"Em nossos treinos, não estamos realizando coletivos ou atividades que tenham muita proximidade. Só conduções, passes e conclusões, coisas individuais", explica Rafael Astrada, treinador do time que, no dia 1º de março deste ano, antes da pandemia do novo coronavírus colocar o mundo em quarentena, ainda conquistou a Supercopa do Brasil no CT Paralímpico, em São Paulo, após derrotar o ICB, da Bahia, por 2 a 0.
Após longos meses de treinos individualizados monitorados por vídeo, os atletas voltaram a se encontrar em outubro para dois testes físicos. Afinal, era preciso compreender a situação de cada um. O retorno à quadra da Agafuc aconteceu há um mês e, de lá para cá, toda terça e sábado vem devolvendo à equipe a satisfação de chutar uma bola no gol. A última atividade do ano está marcada para a próxima terça-feira.
"Falando até do aspecto psicológico da volta dos treinos, são dois pontos que me chamam a atenção. Por um lado, ficamos preocupados, porque estamos nos expondo um pouquinho mais. Por outro, é muito bom porque a sensação de ficar sem treinar com bola é preocupante", afirma Ricardinho, melhor jogador do mundo da modalidade.
Para evitar que os atletas se contaminem, todos têm a temperatura verificada ao chegarem e recebem álcool em gel nas mãos. Na entrada do ginásio, um tapete sanitizante é passagem obrigatória. Dentro dos vestiários, só são permitidos dois jogadores por vez. Além, é claro, do uso da máscara o tempo todo, inclusive durante o treino.
"Foi combinado com todos que, se em algum momento tiverem contato com alguém positivado de Covid ou se sentirem alguns dos sintomas, esta pessoa ficará afastada até a comprovação de que não se infectou. Até o momento, nenhum integrante do nosso grupo teve problema", relata Astrada.
Por mais que o calendário 2021 ainda dependa de diversas condições sanitárias e esteja em compasso de espera, os jogadores já se sentem melhores pelo simples fato de estarem voltando à rotina. No caso de Ricardinho e de outros atletas da agremiação gaúcha que defendem a Seleção Brasileira, o fator Tóquio também pesa: "Ficava pensando lá na Paralimpíada: 'Será que essa falta de treino não será um prejuízo grande?'. Então, agora que estamos conseguindo realizar algumas atividades, gera um conforto, para pensar que daqui para frente vai haver só melhorias", diz o craque.
Fonte: Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV)
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)