31/03/2020

Casos de violência doméstica já aumentaram 9% durante isolamento social

Acirramento das tensões dentro de casa pode gerar um salto na escalada da violência e resultar em maior risco de feminicídios, alerta promotora de Justiça

Tarde Nacional

No AR em 30/03/2020 - 17:54

O isolamento social por causa da pandemia da Covid-19 pode representar um risco ainda maior de acirramento da violência doméstica, especialmente para mulheres que são vítimas constantes deste tipo de agressão.

Vários países estão registrando aumento do número de casos, como explica a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Fabíola Sucasas Negrão Covas.

Confira no player abaixo:

"Na China, as delegacias registraram três vezes mais casos. No Brasil já se anuncia um aumento de 9% das ligações no Disque 180", afirmou.

 A casa deveria ser o lugar mais seguro para a mulher neste período de quarentena, mas não é o que ocorre quando a violência também está confinada no mesmo ambiente. "Não só a ONU Mulheres, mas relatórios de direitos humanos da Human Rights Watch apontam para os impactos da violência de gênero em época de covid-19, em especial o risco de violência contra as meninas e contra as mulheres", alerta a promotora.

Segundo ela, é preciso lembrar que o isolamento e o confinamento, mesmo fora desta pandemia de Covid-19, já é considerado uma forma de violência. "O isolamento é utilizado pelos agressores como uma forma de controle psicológico, a fim de ampliar e manter o poder deles sobre as mulheres. Também é considerado um fator de risco para as mulheres porque reduz o contato social da vítima com seus amigos, com seus familiares, reduz as possibilidades dessa mulher se defender, sair de uma situação de violência doméstica, criar uma rede de apoio e buscar ajuda."

Companheiros e ex-companheiros figuram entre 88,8% dos casos de índice de feminicídio. Dentro de casa, as meninas também estão dentro de um cenário muito arriscado de violência sexual, assim como as mulheres idosas, que são agredidas pelos filhos adultos dentro deste cenário de maus tratos. 

 "O acirramento das tensões dentro de casa pode gerar o que chamamos de uma progressão por salto na escalada da violência, e resultar em um maior risco do feminicídio. Se antes a escalada poderia passar por vários anos, por vários períodos, por vários tipos de violência, é possível que as mulheres estejam agora em maior risco de encontrar, no feminicídio, o pior resultado deste cenário", alertou.

Fonte https://radios.ebc.com.br/tarde-nacional/2020/03/casos-de-violencia-domestica-ja-aumentaram-9-durante-isolamento-social
Postado por Antônio Brito 

Senado aprova bônus de 600 reais para trabalhadores que perderam renda por causa do coronavírus

O benefício terá a duração de três meses, conforme projeto aprovado nessa segunda-feira pelo Senado Federal

Aprovada no senado a renda básica emergencial de 600 reais para  trabalhadores informais e em situação de vulnerabilidade social em razão a pandemia do coronavírus. A sessão foi por videoconferência em votação simbólica com 79 votos a favor. A proposta segue para sanção presidencial.

Como os senadores optaram por não fazer mudanças no texto, para evitar que ele voltasse para câmara, um outro projeto que amplia o benefício para outras categorias será analisado nesta terça-feira (31).

Os senadores querem incluir, por exemplo, pescadores artesanais, taxistas e motoristas de aplicativos na lista de beneficiários. Quem vai relatar a proposta é o senador Espiridião Amin, do PP de Santa Catarina.

Pela proposta já aprovada nessa segunda-feira, a ajuda terá duracao de  três meses, sera limitada a dois trabalhadores por família e pode chegar a 1200 reais. No caso de mães que criam seus filhos sozinhas, podem receber duas cotas.    . 

O projeto chegou ao Congresso com o valor R$ 200 proposto pelo governo. Mas após articulação entre os partidos e pressão das legendas de oposição, ficou acertado que a ajuda seria de 600 reais.  

Fonte https://radios.ebc.com.br/reporter-nacional/2020/03/senado-aprova-bonus-de-600-reais-para-trabalhadores-que-perderam-renda-por

Postado por Antônio Brito 

Recolhimento do FGTS de domésticos pode ser suspenso por 3 meses

Adiamento do recolhimento faz parte do enfrentamento do coronavírus

O empregador doméstico também poderá deixar de recolher o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com vencimento em abril, maio e junho. O adiamento do recolhimento é uma das medidas anunciadas pelo governo para o enfrentamento do novo coronavírus ( covid-19).

Para ter a suspensão da exigibilidade do recolhimento do FGTS, os empregadores permanecem obrigados a declarar as informações, até o dia 7 de cada mês, por meio do Conectividade Social ou eSocial.

O empregador que não prestar a declaração da informação ao FGTS até o dia 7 de cada mês deve realizá-la impreterivelmente até a data limite de 20 de junho de 2020 para que não haja incidência de multa e encargos.

“As informações prestadas constituem declaração e reconhecimento dos créditos delas decorrentes, caracterizam confissão de débito e constituem instrumento hábil e suficiente para a cobrança do crédito de FGTS”, diz circular da Caixa Econômica, gestora do FGTS.

Rescisão do contrato de trabalho

Se houver rescisão do contrato de trabalho, o empregador passa a ser obrigado a recolher as parcelas do FGTS suspensas, bem como os demais valores devidos ao recolhimento rescisório, sem incidência da multa e encargos devidos.

O pagamento referente à suspensão será feito em seis parcelas fixas com vencimento no dia 7 de cada mês, com início em julho de 2020 e fim em dezembro de 2020. Se houver inadimplência, haverá cobrança de multa e bloqueio do Certificado de Regularidade do FGTS.

Os certificados vigentes no dia 22 de março deste ano tiveram o prazo de validade prorrogado por 90 dias, a partir da data do vencimento.

Fonte https://agenciabrasil.ebc.com.br/

Postado por Antônio Brito 

ONG acusa Grécia de deter migrantes em condições inaceitáveis

Situação pode potencializar pandemia de covid-19

A organização não governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) acusou hoje (31) as autoridades gregas de deterem arbitrariamente quase 2 mil migrantes em condições inaceitáveis, que podem potencializar a pandemia de covid-19, negando-lhes o direito de apresentar pedidos de asilo.

Segundo a ONG, as autoridades afirmam que mantêm os recém-chegados, incluindo crianças, pessoas com deficiência, idosos e mulheres grávidas, em quarentena devido à pandemia de covid-19. A organização alega, no entanto, que "a ausência de precauções básicas de saúde provavelmente irá ajudar o vírus a espalhar-se".

"Forçar as pessoas, algumas das quais com alto risco de doença grave ou morte, a viver em condições insalubres sujas e apertadas é uma receita para espalhar o vírus, sem mencionar que é degradante e desumano", afirmou Belkis Wille, da HRW.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infectou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 148.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar situação de pandemia.

*Emissora pública de televisão de Portugal

Fonte https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2020-03/ong-acusa-grecia-de-deter-migrantes-em-condicoes-inaceitaveis

Postado por Antônio Brito 

Fibromialgia e dor nos flexores do quadril

Não é incomum ter problemas nos flexores do quadril ou dor nessa área quando se vive com fibromialgia. Os quadris, os flexores do quadril e a região lombar estão correlacionados com as áreas de dor da fibromialgia devido a áreas doloridas ao redor da região lombar, muito mais áreas do ponto de gatilho e outras condições que afetam as áreas circundantes. 
Os músculos flexores do quadril permitem que seus quadris se movam com flexibilidade. Você libera esses músculos cada vez que move as pernas, e isso significa que seus quadris estão envolvidos na maioria dos movimentos que você faz ao longo do dia, em média.Uma pessoa saudável não percebe com que frequência usa os flexores do quadril, mas quem vive com fibromialgia que sente dor nos flexores do quadril estará bem ciente disso com mais regularidade.

Tratei pessoalmente com dor nos flexores do quadril e depois reforcei mais essas áreas enquanto desenvolvia exercícios fibro mais seguros após minha histerectomia completa três anos atrás. Sim, eu entendo. Veremos mais adiante no final deste artigo.Embora existam algumas lesões e condições médicas conhecidas que podem causar dor nos flexores do quadril, pode ser difícil identificar uma causa direta dessa dor em uma pessoa com fibromialgia, exceto pelas muitas atividades diárias às quais frequentemente me refiro.Podemos considerar a dor como outro sintoma da doença diagnosticada ou demorar mais para determinar uma causa exata da dor. De qualquer forma, a dor da fibromialgia e do quadril flexor geralmente é incapacitante se não for tratada com eficácia e rapidez.

FONTE  http://fibrotips.site/fibromialgia-e-dor-nos-flexores-do-quadril-2/

POSTADO POR  Antônio Brito 

Especial vacina influenza | Checagem

Além do desafio de conter a disseminação da covid-19, enfrentamos também o desafio de vacinar o maior número possível de pessoas contra a gripe. Veja mitos e verdades sobre a vacina contra influenza. 

CONTEXTO

Com a chegada do novo coronavírus (Sars-CoV-2) ao Brasil, o Ministério da Saúde decidiu antecipar o início da campanha de vacinação contra a influenza (gripe).  A partir de agora, além do desafio de conter a disseminação a covid-19, enfrentamos também o desafio de vacinar o maior número possível de pessoas para evitar que desenvolvam outra doença do trato respiratório, a gripe.

Veja também: Vacina da gripe ajuda contra o novo coronavírus?

Muitos são os argumentos utilizados por pessoas que se opõem à vacinação contra a gripe. Para descobrir o que é fato e o que é mito, do ponto de vista científico, sobre a vacina da gripe, Drops verificou os cinco motivos mais recorrentes para justificar a opção de não se vacinar. São eles:

CHECAGEM

  • É melhor ser imunizado pela doença do que pela vacina – FALSO 

As vacinas interagem com o sistema imunológico para gerar a resposta semelhante àquela produzida pela infecção natural, mas fazem isso sem causar a doença em si ou colocar a pessoa imunizada em risco. Ou seja, as vacinas permitem que se crie imunidade de forma segura e controlada. 

Quando a imunidade é adquirida por meio de uma infecção natural, existe a possibilidade de que ocorram consequências graves para a saúde.

Para a Sociedade Brasileira de Imunizações, as vacinas atuais produzem imunidade duradoura e eficiente.Segundo o guia elaborado pelo Center for Deseases Control and Prevention (CDC),2 tanto ficar doente como ser vacinado proporcionam proteção futura contra uma doença. A diferença é que com a vacina você não está exposto aos riscos e sintomas da doença. 

  • Mulheres grávidas não devem tomar a vacina da gripe – FALSO 

DROPS consultou o posicionamento de algumas das principais entidades de referência sobre vacinação contra gripe para gestantes  e todas foram unânimes em afirmar que grávidas não só podem como devem tomar a vacina contra o vírus da gripe. 

O Ministério da Saúde brasileiro explica que  a vacina tem um efeito protetor enorme tanto para a mãe quanto para a criança. A mãe porque na gravidez, pela sua condição de gestante, ela tem uma baixa imunidade, então ela está mais propensa a adquirir a gripe. A criança quando nasce ela só vai poder tomar a vacina a partir dos seis meses, então essa criança estará desprotegida. Quando a mãe toma a vacina, ela passa anticorpos para o seu filho, ainda na barriga, e a criança vai nascer já com uma imunidade que nós chamamos de passiva, que vai da mãe para o filho”. .3

Além do governo brasileiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS),4Centers for Diseases Control and Prevention (CDC).5e o governo britânico 6 também defendem a aplicação da vacina da gripe em gestantes.

  • Vacina da gripe causa gripe – FALSO 

Muitos posts de redes sociais reproduzem o mito de que ao ser imunizado com a vacina da gripe o paciente passa a carregar o vírus, podendo, assim, manifestar a doença e ainda transmiti-la para outras pessoas.

No entanto, de acordo com o Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) 7e com a Harvard Medical School, 8 essa possibilidade não existe. As vacinas da gripe são elaboradas com vírus inativados (mortos) ou com apenas um gene do vírus original e isso garante que ninguém ficará gripado ao ser imunizado. 

  • Vacina da gripe não funciona – FALSO

 A eficácia da vacina contra a influenza é tema recorrente na época das campanhas de vacinação. 

Segundo as revisões sistemáticas de estudos sobre o tema feitas pela revista “The Lancet9 e pelo instituto Cochrane10 a vacina contra influenza tem um impacto significativo na prevenção da doença e de suas complicações, inclusive a morte. A eficácia da vacinação está ainda relacionada à sua composição (quão similares são os vírus que compõe a vacina e aqueles em circulação) e à idade e condição imunológica do paciente que vai recebê-la.

 Não é necessário vacinar-se todos os anos – FALSO

 Segundo a Harvard Medical School,11  o vírus causador da influenza (gripe) sofre mutações constantemente. Dessa forma, vacinar-se anualmente é uma medida importante para garantir a imunidade contra a maior parte dos vírus circulantes no momento da campanha.

FONTE  https://drauziovarella.uol.com.br/checagens/especial-vacina-influenza-checagem/

Postado por  Antônio Brito 

CANTORA TABIRENSE QUE MORA NO REINO UNIDO FALA SOBRE A VITÓRIA CONTRA O CORONA VÍRUS

"Peguei o Coronavírus e me curei” diz cantora Tabirense que mora no Reino Unido - O Reino Unido está levando mais do que a sério a epidemia mundial do Coronavírus e vive uma espécie de pânico social e econômico. Mesmo assim são muitos os infectados. A cantora Tabirense que para os familiares e amigos é chamada carinhosamente de Lili e no Reino Unido onde mora a 19 anos, faz carreira na música, estilo sertanejo universitário, como Angie Dynes e cursa direito, falou ao Programa Cidade Alerta da Rádio Cidade FM sobre o sofrimento que foi enfrentar o Coronavívus. Angie revelou ter contraído a doença do filho de 13 anos que se contaminou na escola. Ele curou rápido, já ela disse que foi bem difícil. Não respirava, a falta de ar foi enorme, sentia muitas dores nas costas, febre, dores na garganta e achava que por ser um país frio, não era nada. Quando não suportou, recorreu ao serviço de saúde que logo enviou a equipe a sua casa com roupas esquisitas de proteção, foi recolhida sua saliva e sangue, sendo confirmada a contaminação. Foi medicada seguindo a orientação inclusive bebendo água quente. Enfim, passou pelo período de isolamento, está curada, mas segue bem assustada pois pensou que ia morrer. “Aqui fecharam tudo, ninguém entra, ninguém sai, muita gente entubada nos hospitais, muita gente morrendo. É uma situação muito triste. Não é uma gripezinha como diz o Presidente brasileiro. É uma coisa muito séria”. (Rádio Vivo/Cidade Alerta)
FONTE  https://blogjcampos.blogspot.com/2020/03/cantora-tabirense-que-mora-no-reino.html?m=1
Postado por  Antônio Brito 

Drones pulverizadores são testados para combater o coronavírus em Porto Alegre | Rio Grande do Sul

Aeronave sobrevoou Parque Harmonia pulverizando desinfetante à base de cloro. Teste faz parte de ações que buscam frear a proliferação da Covid-19 na Capital

Drone pulverizador é utilizado em teste para combater o avanço do coronavírus em Porto Alegre — Foto: Reprodução/Prefeitura de Porto Alegre

Por enquanto, ainda não há previsão de adotar a pulverização de forma permanente, mas outros testes devem acontecer.

O primeiro teste, realizado na última terça-feira (24), aconteceu no Parque Harmonia. Um drone com capacidade de carregar até 10 litros de desinfetante, sobrevoou a área pulverizando produto desenvolvido à base de cloro.

“A vantagem dos drones é que são pequenos, mapeáveis, e sem pessoas expostas aos riscos”, explica o coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.

O produto aplicado foi produzido exclusivamente para a ação por uma equipe coordenada pela professora pesquisadora e engenheira química do Instituto de Química da UFRGS, Nadya Pesce. Segundo ela, o estudo foi direcionado para encontrar um produto específico de saneamento de locais com circulação pública.

"A gente fez uma revisão bibliográfica e chegamos a conclusão que produtos à base de cloro teriam uma atividade interessante. Principalmente aqueles que se assemelham aos desinfetantes domésticos. Pois eles não liberam cloro gasoso ao ambiente", lembra Nadya.

O objetivo da ação é que Porto Alegre saiba como operar a tecnologia, caso a cidade continue a registrar aumento no número de casos de coronavírus. A aeronave não tripulada seria usada em parques, áreas de difícil acesso, paradas de ônibus e locais com grande circulação.

Segundo o boletim do estado, divulgado na quinta-feira (26), o Rio Grande do Sul tem 190 casos confirmados de Covid-19, em 43 cidades.

Fonte https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/03/27/drones-pulverizadores-sao-testados-para-combater-o-coronavirus-em-porto-alegre.ghtml

Postado por  Antônio Brito 

Patos tem o primeiro caso confirmado de coronavírus

A Secretaria de Saúde da Paraíba atualizou na noite desta segunda (30) o número de casos confirmados de coronavírus.

O Estado tem agora 17 pacientes testados positivo para o Covid-19. Um dos casos é de um homem de 36 anos morador da cidade de Patos. Ele está internado na UTI do Hospital Clementino Fraga em João Pessoa.

O paciente deu entrada na unidade de saúde da capital no dia 26 por meio de transferência. O estado de saúde não foi divulgado pela Secretaria, assim como os sintomas apresentados.

Fonte  http://blogdoeuflavionunes.com/patos-tem-o-primeiro-caso-confirmado-de-coronavirus/

Postado por  Antônio Brito 

30/03/2020

Coronavírus: trabalho expõe motociclistas a risco de contágio

Sem autorização para quarentena, muitos saem às ruas sem proteção

Durante a pandemia de Covid-19, motociclistas que fazem entrega de produtos têm ficado expostos ao contágio da doença. Parte deles não foi liberada pelos empregadores para permanecer em casa, para cumprir medidas de isolamento e quarentena, e uma parcela daqueles que têm saído às ruas realiza as atividades desprotegida, conforme apurou a Agência Brasil

Com a situação, os profissionais também podem acabar transmitindo o coronavírus para suas famílias e clientes. Em muitos casos, a contaminação pode ocorrer sem que se saiba, já que existem pessoas assintomáticas, aquelas que têm a doença e não apresentam sintomas.

Na página do Facebook do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado de São Paulo (SindimotoSP), mais conhecido como Sindicato dos Motoboys, há inúmeros relatos sobre o assunto. Em uma postagem, um deles aponta a omissão do dono do restaurante onde trabalha, por não ter buscado orientar os empregados sobre os cuidados necessários durante o exercício de suas funções.

Pela página do sindicato, também se observa que profissionais da categoria têm improvisado diante da falta de fornecimento de itens capazes de protegê-los, como álcool em gel. Um deles, por exemplo, sugere que os colegas que não encontrarem as máscaras respiratórias para comprar façam como ele e sobreponham folhas de lenço umedecido, no lugar das máscaras. A substituição, no entanto, é inadequada, já que as máscaras realmente eficazes na proteção têm características específicas, conforme cita o Protocolo de Tratamento do Novo Coronavírus, do Ministério da Saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, destaca que pessoas com suspeita da doença devem usar máscara cirúrgica e que as de pano e as de algodão ou gaze não são recomendadas para essa finalidade.

O SindimotoSP, inclusive, promoveu uma ação para distribuir kits com uma embalagem de 50 gramas de álcool em gel 70% e outra para limpeza do aparelho celular. No total, mais de mil motoboys foram retirar seus kits.

Perspectiva do trabalhador

Há cinco meses prestando serviço a aplicativos de delivery, Kennedy de Oliveira tem trabalhado sob risco de contaminação por coronavírus. Ele diz que não recebeu, até o momento, álcool em gel e que tem limpado as mãos apenas quando faz alguma parada onde o produto seja disponibilizado. "Eu uso álcool em gel quando eu chego ao estabelecimento [onde retira o produto para entrega] e está disponível para a gente usar", explicou o motoboy à reportagem, em um intervalo entre uma entrega e outra.

Perguntado sobre quantas entregas faz a cada dia, Kennedy responde que a quantidade varia bastante, mas que "motoboys mais dedicados e com tempo livre" completam 22, em média. Isso indica que uma eventual transmissão do coronavírus iniciada nesse meio poderia avançar rapidamente.

O iFood, empresa em que Oliveira está cadastrado, tem encaminhado aos entregadores mensagens que orientam a limpar as bolsas de armazenamento dos alimentos e a entregar as encomendas sem ter contato físico com os clientes, deixando-as em locais como caixas de correio.

Os clientes, por sua vez, são estimulados a efetuar pagamento pelo aplicativo. "O mês de março continua com muitos pedidos! Se tiver algum problema com o pedido ou desejar fazer a entrega sem contato físico, use o chat ou telefone para falar com o seu cliente", diz uma das mensagens endereçadas aos entregadores.

Sobre os entregadores cadastrados em aplicativos, o presidente do Sindicato das Empresas de Distribuição das Entregas Rápidas do Estado de SP (Sedersp), Fernando Souza, ressalta que, como muitos deles cumprem jornada de trabalho extensa, podem já estar com a saúde fragilizada. Tais condições de trabalho podem representar um risco ainda maior à sua saúde, caso contraiam coronavírus, diz Souza,. 

"Eles não têm nenhum tipo de higienização. E tem outra coisa: eles não se alimentam direito. Imagina como deve estar a resistência [imunológica] desses profissionais", destaca Souza. Ele ressalta que o Sedersp não responde por empresas que fazem pedidos e entregas por meio online.

Responsabilidade do empregador

No último dia 18, o Ministério Público do Trabalho (MPT) emitiu a Nota Técnica nº 01/2020, que determina às empresas de transporte de passageiros e de transporte de mercadorias que funcionam por plataformas digitais a distribuição de produtos e equipamentos necessários à proteção e desinfecção. A norma também deixa claro que é obrigação das empresas "providenciar espaços para a higienização de veículos, bem como credenciar serviços de higienização, e, no caso de veículos locados, buscar negociar a higienização junto às locadoras, sem ônus para os trabalhadores."

Fernando Souza afirma que a rede da Sedersp preocupa-se com o bem-estar dos trabalhadores e a prevenção. Ele diz que os empregadores têm procurado adotar medidas adicionais, como escalas de trabalho que permitam evitar aglomerações nos espaços, intercalando um dia de expediente com outro de folga. "Nossas empresas já têm um costume na questão da prevenção dos profissionais, até porque quem nós representamos é o sindicato patronal de empresas onde há funcionários celetistas, que são profissionais com registro em carteira", explica Souza, acrescentando que dispõem de estrutura física onde os motoboys podem descansar.

O empresário Celio Vieira comanda uma equipe de cinco motoboys, que, entre 2015 e 2016, era sete vezes maior e também critica os aplicativos de motofrete, por entender que violam direitos dos trabalhadores. O quadro de funcionários de sua empresa, que funciona no bairro do Brooklin, na capital paulista, foi diminuindo quando vários deles pediram demissão para migrar para as companhias que operam por meio de dispositivos digitais. 

Atualmente, cada um recebe salário em torno de R$ 3 mil, dos quais R$ 1,4 mil são fixos e lançados em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CPTS). O restante do valor varia conforme o número de entregas feitas ao longo do mês, semelhante a uma comissão de vendedor.

Segundo o empresário, os entregadores que trabalham com ele são, majoritariamente, casados e têm filhos ou familiares que dependem de sua renda. Vieira diz que foram eles que desejaram continuar trabalhando, "por já terem certo padrão de vida". Em uma postagem no Facebook, contudo, Vieira escreveu: "Não reclame depois que a economia estiver afundada e você for demitido para reduzir gastos da empresa. Foi você quem optou por isso."

Para evitar a transmissão do coronavírus em sua empresa, Vieira assumiu as tarefas administrativas e dispensou apenas os funcionários da área, porque utilizam transporte público para chegar ao local de trabalho. Enquanto não são acionados para realizar uma entrega, os motoboys ficam aguardando na empresa. "Agora muitos dos nossos clientes estão em home office. Então, a demanda não está sendo muito grande", reconhece Vieira, que garante que tem se mantido alerta e evitado aglomerações dos subordinados na empresa. 

Na opinião de Vieira, falta alinhamento no discurso das autoridades governamentais. Ele defende a normalização do comércio, mas teme que os registros de infectados por covid-19 estejam subnotificados. Até a tarde deste domingo (29), balanço do Ministério da Saúde informava um total de 4.256 casos confirmados e 136 mortes.

"É preciso haver  educação do povo, não digo educação escolar, mas orientação. Não ficar um falando uma coisa, outro falando outra. O presidente fala que tem que trabalhar, o governador, que vai manter todo mundo em casa, e o prefeito fala que não vai fazer isso", exemplificou Vieira.

Medo de demissão e denúncia

Entre os depoimentos publicados na página do SindimotoSP, muitos revelam  insegurança entre os profissionais do ramo, incluindo o medo de perder o emprego. Um motoboy diz que, na empresa em que trabalha, os funcionários receberam ordem para trabalhar normalmente e que foram avisados de que quem não cumprir expediente terá os dias de falta descontados do salário. 

Perguntado se as empresas que representa têm abonado faltas de entregadores que comunicam suspeita de Covid-19, mesmo se os sintomas forem leves, o presidente do Sedersp informou que as ausências só serão consideradas justificadas quando os funcionários apresentarem atestado. Em página criada para divulgar conteúdos relativos à doença, o iFood diz que "considera como comprovação automática válida o exame positivo do Covid-19 e avaliará outras evidências passíveis de comprovação do diagnóstico da doença".

Agência Brasil também obteve um posicionamento do MPT sobre o tema. Em entrevista, o procurador do trabalho Carlos Andrade destacou que um dos respaldos legais que podem ser evocados é o Parágrafo 3º do Artigo 3 da Lei nº 13.979/2020. O trecho diz que "será considerada falta justificada ao serviço público ou à atividade laboral privada o período de ausência decorrente das medidas previstas neste artigo". Tais medidas abrangem isolamento, quarentena e tratamentos médicos específicos. 

Admitindo que muitas pessoas tenham receio de denunciar os empregadores, Andrade deu dicas sobre como os trabalhadores podem comprovar que seus direitos foram violados. As denúncias podem ser registradas pelo aplicativo de celular Pardal MPT - Denúncias, disponível para iOS e Android, ou no site do MPT, sob anonimato. O denunciante pode enviar ao órgão fotografias ou vídeos que mostrem que, em seu local de trabalho, há pessoas sem máscara ou luvas, ou que há, ali, aglomeração de pessoas, uma vez que estes são fatores que favorecem a transmissão do coronavírus.

Até a última quarta-feira (25), o MPT recebeu mais de 2.400 denúncias de violações trabalhistas relacionadas à covid-19.

Soluções

Na opinião de Fernando Souza, o governo federal precisa dar respostas à altura dos anseios da categoria. Souza diz que os R$ 600 de auxílio emergencial para pessoas de baixa renda, aprovados pelo Congresso Nacional, não compensam para os entregadores que trabalham para os empresários que compõem o Sedersp. Para ele, facilitar o acesso ao crédito também não é saída.

"Se o governo não entrar com uma medida provisória que dê cobertura para os profissionais, para as empresas, a gente não vai aguentar. Nosso volume de serviço aumentou? De jeito nenhum. Teve [crescimento] semanas atrás, mas essa demanda vai caindo. O governo tem que entrar com uma medida de seguro-desemprego por quatro meses. Não adianta falar: 'Olha, tenho um financiamento aqui para você'. Poxa, mas você vai me dar dinheiro para que eu possa pegar no banco e me endividar? E como é que eu vou pagar isso depois? Não adianta o governo liberar bilhões [de reais] para as empresas poderem pagar depois na folha de pagamento", afirma.

No caso do iFood, anunciou-se um fundo para os entregadores cadastrados na plataforma. "Para os entregadores parceiros independentes, o iFood criou um fundo solidário no valor de R$ 1 milhão para dar suporte àqueles que necessitem permanecer em quarentena. O entregador receberá do fundo um valor baseado na média dos seus repasses nos últimos 30 dias, proporcional aos 14 dias de quarentena", define a empresa.

A Uber, por sua vez, soltou nota, na última terça-feira (24), comunicando as diretrizes do programa nacional de enfrentamento à covid-19.

"A Uber implementou uma política para que qualquer motorista ou entregador parceiro que for diagnosticado com a covid-19, ou tiver quarentena individual solicitada por uma autoridade de saúde ou por um médico pelo risco de disseminar a covid-19, receba assistência financeira por até 14 dias, enquanto estiver impossibilitado de usar a plataforma. O valor da assistência financeira vai ser baseado na média diária de ganhos do parceiro nos seis meses anteriores a 6 de março: caso ele esteja usando o app há menos tempo, a média vai ser baseada nos ganhos desde a primeira viagem ou entrega  até o dia 6 de março de 2020", explicou. 

Outra medida da Uber é a implementação do programa Vale Saúde Sempre. Por meio do programa, os entregadores poderão ter descontos em consultas médicas em rede de atendimento privada e mais de 3 mil tipos de exames laboratoriais e de imagens e 20% de desconto em medicamentos nas farmácias credenciadas.

Agência Brasil tentou contato com o SindimotoSP, mas não teve resposta até a publicação desta matéria. No último dia 17, a entidade divulgou nota em que declara que as medidas de proteção oferecidas pelas empresas ainda são "poucas diante do que faturam com o serviço do motoboy" e que muitas delas "estão minimizando os riscos de seus funcionários".

Fonte  https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-03/coronavirus-trabalho-expoe-motociclistas-risco-de-contagio

Postado por  Antônio Brito