A sexualidade das pessoas com Síndrome de Down ainda é um tabu para a sociedade. Apesar do aumento da expectativa de vida, da melhoria dos indicadores de saúde e da gradativa inclusão social, o sexo ainda é um assunto pouco debatido ou visto com preconceito até mesmo pelas famílias. Nícolas Cayres, ginecologista e professor do curso de Medicina do CEUB, esclarece que mesmo sendo Down, os hormônios das pessoas seguem em pleno desenvolvimento.
O especialista explica que o surgimento da curiosidade e do desejo acontece para eles naturalmente, como para qualquer outro jovem e adolescente. Por isso a questão reprodutiva e sexual é algo que não pode ser ignorado. Apesar de muitas famílias sequer tocarem neste assunto.
Um dos mitos mais difundidos é o da hipersexualização das pessoas com Down.
O melhor caminho é trabalhar atitudes que eduquem o jovem com Síndrome de Down para uma sexualidade saudável. Para os pais de jovens com Down, fiquem atentos:
- A sexualidade é algo natural e acontece para as pessoas com síndrome de Down do mesmo modo que acontece para os demais jovens e adolescentes.
- É importante compreender que o sexo é uma necessidade de todo ser humano. As pessoas com Down precisam ser respeitadas na sua individualidade e no seu desejo.
- A melhor prática é a educação sexual. Conversar e orientar sobre o corpo e partes íntimas que não devem ser tocadas por estranhos.
- No caso das meninas, o acompanhamento regular do ginecologista após o início da puberdade é fundamental.
- É importante um debate aberto entre as famílias, os médicos e as pessoas com Down sobre o método contraceptivo mais indicado para cada caso.