27/11/2020

Pesquisa Talento Incluir/Hibou revela que 85,5% das pessoas com deficiência em idade produtiva não se consideram do grupo de risco à Covid-19

A Talento Incluir – consultoria que já proporcionou emprego a mais de 7 mil pessoas com deficiência – acaba de realizar uma pesquisa em parceria com a Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado, com o tema: Inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, que constatou que 85,5% das pessoas com deficiência entrevistadas não se consideram inseridas no grupo de risco da Covid-19 apenas por sua deficiência.  

A pesquisa contou com 5.574 respondentes com deficiência que se declararam: trabalhando (home office ou fora de casa), empreendendo, desempregados, afastados ou aposentados.

CONFIRA: https://revistareacao.com.br/wp-content/uploads/2020/11/PESQUISA-PROFISSIONAIS-COM-DEFICIÊNCIA-NA-PANDEMIA.pdf

Do total dos respondentes que se declararam empregados, 446 profissionais foram afastados das suas funções durante a quarentena, sendo que mais da metade deles (63,7%) foi afastada por decisão exclusiva e equivocada das empresas onde trabalham. Quase todos (96,7%) pretendem voltar a sua rotina assim que possível.

A pesquisa também aponta que 20,2% (763 pessoas) das pessoas que estavam trabalhando antes da pandemia foram demitidas ou afastadas sem receber.

Entre os que disseram estar trabalhando em home-office (1.382 pessoas), 55,8% se sentiram mais incluídos nas atividades profissionais justamente pelo fato de que agora, todas são digitais. Ainda nesse grupo, 34,2% não sofreu impacto na sua produtividade trabalhando em casa. Com relação a interação com seus gestores diretos, 36,8% dos respondentes apontaram que conversaram menos ou muito menos com seus líderes durante a quarentena.

“A pesquisa revela o quanto as empresas e seus gestores ainda tomam atitudes baseadas em vieses inconscientes, associando a pessoa com deficiência à doença, o que não é correto. Além disso, os dados também ressaltam o quanto as empresas ainda precisam estimular os diálogos entre gestores e profissionais com deficiência, em especial neste no formato home office”, afirma a CEO da Talento Incluir, Carolina Ignarra.

Fonte: https://revistareacao.com.br/pesquisa-talento-incluir-hibou-revela-que-855-das-pessoas-com-deficiencia-em-idade-produtiva-nao-se-consideram-do-grupo-de-risco-a-covid-19/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Alunos e professores da UFPR criam histórias em quadrinhos em Libras

Professores e alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) publicam gratuitamente HQs em português e em Libras. O projeto Histórias em quadrinhos sinalizadas começou em 2018 e conta com três HQs disponíveis para download.

A mais recente foi divulgada este mês e trata das Surdolimpíadas, evento esportivo internacional organizado pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos. Assim como as Olimpíadas, ocorre a cada quatro anos.

O projeto, de autoria da professora Kelly Lóddo, 37 anos, analisa e produz histórias em quadrinhos voltadas para o ensino de surdos. Além de Kelly, o professor Clovis Batista de Souza, 40, que é surdo, orienta os alunos.

O projeto inicialmente era voltado a gêneros textuais e o ensino para surdos, mas a procura por produção e análise de quadrinhos foi alta e a professora Kelly decidiu focar a produção de tiras.

A escolha do gênero história em quadrinhos foi “em razão desse formato ser visual e ter conexão com a língua de sinais”, de acordo com o professor Clovis Batista de Souza.

Para cada HQ, o grupo decide o tema com base em pesquisas. A segunda fase é a organização de glossários e sinalários para que sejam divulgados os sinais específicos do assunto.

Posteriormente, tudo é estruturado a partir da perspectiva bilíngue de surdos (Libras e língua portuguesa escrita).

Conforme esclarece Clóvis, depois que o material é editado, especialistas em diferentes áreas são convidados para constituir uma equipe multidisciplinar e assegurar o conteúdo e a acessibilidade linguística.

A edição mais recente das HQs sinalizadas foi publicada em 4 de novembro: a história em quadrinhos Surdolimpíadas – encontros linguísticos é de autoria do estudante de educação física Addyson Celestino da Silva Campos, 27.

Addyson afirma que se interessou pela iniciativa durante as aulas de Libras, obrigatórias na grade curricular no curso de educação física. “Sei desenhar e gostei muito da ideia de unir inclusão, desenho e Libras.”

Para o estudante, o grande objetivo dos quadrinhos é levar conhecimento de forma ampla a todos, não só de maneira escrita, mas também visual.

A representatividade é importante

A edição pioneira de HQ com Libras na UFPR surgiu no projeto de iniciação científica (Pibic) do aluno de letras-Libras Luiz Gustavo Paulino de Almeida, orientado por Kelly.

 O trabalho foi publicado em 2018, na primeira semana de letras-Libras da universidade e a temática abordada foi o Congresso Internacional de Educação dos Surdos, realizado em Milão (Itália), em 1880.

O evento italiano discutiu os rumos da educação das pessoas surdas. O resultado foi a instituição de oito resoluções que asseguraram a hegemonia da linguagem oral e colocaram de lado as línguas de sinais.

Somente um século depois, as resoluções passaram a ser questionadas e novas propostas de educação de pessoas surdas surgiram. Em julho de 2010, no 21º Congresso Internacional de Educação de Surdos, realizado em Vancouver, as oito resoluções do Congresso de Milão foram reprovadas formalmente.

“Foram 100 anos em opressão linguística e social, surdos foram proibidos mundialmente de usar as línguas de sinais”, afirmou Kelly.

A segunda edição de HQ em Libras da UFPR foi A mulher surda na Segunda Guerra Mundial, produzida pelo ex-aluno de letras-Libras Germano Weniger Spelling, 40. A obra ganhou grande visibilidade ao ser indicada ao prêmio Troféu HQMIX, considerado o Oscar dos quadrinhos no Brasil, na categoria “produção para outras linguagens”.

O autor diz que se interessou pela iniciativa ao ver a primeira edição. “Histórias em quadrinhos são coloridas e visuais, pensei que conseguiria fazer uma, e consegui!”, comemora Germano.

Ele ressalta a importância dos quadrinhos para a representatividade da comunidade surda. “Eu, surdo e judeu, ter sido indicado ao Oscar brasileiro dos quadrinhos é um exemplo muito importante para a comunidade surda e para meus alunos surdos”, diz.

Ilustradores são voluntários

Segundo a professora Kelly, a maior dificuldade para a produção de mais HQs é a falta de recursos para pagar ilustradores. “Até o momento, tivemos o privilégio de ter o Addyson e o Luiz Gustavo como ilustradores e que pertencem a comunidade surda”, comenta.

Para compor outras ilustrações, é preciso contar com a colaboração voluntária de profissionais de dentro ou de fora da UFPR.

Para o estudante Addyson, outro desafio é a distância entre os trabalhos realizados e o público que não entende Libras. “Muitas vezes, as informações ficam somente no meio da comunidade surda e de pessoas que sinalizam. Existe um desinteresse grande por parte dos ouvintes”, constata.

O professor Clovis destaca que as HQs são importantes também para que pessoas ouvintes descubram os processos culturais e conhecimentos produzidos pela comunidade surda.

Fique por dentro dos próximos passos

A próxima edição da HQ em Libras abordará a temática das línguas de sinais indígenas no Brasil, em especial a língua de sinais terena. A intenção é “assegurar as línguas de sinais como patrimônio histórico cultural da humanidade e fortalecer o reconhecimento e a preservação dessas línguas por meio da criação de HQs sinalizadas.”

Segundo Kelly, o trabalho deve priorizar a documentação da cultura e da identidade por meio de ilustrações e glossário das línguas, além de fazer com que os surdos se sintam representados e sejam protagonistas das narrativas.

Germano espera que as histórias possam servir de exemplo para crianças e adultos surdos e torce para que mais edições sejam publicadas.

Kelly, coordenadora do projeto, conta que a iniciativa está cadastrada para mais cinco anos de duração.

Quer ler?

Todas as HQs estão disponíveis gratuitamente para download no site da Editora Letraria – www.letraria.net

Fonte: https://revistareacao.com.br/alunos-e-professores-da-ufpr-criam-historias-em-quadrinhos-em-libras/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

26/11/2020

Quebrando Tabus: A SEXUALIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL E SUA IDENTIDADE

Já está disponível o livro “Quebrando Tabus: A SEXUALIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL E SUA IDENTIDADE”.

De acordo com os autores,  “você está convidado para conhecer este lançamento inédito! O livro quebrando tabus: a sexualidade da Pessoa com deficiência visual e sua identidade, reúne relatos de pessoas cegas ou com baixa visão que se reconhecem como integrantes da comunidade LGBTQIAP+. Ao compartilharem suas vivências e experiências, revelam sentimentos, emoções e as consequências da sua condição sexual e identidade”.

Os organizadores Felipe Monteiro e Leandro Pereira, juntamente com os com autores de diversas localidades do país, trazem ao conhecimento do leitor histórias interessantes, emocionantes e sensíveis. 

Para adquirir o livro acesse o site da Amazon clique no link

https://ler.amazon.com.br/kp/embed?linkCode=kpd&ref_=k4w_oembed_4iyRRJxiVlcRoz&asin=B08MWTGRFN&tag=kpembed-20&amazonDeviceType=A2CLFWBIMVSE9N&from=Bookcard&preview=newtab&reshareId=57F42DCM1K484G13JBKK&reshareChannel=system

Fonte  https://revistareacao.com.br/quebrando-tabus-a-sexualidade-da-pessoa-com-deficiencia-visual-e-sua-identidade/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência terá uma semana de comemorações

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro, terá uma semana de atividades, de 30 de novembro e 4 de dezembro, e vai acompanhar a conferência dos países que assinaram, a partir de 2006, a Convenção pelos Direitos das Pessoas com Deficiência. O Brasil é signatário desde 2009.

Para este ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o tema ‘Construir melhor: em direção a um mundo pós-covid inclusivo, acessível e sustentável’.

“O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é celebrado anualmente em 3 de dezembro para promover a participação plena e igualitária das pessoas com deficiência e tomar medidas para a inclusão das pessoas com deficiência em todos os aspectos da sociedade e do desenvolvimento”, destaca a organização.

‘Construir Melhor’, tradução de Build Back Better (BBB), é uma estratégia de recuperação, reabilitação e reconstrução após um desastre, para aumentar a resiliência das nações e comunidades. Integra medidas de redução do risco de desastres na restauração da infraestrutura física e dos sistemas sociais, e na revitalização dos meios de subsistência, economias e meio ambiente.

Para o professor Romeu Sassaki, o tema de 2020 é um encorajamento para que não abandonemos a construção, por pior que seja a situação imposta pela pandemia.

“O termo ‘pós-covid’ se refere ao momento atual, em que a doença ainda existe, sem data prevista para acabar”, diz Sassaki. “Do final de 2020 até 3/12/2021, vamos continuar construindo melhor um mundo acessível, sustentável e que inclua todas as pessoas com deficiência”, ressalta o professor.

“Nós que acompanhamos o trabalho da ONU desde antes de 1993, ano em que foi instituído o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, já havíamos começado essa construção”, completa Romeu Sassaki.

Fonte  https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-limites/dia-internacional-das-pessoas-com-deficiencia-tera-uma-semana-de-comemoracoes/?utm_source=estadao:whatsapp&utm_medium=link

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Em Pernambuco, Centro de Educação abre inscrições gratuitas para Congresso de Inclusão

Foto: Arquivo/CEI/Divulgação

O Centro de Educação Inclusiva Professor Leonardo Neves (CEI), abriu 500 vagas gratuitas para o 1º Congresso Nacional Educação Para Todos. Realizado pela entidade pernambucana, o evento que será transmitido gratuitamente pela internet das 19h às 22h, entre os dias 27 e 28 de novembro, promoverá discussões de temas voltados para as pessoas com deficiência e para o público que trabalha diretamente com elas.

De acordo com o professor Leonardo Neves, diretor do Centro de Educação, para garantir a participação virtual, o interessado deve realizar a inscrição enviando o nome completo, número do CPF e contato telefônico. A inscrição pode ser feita até o próximo dia (26) através do e-mail: congressoeducacaoparatodos@gmail.com , e informações do Congresso pelo WhatsApp (81) 99429-2166.

De Brasília, a palestrante ClarinhaMar irá abordar o tema “Pessoa com Deficiência: O Viver, Além do Sobreviver”. Ela é uma pessoa com deficiência e tem paralisia cerebral. Além de escritora, palestrante motivacional, Clarinha é estudante de Letras na Universidade de Brasília.  
“O Impacto da Nutrição Para a Pessoa com deficiência” será o tema abordado pelo palestrante de São Paulo (SP), Luís Guilherme. Ele é graduando em Nutrição do Centro Universitário (FAM) e idealizador do projeto Nutrição Sobre Rodas.

A penúltima palestra será transmitida direto de São Luís (MA), pelo palestrante César Rafael. Ele irá abordar a temática sobre “Desafios das Traduções Culturais da Literatura Surda”. César também é Professor/Intérprete de Libras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Faculdade Pitágoras e IMEC. Ele é licenciado em Letras e Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior da Libras.

Loyse Brito, de Natal (RN), irá comandar a palestra “A Saúde Mental da Pessoa com Deficiência”. Loyse é  psicóloga, especialista em Psicologia Clínica e Psicoterapia Infanto-Juvenil com Foco no Atendimento de Pessoas com Deficiência.

Serviço:1º Congresso Nacional Educação Para Todos
Inscrições: congressoeducacaoparatodos@gmail.com
Informações: (81) 9. 94292166
Quanto: gratuito
Quando: 27 e 28 de novembro de 2020
Horário: 19 às 22h

Fonte  https://revistareacao.com.br/em-pernambuco-centro-de-educacao-abre-inscricoes-gratuitas-para-congresso-de-inclusao/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

25/11/2020

Futuro do mercado de trabalho para pessoas com deficiência gera expectativas para efetiva inclusão

Tabata Contri. Foto: Arquivo pessoal

A lei 8.213/91 pode ser considerada um marco na luta pela inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. A reserva de 2 a 5% de vagas em empresas com 100 ou mais empregados prometia novos horizontes para o futuro do trabalho.

Em 2015, a Lei da Inclusão (13.146/2015) passou a garantir o “direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas”.
Os ecos de ambas as medidas são amplamente positivos, mas, na prática, podem ser considerados discretos.

Dados apresentados pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2018, mostram que, das quase 47 milhões de vagas com carteira assinada daquele ano, somente 486 mil eram preenchidas por pessoas com deficiência. O número corresponde a 1,04% do total, número bem abaixo do esperado para uma população de 46 milhões de pessoas com deficiência.

Dentro de uma economia afetada pela pandemia da Covid-19, a disputa por emprego se tornou ainda mais acirrada. E, se o futuro do mercado trabalho para pessoas com deficiência gera expectativas de inclusão, a qualificação ganha peso no currículo.

Confira os principais desafios impostos pelo mercado e as habilidades cruciais para se tornar o profissional do futuro.

O caminho para o futuro do trabalho

Da abertura de processos seletivos à inclusão, existem múltiplos desafios para o futuro do trabalho das pessoas com deficiência. Se fosse respeitado o percentual exigido pela Lei de Cotas, pessoas com deficiência deveriam ocupar bem mais vagas do que o verificado hoje. De acordo com a produtora de conteúdo Ana Kelly Melo, porém, muitas empresas preferem pagar a multa do Ministério do Trabalho do que cumprir as cotas.

“O foco nas contratações ainda é necessário. É muito importante que as companhias considerem pessoas com deficiência em suas seleções”, ressalta Ana.

Ana Kelly. Foto: Andressa Leão

Não são incomuns as situações nas quais pessoas com deficiência são efetivadas em cargos que não exigem ou consideram habilidades técnicas. Passam a simplesmente preencher uma vaga somente para “cumprir a cota”, sem perspectiva de aprendizado e crescimento dentro da empresa.

São casos nos quais os profissionais não são tratados como tal e ocupam cargos que, na avaliação de Ana Kelly, são subempregos.

As diferentes acessibilidades

A inclusão efetiva necessita que dois obstáculos sejam perpassados. O primeiro é que, frequentemente, as empresas não estão preparadas para receber empregados que sejam pessoas com deficiência. Logo, por não contarem com medidas de acessibilidade, acabam por “encostar” esses profissionais.

Para a consultora em inclusão de profissionais com deficiência Tabata Contri, a inclusão é necessária desde o planejamento de espaços acessíveis.

“Já passamos da fase de ‘fazer para’ e estamos no momento do ‘fazer com’. Inclusão se faz junto. Por isso, nós, pessoas com deficiência, usamos a frase ‘Nada sobre nós sem nós’, que ficou famosa na convenção da ONU que aconteceu no Brasil em 2006”, aponta Tabata.

E quando falamos em acessibilidade, não nos referimos somente a medidas arquitetônicas (espaços com rampas, piso tátil etc), mas também às cinco outras dimensões abaixo:

- Acessibilidade atitudinal: relacionada ao fomento de uma cultura inclusiva, sem estigmas ou discriminação.

- Acessibilidade metodológica: que aborda barreiras técnicas, de processos e metodologias no trabalho;

- Acessibilidade instrumental: que quebra barreiras no acesso a instrumentos de trabalho;

- Acessibilidade programática: para acabar com barreiras que estão dentro de leis, normas e regulamentos;

- Acessibilidade natural: relacionada a barreiras naturais.

As empresas devem sempre incluir pessoas com deficiência no debate sobre acessibilidade. Somente elas podem fornecer detalhes que fazem toda a diferença na construção de um espaço inteiramente acessível.

O profissional do futuro deve estar atento às múltiplas dimensões citadas acima. Dessa forma, será capaz de contribuir para a quebra de cada tipo de barreira.

O outro obstáculo para a inclusão está fortemente enraizado na sociedade. E deve ganhar atenção por ser uma das metas a serem superadas no futuro do trabalho: o capacitismo.

Capacitismo e liderança

O capacitismo consiste em atos de discriminação, opressão ou abuso da pessoa com deficiência. Está relacionado à dimensão atitudinal da acessibilidade, envolvendo estigmas que definem pessoas com deficiência como inferiores ou, o oposto, como heroínas.

Seus efeitos são sentidos em todos os segmentos do mercado, principalmente, na escalada entre cargos. Uma mentalidade capacitista faz com que diversos profissionais fiquem estagnados e sem perspectivas.

“Enquanto associarmos deficiência à incapacidade teremos entraves. Precisamos conscientizar as lideranças sobre o capacitismo que permeia as decisões de meritocracia e acabam travando o desenvolvimento e evolução hierárquica de vários profissionais”, explica Ana Kelly.

Já segundo Tabata Contri, menos de 1% das pessoas com deficiência ocupam cargos de liderança nas 500 maiores empresas para se trabalhar no Brasil. A causa seria a falta de credibilidade e de um olhar que ultrapassasse as deficiências e enxergasse o profissional.

“Precisamos entender que a inclusão de pessoas com deficiência é diferente de caridade. É oportunidade porque temos que pensar que esses talentos vão produzir e trazer resultados para os negócios. Não podemos ser contratados como deficiências. Somos talentos e temos muito a somar”, enfatiza Tabata.

O planejamento de recursos humanos deve considerar os postos ocupados por pessoas com deficiência como partes essenciais para o desenvolvimento da empresa. Na verdade, tão importantes quanto qualquer cargo, contribuindo não apenas para os objetivos organizacionais, como também para os individuais.

Para isso, é vital que se invista em uma cultura inclusiva e anticapacitista. Líderes e gestores devem olhar para o profissional com deficiência valorizando seu potencial e pensando em seu desenvolvimento. Além disso, devem estar bem preparados para gerir pessoas com diferentes deficiências e seus graus.

Em contrapartida, os profissionais não podem estar despreparados. O investimento constante em capacitação será decisivo para um futuro do trabalho altamente competitivo.

Habilidades para o profissional do futuro

“É preciso deixar claro que a Lei de Cotas abre oportunidades no trabalho, mas ela não garante estabilidade, promoção ou sucesso na carreira”, afirma Tabata Contri.

As palavras da consultora de inclusão reforçam o valor de um aprimoramento contínuo para o profissional do futuro. A necessidade de constante atualização já é realidade em praticamente todos os setores da economia, das novas tecnologias à gestão. Para profissionais com deficiência, a situação não seria diferente.

Como vimos, uma série de empresas ainda não cumpre – por diferentes motivos – a cota de contratações de pessoas com deficiência. Isso diminui o número de oportunidades abertas e aumenta bastante a concorrência.

A fim de se destacar, o profissional deve possuir um leque de habilidades diferenciadas. Além das hard skills, que envolvem conhecimentos técnicos como operar máquinas, elaborar códigos de programação, aplicar um protocolo de saúde etc. - as chamadas soft skills ganharam relevância como habilidades do futuro.

“Habilidades comportamentais, como relações interpessoais e autogestão são fundamentais. Serão destaque os profissionais que construírem relações de confiança com suas lideranças e com seus times”, completa ela.

E, por falar em qualificação, a falta de inclusão também atinge instituições educacionais. Da mesma forma que empresas contratantes, não é raro que escolas, cursos ou universidades não aceitem o ingresso de pessoas com deficiência. Isso sem considerar a acessibilidade do espaço ou da metodologia de ensino.

A educação se põe, portanto, como uma outra barreira a ser superada para o futuro do trabalho.

As novas profissões e modelos de trabalho

O profissional com deficiência também precisa ficar atento às possibilidades abertas com as novas profissões e modelos de trabalho.

A pandemia da Covid-19 acelerou uma tendência de descentralização com empresas de todos os portes adotando, por segurança, o home office.

Em primeiro momento, podemos pensar que a PcD tende a se beneficiar do regime de trabalho à distância. A economia de tempo e deslocamento é grande, sem contar as complicações urbanas como a falta de transporte público acessível e a má qualidade das calçadas.

A produtividade em casa, contudo, exige recursos. Acesso à internet, um ambiente confortável e sem ruídos, familiares que compreendam o expediente, entre outros, são indispensáveis ao regime remoto.

No caso de pessoas que tenham grande dificuldade de deslocamento e que tenham acesso a toda essa estrutura, exercer uma função à distância é uma solução.

Mesmo assim, existem situações em que o home office é prejudicial. Ana Kelly enxerga que um espaço de trabalho coletivo pode ser vantajoso em alguns casos.

“A socialização também faz parte da capacitação dos profissionais de forma que consigam navegar em um ambiente corporativo. Nesse ponto, o ambiente digital sai perdendo”, ressalta a produtora de conteúdo.

Cada situação é diferente da outra, sendo sempre melhor analisar individualmente.

Tecnologias saem na frente

Mesmo com um cenário abalado pela pandemia, um setor se sobressaiu justamente pelo contrário.

A área de tecnologia foi a menos afetada em 2020, ao obter um crescimento a taxas significativas. Uma alta demanda aliada à pouca presença de talentos com deficiência em tecnologia indicam que as novas profissões podem surgir da área de TI.

“Se formos dar uma dica para as pessoas com deficiência que estão definindo qual carreira ingressar, o universo da tecnologia é um caminho interessante”, conclui Tabata Contri.

O futuro do trabalho é oportunidade e qualificação

Pessoas com deficiência podem e devem ocupar todos os espaços na sociedade na busca da legitimação de seu lugar.

Ao mesmo tempo em que se faz necessário pressionar pelo cumprimento de medidas como a Lei de Cotas, promover oportunidades sem corresponder com qualificação é somente meio caminho andado.

Em suma, o futuro do trabalho exige que a sociedade mude a mentalidade capacitista, entendendo que as pessoas com deficiência têm papel importante a desempenhar dentro das organizações. E ainda mais: elas podem escolher exatamente qual é esse papel.

Fonte  https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3121/futuro-do-mercado-de-trabalho-para-pessoas-com-deficiencia-gera-expectativas-para-efetiva-inclusao
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Atletas paralímpicos do Brasil farão intercâmbio com crianças japonesas a partir desta quarta

Autoridades no evento de divulgação do planejamento estratégico e da parceria com Hamamatsu em 2018 | Foto: Leandro Martins/CPB/MPIX

Atletas brasileiros que devem disputar os Jogos Paralímpicos de Tóquio em 2021 participarão de um intercâmbio digital com alunos japoneses do ensino fundamental da cidade de Hamamatsu, a partir desta quarta-feira, 18.  

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a prefeitura de Hamamatsu celebraram virtualmente, no último mês de agosto, a manutenção do contrato da sede da aclimatação brasileira para o megaevento. A 16ª edição dos Jogos Paralímpicos, que será sediada na capital japonesa em agosto de 2021, foi adiada por um ano devido à pandemia de Covid-19.   

Ao todo, serão quatro encontros virtuais. A estimativa é que mais de 600 crianças japonesas participem da ação. Cada bate-papo contará com a presença de dois atletas da mesma modalidade. Eles conversarão sobre as expectativas para os Jogos Paralímpicos de Tóquio e responderão perguntas dos alunos.  

O primeiro evento será nesta quarta-feira, 18, com estudantes da escola Nishi e contará com a participação dos nadadores Daniel Dias (classe S5, para atletas com deficiência físico-motoras) e Carol Santiago (S12, para atletas com baixa visão).  

Já na segunda-feira, 30, será a vez dos alunos da escola Sunaoka conhecerem mais sobre o atletismo. Eles conversarão com a lançadora de dardo Raissa Rocha (F56, para cadeirantes) e o velocista Petrúcio Ferreira (T47, para amputados de braço).  

Em dezembro, ocorrerá mais um bate-papo, no dia 8. A escola Miyakoda Minami terá a oportunidade de conversar sobre futebol de 5 com o goleiro Luan Lacerda e o pivô Raimundo Nonato. O último encontro será com os alunos da Sanarudai no dia 2 de fevereiro e com a presença dos mesa-tenistas Danielle Rauen (classe 9) e Israel Stoh (classe 7).   

Com cerca de 790 mil habitantes, Hamamatsu fica localizada na província de Shizuoka, 260km ao sul de Tóquio. A cidade abriga a maior colônia brasileira no Japão, o que motivou o município a se interessar em receber a delegação nacional.  

A direção técnica do CPB esteve em Hamamatsu em 2019, quando visitou as instalações esportivas que servirão para os ajustes finais da delegação brasileira antes dos próximos Jogos Paralímpicos. Todas serão adequadas a fim de propiciar as melhores condições de acessibilidade e treinamento aos atletas do Brasil. 

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte  https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3117/atletas-paralimpicos-do-brasil-farao-intercambio-com-criancas-japonesas-a-partir-desta-quarta
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Circuito de tênis de em cadeira de rodas terá novas etapas em dezembro; veja como se inscrever

Foto: Marcello Zambrana/CBT

O Circuito BRB de tênis profissional em cadeira de rodas terá novas etapas a partir do próximo mês de dezembro, além da disputa da Supercopa. A competição, que retornou em outubro após a paralisação de calendário devido à pandemia do Covid-19, vai acontecer na Associação Médica de Brasília, no Distrito Federal.

O torneio é realizado pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT), com o apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), da Federação Brasiliense de Tênis, e da Secretaria de Esporte e Lazer do Governo do Distrito Federal.

A etapa 2 do circuito ocorrerá entre os dias 5 e 7 de dezembro, enquanto a etapa 3 será realizada entre 8 e 10. Já a Supercopa será disputada logo em seguida, de 11 a 13 de dezembro.

As premiações (R$ 30 mil por etapa e R$ 60 mil para a Supercopa), serão divididas igualmente entre três categorias: Open masculino e feminino (para atletas com alguma deficiência nos membros inferiores) e Quad (para atletas com deficiência em três ou mais membros). 

O formato de disputa terá, no máximo, oito atletas na chave principal de cada categoria, definidos pelo ranking nacional. São esperadas as participações dos campeões da etapa anterior, como Daniel Rodrigues (Open masculino), Meirycoll Duval (Open feminino) e Ymanitu Silva (Quad).

Haverá ainda a realização de uma chave secundária aberta, sem limite de inscritos e sem premiação. Para participar, é necessário que o atleta tenha mais de 14 anos e ser filiado à CBT.

Para se inscrever na competição, basta clicar neste link. O prazo das inscrições se encerra em 23 de novembro. 

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

Fonte  https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3119/circuito-de-tenis-de-em-cadeira-de-rodas-tera-novas-etapas-em-dezembro-veja-como-se-inscrever
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Live Paralímpica: atletas e técnica compartilham experiências sobre ser negro no esporte paralímpico

Na Live Paralímpica desta sexta, 20, os atletas Raissa Rocha (atletismo) e Alex Sandro Souza (esgrima em cadeira de rodas) e a técnica de futebol de 5 Laryssa Macêdo debateram o tema “Negros no esporte paralímpico”. O bate-papo aconteceu na página oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) no Facebook em celebração ao Dia da Consciência Negra, comemorado também em 20 de novembro.   

Iniciada no mês de maio, a Live Paralímpica compõe o conjunto de ações feitas pelo CPB durante a pandemia do Covid-19. Ao todo, já foram realizadas 21 transmissões ao vivo. Confira a playlist completa aqui.                  

Para o esgrimista Alex Sandro, que começou no atletismo e migrou para a esgrima em cadeira de rodas, a modalidade é elitista devido à sua origem histórica. “A esgrima é um esporte muito antigo, praticado pela realeza. E os homens da corte defendiam sua honra com duelos [de esgrima], só depois virou um esporte olímpico”, explicou o atleta que compete na categoria A (para pessoas com movimentação de tronco) e tem má-formação congênita na perna direita.  

A lançadora de dardo Raissa Rocha, medalhista de bronze no Mundial de Dubai 2019, compartilhou como foi a sua infância e adolescência e o seu processo de aceitação por meio da transição capilar.  

“Quando eu comecei no esporte eu sentia que o meu cabelo me atrapalhava. O cabelo crespo, cacheado, demanda tempo e eu achava que o cabelo liso me daria praticidade. Comecei a alisá-lo desde novinha. Nos Jogos Rio 2016, eu não me identificava mais com o meu cabelo liso, não era eu. Eu não me aceitava pela minha deficiência, pelo meu cabelo, pela minha cor.  Não tinha maquiagem que ficavam boas na minha pele. Do nada eu decidi entrar em transição capilar. Foram oito meses de transição e eu não aguentava a diferença do liso e do cacheado e decidi cortar”, revelou a atleta.  

Técnica do CEDEMAC, time do Maranhão que tem toda a equipe técnica composta por mulheres, Laryssa Macêdo contou como mostrou para os seus atletas o seu cabelo. “Quando eu entrei no futebol de 5, os meninos não tinham contato com mulheres de cabelo crespo com o corte tipo ‘black’. Eu comecei a explicar para eles como era o meu cabelo e eles queriam ficar com um cabelo igual. Eles, ao passarem a mão na minha cabeça, percebiam e percebem até hoje realmente qual o tipo de textura do meu cabelo”, contou.  

Confira a Live Paralímpica "Negros no esporte paralímpico" completa abaixo:


Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível      
A atleta Raissa Rocha é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 70 atletas e sete atletas-guia.    
    
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br) 

Fonte  https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3120/live-paralimpica-atletas-e-tecnica-compartilham-experiencias-sobre-ser-negro-no-esporte-paralimpico
POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Senac de Camaquã, RS, realiza curso sobre “Cuidados para pessoas com deficiência”

O Senac de Camaquã, no Rio Grande do Sul, está promovendo o curso “Cuidados para pessoas com deficiência”.   

O curso é rápido, ocorrendo durante o turno da tarde, do dia 7 de dezembro até o dia 16 de dezembro. O curso é uma alternativa, não apenas para se destacar no mercado de trabalho, mas também para saber como lidar com familiares que necessitam de cuidados especiais. 

Consta como grade do curso, temas como: 

  • Mobilidade e Inclusão da pessoa com deficiência;
  • Características Fisiológicas e Patologias PCD;
  • Desenvolvendo Habilidades Necessárias para o Cuidar.

Acesse o site Senac Camaquã – https://www.senacrs.com.br/unidades.asp?unidade=73 –  e confira a grade de cursos disponíveis na unidade da cidade. No site é possível conhecer todos os detalhes dos cursos disponíveis e conferir qual deles se encaixa melhor com as suas necessidades e sonhos. 

Fonte  https://revistareacao.com.br/senac-de-camaqua-rs-realiza-curso-sobre-cuidados-para-pessoas-com-deficiencia/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO