28/01/2021

Jovem que teve paralisia vende doces em cadeira de rodas para sustentar filha e emociona a web

Jord'any Livia Mendes Costa tem 23 anos e mora em Praia Grande, SP — Foto: Arquivo Pessoal

A jovem Jord'any Livia Mendes Costa, de 23 anos, foi vítima de paralisia cerebral e parou de andar aos 17 anos. A necessidade de usar cadeira de rodas, porém, não a impediu que começasse o próprio negócio, vendendo doces nas ruas de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Jord'any começou a produção há um ano, para sustentar a filha, e conquistou a web após postagens de clientes, aumentando as vendas e ganhando doações de pessoas que querem ajudá-la.

"Eu não estou aqui só porque preciso, eu amo o que eu faço. A cadeira não me prende a nada, ela que me leva onde eu preciso ir", disse Livia em entrevista ao G1 nesta terça-feira (26).

A jovem conta que foi vítima de paralisia cerebral aos 9 meses de idade e precisou fazer uma cirurgia aos 17. Sem conseguir frequentar a fisioterapia pela necessidade de trabalhar, perdeu o movimento das pernas. Livia relata que se adaptou bem à cadeira de rodas, e conseguiu realizar o sonho de ser mãe, algo que diziam ser impossível.

Jord'any Livia Mendes Costa vende doces nas ruas de Praia Grande, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Jord'any Livia Mendes Costa vende doces nas ruas de Praia Grande, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Entretanto, a pandemia trouxe uma série de dificuldades para a jovem. "Precisei trocar arroz por leite para minha filha", relembra. A iniciativa de começar a vender doces surgiu há um ano, quando ela passou a ver vídeos de receitas e se arriscar no próprio negócio.

"Peguei R$ 45, que era tudo que tinha, e comprei ingredientes de bolo. Nunca tinha feito isso, e comecei a ver vídeos. Saí com nove potinhos na primeira vez", conta Livia. Ela começou fazendo bolos de pote, mas decidiu mudar para brigadeiros, receita que também faz por encomenda. Ao longo do tempo, foi conquistando clientes, que passaram a publicar fotos da jovem nas redes sociais.

As postagens renderam doações de ingredientes, itens para a cozinha e até uma máquina de cartão, que Livia não tinha. Na última semana, uma publicação teve mais de mil reações e 2 mil compartilhamentos. "Não tem desculpa, nem falta de oportunidade, nós que fazemos nossas escolhas e nosso futuro. Bati um papo com ela e comprei uns brigadeiros, e ganhei minha noite com a simpatia dela", disse a cliente nas redes sociais.

Jovem recebeu doações após postagens de clientes — Foto: Arquivo Pessoal

Jovem recebeu doações após postagens de clientes — Foto: Arquivo Pessoal

A jovem conta que não esperava a repercussão. "Usei 25 latas para fazer os brigadeiros, para conseguir vender para tantas pessoas. Geralmente, uso cinco, e nem sei se vou vender tudo", diz Livia, que aumentou as vendas após tantos compartilhamentos.

Jord'any reitera que tudo que faz é pela filha de 3 anos, e pelo sonho de conseguir a casa própria. "Minha vida é minha filha. Minha meta, meu sonho é conseguir a casa própria para nós. Uma loja é outro sonho, mas está um pouquinho distante", conta. Nos comentários, internautas elogiam a jovem, relatando que se emocionaram com a história dela, que diz ser completa e muito feliz, mesmo após perder o movimento das pernas.

"A cadeira é o fim de uma fase e começo de uma nova vida, mais completa do que quando eu andava. Não queria que me vissem com dó. Sou completa", finaliza.

Livia conta que trabalha para levar sustento para a filha de 3 anos — Foto: Arquivo Pessoal

Livia conta que trabalha para levar sustento para a filha de 3 anos — Foto: Arquivo Pessoal

Fonte  https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2021/01/26/jovem-que-teve-paralisia-vende-doces-em-cadeira-de-rodas-para-sustentar-filha-e-emociona-a-web.ghtml

Postado por Antônio Brito 

ONDE ESTÃO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DO BBB?

Todo ano nos fazemos essa pergunta, né? Se por pensar que tenha alguém com deficiência na casa, ou mesmo por pensarmos que ter alguém lá seria inclusivo. Sinceramente, acredito que nenhuma ou nem outra coisa aconteceria.

Talvez quando falemos em ter uma pessoa com deficiência no Big Brother Brasil, você se lembre do Fernando Fernandes, paratleta e influencer com deficiência, mas na época em que ele participou em 2002, ele ainda não tinha sofrido o acidente que o tornou pessoa com deficiência, fato ocorrido em 2009.

Cenapop · “Redescobri o sexo 15 dias após ficar paraplégico”, diz ex-BBB Fernando  Fernandes

No entanto, já tivemos uma representante, que foi a Marinalva de Almeida, que na época tinha 39 anos e foi destacada como paratleta e modelo. Ela é uma mulher com amputação na perna esquerda.

Mas foi só ela e lá na edição 17. Desde então nunca mais tivemos a cogitação de uma pessoa com deficiência no programa. Seria uma espécie de capacitismo? Seria desinteressante ter uma pessoa na cadeira de rodas, de muletas ou com paralisia na casa mais “vigiada” do Brasil? Seria um erro mercadológico, pois considerando que existem 45 milhões de brasileiros com deficiência e que poderiam se sentir representados e até ser decisivos numa votação?

De fato, o BBB não é interessando em corpos com deficiência, pois é simples de entender que o programa atende a maioria e a maioria ainda considera a deficiência como uma tragédia pessoal e social. É preciso ser mercadológico, comum, geralzão é preciso atender e, sobretudo, domar a massa.

Além disso, o BBB não é lugar para nós! Um ambiente dominado pelo senso comum, por opiniões rasas e muitas vezes sem nexo, apenas para, novamente, domar a massa. Não poderíamos ter alguém no BBB que quisesse realmente discutir inclusão, acessibilidade, oportunidades ou mesmo combater o maldito discurso de superação.

Uma pessoa com deficiência no BBB seria facilmente derrubada pelo capacitismo que reina no senso comum.

Fonte  https://deficienciaemfoco860798267.wordpress.com/2021/01/25/onde-estao-as-pessoas-com-deficiencia-do-bbb/

Postado por Antônio Brito 

André Rocha assume coordenação do Programa Esporte Para Todos

ANDRÉ ROCHA FOI MEDALHISTA DE BRONZE NOS JOGOS PARAPAN AMERICANOS DE LIMA, EM 2019 (FOTO: DIVULGAÇÃO )

Um dos principais nomes do paratletismo de Taubaté e do Brasil inicia em 2021 uma nova fase em sua vida. André Rocha, de 43 anos, passa a ser o novo coordenador de alto rendimento do Programa Esporte Para Todos, projeto que promove o esporte adaptado na cidade de Taubaté.

O “Esporte Para Todos” promove a prática esportiva para pessoas com deficiência a partir dos 12 anos de idade e exoste desde 2013. Além do atendimento social e promoção de qualidade de vida, quem se destaca em uma das diversas modalidades oferecidas no projeto, pode integrar a equipe de competições.

Foi o caso do próprio André Rocha, que desde 2013 faz parte do projeto. O paratleta atuava como Policial Militar, e durante uma perseguição, sofreu uma queda de um muro e lesionou a coluna. Após diversas cirurgias, André ficou paraplégico.

Ele entrou para o Programa Esporte Para Todos por meio do basquete em cadeira de rodas. Logo experimentou o atletismo e se encontrou no Arremesso de Peso e no lançamento de Disco. De 2013 até 2019, colecionou conquistas nacionais e internacionais. “O resgate da minha vida se deu ao Esporte Para Todos, que veio na hora certa para resgatar um André que estava depressivo, sem um norte, sem vontade e sem saber o que fazer.”, disse.  

Sua longa lista de conquistas tem como principais destaques o título de Campeão Mundial no Lançamento de Disco em Londres 2017; medalhas de Prata e Bronze no Arremesso de Peso nos Jogos Parapan Americanos de Toronto 2015 e Lima (2019), respectivamente; medalha de Prata no Arremesso de Peso nos Jogos Mundiais Militares na Coreia do Sul (2015); Pentacampeão do Grand Prix Internacional de Berlim; e mais de 10 quebras de recordes mundiais no Arremesso de Peso e no Lançamento de Disco.

Com larga experiência como atleta, ele agora se vê pronto a ajudar o esporte paralímpico de Taubaté como coordenador da área de competições da equipe. “Gosto muito de desafios e receber esse convite de coordenar o alto rendimento do Esporte Para Todos é um desafio enorme. Digo isso porque é um projeto que já tem 8 anos, e cresceu muito, tanto em quantidade, quanto em qualidade. E os atletas paraolímpicos taubateanos conseguiram impulsionar o nome do projeto com seus resultados de grande destaque, nacional e internacionalmente.”, destaca André.

Para ele, o momento é de buscar melhorias para o projeto como um todo. “Sempre é necessário buscar algo a mais para nós mantermos esse alto padrão competitivo. Minha função vai ser coordenar as equipes de alto rendimento do Atletismo e do Tiro Esportivo Paralímpicos. É um desafio interessante, e por eu fazer parte de tudo isso nesses oito anos, conheço bem o projeto, conheço os atletas, conheço o sistema como um todo e acho que vai ser uma contribuição interessante que eu poderei dar na parte de gestão.”, completa André.

Gestor e Atleta
Apesar de assumir esse novo posto gerencial, André Rocha não deixará de treinar e competir. “Continuo também como atleta paralímpico. Minha principal modalidade é o tiro esportivo. Nesse primeiro ano como coordenador, ainda continuo no atletismo também, me dedicando nessas três frentes. Tenho objetivos bem claros no tiro esportivo, que inclui a busca de índice olímpico para Tóquio, e para os Jogos de Paris 2024. Quero realizar esse sonho de defender as cores de Taubaté e do Brasil em uma Paralimpíada.”, disse.

Metas para o Programa Esporte Para Todos
André Rocha destaca que já trabalha para implementar uma nova fase do Programa Esporte Para Todos, com maior visibilidade e alcance do projeto dentro da comunidade. “O esporte paralímpico me resgatou, como eu sempre comento, e assim como aconteceu comigo eu gostaria que acontecesse com outras pessoas. Essa repaginada que nós temos que pensar em dar no projeto em 2021 inclui atingir mais pessoas, ampliar o nosso alcance na sociedade, e assim termos mais pessoas com deficiência incluídas no esporte. Não só para competir, mas para benefícios na saúde e no convívio social. Acho que o esporte paralímpico est&aacut e; numa crescente no mundo todo e nós esperamos que outras pessoas possam conhecer nosso movimento, fazer parte e se beneficiar disso.”, explica.

“Estamos com 8 anos de projeto, temos hoje um número significativo de pessoas praticando atividades esportivas adaptadas em Taubaté graças ao projeto, e temos um time de alto rendimento com atletas de nível internacional incluindo o Alessandro da Silva, que já tem até vaga garantida para os Jogos de Tóquio. Mas ainda temos muita gente que não conhece o projeto. É necessário buscarmos um trabalho forte de comunicação com a sociedade como um todo em Taubaté, e também na região do Vale do Paraíba.”, disse.

Apesar de estarmos com quase todas as atividades paralisadas por conta da pandemia, vamos aproveitar o momento para reestruturar a parte de abordagem para ampliar a divulgação. Queremos também mapear e suprir as necessidades de material para treinamento como um todo. Dessa forma, quando pudermos retomar plenamente as atividades de treinamento, estaremos reestruturados para disputar competições da melhor forma possível, buscando os objetivos traçados para a equipe de alto rendimento em 2021.”, finaliza André.

Fonte  https://guiataubate.com.br/noticias/2021/1/andre-rocha-assume-coordenacao-do-programa-esporte-para-todos

Postado por Antônio Brito 

Mãe enfrenta dificuldades para manter filhos com deficiência que tiveram benefício suspenso

Com BPC de filhos com deficiência suspenso, mulher enfrenta dificuldade para manter a casa

Sem enxergar direito de um olho, uma mulher de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, enfrenta uma rotina exaustiva para cuidar de três filhos com uma doença neuromuscular nunca identificada. Para complicar a situação, a dona de casa Dalva Maria dos Santos, de 54 anos, perdeu o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que havia conseguido para dois dos três filhos com deficiência. Essa era a única renda que ela tinha para manter a família, que mora na zona rural do município.

A família é assistida por uma equipe de uma Unidade Básica de Saúde que atende na região. — Foto: Reprodução/TV Grande Rio

A família é assistida por uma equipe de uma Unidade Básica de Saúde que atende na região. — Foto: Reprodução/TV Grande Rio

"As vezes eu fico tão abatida que não consigo fazer nada dentro de casa. Não tenho coragem, fico sem andar, sem ânimo", lamenta.

Dona Dalva tem sete filhos, mas mora apenas com quatro, Miguel, 36 anos, Carlos, 35, Edenil, 25 anos, e Denilson. Regularmente, a família é assistida por uma equipe de uma Unidade Básica de Saúde que atende na região. Com esse suporte, ela conseguiu dar entrada no BPC que é pago para idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social. O auxílio só contemplou Miguel e Carlos.

Em janeiro de 2019, o BPC de Miguel foi suspenso sem aviso prévio. A renda que já era pouca, ficou ainda menor. Alguns meses depois, a família conseguiu se cadastrar no auxílio emergencial pago pelo governo federal durante a pandemia. Desde então, conseguiram sobreviver da forma que dava.

Com o fim do auxílio, dona Dalva se viu novamente sem perspectiva. — Foto: Reprodução/TV Grande Rio

Com o fim do auxílio, dona Dalva se viu novamente sem perspectiva. — Foto: Reprodução/TV Grande Rio

Com o fim do auxílio, dona Dalva se viu novamente sem perspectiva. Denilson Gomes Reis, o outro filho da dona de casa, está desempregado e ajuda da forma que pode. Ele já tentou resolver a situação dos irmãos, mas não conseguiu. "Foi bloqueado o benefício dele [de Miguel], alegando que foi falta de recadastramento. A gente não tinha conhecimento disso", diz.

Denilson tentou fazer o recadastramento na Casa Bolsa e no INSS, mas pelos irmãos serem maiores de idade, seria necessário fazer uma curatela, um documento jurídico que permite cuidar dos interesses de outra pessoa que se encontra incapaz de fazê-lo. "Quando soube disso já tinha perdido o benefício", conta.

Denilson está desempregado e ajuda os irmãos como pode.  — Foto: Reprodução/TV Grande Rio

Denilson está desempregado e ajuda os irmãos como pode. — Foto: Reprodução/TV Grande Rio

A advogada previdenciária,Lívia Batista conta que o cancelamento do BPC acontece com bastante frequência.

"Existe um pente um fino no INSS que reavalia sua condições e acaba que eles entendem que você não comprovou, ou suas atualizações cadastrais dentro do Cadastro Único não estão sendo realizadas dentro do que a lei determina", diz.

A advogada destaca que as atualizações precisam ser feitas a cada ano para evitar que o prazo seja perdido ou tenha o benefício cancelado.

Para se manter, dona Dalva têm recebido doações da comunidade, mas espera que a situação seja resolvida o mais rápido possível. "Que eles deem os direitos do meu filho. Que façam alguma coisa por mim, me aposentem pelo menos. Eu preciso disso", conta.

Em nota, o INSS informou que “o Benefício recebido pelo Sr. Miguel Santos Reis foi inicialmente suspenso em 11/2019 por falta de saque por mais de 60 dias. Assim, após 6 meses sem saque o benefício foi cessado, por esta falta, o que é feito automaticamente pelo sistema.

Informamos que o motivo de cessação foi este e que para ter o benefício reativado o titular ou seu representante legal deve solicitar através do MeuInss ou 135 a reativação do mesmo”.

Fonte  https://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2021/01/08/mae-enfrenta-dificuldades-para-manter-filhos-com-deficiencia-que-tiveram-beneficio-suspenso.ghtml

Postado por Antônio Brito 

27/01/2021

Bailarina cadeirante dá um show de inspiração e faz sucesso nas redes sociais

A estudante de Direito, Amanda Courel, tem apenas 20 anos e já passou por 8 cirurgias, ela nasceu com uma deficiência chamada mielomeningocele, também conhecida como uma má formação na coluna, que a tornou paraplégica. Mas para a Amanda, isso jamais foi empecilho para sonhar e lutar pelos seus sonhos. 

“Nunca gostei de ficar parada, quando eu tinha 5 anos de idade, assisti uma apresentação de dança e pedi para minha mãe pra fazer balé, ela ficou um pouco surpresa com o pedido, mas para mim nada é impossível“.

Os pais da Amanda, foram em busca de uma escola que atendesse a demanda, e encontraram um lugar que ela pudesse ter aulas em Botucatu. Foi amor à primeira vista pela arte da dança, a botucatuense já coleciona inúmeras apresentações.

“Eu me realizo dançando, e sempre vou levar comigo que eu posso fazer, tudo que eu quiser.”

Além de ser um sucesso nas apresentações, a bailarina também está bombando nas suas redes sociais. Amanda começou a criar um conteúdo mostrando as coreografias e ensinando muita gente, que nada é um empecilho quando existe força de vontade e alegria em simplesmente estar vivo.

Os vídeos estão chegando para vários artistas do país, e a cantora Luísa Sonza reconheceu a bailarina em um comentário positivo no Instagram.

Fonte  https://conteudo.solutudo.com.br/mundo/bailarina-cadeirante-da-um-show-de-inspiracao-e-faz-sucesso-nas-redes-sociais/
Postado por Antônio Brito 

Governo federal aprova auxílio emergencial para 196 mil pessoas

O governo federal vai pagar, na próxima quinta-feira (28), mais de R$ 248 milhões de auxílio emergencial para 196 mil pessoas. A portaria do Ministério da Cidadania foi publicada hoje (26) no Diário Oficial da União, após análise das contestações e revisões decorrentes de atualizações de dados governamentais.

O grupo de beneficiários inclui cerca de 191 mil pessoas que contestaram a suspensão do benefício no site da Dataprev, entre 7 e 16 de novembro e entre 13 e 31 de dezembro de 2020, além de 5 mil pessoas que tiveram os pagamentos reavaliados em janeiro de 2021. Elas receberão de uma só vez todas as parcelas a que têm direito.

De acordo com o ministério, entre as 196 mil pessoas, há 8,3 mil que receberão a segunda, a terceira, a quarta e a quinta parcelas do auxílio emergencial. Outras 40,9 mil pessoas receberão as três últimas parcelas. Uma terceira faixa, de quase 68,1 mil cidadãos, receberá a quarta e a quinta parcelas. Por último, 78,3 mil vão embolsar somente a quinta parcela.

Os recursos serão depositados na poupança social digital da Caixa e já estarão disponíveis no dia 28, tanto para movimentação por meio do aplicativo Caixa Tem, quanto para saques e transferências para outros bancos.

Com o Caixa Tem é possível fazer compras na internet e nas maquininhas em diversos estabelecimentos comerciais, por meio do cartão de débito virtual e QR Code. O beneficiário também pode pagar boletos e contas, como água e telefone, pelo próprio aplicativo ou nas casas lotéricas, e transferir os recursos sem o pagamento de tarifas.

Para o saque em espécie, é preciso fazer o login no aplicativo Caixa Tem, selecionar a opção “saque sem cartão” e “gerar código de saque”. 

Depois, o trabalhador deve inserir a senha para visualizar o código de saque na tela do celular, com validade de uma hora. Esse código deve ser utilizado para a retirada do dinheiro, que pode ser feita nas lotéricas, correspondentes Caixa Aqui ou mesmo nas agências.

Fonte  https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-01/governo-aprova-auxilio-emergencial-para-196-mil-pessoas-que-contestara

Postado por Antônio Brito 

Namoro e deficiência: 'Por que acham que sou cuidadora do meu namorado?

Casais falam sobre o estigma social que significa namorar alguém com deficiência.

Depois que Hannah e Shane Burcaw se casaram em uma cerimônia íntima em casa, eles compartilharam uma foto do evento nas redes sociais.

"Somos marido e mulher!!!!", escreveu Hannah.

"Tenho muita sorte de agora estar casada com o melhor cara que conheço."

Mas eles receberam de volta mensagens como estas:

"Falando sério agora... ela também tem outro parceiro para fazer sexo?"

"Ele é rico ou algo assim?"

"Meu Deus... isso deve ser photoshopado."

O motivo, acreditam os YouTubers Shane e Hannah, é porque ele tem deficiência, e ela não. Shane tem atrofia muscular espinhal e usa cadeira de rodas desde os dois anos.

O casal, que mora em Minneapolis, no estado americano de Minnesota, afirmou à BBC Three que esse tipo de reação reflete o quão mal informadas muitas pessoas ainda estão em relação à deficiência e o namoro.

"Nossa sociedade nos diz que pessoas com deficiência não são parceiros dignos", diz ela.

"Quase não há representação positiva da deficiência ou de relacionamentos de pessoas com deficiência na mídia, então muita gente pensa que pessoas com deficiência não podem ter um relacionamento saudável e maravilhoso."

"Isso significa que quando veem Shane e eu, inventam teorias conspiratórias para tentar compatibilizar nosso relacionamento com o que aprenderam."

'A mídia torna a deficiência indesejável'

Uma pesquisa, de 2014, sugere que 44% dos britânicos incluídos na amostra não considerariam fazer sexo com alguém que tivesse uma deficiência física, enquanto 50% não descartariam a possibilidade.

Shane, que tem 28 anos, diz que a falta de representação positiva muitas vezes o fez sentir que "nunca encontraria uma parceira".

"As coisas que vi na mídia tornam a deficiência extremamente indesejável", afirma.

"Isso me levou a acreditar que a maioria das pessoas não gostaria de namorar alguém com deficiência."

Hannah, que está com 24 anos, afirma que embora a deficiência de Shane nunca a tenha incomodado (eles começaram a conversar depois que ela viu um de seus vlogs online), ela igualmente "nunca conheceu ninguém que usasse cadeira de rodas ou tivesse uma deficiência física".

Também há um debate sobre como os casais com e sem deficiência se descrevem.

Nos Estados Unidos, alguns casais, inclusive na comunidade de vlogs para pessoas com deficiência, começaram a usar o termo interabled.

Mas não é amplamente aceito. Alguns acham que é um reforço nada útil do pensamento limitado e voltado para condição clínica.

"É impreciso e foca nas diferenças físicas ou mentais entre as duas pessoas (ou mais) em um relacionamento", diz o radialista Mik Scarlet, militante da causa da deficiência.

"As pessoas com deficiência passam muito tempo tentando fazer com que a sociedade em geral entenda o 'modelo social da deficiência', que sugere que não somos deficientes por causa dos nossos corpos, mas sim pela maneira como a sociedade nos trata, então quando um conceito como 'interabled' ganha força, destrói grande parte desse trabalho. "

A BBC Three conversou com outros jovens casais sobre suas experiências.

'As pessoas supõem que somos irmãos'

Charlie e Gina

Charlie and Gina - BBC / Acervo pessoal - BBC / Acervo pessoal
Charlie and Gina
Imagem: BBC / Acervo pessoal

Charlie diz:

Tenho paralisia cerebral devido à falta de oxigênio no cérebro com 10 semanas de vida. Eu basicamente uso uma cadeira de rodas porque tenho problemas de equilíbrio e uso de meus membros inferiores.

Gina e eu estamos juntos há pouco mais de três anos.

Gina nunca se incomodou com a deficiência. Ela fez muitas perguntas no início de nosso relacionamento, mas eu não me importei com isso. Como ela sabia que eu era deficiente desde o início, e desenvolvemos nosso relacionamento online, quando nos conhecemos pessoalmente já estávamos bastante envolvidos e isso já não importava.

Em termos de percepções sociais, é interessante que as pessoas muitas vezes supõem que somos irmãos. Claro, nós dois somos ruivos, mas acho que é mais fácil para as pessoas presumirem que alguém com deficiência sairia com a família, em vez de ter um parceiro.

Também acontece de um monte de gente agradecer ou elogiar Gina por estar comigo, o que me faz soar como um prêmio de consolação ou que ela se contentou com algo que não deveria ter que lidar.

As pessoas também parecem pensar que deve ser uma relação bastante unilateral, com Gina fazendo tudo por mim. Pelo contrário: é uma via de mão dupla, assim como os relacionamentos de todas as outras pessoas. Sim, ela pode ajudar fisicamente no dia a dia, mas eu a apoio nos conflitos mentais e na vida cotidiana.

Se há uma coisa que quero que as pessoas entendam é que relacionamentos são relacionamentos. Eles têm altos e baixos, responsabilidades, cuidado e compreensão um pelo outro. Ter uma deficiência não muda isso. Se você está se relacionando com alguém com deficiência, é apenas isso. Sem segundas intenções.

Gina diz:

Quando começamos a conversar, perguntei a Charlie se ele se importaria se eu fizesse algumas perguntas... para quebrar o gelo, perguntas sobre a vida. Eu disse que ele poderia fazer o mesmo, e transformamos isso em um jogo bobo divertido.

Muitas das minhas perguntas envolviam questões sobre sua deficiência, mas eu disse que se eu fizesse uma pergunta estúpida ou que ele não quisesse responder, ele não precisava. Ajudou a abordar muita coisa, então quando nos conhecemos nada pareceu estranho.

Avance três anos. Quando saímos, já me acostumei com o olhar chocado e de compaixão que recebo quando menciono que meu namorado é cadeirante ou que tenho que ajudá-lo em certas tarefas. As pessoas dizem: "Isso deve ser demais para você... Aposto que foi difícil decidir se você queria seguir em frente com o relacionamento".

A resposta, sem rodeios, é não. Sempre respondo com um elogio a Charlie ou explico que não, não estou em um relacionamento unilateral opressivo, pelo contrário, estou com ele porque ele é uma pessoa incrível, amorosa e atenciosa.

Acho que muitos mal-entendidos vêm de pessoas que acreditam que ajudar uma pessoa com deficiência só pode ser uma tarefa árdua — a tarefa de um assistente ou de um amigo remunerado.

O que eles não conseguem entender é que, na verdade, quando ajudo Charlie, isso não enfraquece o relacionamento nem leva embora o amor. Se faz alguma coisa, é intensificar. Nunca uso a palavra cuidadora por esse motivo, sou parceira de Charlie em tudo.

'Há um tabu em torno de deficiência e sexo'

Lucy e Arun

Lucy and Arun - BBC / Acervo pessoal - BBC / Acervo pessoal
Lucy and Arun
Imagem: BBC / Acervo pessoal

Lucy diz:

Eu tenho fibromialgia, uma deficiência musculoesquelética. Os sintomas incluem dor crônica, confusão mental, fadiga crônica e provavelmente o que mais me afeta a mobilidade. Eu regularmente preciso usar um bastão de caminhada ou outro suporte.

Conheci o Arun há mais de dois anos em um programa de intercâmbio em Los Angeles. Como sou muito aberta, ele se apaixonou por mim sabendo da minha deficiência.

Arun entende que meu corpo é muito diferente e imprevisível — ele não só é a pessoa mais carinhosa, mas também a mais companheira.

No dia a dia, preciso de muita ajuda para manter minha mobilidade, pois tenho dificuldade com o transporte público, não posso andar muito longe e infelizmente no momento não posso dirigir (muita coisa tem que ser levada em consideração). Tenho sorte que Arun dirige e me ajuda a realizar tarefas, como fazer compras.

O fato de a fibro ser invisível significa que somos inicialmente vistos como um casal sem deficiência, mas isso significa que pode ser um choque mais visível para algumas pessoas.

É frustrante, pois Arun é bombardeado com muitas perguntas. Em público, tendo a ignorar muito mais, ao passo que ele às vezes fica muito irritado. No entanto, em casa, tenho muito mais ataques de pânico e crises nervosas porque é incrivelmente opressor.

Gostaria que as pessoas entendessem que minha deficiência não lhes dá direito a mais informações sobre minha vida privada em comparação com qualquer outra pessoa.

Dito isso, definitivamente existe um tabu em torno da deficiência e do sexo, uma vez que as pessoas pensam que não se pode ter os dois.

Embora possa ser verdade em alguns casos, sinto que as pessoas com deficiência têm um apreço muito mais profundo sobre o que significa intimidade e fazer sexo. Não se trata apenas de penetração (desculpe ser tão direta), mas penso mais nos sentimentos e nas emoções, nas preliminares e no prazer.

'O cuidado deve existir em todos os relacionamentos românticos'

Lorna e Rob

Lorna e Rob - Acervo pessoal / BBC - Acervo pessoal / BBC
Lorna e Rob
Imagem: Acervo pessoal / BBC

Lorna diz:

Estou com Rob há 11 anos, e casada há quatro. Estávamos juntos há cerca de sete anos quando fui diagnosticada com encefalomielite miálgica, que causa fadiga severa e me deixa frequentemente usando uma cadeira de rodas e confinada em casa a maior parte do tempo.

Também significa que Rob tem que me ajudar com alguns cuidados pessoais, como tomar banho e outras tarefas do dia a dia.

Eu diria que isso realmente nos aproximou como casal, e continua a aproximar. Acho que o cuidado dentro de um relacionamento, embora muitas vezes difícil de conduzir, pode ser muito íntimo.

Isso não quer dizer que tenha sido uma adaptação fácil para nenhum de nós.

A transição foi difícil para mim, pois minha vida mudou drasticamente. Tive de abandonar minha carreira de professora e isso realmente impactou meu senso de autoestima.

No entanto, tive sorte de poder ter acesso a terapia pelo NHS (serviço de saúde público do Reino Unido), e meu terapeuta e eu trabalhamos muito isso. A principal coisa que ajudou foi reformular o que consideramos ser "útil".

Então embora eu possa não ser capaz de aspirar a casa ou cozinhar, eu sou toda ouvidos quando ele precisa desabafar sobre como foi o dia. E faço o cardápio das refeições para garantir que ambos tenhamos uma alimentação saudável e equilibrada.

O fato é que o cuidado de alguma forma deve existir em todos os relacionamentos românticos (com deficiência ou não) do contrário, o que exatamente vocês estão fazendo um com o outro?

Em relação à vida fora de casa, ter uma condição flutuante e fadiga crônica significa que nunca podemos fazer de fato planos concretos.

Obviamente, ainda temos nossos momentos de frustração, mas eu diria que isso realmente nos ensinou a ser mais flexíveis e descontraídos, e também a viver um pouco mais no presente e apreciar as pequenas coisas que ainda são acessíveis para nós.

Além disso, aquele cara é tipo, obcecado por mim ou algo assim, ele está feliz apenas por estar comigo! Nossa vida sexual é forte, principalmente porque nos comunicamos.

Como sociedade, ainda não conseguimos ver as pessoas com deficiência como seres humanos plenamente realizados, com o mesmo espectro de necessidades emocionais e físicas que qualquer outra pessoa.

Isso precisa mudar. Perdi toda a minha confiança e temia que meu marido não me achasse mais desejável, mas isso não poderia estar mais longe da verdade.

Além disso, ainda desejo demais o meu marido, então isso sempre ajuda.

Fonte  https://www.uol.com.br/universa/noticias/bbc/2021/01/23/namoro-e-deficiencia-por-que-acham-que-sou-cuidadora-do-meu-namorado.htm

Postado por Antônio Brito 

26/01/2021

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E A APOSENTADORIA POR IDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA PÓS-REFORMA, REALMENTE NÃO MUDARAM?

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
  • Por Andressa Silva Garcia de Oliveira

Continua em vigor a Lei Complementar que instituiu essas modalidades de aposentadoria, que é  a lei complementar  142 de 2013  que  foi  regulamentada pelo decreto 8.145 de 2013. Para poder ter o direito às aposentadorias a pessoa com deficiência precisa de contribuição, seja com vínculo empregatício ou através de recolhimentos.

Partindo dessa premissa, tem que ser feita à análise da deficiência, o seu conceito está no art. 2º da lei complementar 142. Essa deficiência é aquela de longo prazo, pode ser de natureza física, mental, intelectual, sensorial, que impede então a sua participação na sociedade em iguais condições às outras pessoas. Deficiência que será analisada por perícia junto ao INSS.

O Benefício de APOSENTADORIA POR TEMPO DA PCD é devido ao cidadão que comprovar o tempo de contribuição necessário, conforme o seu grau de deficiência, além da carência, ou seja, deste período, no mínimo 180 meses devem ter sido trabalhados na condição de pessoa com deficiência:

  • O Grau de deficiência pode ser considerado: LEVE, MODERADO e GRAVE;
  • O Tempo de Contribuição: SE HOMEM, 33, 29 e 25 anos, SE MULHER, 28, 24, 20 anos; respectivamente, conforme grau da deficiência;
  • Carência: 180 meses

O Benefício de APOSENTADORIA POR IDADE é devido ao cidadão  que comprovar o mínimo de 180 contribuições realizadas exclusivamente na condição de pessoa com deficiência, além da idade de 60 anos, se homem, ou 55 anos, se mulher. E nesse caso a deficiência não importa o grau. Basta a sua comprovação. Mas essa deficiência deverá existir quando do requisito etário e no dia do requerimento do benefício.

A nova redação do art. 201, §1º, da Constituição Federal manteve a possibilidade de concessão de aposentadoria com critérios diferenciados à pessoa com deficiência.

Além disso, a EC nº 103/2019 (Reforma da Previdência), em seu art. 22, dispôs que esta modalidade de benefício será concedida na forma da LC nº 142/2013, inclusive no que tange aos critérios de cálculo.

Ocorre o INSS emitiu, em 30 de dezembro de 2019, o Ofício Circular nº 64/2019, e portaria 450 de 03 de abril de 2020, que dentre outras orientações, estabelece que a modalidade de benefício em questão será concedida nas condições anteriormente previstas, exceto quanto às novas regras para formação do Período Base de Cálculo (utilização de 100% das contribuições para cálculo da média contributiva).

Isto é, embora mantidos os demais critérios de cálculo, como a não aplicação do fator previdenciário e as regras de coeficientes, segundo o INSS não há mais a possibilidade de exclusão das 20% menores contribuições do PBC. Ocorre que isso fere a própria Constituição.

 

Então para o INSS seria essa forma o cálculo: Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência:

– Média aritmética de 100% do período contributivo (sem a exclusão dos 20% menores);

  • Coeficiente de 70% da média mais 1% a cada grupo de 12 contribuições mensais até o máximo de 30%;
  • Aplicação do fator previdenciário somente se benéfico. Aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência:

– Média aritmética de 100% do período contributivo (sem a exclusão dos 20% menores);

  • Coeficiente de 100%;
  • Aplicação do fator previdenciário somente se benéfico.

Portanto, essa alteração do cálculo trazida pelo INSS poderá gerar grandes discussões no judiciário e teses nesse sentido, vez que teve alteração, não após a reforma, mas após o Ofício Circular e Portaria. Ocorre que essas normas não podem alterar legislação que está acima em sua hierarquia, consequentemente, o INSS poderá agir de forma injusta e ilegal, tendo que ser verificada à forma do cálculo utilizada quando das concessões dessas aposentadorias.

* Andressa Silva Garcia de Oliveira – Representante Regional do IAPE em Franca/SP, SP Advogada especialista    e atuante em Direito Previdenciário e especialista e atuante em Direito Médico e à Saúde com foco nos Direitos do Autista e PCD.

Fonte  https://revistareacao.com.br/a-aposentadoria-por-tempo-de-contribuicao-e-aposentadoria-por-idade-da-pessoa-com-deficiencia-pos-reforma-realmente-nao-mudou/

Postado por Antônio Brito 

Prefeitura de Tabira inicia atendimentos na Clínica de Fisioterapia

A Prefeitura de Tabira iniciou esta semana os atendimentos na Clínica de Fisioterapia.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o espaço está localizado no Hospital Dr Luiz José da Silva Neto. “São quatro fisioterapeutas capacitados e prontos pra atender a população com total dedicação e profissionalismo”, informou.

O agendamento de atendimento é realizado na Central de Marcações, que fica no próprio hospital.

Fonte  http://blogdoeuflavionunes.com/prefeitura-de-tabira-inicia-atendimentos-na-clinica-de-fisioterapia/

Postado por Antônio Brito 

‘Não acredite em quem não acredita em você’, diz jovem com paralisia ao se formar em letras

Estudante com paralisia supera barreiras e se forma em letras em Orlândia (SP) — Foto: Andresa Jerônimo/Acervo pessoal

Andresa Jerônimo lembra como se fosse ontem do dia em que aprendeu a ler. Por ter nascido com paralisia cerebral e ser cadeirante, os professores da instituição que frequentava, exclusiva para crianças com deficiência, diziam que ela nunca aprenderia a ler ou a escrever. A jovem provou o contrário e, aos 24 anos, formou-se em letras.

Andresa, que vive em Orlândia (SP), diz que, não fosse a insistência da mãe, Maria Veríssima, ela provavelmente não teria sequer ingressado no ensino regular. A dona de casa não aceitava o que diziam os professores e ensinou Andresa a ler por conta própria, com o material escolar do filho mais velho.

“Com 6 anos, uma psicóloga me disse que ela não aprenderia nada. Eu discordei, mas ela insistiu nisso, então eu mesma ensinei. Ela aprendeu super rápido, começou a ler gibi e se apaixonou pelas letras”, diz Maria.

A persistência de Maria e a força de vontade de Andressa a levaram até o ensino superior, cursado à distância em uma faculdade de Franca (SP). Em dezembro, a jovem concluiu o curso e fez uma sessão de fotos com a família para celebrar a conquista.

Falta de acessibilidade

A jornada até a formatura foi repleta de dificuldades e superações. Para conseguir matriculá-la no ensino regular, Maria precisou recorrer às secretarias municipal e estadual de Educação. À época, ela dizia, ninguém se preocupava com acessibilidade.

“Ninguém acreditava que ela fosse conseguir. Falavam que ela sabia ler, mas não entendia o que lia, até que uma professora ficou admirada com o texto que ela escrevia e elogiou. Foi aí que percebi que ela gostava muito de português”, relembra.

Andresa gostava de assistir à mãe ajudando o irmão com as tarefas da escola. Ficou animada quando descobriu que teria a possibilidade de aprender sobre os mesmos assuntos e, de quebra, aprimorar as habilidades com a escrita e a leitura, que já faziam parte de sua rotina com gibis.

 

Mesmo com contraindicações, estudante com paralisia deixou escola exclusiva para crianças com deficiência e ingressou no ensino regular em Orlândia (SP) — Foto: Andresa Jerônimo/Acervo pessoal

No primeiro dia de aula, no entanto, foi recepcionada pelas adversidades de ser cadeirante em uma escola que sequer tinha rampas para que ela subisse às salas de aula do andar superior e onde os alunos a enxergavam com diferença. À época, Andresa tinha 8 anos.

As escolas foram para Andresa uma montanha-russa de altos e baixos. Após concluir o 5º ano, ela se mudou para outra escola, onde os alunos eram mais receptivos, apesar de a instituição também não ter acessibilidade. Já no ensino médio, viu-se novamente diante do preconceito.

“Era tudo de escada e tiveram que improvisar uma sala no térreo. Minha sala era separada das outras. Eu culpo a acessibilidade da escola, que era precária. Minha sala não podia subir no laboratório de informática, porque tinha escada. Eles tinham raiva disso e descontavam em mim”, relembra.

 

Paixão pela leitura

O incentivo da mãe e a paixão que Andresa tinha por aprender, no entanto, não a deixaram desistir. Quando a situação ficava difícil demais, Andresa diz que encontrava nos livros o escapismo e o apoio do qual precisava para enfrentar as adversidades que faziam parte do seu dia a dia.

“Não sei explicar, mas, desde criança, quando não sabia ler, eu sempre tinha curiosidade de saber o que estava escrito nas coisas, aí quando aprendi a ler, parece que abriu um mundo novo para mim. Até hoje, é uma forma de eu viajar e sair do meu dia a dia. Muitas vezes, livros foram refúgio para mim”, diz.

Uma de suas autoras favoritas é Clarice Lispector, que teria completado 100 anos em 13 de dezembro se estivesse viva e, em vida, teve pouco sucesso comparado com a fama que ganhou ao longo das últimas décadas, tanto no Brasil quanto em outros países ao redor do mundo.

“Gosto muito de romance e a história da Clarice é muito bonita. É uma inspiração para mim, porque as pessoas duvidavam muito dela, que era mulher imigrante que queria escrever. Geralmente é isso que acontece com artistas: as pessoas só reconhecem quando vai embora”, diz.

Superação

Andresa quer trabalhar como revisora, mas também tem experiência como educadora, por ter feito um estágio em uma das escolas onde estudou. Ao retornar, ficou feliz ao ver que o prédio se tornou acessível, realidade distante da maioria das escolas da cidade, mas que alimenta sua esperança.

 

Fonte: https://revistareacao.com.br/nao-acredite-em-quem-nao-acredita-em-voce-diz-jovem-com-paralisia-ao-se-formar-em-letras/

Postado por Antônio Brito