O paciente João Lucas foi nota 10 em Matemática, nota 10 em Língua Portuguesa, aulas online acompanhadas diariamente e um mouse adaptado para fazer as tarefas.
Assim João Lucas Ridolfi de Carvalho, de 18 anos, atravessou a pandemia em 2020 e conseguiu ingressar no curso de Análise de Desenvolvimento de Sistemas da FATEC (Faculdade de Tecnologia De Campinas) em primeiro lugar, juntamente com outro estudante classificado.
João Lucas é um rapaz inteligente que tem paralisia cerebral – com restrição dos movimentos de braços e pernas – e é paciente da Casa da Criança Paralítica de Campinas desde março de 2003, quando tinha 10 meses de idade.
Wilma Neves Pereira, mãe do jovem universitário, o acompanha incansavelmente em sua rotina. Recentemente ele fez o Enem e Wilma se surpreendeu com tudo que aconteceu para facilitar a vida de João durante os dois dias de prova presencial. “Ele precisou de autorização da direção do Enem para levar o mouse adaptado. Não só obteve a autorização, como eles destinaram um rapaz que veio de Brasília a Campinas para acompanhar João na prova”, relata.
João fez a redação no computador e os técnicos do Enem passaram a limpo. “Isso prova que a gente tem que correr atrás. E nós dois corremos”, diz a mãe orgulhosa.
João está inscrito também no ProFis da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), curso de ensino superior voltado aos estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas de Campinas, SP, que, assim como a FATEC, irá considerar as notas anuais obtidas em Língua Portuguesa e Matemática no ensino médio para o ingresso dos estudantes.
Wilma e João estão felicíssimos com o cenário futuro. “Para mim o ingresso na Fatec foi uma alegria e um alívio. Ele queria tanto estudar, mas eu não tinha condição de pagar faculdade. Quando ele viu a aprovação na página ele gritou tanto ‘eu passei, eu passei’, foi muito emocionante”, diz Wilma.
Empenhada em oferecer o melhor ao filho, a mãe está ao lado de João Lucas diariamente. O trabalho dos profissionais da Casa da Criança Paralítica tornou João mais independente e confiante. “Eu sempre busquei realizar o que ele queria fazer. Não houve sacrifício algum. É algo que toda mãe deveria fazer, sendo o filho especial ou não”, conclui.
A Casa da Criança Paralítica oferece atendimento gratuito especializado a crianças, adolescentes e jovens com deficiência física e comprometimento neurológico nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, médica, odontologia, psicologia, nutrição, serviço social e pedagogia, além de orientação às famílias. Em sua sede são atendidos mais de 350 pacientes por mês, a maioria de baixa renda.
Casa da Criança Paralítica de Campinas Endereço: Rua Pedro Domingos Vitalli, 160 – Parque Itália – Campinas (SP) Fone: (19) 2127 7230
Rejane Dias: precisamos atuar em defesa dos direitos das pessoas com deficiência
O Projeto de Lei 5447/20 prorroga até 31 de dezembro de 2030 a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na aquisição de carro novo por motoristas autônomos e pessoas com deficiência (ou seu representante legal). Mas precisa passar por discussões e votações nas Comissões Permanentes da Casa, antes de ser aprovado pelo Plenário. E depois ainda seguira, se aprovado, para a sanção ou veto do Presidente da República.
A proposta, em tramitação na Câmara dos Deputados, altera a Lei 8.989/95, que originalmente previa a isenção até 1995. Posteriormente, o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) estendeu o prazo até 31 de dezembro de 2021.
“A Constituição lançou o princípio da proteção integral das pessoas com deficiência, portanto compete aos legisladores atuar na defesa dos direitos dessa parcela da população”, diz a autora do projeto, deputada Rejane Dias (PT-PI).
Descrição da imagem #PraCegoVer: Ilustra a nota “ABNT aplica curso online de acessibilidade” a fotografia de uma cadeira de rodas parada em uma rampa em ambiente interno. Não há nenhum usuário na cadeira. A rampa faz o acesso entre dois ambientes com três degraus de desnível. Ao lado rampa, no chão, serrote, martelo e outras ferramentas. No canto direito superior da imagem, o logo da ABNT. Créditos: Shutterstock/Ed. JI
Com o objetivo de capacitar profissionais da área de projetos, construções e gestão pública, ABNT aplica curso online de acessibilidade. Aulas iniciam em 24 de fevereiro. Confira como se inscrever:
A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicasaplica nos dias 24 de fevereiro a 2 de março, o curso “Acessibilidade para comunicação e sinalização visual, tátil e sonora”. As aulas acontecem de forma online ao vivo das 14h às 18h e têm o objetivo de capacitar profissionais da área de projetos, construções e gestão pública.
Acessibilidade é uma constante preocupação das áreas de engenharia, arquitetura e urbanismo, pois está ligada ao fornecimento de condições àspessoas com deficiência ou mobilidade reduzida para que consigam utilizar, com segurança e autonomia, os espaços públicos ou coletivos. Assim, o direito à acessibilidade tem promovido diversas mudanças nas condições de acesso a esses espaços.
As normas técnicas de acessibilidade visam garantir para toda a população o direito de livre acesso aos ambientes construídos e espaços da cidade, especialmente para pessoas com deficiências sensoriais ou pessoas com baixa visão, idosos e pessoas com algum tipo de deficiência cognitiva.
O curso é fundamentado nos princípios do desenho universal, baseados nas referências técnicas das normas técnicas da ABNT, de comunicação e prestação de serviços. Além de diretrizes gerais a serem observadas para acessibilidade, considerando as diversas condições de percepção e cognição, com ou sem a ajuda de tecnologia assistiva ou outra que complemente as necessidades individuais, símbolos e sinalização de acessibilidade.
Segundo nota à imprensa, as aulas terão temas como “Sinalização tátil no piso” e “Diretrizes para elaboração de projetos e instalação”, permitindo ao projetista buscar melhor desempenho para atender ao usuário potencial.
Informações e inscrições devem ser realizadas através do e-mail cursos@abnt.org.br ou pelos telefones (11) 3017-3680 e 3017-3684.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia mostra em detalhes uma extensa faixa de piso tátil, na cor amarela. Ao fundo, em segundo plano, é possível enxergar alguns pedestres. Créditos: Shutterstock
Recursos necessários
Computador ou smartphone com acesso Internet, com webcam interna ou externa, em local apropriado durante o período de acompanhamento do curso.
O Zoom se ajusta a capacidade disponível do link Internet, porém para uma qualidade razoável no acompanhamento das aulas, em alta definição (HD), é recomendado que a velocidade de download da conexão seja de 1.2 Mbps ou maior.
Acesso ao app Zoom
Os alunos inscritos no curso e que optarem pela modalidade de acompanhamento remoto, receberão um e-mail com o link para acesso a sala do Zoom. A primeira vez que você clicar no link, será instalado um plugin em seu navegador e iniciada a sessão de vídeo.
Na configuração padrão todos os alunos terão a câmera do microcomputador ativado e o microfone desativado. A desativação do som é necessária para evitar que ruídos locais interfiram na transmissão da aula para os demais alunos. O Zoom pode ser rodado em qualquer um dos navegadores atuais das plataformas Windows, Mac, iOS, Android, BlackBerry e Linux.
Duração:
24 h em 6 dias, das 14 h às 18 h
Material fornecido:
Apostila e as Normas ABNT NBR 9050:2020 – “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos”;
ABNT NBR 16.537:2016 – “Acessibilidade – Sinalização tátil no piso – Diretrizes para elaboração de projetos e instalação”;
ABNT NBR 15599:2008 “Acessibilidade – Comunicação na prestação de serviços”.
As informações para acesso ao material didático em versão digital serão fornecidas no e-mail de confirmação do curso.
Sobre a ABNT
A ABNT é o único Foro Nacional de Normalização, por reconhecimento da sociedade brasileira desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo Governo Federal por meio de diversos instrumentos legais. É responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (NBR), destinadas aos mais diversos setores. A ABNT participa da normalização regional na Associação Mercosul de Normalização (AMN) e na Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas (Copant) e da normalização internacional na International Organization for Standardization (ISO) e na International Electrotechnical Commission (IEC).
Desde 1950, atua também na área de certificação, atendendo grandes e pequenas empresas, nacionais e estrangeiras. Possui atualmente mais de 400 programas de certificação, destinados a produtos, sistemas e verificação de gases de efeito estufa, entre outros. A sociedade identifica na Marca de Conformidade ABNT a garantia de que está adquirindo produtos e serviços em conformidade, atendendo aos mais rigorosos critérios de qualidade. A ABNT Certificadora tem atuação marcante nas Américas, Europa e Ásia, realizando auditorias em mais de 30 países.
Referência na modalidade, Leonon Moreno está em busca de mais uma conquista em sua carreira. Se por um lado o atleta do Santos FC conquistou duas medalhas paralímpicas, por outro ele ainda não conquistou o ouro.
Para quebrar esse paradigma, Moreno treina forte todos os dias no CT da seleção de goalball, em São Paulo.
- Hoje minha rotina de treinamentos está um pouco mais intensa. Estou passando pela primeira fase de treinamentos com a seleção aqui em São Paulo e, quando treinamos com a seleção, é bem mais intenso do que quando treinamos no clube. No clube, a gente treina bola de duas a três vezes por semana e vamos para a academia cinco vezes por semana. Na seleção, treinamos duas vezes por dia, um físico e um bola – disse Moreno.
Considerado o melhor jogador do mundo de goalball de forma extraoficial em 2018, Moreno admite que a falta do ouro paralímpico deixa sua trajetória sem a cereja do bolo.
- Com certeza deixa um sentimento dentro de nós de que algo falta. A gente olha para o nosso quadro de medalhas e vemos que falta um ouro paralímpico. Mas isso tem mais uma função de incentivo do que cobrança. A cada dia a gente se dedica ao máximo, fazemos os treinos com o máximo de intensidade possível, nos doando não 100, mas 110% para conseguirmos representar bem o país lá em Tóquio – afirmou o paratleta.
Leomon é casado com Milena Alice Nogueira, que também é paratleta de goalball pela equipe feminina do Santos. Moreno disse que esse fato mais ajuda do que atrapalha.
- Isso é até um ingrediente a mais na nossa vida esportiva, profissional e social. Quando um de nós dois fica com a autoestima um pouco baixa, desanimado ou até mesmo passando por uma fase de baixa dedicação nos treinos, sempre um fica cobrando o outro, então isso nos auxilia a conseguir manter o nosso padrão de foco, disciplina e empenho nos treinamentos – comentou. – Ela até comenta com as amigas dela que quando estamos em uma academia, eu cobro mesmo dela. Não tem aquela de não ser cobrada porque é minha esposa. Ela até brinca com as amigas dela falando que sou um ‘personal’ muito linha dura – complementou.
Com toda a sua bagagem de conquistas e participações em tantos eventos esportivos importantes, Leomon frisa a importância de chegar a mais uma Paralimpíada com tanta experiência no currículo.
- O que eu trago de experiência, que sempre deu certo e que nos trouxe conquistas, é que a união do nosso grupo permaneça como está. Muito sólida, muito humilde. Quando um mais novo precisa de conselho, a gente dá. Essa nossa união e humildade é o que traz a solidificação ao nosso trabalho – disse. – Além disso, a dedicação nos treinamentos, porque não existe talento sem treinamento. Então, você treinar forte vai te trazer a possibilidade de disputar a competição bem mais equilibrado, mais tranquilo. Tudo isso traz aspectos gerais que fortalecem muito o nosso grupo. Por isso o Brasil é considerado a melhor equipe de goalball do mundo – finalizou.
"Colecionei diagnósticos errados e tomei medicações que não funcionavam; sempre soube que tinha algo que não se encaixava. Aprendi bem o masking, que é fingir ser sociável, comum nas mulheres autistas. Nem sei mais viver sem, é muito incômodo para as pessoas eu ser da forma que sou"
(Imagem: Instagram)
Rafaella Nunes, via Universa
“Me chamo Rafaella Nunes, tenho 44 anos, sou médica pediatra, casada há 12 anos e mãe do Angelo, de 10 anos, e do Dante, que tem 7. Nasci em Colatina, no Espírito Santo, e me mudei para Vitória para fazer faculdade. Sempre tive dificuldade social e de criar laços, além de ter manias.
Aos 42 anos, ao buscar diagnósticos para meus filhos, descobri que sou autista, assim como eles. Para que outras mães tenham informações e não se sintam tão perdidas quanto eu, criei a página TEAmo (Transtorno do Espectro do Autismo – mãe online), no Instagram.
“Sempre tirei boas notas, mas sofria bullying”
Quando criança, preferia brincar sozinha. Duas vezes por ano, nas férias, minha mãe me fazia brincar com as outras crianças. Nunca sabia o que fazer, nem o que falar. Eu dizia que era minha tortura semestral. Hoje é engraçado, mas na época eu não achava. Tinha hiperfocos, como ler compulsivamente; olhar mapas, adorava.
Enquanto as crianças queriam ganhar um pogobol, eu queria um atlas. Me identificavam na escola como a doidinha, a esquisita. Tenho sensibilidade auditiva, enquanto o professor estava explicando a matéria, precisava ouvi-lo sem conversa paralela. Era a chata que ficava pedindo silêncio. No hora do recreio, me escondia para que não precisar interagir.
Nunca dei trabalho, tirava notas muito boas, mas sofri muito bullying. Meu pai e a enciclopédia foram as grandes companhias na infância e adolescência. Eu amava. Pegávamos as enciclopédias e ficávamos discutindo um assunto.
Quando passei no vestibular em Vitória (ES), cidade em que praticamente ninguém me conhecia, pensei que tinha a chance de fingir que era outra pessoa me mascarando. Tentava ser popular, não consegui tanto, mas frequentava festa, a bebida infelizmente foi algo que eu usava para tentar ser social, fumava e arranjei o meu primeiro namorado, um colega com quem fiquei por 4 anos.
A primeira amiga de verdade que eu tive foi quando entrei na faculdade, aos 18 anos. Antes disso eu tinha colegas. A Laila aceitava a minha forma de ser. Nunca fez grandes críticas ao meu jeito, como a mania de chegar no restaurante e sentar na mesma mesa, e se estivesse ocupada, eu ia embora. Não me julgou. Acho que foi a primeira pessoa que nunca me disse que eu era estranha e tenho um amor profundo por ela, como se fosse uma irmã.
“Aprendi a fingir ser sociável”
Colecionei diagnósticos errados, alguns certos, como depressão. Como médica, acredito que tinha depressão já na infância, mas fiz tratamento para bipolaridade, borderline e levantaram a hipótese de esquizofrenia. Tomava medicações que não funcionavam. Sempre soube que tinha algo que não se encaixava, eu devia ser uma paciente psiquiátrica.
Não sou socialmente adequada, preciso de um filtro. Afastava as pessoas com meu sincericídio. Se uma colega pronta para sair me perguntasse se estava bonita, eu respondia: ‘não, essa roupa não tá bem não’. Fui entendendo que as pessoas não querem ouvir a sinceridade, querem um posicionamento social adequado. Aprendi bem o masking, que é fingir ser sociável, comum nas mulheres autistas. Nem sei mais viver sem, é muito incômodo para as pessoas eu ser da forma que sou. Eu quero que meus filhos tenham a liberdade de serem quem eles são, mas eu vivo muitas vezes sob masking.
Como sempre gostei de estudar, a faculdade não foi uma coisa tão difícil, mas quando acabei estava à beira de um meltdown – esgotamento emocional desencadeado por um grande estresse, como barulho ou quebra de rotina, onde pode haver choro e até auto agressão.
Hoje em dia, só trabalho com urgência e emergência. Gosto da surpresa que o pronto-socorro traz: o que será que eu vou atender agora? É um desafio diário para minha dificuldade em quebrar a rotina, me ensinou a me abrir para o desconhecido.
“Gosto de você estranha mesmo, quem não é?”
Gostava de boate. Olha que perfeito: você consegue se divertir, dançar, beber e ninguém quer conversar com você porque não dá para ouvir nada. A batida do som eletrônico não é uma frequência que me incomoda. Conheci o meu marido Gleison assim. Ele é tímido, mas veio conversar comigo.
O primeiro meltdown que ele viu ficou assustado, mas me acolheu, tentou me acalmar. Com o tempo, foi mudando algumas coisas em mim. Dizia que poderíamos nos divertir mesmo se não sentasse na minha mesa do restaurante. Começou a me convencer e, quando não conseguia, não ficava com raiva. Eu tinha essa questão de me achar estranha, mas ele dizia: “Gosto de você estranha mesmo, quem não é?”. Gleison sempre teve essa leveza.
Meu filho mais velho entrou na escola, aos 3 anos, e ficamos sabendo que ele não sabia socializar. Percebemos que nós dois também não. Antissociais, em três anos casados e dois de namoro, nunca havíamos recebido alguém em casa. Começamos a tentar um convívio. Hoje temos dois casais de amigos, olha que chique! Para mim isso é incrível.
Quando o Angelo tinha 5 anos, o Dante, então com 2, entrou na escola. Houve a mesma coisa dificuldade de socialização, ele também brincava sozinho como eu. Percebemos outras características, como a ecolalia – quando a criança repete as coisas que escuta ou responde como se fosse personagem. Ele decorava desenhos e falava contextualizando as frases, como se fosse o Mario Bros respondendo se queria água. Tinha movimentos estereotipados, como mexer as mãozinhas, correr em círculos.
Aos 3 anos, ele já estava lendo, o que se chama hiperlexia. Dante tem facilidade em línguas. Ele fala o alfabeto grego, o russo, canta as musiquinhas da Masha originais. Ele mesmo procura no Youtube e aprende, gosta de sentar com meu pai e ficam procurando as coisas.
Estávamos no começo do processo e fizemos um teste que mostra características de autismo. Meu pai disse que eu pontuaria mais do que o Dante. Ele estava certo, rimos: “Ah, estranha eu sempre fui, né!”. Comecei a estudar o autismo, a fazer curso, pós-graduação. Fui vendo cada dia mais que eu também parecia autista.
Quando o Angelo estava com 7 anos, por causa de alguma dificuldade de interpretação de texto, fizemos uma avaliação neuropsicológica dele e descobrimos que ele também é autista, o antigo Asperger. Meu marido sugeriu que eu também fizesse a avaliação; ele queria me ajudar com a dificuldade na autoestima.
“O médico quis dizer que autistas são fracassados. Saí indignada do consultório”
É difícil o diagnóstico no adulto. Cheguei a ir em um psiquiatra que me disse que eu não poderia ser autista porque não tive fracassos na vida. Ele deu como exemplo o fato de eu nunca ter sido reprovada, de ter me formado. Não existe esse tipo de parâmetro para o diagnóstico. A fala dele foi de preconceito e de falta de conhecimento dentro da especialidade. Então acredito que ele quis dizer que autistas são fracassados. Saí indignada do consultório. O meu processo de diagnóstico com outra médica foi meticuloso, cerca de 12 horas de teste em 10 sessões avaliativas.
Agora tomo mais cuidado com as minhas dificuldades. Desde o diagnóstico, tive pouquíssimos meltdowns, pequenos, discretos, nenhum tão forte que parecesse um surto. As pessoas acham que o autista é uma pessoa que não pode ter sucesso na vida. Eu estou na ponta do espectro, tenho menos dificuldades do que outros autistas, mas também outras que talvez os mais severos não tenham.
Infelizmente, eu acho que o capacitismo ainda está muito presente na sociedade. O que me dói muito falar é o capacitismo que os pais têm. Eu, como autista mãe de autistas, vejo de outra forma. Observo os pais vitimizando os filhos, “ah, coitado, não vai conseguir”. E é tudo difícil, é uma luta mesmo, a gente tem que lutar com a escola, com o plano médico, para ter os direitos deles respeitados. Tive que mudar os meus filhos de escola, acionei o Ministério Público, mas infelizmente tive uma péssima experiência.
Apesar de eu ter sempre sido estranha, difícil de lidar, a doidinha, meus pais sempre acreditaram no meu potencial. Acredite nos seus filhos. Isso vai formar a autoestima deles, vai ajudar a fazer com que eles acreditem neles próprios e vai fazer com que sigam em frente.
Meu diagnóstico foi importante também para eu mostrar para os meus filhos que estar no espectro não significa que temos que deixar nossos sonhos para lá. Todo mundo tem dificuldades e a gente tem que ir se virando com elas, tentando vencê-las, e ir em frente à procura do que queremos.
Esses dias meu filho Angelo aprendeu a andar de bicicleta depois de muito choro e achar que nunca conseguiria, é isso. Mandou mensagem para minha mãe: “Vó, é o melhor dia de todos. Caraca, eu tô muito feliz. Eu sou capaz“.
Pra mim é isso que faz a vida valer a pena: acreditar que eu posso o que eu quiser e passar isso para os meus filhos.
O 10° SIMPÓSIO INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN (TRISSOMIA 21) será realizado nos dias 20 (9h-18h30) e 21/03/2021 (9h-13h30) via transmissão online, em referência ao Dia Internacional da Síndrome de Down que é comemorado em 21/03, remetendo à Trissomia 21 (T21).
“Nesta edição reconectaremos ao tema escolhido pela Comissão Científica que é ‘Democratizar a Diversidade, Construindo a Inclusão e a Autonomia’ com o objetivo de apresentar, através de palestras e debates, inúmeras possibilidades que norteiam a autonomia familiar, social, educacional e econômica, adequando o conteúdo com informações técnico-científicas dos mais recentes avanços que envolvem o presente e o futuro das pessoas com Trissomia 21, incluindo o momento pandêmico da COVID-19”, afirma o Prof. Dr. Zan Mustacchi Coordenador Científico do Simpósio.
Em nota, a organização do evento afirma que o objetivo é evocar o maior número possível de formadores de opinião que tenham intenção de construir um vínculo, um alicerce de ética e apoio social para a população com T21.
“No decorrer desta caminhada compartilhamos informações e conquistas sobre temas variados, como, por exemplo, escolaridade, saúde, direito, nutrição, atividades físicas, genética, inclusão, autonomia, trabalho, envelhecimento, entre outros e com toda esta experiência adquirida acreditamos que poderemos oferecer novas perspectivas e ideias na intenção da construção de uma sociedade melhor, mais inclusiva e que possa proporcionar mais oportunidades”, comenta o Coordenador Científico.
Confira a programação completa e os palestrantes já confirmados.
We touch the future when we teach (Tocamos o futuro quando ensinamos).
Imagine cidades acessíveis no Brasil e no mundo com transporte público adaptado, piso tátil, sinalização em braille, avisos sonoros, rampas de acesso, entre outros itens essenciais de infraestrutura. Apesar de alguns locais terem essa realidade e outros não, é fato que as barreiras existem e que ainda estamos na construção de uma sociedade com mais acessibilidade. Nesse contexto, a tecnologia assistiva está aí para transformar vidas de pessoas com deficiência que têm o direito de ter autonomia para sair de casa quando quiserem.
Mas o que é tecnologia assistiva?
É qualquer produto ou dispositivo projetado para melhorar a qualidade de vida e a independência de pessoas com deficiência. Alguns exemplos práticos: próteses para substituir membros ausentes e outras partes do corpo, dispositivos ópticos, lupas, cadeiras de rodas, andadores e bengalas e muitos outros.
Até 2030, dois bilhões de pessoas vão precisar acessar, pelo menos, uma tecnologia assistiva para exercer sua cidadania. Atualmente, 10% das pessoas com deficiência têm acesso à tecnologia de que precisam, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, temos 45,6 milhões de pessoas com deficiência – número do Censo 2010 apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso conta que, aproximadamente, 24% dos brasileiros declararam ter algum grau de dificuldade em pelo menos uma das habilidades investigadas (caminhar, ouvir, enxergar ou subir degraus) ou ter alguma deficiência intelectual.
A boa notícia é que muitas empresas têm trabalhado e inovado para transformar essa realidade. Analistas afirmam que a indústria da tecnologia assistiva tende a crescer rapidamente nos próximos anos. Segundo projeções da empresa Coherent Market Insights, o mercado global de tecnologia assistiva alcançará US $26 bilhões em 2024. Esse número é ainda maior de acordo com a Zion Market Research que tem uma estimativa de US $31 bilhões em 2024.
Iniciativas para acompanhar
Com tanto investimento, muitas startups se destacam nesse mercado que conta com tanta inovação e geração de empregos. É por meio da tecnologia assistiva que muitas pessoas conseguem realizar ações que jamais conseguiriam sem o uso da tecnologia. O preço delas ainda é um dos desafios do setor, mas há novas possibilidades de atender o público com o desenvolvimento de novas tecnologias, investidores e organizações na área.
Empresas como a OrCam Technologies, Kinova Robotics e a WHILL levaram mais de US $200 milhões em financiamento para seus produtos de tecnologia assistiva.
Conheça algumas iniciativas inspiradoras que buscam impactar positivamente a vida de pessoas com deficiência.
– WHILL A WHILL, com sede na cidade de San Carlos (Califórnia, EUA), produz veículos elétricos de mobilidade pessoal que permitem que pessoas com deficiência física se desloquem com mais facilidade.
O produto Model Ci busca complementar os movimentos de aventuras ao ar livre a atividades internas. A missão da empresa é oferecer mobilidade divertida e inovadora para todos.
– ORCAM A OrCam é uma startup israelense que produz dispositivos de Inteligência Artificial (IA) vestíveis para pessoas com deficiência visual. Técnicas de visão computacional são utilizadas para ler textos e identificar rostos e objetos. O OrCam MyEye 2 é o dispositivo de tecnologia assistiva vestível produzido para pessoas com deficiência visual ou com dificuldade de leitura. A tecnologia permite que todos possam ler textos impressos ou digitais, em diversas velocidades, de perto ou de longe, em três línguas: português, inglês ou espanhol.
Ele reconhece, em tempo real, cores, cédulas de dinheiro, produtos e muito mais. Um dos destaques é que ele não precisa de conexão com a internet. Com apenas 22,5 gramas de peso, ele pode ser acoplado em, praticamente, qualquer par de óculos.
“O OrCam reúne várias tecnologias que já existem dentro de um equipamento. Traz também a facilidade de fazer diversas ações por meio de uma tecnologia intuitiva. Alguns exemplos disso: a pessoa consegue ler placas de rua, se localizar em shoppings ou qualquer outro lugar, ler livros, identificar cores – o que pode ajudar, inclusive, na hora de escolher a roupa que vai usar. Tudo isso com autonomia”, conta Doron Sadka, sócio diretor da Mais Autonomia – representante exclusiva da OrCam no Brasil.
Mizael Conrado, ex-jogador de futebol de 5 (para cegos) e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), foi presenteado com o dispositivo OrCam MyEye 2 pelas mãos do jogador Lionel Messi.
– WEWALK
Um dos desafios que muitas pessoas com deficiência visual encontram é desviar de obstáculos que estão acima do peito. A bengala inteligente WeWALK promete resolver esse problema e ainda conta com integração de smartphones para utilização de mapas e controle por voz, por exemplo. Além de melhorar a mobilidade do usuário, ela tem conexão com a internet e utiliza sensores ultrassônicos e dados do próprio Google Maps para compreender os arredores e avisar sobre os obstáculos.
– Amparo Prosthetics A startup Amparo Prosthetics tem feito próteses com custo acessível em diversas regiões do mundo. Ela conseguiu projetar um novo tipo de prótese e criar uma solução para amputados em áreas rurais africanas que não têm fácil acesso a exames médicos e a hospitais. Em 2019, venceu o Prêmio Especial de Inovação para Deficiência.
– Phoenix Instinct A “Phoenix i” é uma cadeira de rodas mais leve, feita de fibra de carbono. Ela conta com um eixo móvel que ajusta automaticamente o centro de gravidade da cadeira para evitar acidentes causados por desequilíbrio.
A cadeira foi projetada pelo estúdio de design escocês Phoenix Instinct e criada com um sistema inteligente que faz com que ela se ajuste com frequência para dar o melhor desempenho possível ao usuário. Há sensores que detectam se a pessoa está inclinada para frente ou para trás e é capaz de mover a posição do eixo para ajustar seu centro de gravidade. Isso permite agilidade e estabilidade, e também reduz o risco de quedas para trás.
– Projeto EMA
O Projeto EMA – Empowering Mobility & Autonomy criou uma tecnologia para que pessoas paraplégicas possam pedalar com as próprias pernas. O aparelho conta com uma ação que age como um atalho que estimula os músculos do corpo por meio de choques programados.
A tecnologia desenvolvida pelo projeto faz a contração muscular de forma sequenciada e ritmada que é capaz de gerar movimento. É assim que o usuário consegue movimentar as pernas e tem força para pedalar.
EMA é um grupo de pesquisa que desenvolve tecnologias para aperfeiçoar a reabilitação de pessoas com deficiências motoras. Em especial, o trabalho foca no uso da estimulação elétrica para pessoas com lesões e doenças que afetam o sistema nervoso.
Do esporte para o dia a dia
Quando o assunto é esporte paralímpico, a tecnologia é importante para muitos atletas para a prática esportiva. Atletismo, esportes de neve, triatlo, parabadminton, tênis de mesa são algumas das modalidades que se beneficiam de soluções protéticas e lâminas para a atividade esportiva.
No rúgbi em cadeira de rodas, por exemplo, atacantes e defensores usam cadeiras de rodas feitas de alumínio, material bastante leve. Nessa modalidade, as cadeiras de ataque são mais arredondadas para dar agilidade ao atleta. Já as de defesa contam com grade para proteger dos choques.
E o que muita gente não sabe é que diversas inovações que surgem nas provas paralímpicas são transferidas para a sociedade e beneficiam milhões de pessoas. O mercado de próteses, inclusive, tem evoluído bastante e segue em constante busca por desempenho.
Washington Alves/EXEMPLUS/CPB
Em relação aos materiais, a lâmina de fibra de carbono, por exemplo, que é muito leve e usada pelos competidores de atletismo, já faz parte de próteses para diferentes necessidades do dia a dia. E o que também contribui para esse desenvolvimento é o fato dos atletas usarem os equipamentos no limite – exigem cada vez mais do material e ajudam a descobrir a durabilidade.
Vale destacar que as características dessas tecnologias variam de acordo com cada fabricante e que as próteses são feitas sob medida para cada pessoa e os componentes são escolhidos de acordo com o nível de atividade, peso corporal e tipo de amputação.
O Instituto Jô Clemente, antiga Apae de São Paulo, anunciou uma mudança em sua estrutura de atendimento. Agora, a Unidade do Itaim Bibi, na rua Horácio Lafer, 540, passa a oferecer o Serviço de Estimulação e Habilitação, via Sistema Único de Saúde (SUS), para crianças de 0 a 6 anos com deficiência intelectual ou atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor.
O espaço tem capacidade para atender em torno de 550 crianças, que são acompanhadas por equipe multi e interdisciplinar, formada por profissionais de Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Fisioterapia, além de contarem com atendimento psicológico, assistência social e psicopedagogia.
O objetivo é descentralizar os atendimentos, visando facilitar o acesso desse público às terapias. Em 2019, o Serviço de Estimulação e Habilitação do Instituto Jô Clemente atendeu 2.227 crianças e realizou 225.609 procedimentos terapêuticos, com índice de satisfação de 96,7%.
O Serviço de Estimulação e Habilitação visa promover o melhor desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e de linguagem da criança com hipótese diagnóstica ou diagnóstico confirmado de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência intelectual ou síndromes genéticas, para facilitar sua inclusão social.
Serviço
Serviço de Estimulação e Habilitação Instituto Jô Clemente Onde: Rua Horácio Lafer, 540 – Itaim Bibi – São Paulo / SP Quando: Desde 1º de fevereiro Mais informações: (11) 5080-7000
A 24ª edição das Surdolimpíadas de Verão, que ocorreria entre 5 e 21 de dezembro deste ano, tendo a Universidade de Caxias do Sul como sede prioritária, foi adiada para ocorrer entre os dias 1º e 15 de maio de 2022. A definição ocorreu em reunião de representantes do Comitê Plural de organização do evento no gabinete da reitoria da UCS – que teve transmissão ao vivo pela internet.
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Evento multidesportivo mais antigo depois dos Jogos Olímpicos, as Surdolimpíadas de Verão ocorrem a cada quatro anos, com a última edição realizada em 2017 na cidade de Samsun, na Turquia. A decisão pelo adiamento se deve às restrições causadas pela pandemia de Covid-19. Como a vacinação pelo mundo apresenta diferenças significativas entre um país e outro, a medida busca garantir um tempo maior para a imunização da população mundial.
A realização multidesportiva internacional organizada pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD) consiste na primeira edição em um país da América Latina. Para a disputa em 21 modalidades esportivas, é prevista a participação de mais de 100 países e 4 mil surdoatletas.
Participaram da reunião de anúncio da decisão o presidente interino do ICSD, Gustavo Perazzolo, o executivo do ICSD, Dimitri Rebrov, o presidente executivo do Comitê Plural das Surdolimpíadas, Emir José Alves da Silva, a executiva das Surdolimpíadas Jaqueline Mognaga; a secretária executiva das Surdolimpíadas, Jussania Dinani, o assessor de comunicação das Surdolimpíadas, Alexandre Couto, o presidente da Federação Desportiva de Surdos do RS, Gustavo Lemos, e a presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos, Diana Kyosen.
Também acompanharam o encontro o reitor da UCS, Evaldo Kuiava, o presidente da Fundação Universidade de Caxias do Sul, José Quadros dos Santos, o secretário municipal de Esportes de Caxias do Sul, Gabriel Citton, o vereador caxiense Felipe Gremelmaier, a presidente do Conselho Municipal do Desporto, Carla Pretto, o chefe de gabinete da UCS, Gelson Leonardo Rech, e a diretora executiva do SEGH – Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria, Márcia Ferronato.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul
Após tomar conhecimento de que a falta de médicos credenciados pelo Detran.SP nas bancas de exame práticos para pessoa com deficiência vem ocasionando no cancelamento desses exames, o Sindautoescola.SP oficiou o Detran.SP e cobrou uma rápida solução para esse problema que vem afetando as Autoescolas/CFCs e, consequentemente, o cidadão. Afinal, aproximadamente 80% dos exames agendados são cancelados hoje nas bancas da capital.
“Antes de protocolar esse ofício, o Sindicato já havia informado ao Detran.SP em algumas ocasiões dessa ocorrência e agora aguarda uma rápida solução do órgão de trânsito. De acordo com o relato de diversas Autoescolas/CFCs, esse problema vem acontecendo desde o início do ano, ocasionando o cancelamento de aproximadamente 80% dos exames agendados, gerando indignação, frustração e insegurança para o cidadão que estava pronto para o exame prático, assim como para todas as Autoescolas/CFCs que prestam o serviço”, afirma Magnelson Carlos de Souza, Presidente da entidade.
MAIS PROBLEMAS no Detran SP
Além disso, o Sindicato já relatou ao Detran.SP a necessidade urgente de retomar a possibilidade daquele cidadão que foi impedido pelo médico de realizar o exame prático, quando o profissional informa que o candidato não tem necessidade de realizar exame prático para PCD, requerer a junta médica do Detran-SP para uma nova avaliação médica, a fim de permitir que o candidato consiga realizar o exame prático para PCD.
O Sindicato também cobra do DETRAN.SP a falta de intérpretes de LIBRAS no momento dos exames para os candidatos com deficiência auditiva. “Relatamos esses problemas ao Detran-SP e esperamos que tudo o que foi apontado seja solucionado o mais breve possível. Esses problemas vêm gerando grande insatisfação por parte do cidadão e, claro, das Autoescolas/CFCs que acompanham o candidato durante todo o processo. Sabemos que o Detran.SP vem passando por uma transformação e mudando vários procedimentos internos, com o objetivo legítimo de atender bem o cidadão e seus parceiros”, comenta Magnelson.
O presidente do Sindautoescola.SP afirma que “no entanto, o maior departamento de trânsito da América Latina deveria ter feito um planejamento adequado para todas essas mudanças. É inaceitável conviver diariamente com situações de cancelamento dos exames práticos por conta da falta de médicos ou ainda impedir que o cidadão solicite uma nova avaliação médica para possibilitar a conclusão de seu processo de habilitação”.