra “rádio” para ouvir “música e notícia”, claro que precisava considerar o quanto a opção da família afetava essas decisões, mas o registro se tornava fantástico quando a pessoa dizia “rádio” e sorria.
E por falar em rádio, ele a solidão se misturam, pois quem nunca teve esse aparelho fantástico como companhia durante uma noite de insônia, durante uma viajem ou mesmo num dia sem luz que o radinho de pilha te salvou. Lembre-se quantas músicas especiais, quantas notícias boas e outras nem tão boas assim, ou mesmo os gols do seu time. Enfim, o rádio é uma companhia histórica do brasileiro.
Em outra pesquisa que fiz em outubro de 2018 questionei as pessoas nas redes sociais sobre qual mídia atendia melhor suas necessidades. As opções eram Rádio, TV, Internet, Jornal e Revista, e novamente, o rádio se destacou sendo o mais votado com 48%, com isso foi possível concluir que o rádio sempre esteve presente na vida dessas pessoas, é sim uma forma de companhia, e destaca-se pela linguagem e acesso fácil e multiplicidade de conteúdo.
Por isso, aquele radinho de pilha, muitas vezes lembrança (ou herança) do avô e que carrega muitas histórias, pode ser a única companhia de alguém. Quando se sentir sozinho ouça música, ouça notícias, ouça qualquer coisa, mas ligue um rádio.
Decisão liminar concedida pela Justiça Federal de Goiânia vale para todo o país
O Ministério Público Federal (MPF) conseguiu liminar determinando a concessão do passe livre às pessoas com deficiência, aos idosos e aos jovens de baixa renda em todos os veículos destinados ao transporte rodoviário interestadual, independentemente da categoria do serviço ofertado. A decisão judicial, que vale para todo o território nacional, é da 6ª Vara da Justiça Federal de Goiânia e foi proferida em Ação Civil Pública (ACP), no dia 7 de abril.
Para a procuradora da República Mariane Guimarães de Mello Oliveira, autora da ação, decretos federais e resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ao regulamentarem a legislação que concedeu o benefício, restringiram a concessão da gratuidade no transporte interestadual de passageiros apenas ao serviço convencional, limitação esta não prevista em lei, o que se mostra flagrantemente ilegal.
Além disso, a ANTT, ao fixar o mínimo de uma viagem por semana em cada trecho para manter o direito à licença operacional das empresas de transporte coletivo interestadual, limitou o direito ao passe livre. Com isso, prejudicou o usufruto da ação afirmativa instituída em benefício das pessoas com deficiência, idosas e jovens de baixa renda, que lhes garantiria a inserção social por meio da mobilidade. Para o MPF, a ilegalidade da resolução da ANTT é flagrante, pois acabou por boicotar o direito dos beneficiários, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, ao exercício pleno da cidadania.
Agora, com a liminar, o benefício diário do passe livre não se restringe apenas ao serviço convencional, passando a valer, também, para outros veículos destinados ao transporte rodoviário interestadual, como os ônibus executivos, leitos e semileitos.
O MPF cobrará da ANTT a fiscalização rigorosa do cumprimento da determinação da Justiça Federal a fim de garantir o direito dos beneficiários. Cabe destacar que ainda cabe recurso da liminar concedida.
Nas últimas duas semanas, a África do Sul passou por uma situação excepcional que os médicos ainda não conseguem explicar: uma queda brusca e inesperada na taxa diária de novas infecções pelo novo coronavírus.
Um sinal claro disso está nos hospitais do país, que tinham se preparado para receber um volume alto de pacientes.
Os leitos e enfermarias estão prontos para eles, cirurgias não urgentes foram remarcadas e ambulâncias foram equipadas, enquanto equipes médicas vêm ensaiando protocolos sem parar e autoridades de saúde passam longas horas em reuniões pela internet preparando e ajustando seus planos de emergência.
Mas, até agora, contra a maioria das previsões, os hospitais sul-africanos permanecem tranquilos: o "tsunami" de infecções que muitos especialistas previram não se concretizou. Pelo menos, ainda não.
"É meio estranho, misterioso. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo", diz Evan Shoul, especialista em doenças infecciosas de Johanesburgo.
Tom Boyles, outro médico de doenças infecciosas, do Hospital Helen Joseph, um dos maiores centros de saúde pública de Johanesburgo, também diz que todos estão "um pouco perplexos".
"Estamos falado que é a calma antes da tempestade há cerca de três semanas. Estávamos preparando tudo aqui. E essa tempestade simplesmente não chegou. É estranho."
Os especialistas em saúde alertam, no entanto, que é muito cedo para interpretar a falta de casos como um progresso significativo no combate à epidemia e estão preocupados com o fato de que isso pode até mesmo gerar um perigoso sentimento de complacência.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, sugeriu que as duas semanas de isolamento no país até agora são responsáveis por estes índices e prorrogou a vigência das restrições em todo o país, que deveriam terminar em uma semana, para o final do mês.
No entanto, outras países que também impuseram quarentenas não obtiveram resultados semelhantes.
Rastreamento de contatos agressivo
Na África do Sul, até 13 de abril, foram relatados 2.173 casos e 25 mortes por coronavírus. É o país mais afetado do continente até agora.
Quase cinco semanas se passaram desde o primeiro caso confirmado de covid-19 na África do Sul e, até 28 de março, o gráfico do número de novas infecções diárias seguiu uma curva ascendente acelerada.
Até então, tudo era semelhante ao que acontecia na maioria dos países onde os casos também haviam sido detectados nas mesmas datas.
Mas, naquele sábado, a curva caiu bruscamente: de 243 novos casos em um dia, para apenas 17. Desde então, a média diária ficou em cerca de 50 novos casos.
Será que o isolamento precoce e rígido da África do Sul e o trabalho agressivo de rastreamento de contatos com pessoas infectadas estão realmente funcionando? Ou é apenas uma pequena melhora antes de um desastre?
No final da semana passada, o presidente Ramaphosa disse que era "muito cedo para fazer uma análise definitiva", mas considerou que, desde que a quarentena foi introduzida, o aumento diário de infecções diminuiu de 42% para "cerca de 4%".
"Acho que quanto mais pessoas testamos, mais revelamos se isso é uma anomalia ou se é real", disse Precious Matotso, especialista em saúde pública que monitora a pandemia na África do Sul em nome da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Medos de complacência
Na África do Sul, o argumento de que é cedo para tirar conclusões sólidas sobre a propagação do vírus é uma visão comum.
"É difícil prever qual caminho seguiremos: uma taxa de infecção alta, média ou baixa. Não temos evidências amplas", diz Stavros Nicolaou, executivo da área de saúde que agora coordena parte da resposta do setor privado à pandemia.
"Pode haver sinais precoces positivos, mas meu medo é de que as pessoas comecem a se sentir tranquilas (e baixem a guarda), com base em dados limitados", acrescenta ele.
Mas essa "calma antes de uma tempestade devastadora", conforme descreveu o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, na semana passada, está causando inúmeras especulações.
A suposição generalizada é de que o vírus, introduzido na África do Sul e em muitos outros países africanos em grande parte por viajantes mais ricos e visitantes estrangeiros, chegaria inevitavelmente a bairros mais pobres e superpopulosos e se espalharia rapidamente.
Segundo especialistas, essa continua a ser a próxima fase mais provável do surto, e várias infecções já foram confirmadas em vários municípios.
Mas médicos da África do Sul e de alguns países vizinhos notaram que os hospitais públicos ainda não viram qualquer indício de aumento nas internações por infecções respiratórias, o sinal mais provável de que, apesar das evidências limitadas, o vírus está se propagando em ritmo intenso.
Uma teoria diz que os sul-africanos podem ter uma certa proteção contra o vírus. Alguns alegam que isso pode ser devido a uma variedade de fatores médicos, desde a vacina obrigatória contra a tuberculose que todos recebem ao nascer até o impacto dos tratamentos antirretrovirais, ou o possível papel de diferentes enzimas em diferentes grupos populacionais. Mas essas suposições não foram verificadas.
"Essas ideias já existem há algum tempo. Ficaria surpreso se fosse o resultado de uma vacina. Essas teorias provavelmente não são verdadeiras", diz Boyles.
O professor Salim Karim, principal especialista em HIV da África do Sul, acredita que essas são "hipóteses interessantes", mas nada além disso. "Acho que ninguém no planeta tem as respostas", afirma.
Shoul, entretanto, diz que o país ainda está se "preparando como se um tsunami estivesse chegando". "O sentimento ainda é de grande expectativa e nervosismo", afirma ele.
Incerteza
A verdade é que essa situação, diferente do acontece na maior parte do mundo, leva especialistas a considerar se não seria uma queda antes do que um médico chamou de possível "aumento astronômico" de novos casos.
Vários críticos manifestaram preocupações de que o sistema de saúde público tenha demorado a implementar um regime agressivo de testes e, atualmente, seja excessivamente dependente de clínicas particulares para detectar novas infecções.
Documentos internos do Departamento de Saúde aos quais a BBC teve acesso apontam para crescentes preocupações sobre má administração dos sistema público, em especial no que diz respeito à baixa testagem.
Mas essas preocupações pela crescente confiança de que a abordagem "baseada em evidências científicas" do governo para a pandemia também pode estar dando resultado.
A informação foi dada por cientistas israelenses. Essa seria a primeira vacina contra a doença a ser disponibilizada no mercado. Centenas de pesquisadores participaram do projeto.
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As agências penalizadas são as localizadas em Casa Amarela e Encruzilhada. A multa só será retirada após a implantação das medidas preventivas. (Foto: Procon / Divulgação)
O Procon-PE multou duas agências da Caixa Econômica Federal (CEF) em R$ 20 mil, cada, por dia, por descumprirem determinações do órgão no sentido de evitar aglomerações, impedindo assim a disseminação do novo coronavírus. As agências penalizadas são as localizadas nos bairros de Casa Amarela e Encruzilhada. A multa só será retirada após a implantação das medidas preventivas.
Na semana passada, fiscalizações foram realizadas e as instituições financeiras notificadas. O órgão de defesa do consumidor foi verificar se havia marcação no chão nas áreas internas e externas, obedecendo ao distanciamento de no mínimo um metro entre as pessoas; chegou, ainda, se havia um funcionário orientando os consumidores para utilizar outros meios para ter acesso ao banco, a exemplo de aplicativos e telefones, e se há distribuição de fichas na entrada do estabelecimento, para evitar aglomerações nas agências.
Nesta terça (14), fiscais do órgão retornaram aos estabelecimentos e constataram que as irregularidades permanecem nas agências, tanto na área externa como na interna. “A orientação é que elas consigam manter de forma efetiva o atendimento, mas com a obrigação de manter o distanciamento entre os consumidores e adotando as demais medidas de prevenção”, explica o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.
As agências da Caixa que ficam na Avenida Marquês de Olinda, no Recife Antigo, e no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, foram fiscalizadas na última segunda (13). No dia seguinte, uma equipe retornou ao local, mas, ambas estavam cumprindo com as medidas. Foi aberto um processo administrativo e a Caixa Econômica tem um prazo de dez dias para apresentar defesa.