30/06/2021

O que significa o capacitismo para pessoas com deficiência

Rótulos e termos pejorativos como inválido, incapaz, louco, doido, aleijado e muitos outros já foram e continuam sendo usados, ainda que em menor medida, para se referir a pessoas com deficiência. O fato é que o uso desses termos é uma  das formas de manifestação do capacitismo, ou seja, a opressão e a discriminação praticada contra a pessoa com deficiência.

Entretanto, apesar de haver uma denominação adequada para se referir as pessoas com deficiência, uma pessoa não deve jamais ser reduzida apenas à condição funcional de seu corpo. Cada pessoa tem muitas outras características que, juntas, compõem sua identidade. Além disso, pessoas com deficiência têm autonomia, capacidade de trabalhar e tomar decisões, o que não é diferente das demais.

O problema é que o preconceito começa com a cultura de que é preciso ter um corpo prefeito e seguir determinados padrões impostos pela sociedade para que se possa ser aceito. Esse padrão não se aplica à maioria das pessoas, e, quando se trata de pessoas com deficiência, surge um preconceito velado.

Eventualmente, o preconceito pode ocorrer por falta de conhecimento. Por exemplo, uma pessoa pode nunca ter tido contato com alguém com deficiência que tenha autonomia, proatividade e uma vida regular por isso, nos seus pensamentos aparece a imagem de pessoas fragilizadas e dependentes. Mas, quando se busca o conhecimento e visões diferentes do padrão, os pensamentos e as atitudes têm todas as chances de mudar.

Quando isso acontece, há uma mudança de comportamento e mentalidade que ajuda na inclusão de todos, garantindo um tratamento justo aos diferentes grupos da sociedade. O problema, porém, é quando mesmo com essa nova consciência, o preconceito segue sendo o comportamento padrão. Aí temos um caso claro de discriminação.

O capacitismo


De forma resumida, podemos definir o capacitismo como uma atitude preconceituosa e discriminatória que vê a pessoa com deficiência inapta para o trabalho e incapaz de cuidar da própria vida.

É preciso deixar claro que o cérebro cria alguns preconceitos para se defender. Por exemplo, ele sabe que um tigre pode ser mortal, por isso te impede de se aproximar do animal. Seguindo esse raciocínio, a sociedade ainda cultiva alguns preconceitos inconscientes em relação  as pessoas com deficiência, da mesma forma que o cérebro faz com o tigre.

Muita gente exclui ou afasta quem é diferente e não segue um padrão. No entanto, a partir do momento que se tem consciência de que ser diferente é normal, essa atitude de exclusão deve deixar de existir.

Quando o preconceito se torna explícito e consciente, com a intensão de excluir, afastar e ofender  as pessoas com deficiência, por esses serem considerados “inferiores ou incapazes” ocorre a discriminação, conforme a Lei Brasileira de Inclusão, deixa de ser uma simples ofensa e se torna um crime, previsto na legislação e com suas penalidades.

Dentre as leis que estabelecem algum tipo de crime contra as pessoas com deficiência está o Código Penal e a Lei Brasileira de Inclusão. Essa última trata melhor o crime de capacitismo e impõe penalidades contra ele.

Dentre os crimes cometidos, podemos citar:

  • Discriminar uma pessoa por conta de sua deficiência – isso resulta em uma pena de reclusão de um a três anos e pagamento de multa, podendo a reclusão ter o seu período aumentando dependendo das condições em que o crime foi praticado.

Somente com a mudança do pensamento da sociedade e com o conhecimento sobre o que é a deficiência será possível acabar com o preconceito e com atitudes capacitistas.

Para se informar melhor sobre deficiência, capacitismo e outros assuntos desse universo, acompanhe o blog da Talento Incluir.

Fonte. https://talentoincluir.com.br/emprego/o-que-significa-o-capacitismo-para-pessoas-com-deficiencia/

Postado por Antônio Brito

29/06/2021

CPB divulga edital para seleção de sedes do Festival Paralímpico Loterias Caixa 2021

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio do seu Desporto Escolar, divulga nesta sexta-feira, 25, o edital para seleção de estados e municípios interessados em sediar o Festival Paralímpico Loterias Caixa 2021. O evento será realizado no dia 4 de dezembro.

O Festival tem como objetivo promover a experimentação esportiva a crianças com e sem deficiência. 

A primeira edição do Festival, em 2018, foi realizada em 48 cidades com a participação de mais de 7 000 crianças. Em 2019, o evento teve 70 sedes e atendeu mais de 10 000 crianças. A edição de 2020 foi cancelada devido à pandemia de Covid-19. 

Confira aqui o edital do Festival Paralímpico 2021

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

Fonte. https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3369/cpb-divulga-edital-para-selecao-de-sedes-do-festival-paralimpico-loterias-caixa-2021

Postado por Antônio Brito

Aprovada pela Câmara Legislativa Federal, exigência de profissional capacitado para atender crianças com autismo em parques e atividades esportivas

* Por Amanda Ribeiro

Proposta altera a Lei Berenice Piana e prevê multa e até suspensão das atividades para quem descumprir a regra.

Esta é uma ótima notícia para os autistas, para as famílias! Pessoas autistas também têm direito ao lazer e ao esporte, o lazer não é supérfluo é essencial para a qualidade de vida, mas é tão difícil nós conseguirmos inclusão no lazer e no esporte, por falta de capacitação!

Não dá para incluir sem capacitar!
Esta notícia enche de otimismo, é direito e não um privilégio, mais um direito adquirido, rumo à equidade, que é adaptar as oportunidades deixando as justas! Autistas também têm direito de brincar, praticar esporte, como todos!

PL 566/20 diz que: estabelecimentos que realizam atividades recreativas ou esportivas para crianças e adolescentes deverão manter profissional capacitado para acompanhar pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

A prática esportiva e de atividades físicas e recreativas consiste em estímulo importante especialmente para crianças e jovens com transtorno do espectro autista porque, além de desenvolver suas potencialidades físicas e motoras, motiva esses indivíduos a superarem suas dificuldades, aumentando sua autoestima, promovendo sua interação com outras pessoas e proporcionando, assim, maior qualidade de vida. Essas atividades também ajudam a reduzir a ansiedade, característica frequente entre pessoas com essa condição, e o sobrepeso, uma vez que as crianças e jovens com transtorno do espectro autista fundamental têm mais chances de desenvolver obesidade em relação a indivíduos neurotípicos.

Só falamos de inclusão porque existe exclusão!

Os estabelecimentos também podem comemorar, eles vão precisar se capacitar, mas vão atender mais consumidores e assim agregar valor aos seus negócios, através da inclusão!
Um mercado que já existe e é pouco explorado!

Incluir Treinamentos capacita recreadores, instrutores, brincantes, monitores, professores, para inclusão de autistas na sociedade capacitando as empresas para serem Empresa Amiga do Autista.

Em 2020 fez a Incluir realizou a capacitação dos colaboradores do Parque Beto Carrero World em Santa Catarina. O parque de Santa Catarina é o primeiro do Brasil a ter funcionários preparados para atender autistas. Participaram do treinamento 350 colaboradores que realizam algum tipo de atendimento ao público, seja na bilheteria, operando os brinquedos, nos shows, como seguranças, bombeiros ou enfermeiros. Amanda explica que o objetivo da iniciativa é auxiliar os funcionários a entenderem melhor e saber lidar com o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Vencedoras do Prêmio Nacional de Turismo 2019 na categoria Sensibilização, Qualificação, Certificação e Formalização no Turismo com o projeto de treinamento exclusivo, as especialistas Amanda Ribeiro e Maria Luiza Jordão visam capacitar profissionais de diversas áreas para que eles possam receber, atender e incluir pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) nos serviços oferecidos.

“Uma empresa que demonstra responsabilidade social, se preparando para recepcionar pessoas com TEA, traz benefícios para os autistas e suas famílias, para o empreendimento e para a sociedade, ampliando a inclusão social” diz Amanda Ribeiro.

www.incluirtreinamentos.com.br
Contato: incluirtreinamentos@gmail.com
(11) 9-7327-0252

Fonte: Agência Câmara de Notícias

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2238563

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node06fxvehevys0hox4w9po8wco220961216.node0?codteor=1954292&filename=PDL+566/2020

* Amanda Ribeiro é mãe do Arthur, 4 anos, autista. Autora do Blog @mamaequeviaja & Diretora da Incluir Treinamentos. Colunista de Acessibilidade do Sindepat https://www.instagram.com/incluirtreinamentos

 

** Este texto é de responsabilidade exclusiva de seu autor, e não expressa, necessariamente,  a opinião do SISTEMA REAÇÃO – Revista e TV Reação.

Fonte. https://revistareacao.com.br/aprovada-pela-camara-legislativa-federal-exigencia-de-profissional-capacitado-para-atender-criancas-com-autismo-em-parques-e-atividades-esportivas/

Postado por Antônio Brito

As novas regras do BPC – Benefício de Prestação Continuada e o auxílio-inclusão

Ubirajara Machado/Min. Cidadania

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) teve suas regras aperfeiçoadas, com a alteração dos critérios de renda para concessão de um salário mínimo mensal aos idosos com 65 anos ou mais e às pessoas com deficiência de qualquer idade. A Lei nº 14.176/2021, sancionada pelo presidente da República Jair Bolsonaro nesta terça-feira (22), também prevê um mecanismo para alcançar a emancipação, concedendo meio salário mínimo a quem conseguir se inserir no mercado de trabalho.

O ministro da Cidadania, João Roma, avaliou positivamente a alteração nas concessões do BPC, que deve permitir, quando regulamentada, a entrada de cerca de 200 mil cidadãos no programa, ao mesmo tempo em que vai aprimorar os mecanismos de revisão de renda. “A medida vai melhorar a eficiência do programa. Quem está recebendo indevidamente vai abrir espaço no orçamento do BPC para a entrada de quem mais precisa. Estamos aplicando ferramentas modernas, que vão nos dar a certeza de chegar aos que, de fato, necessitam do benefício, além de reduzir judicializações e custos para o poder público.”

Para a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Damares Alves, “este é um governo de inclusão dos que mais precisam. Ainda mais neste período de pandemia. Este texto legal só reforça o nosso lema que é: ‘Todo mundo cuidando de todo mundo’”, destaca a titular do MMDFH.

Atualmente, para ter direito ao BPC, a renda familiar per capita de quem solicita o benefício deve ser inferior a um quarto do salário mínimo, ou R$ 275. Com a nova lei, o rendimento pode ser igual a um quarto do salário mínimo. Há ainda a abertura para casos excepcionais, em que a renda por pessoa na família pode chegar a meio salário mínimo (R$ 550).

Os casos excepcionais levarão em conta alguns critérios: o grau de deficiência da pessoa; a dependência que o idoso pode ter em relação a terceiros para realizar atividades básicas; o comprometimento do orçamento familiar com gastos médicos, tratamentos de saúde, fraldas, alimentos especiais e medicamentos – do idoso ou da pessoa com deficiência – que não sejam disponibilizados gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ou com serviços não prestados pelo SUAS (Sistema Único de Assistência Social).
As novas regras passam a valer em 1º de janeiro de 2022. A Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 1.023, com as alterações no BPC, em 26 de maio. No dia seguinte, o texto também foi aprovado pelo Senado e seguiu para sanção presidencial.

Em abril deste ano, o BPC foi concedido a 4,65 milhões de beneficiários, sendo 2,55 milhões de pessoas com deficiência e 2 milhões de idosos, num investimento de R$ 5,1 bilhões naquele mês. Em 2020, o Governo Federal transferiu R$ 58,4 bilhões para os integrantes do programa.

Emancipação

Outra novidade no BPC é o auxílio-inclusão. O valor de meio salário mínimo será concedido aos beneficiários com deficiência que conseguirem ingressar no mercado de trabalho. Para receber os R$ 550, a remuneração mensal da pessoa não pode ser superior a dois salários mínimos e deve receber ou ter recebido o BPC em algum momento nos últimos cinco anos.

Ao ser contemplada com o auxílio-inclusão, a pessoa deixa de receber o BPC. A medida vale a partir de 1º de outubro deste ano. “A criação do auxílio-inclusão estimula o cidadão a se emancipar do programa social, pois ele terá o salário, fruto do seu trabalho, e mais esse suporte do Governo Federal”, analisou a secretária nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania, Maria Yvelônia Barbosa.

Caso o beneficiário perca o emprego ou a renda adquirida, ele volta automaticamente ao BPC, sem precisar passar pelas avaliações iniciais. “Desta forma, garantimos agilidade e eficiência no retorno do cidadão ao BPC para que ele não fique sem renda”, completou Maria Yvelônia.

Avaliação por videoconferência

O requerimento do BPC é realizado nas Agências da Previdência Social (APS) ou pelos canais de atendimento do INSS. O telefone é o 135 – ligação gratuita de aparelhos fixos – ou pelo site ou aplicativo de celular “Meu INSS”.

Além da renda, as pessoas com deficiência também passam por avaliação médica e social no INSS. O beneficiário do BPC e a família dele devem estar inscritos no Cadastro Único antes de o pedido ser feito.

As novas regras do BPC também permitem que a avaliação social da deficiência seja feita por videoconferência, sem a necessidade de deslocamento do requerente a uma agência do INSS.

Legislação

O Benefício de Prestação Continuada, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993), garante um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade. No caso da pessoa com deficiência, deverá ser caracterizada a existência de impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (com efeitos por pelo menos dois anos), que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas.

A gestão do BPC é feita pelo Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), responsável pela implementação, coordenação, regulação, financiamento, monitoramento e avaliação do benefício. A operacionalização (concessão, manutenção e revisão) é realizada pelo INSS.

Tocador de vídeo
00:00
03:52
Fonte: https://revistareacao.com.br/as-novas-regras-do-bpc-beneficio-de-prestacao-continuada-e-o-auxilio-inclusao/
Postado por Antônio Brito

STF define que adicional de 25% é válido apenas para aposentados por invalidez

* Por João Badari

O Supremo Tribunal Federal (STF) fixou, em julgamento recente realizado em Plenário Virtual, a tese que: “No âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar ou ampliar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão de extensão do auxílio da grande invalidez a todas às espécies de aposentadoria.”

A Corte Superior analisou um recurso extraordinário que questionava decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que estendeu a possibilidade de pagamento do adicional de 25% para os segurados, que comprovavam a necessidade de um acompanhante, que recebem todos os tipos de aposentadoria, e não só a por invalidez.

A maioria dos ministros acompanhou o entendimento do relator, Dias Toffoli, que também propôs modular os efeitos da tese, garantindo que quem quer que tenha assegurado o pagamento do benefício por meio de decisão judicial transitada em julgado deve continuar recebendo o adicional.

Importante ressaltar que, atualmente, por lei os aposentados por invalidez, que comprovem ter a necessidade de assistência permanente de outra pessoa, podem receber um adicional de 25% no valor do benefício do INSS. A lei que garante o adicional é de 1991, porém, nem sempre os aposentados sabem que podem pedir o acréscimo. Ou seja, o acréscimo é exclusivo para os aposentados por invalidez.

Entretanto, o que se discutia no STF era a majoração do adicional para outras espécies de benefícios. A Corte Superior, porém, entendeu que, ao estabelecer a garantia do adicional para todos os aposentados, legislando em matéria previdenciária.

Os aposentados, de forma legítima, invocaram o princípio da isonomia para tentar conseguir a extensão do adicional para todos os beneficiários do INSS. Mas a decisão do Supremo deixa claro que esse direito só será garantido por uma nova legislação, que deverá ser analisada no Congresso Nacional.

Então, restou claro que, até este momento, esse adicional é devido apenas aos aposentados por invalidez, com sequelas permanentes. Esse tipo de aposentadoria é dado a quem tem uma doença ou sofreu um acidente e, por causa disso, não consegue mais trabalhar. Quem decide se há direito à aposentadoria por invalidez e ao adicional de 25% é o perito médico do INSS.

Os aposentados por invalidez que comprovam dependência de outra pessoa podem conseguir o adicional. Não importa se o acompanhante é um membro da família ou um profissional contratado pelo segurado. Exemplos de situações que dão direito aos 25% extras: Incapacidade permanente para as atividades diárias, doença que exija permanência contínua no leito, cegueira total, perda de nove ou dez dedos das mãos, paralisia dos dois membros superiores ou inferiores, perda dos membros inferiores quando a prótese for impossível, perda de uma das mãos e de dois pés, dentre outros.

O adicional pode ser concedido na hora em que o perito avalia que o segurado tem direito à aposentadoria por invalidez ou depois que o benefício já foi concedido. Nesse segundo caso, quando a necessidade aparece depois, o segurado terá que procurar a agência do INSS onde sua aposentadoria é mantida para pedir o adicional. O segurado terá de passar por uma nova perícia médica, para atestar que não consegue fazer suas atividades diárias sozinho.

Com a perícia agendada, o segurado deve levar laudos médicos detalhados que demonstrem a necessidade de ajuda constante de terceiros. Também devem ter em mãos exames médicos e até prescrição de remédios que tomam continuamente. Caso o INSS negue o pedido o segurado poderá requerer judicialmente, onde a perícia será realizada por um perito indicado pelo juiz da causa.

Por fim, é relevante destacar que em sua decisão, o STF definiu que os pagamentos recebidos de boa-fé por força de decisão judicial ou administrativa que não tenha transitado em julgado até a proclamação do resultado do julgamento do STF não devem continuar a ser pagos, mas também não precisam ser devolvidos.

 

*João Badari é advogado especialista em Direito Previdenciário e sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados

** Este texto é de responsabilidade exclusiva de seu autor, e não expressa, necessariamente, a opinião do SISTEMA REAÇÃO – Revista e TV Reação.

Fonte. https://revistareacao.com.br/stf-define-que-adicional-de-25-e-valido-apenas-para-aposentados-por-invalidez/

Postado por Antônio Brito

28/06/2021

Rede social dedicada ao autismo promete revolucionar a vida de milhões de famílias

Primeira rede social do mundo dedicada ao autismo, a Tismoo.me quer ser muito mais que apenas uma mídia digital. O objetivo da plataforma é unir todos os membros da comunidade do autismo em um só lugar – desde familiares até cientistas e especialistas no tema –, e ajudar no tratamento desta condição de saúde. Por meio da estruturação  de dados salvos no app, a startup Tismoo quer ajudar o público a identificar e conhecer novos sintomas, comportamentos e soluções para as questões dos autistas. Criada em 2015, a startup é o primeiro laboratório do mundo exclusivamente dedicado a análises genéticas focadas em perspectivas terapêuticas personalizadas para Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

A rede social também abrange outros transtornos neurológicos relacionados ao espectro do autismo, como a Síndrome de Rett, CDKL5, Síndrome de Timothy, Síndrome do X-Frágil, Síndrome de Angelman, Síndrome de Phelan-McDermid, entre outras.

Para o líder do projeto, Francisco Paiva Junior, a maior dificuldade era conectar pessoas ligadas ao TEA em um só lugar. “Com a rede social, fomos capazes de conectar pais e autistas a terapeutas, médicos, cientistas, estudiosos do tema e outros pacientes em uma mesma plataforma, e de uma forma em que todos saiam ganhando”, conta. Dados da ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda. A estimativa é que existam 2 milhões de autistas no Brasil.

A rede social também foi criada para se tornar um canal de conteúdo, pesquisas e dados sobre o tema, acessível para todos os usuários. “A pessoa pode procurar por assuntos caso tenha dúvida, pode conversar com outros pacientes com características semelhantes às suas ou até mesmo buscar por especialistas de maneira muito simples, ampliando assim o alcance do tema na sociedade”, explica Paiva. Além disso, com Tismoo.me, os usuários poderão organizar seus arquivos, criar e seguir grupos, tirar dúvidas e conectar-se com pessoas que poderão ajudá-lo em sua jornada.

Diferenciais

A rede social conta ainda com uma novidade revolucionária: um recurso de acessibilidade pensado para as pessoas com autismo. Com a queixa de muitos autistas a respeito do uso de emojis, ou por se sentirem hiperestimulados visualmente ou por não entenderem os significados, o app tem o recurso inovador e opcional que permite desligar a exibição de emojis, assim como a possibilidade de ligar a visualização da descrição ao lado de cada emoji . A rede social levou cerca de dois anos para ser desenvolvida e contou com o apoio de mais de 200 pessoas entre pacientes, familiares e especialistas.

Outro diferencial da Tismoo.me é a possibilidade de o usuário armazenar exames, laudos e dados de saúde de toda a família – e escolher se essas informações serão usadas para conectar o usuário a profissionais e outros pacientes ou oportunidades relevantes para o seu caso específico. Todas as informações são confidenciais, e protegidas com o que existe de mais moderno em cibersegurança.

A rede social também conta com um grupo de personalidades convidadas, os chamados Top Voices, usuários que terão destaque na plataforma por publicarem conteúdos de excelência sobre o tema.

Outra grande preocupação dos criadores da rede foi a credibilidade das informações e notícias publicadas no app. Justamente por isso está sendo desenvolvido um recurso inovador para avaliar a acurácia e a veracidade das informações, minimizando com isso a disseminação das chamadas fake news.

Para participar da Tismoo.me o interessado pode se inscrever diretamente no site ou procurar por um convite em sua rede de relacionamentos nas outras redes sociais. Para isso, basta baixar o aplicativo para iOS ou Android, usar um link de convite para acessar e começar a participar da rede.

Fonte. https://revistareacao.com.br/rede-social-dedicada-ao-autismo-promete-revolucionar-a-vida-de-milhoes-de-familias/

Postado por Antônio Brito

Nestlé lança Banco de Talentos para profissionais negros e pessoas com deficiência

Engajada em ações que promovam a Diversidade & Inclusão não apenas dentro da empresa, mas na sociedade, a Nestlé lançou recentemente dois bancos de talentos. Voltados para atração de profissionais negros e pessoas com deficiência, os bancos já receberam mais de 1.200 cadastros com menos de um mês de lançamento.

Para divulgação dos bancos, está sendo realizada uma comunicação dentro do LinkedIn da Nestlé reforçando a preocupação da companhia em proporcionar um ambiente de trabalho com oportunidades para todas as pessoas. Além disso, a Nestlé conta também com um site desenvolvido especialmente para a divulgação da iniciativa.

“Na Nestlé, estamos implementando novas formas de desenvolvimento para nossos colaboradores e novas formas de contratação em nossos processos seletivos para atrair profissionais diversos e de todas as regiões do Brasil. Buscamos assim aumentar a diversidade dentro da Nestlé e ser um reflexo do país diverso e amplo onde vivemos, respeitando e incentivamos as singularidades, diferenças e potenciais de cada pessoa” comenta Ana Schiavone, gerente de Recrutamento e Seleção da Nestlé. Dos profissionais que já se cadastraram na plataforma, alguns estão participando de processos seletivos.

Recentemente, a Nestlé adaptou também seus canais e interfaces para promover a acessibilidade para pessoas surdas. As novas funções incluem o Serviço Nestlé de Atendimento ao Consumidor, que utiliza vídeo na Língua Brasileira de Sinais (Libras) -, e as novas peças publicitárias da companhia. No entanto, a Nestlé possui um trabalho de longa data e de grande abrangência para a inclusão de pessoas com deficiência. O destaque fica com a fábrica da Garoto, em Vila Velha (ES), que conta com mais de 90 colaboradores surdos. O trabalho da unidade, nessa frente, já ocorre há mais de dez anos.

Diversidade e Inclusão na Nestlé

A Nestlé defende que a diversidade é peça fundamental para a sobrevivência de uma empresa a longo prazo. Por isso, entende que ter profissionais diversos em todos os níveis da empresa contribui para um trabalho mais robusto e inovador, além de ser um espelho da sociedade em que está situada. Com a chegada de Helen Andrade, gerente executiva de Diversidade & Inclusão, em agosto de 2020, a Nestlé ampliou as discussões sobre o tema com a criação de um Centro de competência em gestão de pessoas dedicado a alavancar as discussões em torno do assunto. Foram formados grupos de afinidades com a participação de diversos colaboradores, estimulando o engajamento e um debate colaborativo, e a definição de estratégias e programas para diferentes públicos.

Com estratégias e programas próprios, a Nestlé possui frentes que são fundamentais para projetos dedicados, como a questão racial, geracional, de equidade de gênero, pessoas com deficiência e LGBTQIA+.

Fonte. https://revistareacao.com.br/nestle-lanca-banco-de-talentos-para-profissionais-negros-e-pessoas-com-deficiencia/

Postado por Antônio Brito

A EQUOTERAPIA e os benefícios para a Isabella

Por Cynthia Pereira

Continuamos aqui nossa história de amor e superação

Nossa história relata fatos de quando a Isabella tinha três anos. Uma nova etapa começava, uma esperança renascia: Isabella começaria uma nova terapia – a equoterapia.
Muito longe dos nossos sonhos, não tínhamos como arcar com os custos. Minha amiga irmã Leandra, com muito amor tornou esse sonho em realidade. A Isabella iria fazer a equoterapia.

Essa terapia realizada com o cavalo traz inúmeros benefícios, promovendo ganhos motores, cognitivos, desenvolve força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo,melhorando equilíbrio e postura, estimula a sensibilidade tátil, visual, auditiva, olfativa, melhorando a integração social.

Resumindo tudo que Isabella precisava até o momento não teve oportunidade de ter.

Leandra foi o nosso anjo e na Clinica Cepel, outro anjo – Dra Lilian Albuquerque, fisioterapeuta, especializada em neuropediatria, com todo seu conhecimento estava trazendo ali um marco no desenvolvimento da nossa pequena. Ainda com as perninhas bem molinhas, sem firmar no chão, não sabíamos da importância da equoterapia no seu desenvolvimento.

Para as mamães de plantão continue aqui conosco e verão uma nova etapa na vida da Isabella.

Tenho certeza que será inspiração e esperança para muitos que vivem essa realidade hoje.

“Quando tocamos em algo,deixamos nossas impressões digitais.
Quando tocamos as vidas das pessoas, deixamos nossa identidade.
A vida é boa quando você está feliz, mas a vida é muito melhor, quando os outros estão felizes por causa de você! Sei que na vida da Belinha sou uma gotinha, mas fazer parte do seu desenvolvimento e da sua alegria,
me torna uma pessoa bem mais feliz e realizada!” – Leandra

* Cynthia Pereira é mãe ativista. Ela escreve, quinzenalmente, para o Portal de Notícias da Revista Reação, dando sequência aos artigos.

Fonte. https://revistareacao.com.br/a-equoterapia-e-os-beneficios-para-a-isabella/

Postado por Antônio Brito

25/06/2021

Mano Down lança campanha para viabilizar ecossistema de inclusão em BH

Instituto Mano Down – organização social de Belo Horizonte, MG, está promovendo uma campanha para arrecadar R$ 3 milhões para viabilizar o Projeto Avante Mano Down, que prevê a expansão de sua infraestrutura, aumento de mais de 700% da sua capacidade de atendimento e o primeiro ecossistema de inclusão da capital mineira.

Construir, desenvolver e consolidar. É com esse propósito que o Instituto Mano Down – instituição que atende mais de 350 pessoas com síndrome de Down e outras deficiências – apresenta o seu maior projeto de inclusão, que promete ser um marco histórico para a instituição, para a cidade de Belo Horizonte e para a sociedade.

Assine nossa Newsletter

NEWLETTER

O objetivo principal do projeto é criar um ecossistema de inclusão em Belo Horizonte, que servirá de modelo para outras capitais. Para isso, o projeto contará, na primeira fase, com a mudança da sede do Instituto do bairro Alto Barroca para o Floresta, em um espaço que será reformado e adaptado para permitir o aumento de mais de 700% da capacidade de atendimentos assistenciais e de saúde (intervenção precoce), com fisioterapia, terapia ocupacional, fonoterapia, hidroterapia e outras atividades, somando 12 frentes de desenvolvimento para bebês e crianças.

Para os jovens e adultos a expectativa é um aumento de 400% da capacidade de atendimento, com novas atividades e frentes de atuação, contando com um espaço poliesportivo para realização de atividades culturais, esportivas, de mobilização para autonomia e inclusão no mercado de trabalho.

A outra novidade será a implementação do espaço multissensorial 6D, considerado uma das maiores inovações em terapias. Atualmente em todo o Brasil existem pouco menos de 10 salas com esse conceito e tecnologia, que estejam estruturadas e em funcionamento.

O projeto ainda prevê a criação de outros espaços, no mesmo quarteirão, para as atividades de pedagogia e oficina multidisciplinar dentro do projeto de inclusão escolar, o Café do Mano – espaço de socialização e cultura que contará com profissionais com síndrome de Down, e o espaço Hub Incluo de empreendedorismo social para pessoas com deficiência.

Além disso, o Mano Down quer criar o primeiro passeio com o conceito mais acessível do Brasil, incluindo todos os itens de acessibilidade ideais para as pessoas com deficiência. E, também, quer propor várias ações para revitalização do bairro e criação de espaços de convivência da comunidade com as famílias e pessoas atendidas pelo Mano Down.

De acordo com Leonardo Gontijo, presidente e fundador do Mano Down, a pandemia mostrou o quanto o Instituto foi importante para as famílias, levando assistência social, cestas básicas e oportunidades de socialização e desenvolvimento, mesmo que de forma virtual, por isso a necessidade de ampliar o projeto para que mais pessoas possam ser beneficiadas. “Tudo o que vivemos no último ano serviu para mostrar a dimensão do impacto que proporcionamos na vida das mais de 350 famílias atendidas diretamente e milhares de outras pessoas impactadas indiretamente. Com as atividades on-line, ampliamos o número de pessoas atendidas e hoje a nossa infraestrutura está no limite. Para que possamos atender mais famílias e dar a elas mais oportunidades, precisamos expandir o nosso espaço e atuação. E queremos fazer isso oferecendo o que há de melhor para elas em termos de estrutura, tecnologia e possibilidades de desenvolvimento”, enfatiza.

 

Impacto para o desenvolvimento humano da região

 

A proposta de criação do ecossistema de inclusão também tem a premissa de contribuir com a revitalização e o desenvolvimento humano do tradicional bairro Floresta, local onde será instalada a nova sede do Mano Down.

Em virtude da pandemia, o bairro hoje sofre com casas e estabelecimentos comerciais fechados e em estado de abandono. Como explica Leonardo, o projeto do Instituto quer ajudar na revitalização visual e ocupação dos espaços, levando cultura, esporte e atividades diversas para a comunidade. “Existe um conceito, chamado Teoria das Janelas Quebradas, que fala que a desordem gera desordem, uma janela quebrada pode ser o início de destruição e de estímulo à delitos. A nossa proposta é contribuir com o desenvolvimento humano do bairro, levar vida, ajudar no aspecto visual, ocupar o espaço com atividades, promover a integração entre a comunidade e as famílias atendidas”, explica.

Uma das iniciativas para promover esse espaço de integração e proximidade com a comunidade será a instalação do Café do Mano Down, o primeiro café inclusivo da capital mineira, aberto ao público, e com participação efetiva de pessoas com deficiência intelectual como profissionais.

Leonardo ressalta que a ideia do Café e do ecossistema vem do propósito do Mano Down que é promover a inclusão e dar oportunidades para todos. “O nosso objetivo é trocar a palavra exclusão por oportunidades. Queremos ter um ecossistema em que todos possam conviver, socializar, aprender e se desenvolver. Queremos impactar não somente as famílias atendidas, mas, sim toda a comunidade onde estamos inseridos, humanizando espaços e criando novas possibilidades. Queremos um espaço de todos e para todos, pois somente assim é que a inclusão pode acontecer”, esclarece.

 

Campanha Avante Mano Down para arrecadação de recursos

 

O custo total do novo projeto foi estimado em R$ 3 milhões e o Instituto Mano Down, como instituição social sem fins lucrativos, buscará captar os recursos por meio de doações e várias frentes de investimentos, apoios e parcerias.

Para isso, juntamente com o projeto foi lançada a campanha Avante Mano Down, que tem como foco captar recursos com o apoio de pessoas físicas e empresas, que terão contrapartida pela contribuição.

A campanha será feita em formato de “vaquinha virtual” em que todos os doadores receberão uma contrapartida por contribuírem.

Para empresas estão disponíveis desde “naming rights” – direito de uso de nome para espaços específicos dentro do projeto, até a participação no programa Selo Empresa Amiga do Mano Down – premiação oferecida para empresas que contribuem para a causa da inclusão.

Para os demais doadores as contrapartidas vão desde acesso à conteúdos exclusivos do Mano Down, participação na inauguração do projeto e registrar o nome no “Muro da Inclusão”, que será instalado na nova sede do Mano Down.

 

Para mais informações sobre o projeto e formas de contribuição:

INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO: https://www.manodown.com.br/ecossistema-da-inclusao/

CAMPANHA DE DOAÇÃO: https://legado21.colabore.org/NovaSedePF/single_step

CONTATOS PARA PERMUTAS E PATROCÍNIOS: leonardo@manodown.com.br ou legado21@manodown.com.br

 

Sobre o Instituto Mano Down

 

O Instituto Mano Down é uma organização sem fins lucrativos, que desenvolve projetos e programas focados no desenvolvimento de potencialidades e na busca de autonomia das pessoas com síndrome de Down (T21).

Idealizado e criado por Leonardo Gontijo, o Instituto nasceu em 2011 do desejo de dar “vez e voz” para as pessoas com Down e de criar oportunidades para que elas possam ser reconhecidas por suas capacidades. A história surgiu do amor de Leonardo por seu irmão caçula, o Eduardo – também conhecido como Dudu do Cavaco – que tem a síndrome de Down.

Hoje são mais de 350 pessoas com síndrome de Down e outras deficiências intelectuais atendidas pelo Instituto e milhares de pessoas impactadas, direta ou indiretamente, pelas ações do Mano Down.

Realizado na Casa Modelo, atualmente localizada no bairro Alto Barroca, região Oeste de Belo Horizonte (MG), o trabalho do Instituto contempla todas as fases de vida da pessoa com deficiência – bebês, crianças, jovens, adultos e idosos.

As ações incluem:  acolhimento das famílias, intervenção precoce de saúde (fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia), inclusão escolar, oficinas culturais e esportivas, mobilização para autonomia, inclusão no mercado de trabalho e envelhecimento saudável.

Para mais informações sobre o Instituto, acesse: www.manodown.com.br


Vídeo que explica o projeto: https://youtu.be/uAeEUsrgIHY

Fonte. https://revistareacao.com.br/mano-down-lanca-campanha-para-viabilizar-ecossistema-de-inclusao-em-bh/

Postado por Antônio Brito

Ferramenta auxilia estudantes com deficiência visual em aulas remotas

Sandro Valentim

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, o ensino remoto parece ser a única alternativa para não distanciar estudantes do conhecimento. Com a necessidade do isolamento social, as salas de aula tiveram que migrar para dispositivos digitais, como tablets, notebooks e celulares. Fora das escolas há mais de um ano, os estudantes vivenciam realidades distintas, não só nos aspectos econômico, familiar e social, mas também por fatores biológicos. Se o ensino foi transportado para as telas, como faz um aluno com deficiência visual para acompanhar a apresentação de um slide em aulas remotas ou até mesmo assistir a um vídeo sem audiodescrição? O desafio de estudar em meio a uma pandemia, para eles, se mostra ainda maior.

Assine nossa Newsletter

NEWLETTER

Pensando em minimizar as barreiras que a limitação visual impõe a esses estudantes, o desenvolvedor de software Heyde Leão, 42, de Fortaleza, criou a “Biblioteca Acessível”, plataforma de ensino e aprendizagem composta por um tablet sistema android, software para escrita e leitura, película de suporte à digitação e dispositivo portátil de leitura em braille.

A ferramenta funciona por meio de bluetooth, tecnologia que aciona o programa instalado no mouse para realizar a leitura de todas as palavras que aparecem na tela do tablet, possibilitando também a transcrição automática dos textos para o código braille. A ferramenta ainda permite aos deficientes escutarem o áudio dos livros que estão armazenados na memória interna do equipamento.

O desenvolvedor da plataforma conta que o objetivo principal é permitir navegação autônoma a estudantes cegos e com baixa visão, proporcionando um modelo de educação à distância efetivamente acessível para pessoas nesta condição. Segundo ele, a ideia surgiu bem antes da pandemia, mas hoje, com a ausência de alunos nas escolas, a utilidade da ferramenta pode ser ainda maior. “A plataforma existe desde 2011 e foi projetada, justamente, pensando numa situação extrema em que as crianças pudessem estudar exclusivamente em casa, mas ela também pode ser utilizada na sala de aula convencional”, revela.

Heyde ainda afirma que, desde o início da pandemia, tem percorrido diversas cidades do Ceará e de estados vizinhos para apresentar a iniciativa a prefeitos e secretários de educação. “Penso que é uma forma dos municípios auxiliarem os estudantes cegos a não ficarem prejudicados durante o ensino remoto. Infelizmente, nem todos os gestores têm a sensibilidade para entender a importância de uma ferramenta como essa na vida de quem tem a limitação visual. Nessas andanças, um prefeito chegou a me dizer que não iria investir no projeto porque ‘cego não dá voto’. Isso nos entristece, mas por outro lado, fico feliz quando outros falam que essa já foi a ferramenta mais inclusiva que já viram na área da educação”, comenta o desenvolvedor.

A plataforma já foi apresentada, inclusive, à Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, vinculada ao Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MDH), que não sinalizou intenção de investimento e pediu o envio da proposta ao Ministério da Educação.

Heyder também espera resposta da prefeitura de Fortaleza e de municípios do interior cearense. Para o desenvolvedor, a questão deveria ser tratada com mais agilidade pelo poder público. ”Escuto relatos de crianças e jovens com deficiência visual que estão sofrendo muito por estarem afastados, não da escola, mas do conhecimento. Os alunos que não têm deficiência, ainda que tenham dificuldades, recebem conteúdos e conseguem fazer suas atividades. As crianças que não enxergam não têm sequer essa possibilidade. A nossa proposta, com essa ferramenta, é suprir essa carência. Isso deveria ser pensado com urgência pelas gestões e por todas as escolas, públicas ou privadas, de um modo geral”, afirma.

Suporte técnico

Mestre em educação pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), a professora Sueli Farias, que esteve à frente da coordenação da célula de educação especial de Fortaleza entre 2012 e 2017, ressalta a necessidade das instituições de ensino disponibilizarem ferramentas tecnológicas para auxiliar estudantes com deficiência visual durante as aulas remotas. Ela acredita que, sem isso, não há condições mínimas de aprendizagem.

“Nesse contexto atual, onde não temos o contato físico do aluno com a escola, fica difícil a gente imaginar como é que está sendo para um aluno que tem baixa visão assistir às aulas por essas ferramentas que temos disponíveis hoje, como zoom e meet, sem o suporte necessário para se amparar nos conteúdos que estão sendo desenvolvidos remotamente”, enfatiza a professora .

Sueli ainda afirma que, além do suporte tecnológico, as escolas devem capacitar as equipes pedagógicas, planejar aulas com múltiplas estratégias de ensino e flexibilizar atividades letivas, de modo a minimizar as barreiras que a deficiência visual impõe no ensino remoto.

“Eu desisti”

Entre os muitos estudantes com deficiência visual que lidam com o desafio das aulas online durante a pandemia está Samara Ferreira, 21, de Juazeiro do Norte. Matriculada no terceiro ano do ensino médio, no curso de eletrotécnica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), campus Juazeiro, ela contou  que chegou a desistir dos estudos devido às dificuldades enfrentadas na rotina de ensino a distância.

“Era pra eu ter concluído o ensino médio no ano passado, mas quando começou a pandemia eu não estava conseguindo me adaptar às aulas online, e acabei desistindo, cancelei a matrícula”, lembra.

Depois de alguns meses sem contato, mesmo que virtual, com colegas e professores, ela resolveu tentar mais uma vez neste ano. “Voltei em fevereiro, mas as dificuldades continuam as mesmas, infelizmente. Vou levando, até onde der”.

Samara explica que, na rotina de estudos online, o maior desafio é a falta de acessibilidade dos conteúdos ministrados pelos docentes. “Os professores costumam passar muitas atividades pedindo resumos de filmes, mas nenhum vem com audiodescrição. Daí eu somente escuto e tento fazer o relato de forma improvisada, do jeito que posso”, conta.

A jovem ainda aponta que há pouca interação com os professores, o que dificulta sua participação durante a abordagem dos conteúdos. “Eu sinto falta de uma atenção maior. Eu sei que nesse período remoto, é mais difícil para eles [os professores] prestarem esse auxílio. Mas, às vezes, eles passam imagens nos slides e não descrevem. Eu tenho sempre que ficar lembrando, perguntando, o que chega a ser incômodo tanto para mim quanto para eles”.

A alguns meses de concluir uma das etapas mais importantes de sua vida, o ensino médio, Samara diz ter mais motivos para lamentar do que comemorar. “Eu sinto que eu só estou estudando para ter nota, para passar de ano, porque para aprender mesmo, não tô conseguindo pegar nada. Está sendo um período quase todo perdido”, diz a estudante.

Acompanhamento

No IFCE de Juazeiro, Samara é a única estudante com 100% da visão comprometida. Ela é acompanhada periodicamente pela pedagoga com formação em braille, Ivania Carvalho, que relata como a estudante vem sendo auxiliada pela instituição.

“Para melhor atendê-la, fizemos reuniões com ela para entender as suas dificuldades e como ajudá-la. Foi sugerido o aplicativo Readium para leitura dos e-books. Porém, Samara optou por outro aplicativo, o Qread, esse app faz leitura dos E-books e PDF ‘s em geral. Com base nos conteúdos que estão sendo trabalhados, principalmente em Biologia, foi elaborado um material tátil para ela poder realizar os exercícios do conteúdo de genética. Dentro do cronograma que foi estabelecido pela professora, ela tem aulas individuais e tira-dúvidas”, explica a profissional.

Sobre a desistência de Samara em 2020, Ivania lembra que a estudante recebeu orientações online para aprender a manusear as ferramentas do Google, como o classroom e o meet, mas admite que “infelizmente, mesmo com todos esses esforços, incluindo os da parte dela, não foi possível a aluna concluir com êxito o ano letivo”.

A brailista ainda explica que, no período de avaliações, Samara pode contar com o auxílio de uma servidora da instituição, que faz o papel de ledora para a aluna. “Durante todo o processo há o auxílio e acompanhamento necessários da coordenadoria do núcleo de acessibilidade do IFCE”, garante Ivania.

Fonte: https://revistareacao.com.br/ferramenta-auxilia-estudantes-com-deficiencia-visual-em-aulas-remotas/

Postado por Antônio Brito