Aluna neurodivergente foi constrangida por usar abafador em prova e teve lupa negada, evidenciando falta de inclusão em universidade.
Aconteceu de novo, como sempre... Um episódio envolvendo uma aluna neurodivergente em um curso de Direito gerou forte repercussão após a estudante ter sido exposta publicamente por utilizar um abafador de ruído durante uma prova. O caso aconteceu recentemente em uma instituição de ensino superior, e deixa clara a falta de preparo dos profissionais de educação com relação à inclusão e acessibilidade no ambiente acadêmico.
Segundo relatos, o uso do abafador de ruído já era prática comum dessa estudante desde o início do semestre, sendo de conhecimento da coordenação da universidade e dos professores. No entanto, durante a aplicação da prova, a coordenadora do curso teria interrompido a aluna para questionar o uso do abafador por ela, criando uma situação constrangedora para a aluna diante de seus colegas e desconsiderando sua condição de neurodivergente.
A situação se agravou quando, diante da dificuldade visual para ler as questões, a estudante ainda solicitou o uso de uma lupa — recurso simples que facilitaria sua leitura — e teve o pedido negado, o que deixou clara a discriminação, exclusão e violação de direitos.
A legislação garante adaptações necessárias para alunos com qualquer tipo de deficiência ou necessidade específica, respeitando a sua individualidade. De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei Nº 13.146/2015), estudantes com necessidades específicas têm o direito a condições adequadas e adaptadas para a realização de provas e atividades acadêmicas. A negativa do uso da lupa e o constrangimento causado pela exposição do abafador de ruído se enquadram como atos discriminatórios e excludentes, contrariando os princípios de igualdade, acessibilidade e dignidade humana, e é passível de punição para a instituição e para a coordenadora do curso.
O caso revela uma falta de capacitação por parte da coordenação e da docente envolvida. A aluna relatou que não é a primeira vez que sofre exposição constrangedora, o que levanta preocupações sobre a ausência de políticas eficazes de inclusão dentro da instituição.
Que esta situação sirva como oportunidade de reflexão para todas as instituições de ensino superior e faça com que elas busquem apoio na capacitação dos docentes e passem a garantir a aplicação da legislação.
Fonte https://revistareacao.com.br/noticias/noticia?id=4d742ec1-788e-4196-a147-8eadb8660e6e
Postado Pôr Antônio Brito
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