28/09/2020

Propostas em benefício de pessoas com deficiência podem ser votados na Câmara dos Deputados na próxima semana

O Plenário da Câmara pode analisar, na próxima semana, projetos de interesse de pessoas com deficiência. A Frente Parlamentar do Congresso Nacional que trata do segmento apresentou uma lista com dez propostas prioritárias. A deputada Erika Kokay (PT-DF), que faz parte da frente parlamentar, entregou o documento ao primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), no dia 21 de setembro, quando se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.

Duas propostas tiveram a urgência aprovada pelo Plenário nesta terça-feira (22), o que possibilita a votação diretamente pelo conjunto dos deputados, por meio do sistema virtual, sem passar pelas comissões.

Uma delas é o projeto (PL 606/20) que determina que supermercados e estabelecimentos similares deverão treinar e disponibilizar funcionários que ajudem pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Pela proposta, os funcionários poderão conduzir a pessoa ou o carrinho, informar sobre itens e empacotar mercadorias.

O outro projeto com urgência aprovada (PL 2875/19) muda a Lei Brasileira de Inclusão e estabelece requisitos mínimos de acessibilidade em praias, como adaptações na rua, entrada acessível da praia e rampas com corrimãos onde houver desnível. A área também precisaria contar com transporte público adaptado nas principais linhas para a praia e esteira com acesso firme e estável sobre a areia até o mar, rio ou lago. Autora do projeto e presidente da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa das Pessoas com Deficiência, a deputada Tereza Nelma (PSDB-AL), destaca que a acessibilidade também beneficia grávidas, obesos e idosos.

Intérprete de Libras

Segundo a deputada Erika Kokay, além desses dois projetos que ganharam urgência, há um outro. o PL 9382/19.

“Estamos com o compromisso do deputado Marcos Pereira que, na próxima semana, nós possamos apreciar o projeto do Estatuto do Intérprete. Ele assegura jornada de trabalho adequada, condições adequadas para que os intérpretes possam exercer uma função absolutamente fundamental no processo de acessibilidade de pessoas com deficiência auditiva ou pessoas surdas”, disse.

A proposta resulta do trabalho de uma subcomissão criada na Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência. No documento entregue pela frente parlamentar, há projetos de resolução que visam facilitar a comunicação da Câmara para pessoas com deficiência, como a presença de tradutores de libras nas reuniões de todas comissões e não apenas na Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência.

Ouvidoria
Erika Kokay afirma que a frente parlamentar também defende a criação de uma ouvidoria na Câmara para acompanhar a aplicação das leis de inclusão e acessibilidade, que também funcionaria como um espaço de diálogo com a sociedade, para receber denúncias de retrocessos na legislação. A Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa das Pessoas com Deficiência tem 192 deputados e 23 senadores.

Fonte: https://revistareacao.com.br/propostas-em-beneficio-de-pessoas-com-deficiencia-podem-ser-votados-na-camara-dos-deputados-na-proxima-semana/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Eleições 2020: Em São Paulo, voluntários auxiliam eleitores surdos nos locais de votação

O Projeto Libras, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), conta com colaboradores que dominam a Língua Brasileira de Sinais para atuarem no dia das eleições. Graças à participação desses voluntários, torna-se possível o atendimento e a orientação de eleitores com alguma deficiência auditiva nos locais de votação.

Uma eleitora com deficiência auditiva que já contribuiu em dez eleições afirma que quer continuar colaborando com a Justiça Eleitoral. “Meu maior desafio é mostrar que somos capacitados”, afirma Lucineia Fagundes de Souza, eleitora de Mauá, município da Grande São Paulo com 306.518 eleitores. Lucineia, que é professora de Libras (Língua Brasileira de Sinais), acredita que “é um processo de inclusão muito importante.”    

A eleitora conta que começou a trabalhar nas eleições por influência dos irmãos, também surdos, e que já prestaram serviços como mesários. Segundo Lucineia, sempre encontrou compreensão e acolhimento nos treinamentos. “Na primeira vez em que trabalhei não tive problemas, alguns eleitores ficaram admirados e queriam saber mais sobre mim e, com a ajuda de uma intérprete de Libras, pude conversar com eles”, relata.   

Lucineia afirma ainda que se sente realizada por dar aulas a crianças surdas e manda um recado para os deficientes auditivos: “Quebrem barreiras. A sociedade deve aceitar as diferenças. Nós temos competência para superar desafios”.   

O Projeto Libras foi implantado pela primeira vez nas eleições gerais de 2014, quando contou com a participação de 275 voluntários. Em 2018, o número subiu para 551. Para as eleições deste ano, os interessados em participar devem entrar em contato com seu cartório eleitoral (confira aqui).

Dos 33.565.294 eleitores aptos a votar, 414.978 (1,23%) declararam ter algum tipo de deficiência; desse número, 15.848 têm algum problema auditivo. O Estado de São Paulo utilizará 30.083 seções com acessibilidade nas eleições municipais de novembro. 

365º Cartório Eleitoral   

A chefe da 365ª Zona Eleitoral – Mauá, Cyntia Alves Conceição de Lima, iniciou o projeto de inclusão de mesários surdos ou com deficiência auditiva há seis anos. Cyntia, que já teve aulas com a professora Lucineia, conta que já teve 14 mesários surdos numa única eleição. Ela espera que colegas de outros cartórios invistam nesse projeto de inclusão. “Esses mesários são muito empenhados, mas é preciso alguma adaptação durante o treinamento. Já fizemos até teatro simulando uma seção eleitoral”, conta a chefe de cartório. 

Fonte: https://revistareacao.com.br/eleicoes-2020-em-sao-paulo-voluntarios-auxiliam-eleitores-surdos-nos-locais-de-votacao/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Sicoob lança assistente virtual para traduzir site em Libras

O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil – Sicoob, que conta com mais de 4,8 milhões de cooperados, dá mais um passo para promover a justiça financeira e inclusão, não só a financeira, mas também ações que demonstram o quanto ter a cooperação como estilo de vida gera conscientização.

Homenageando Helen Keller, a primeira pessoa surda e cega a entrar na faculdade, o portal do Sicoob disponibiliza a assistente virtual Helen, que traduzirá o texto selecionado pelo usuário em sinais de Libras. O recurso é disponibilizado em uma janela lateral de todas as páginas do site. Helen Keller foi uma escritora e ativista social norte-americana surda e cega que lutou em defesa dos direitos sociais e, principalmente, das pessoas com necessidades especiais. No primeiro dia de setembro, o site do sistema foi atualizado para leitura em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

“Este é um passo importante na história do Sicoob. Gerar conforto e inclusão para todos os nossos cooperados, não só em termos financeiros, mas de dignidade e respeito, são pilares na construção de uma sociedade melhor”, afirma Antônio Vilaça Júnior, diretor de Tecnologia do Centro Cooperativo Sicoob.

Na mesma janela de tradução para Libras, a Helen também traduz para voz os textos publicados no site, melhorando a navegação por deficientes visuais, pessoas com deficiências intelectuais – como a Síndrome de Down -, analfabetos funcionais, idosos, disléxicos e outras pessoas com dificuldade de leitura e de compreensão de texto.

Ainda, ao longo de todo o mês de setembro, o Sicoob vem realizando diversas ações on-line para promover e celebrar o Dia Nacional do Surdo, data comemorada em 26 de setembro. Dentre as atividades, a entidade ofereceu conteúdos didáticos sobre o tema para a comunidade surda e público ouvinte como a leitura do primeiro livro da Coleção Financinhas: “Caio achou uma moedinha” para crianças e disponibilização de guias de Libras, que aconteceu no último domingo (20/09).

Para encerrar as ações promovidas durante o mês, a entidade fará uma live em seu canal do Youtube no próximo sábado (26/09), às 20h para falar sobe educação financeira para surdos. De acordo com o Sistema, o intuito da ação é dar mais um passo para se aproximar da comunidade e cultura surda e, ainda, mostrar que não existem barreiras para cooperar.

De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 45 milhões de brasileiros (23,9% da população total) têm algum tipo de deficiência – visual, auditiva, motora e mental ou intelectual. A população de surdos é de 9,7 milhões de pessoas, o que representa 5,1% da população brasileira.

Fonte  https://revistareacao.com.br/sicoob-lanca-assistente-virtual-para-traduzir-site-em-libras/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

27/09/2020

ADP investe em projeto de acolhimento emocional aos profissionais com deficiência em isolamento

A ADP, líder global em soluções de Folha de Pagamento e Gestão do Capital Humano, preocupada com a saúde emocional de seus colaboradores com deficiência, mesmo diante dos desafios que a pandemia impôs aos negócios de todos os setores, investiu no projeto de Acolhimento Emocional da Talento Incluir – consultoria que já proporcionou emprego para mais de 7 mil pessoas com deficiência no Brasil. O resultado desse projeto trouxe à ADP um plano de ações que vai beneficiar a empresa e seus colaboradores, bem como identificar a possibilidade de aplicar o home office pós-quarentena.

O “Acolhimento Emocional” foi criado pela Talento Incluir para apoiar as empresas e ajudá-las a prestar o apoio ideal aos profissionais com deficiência, customizado para esse momento de afastamento social e desenvolvido a partir de um roteiro estruturado.

O projeto identifica como está a saúde emocional do profissional com deficiência, aspectos familiares e sociais, além das condições e infraestrutura de trabalho. A ação da Talento Incluir na ADP, em toda a região da América Latina, também levantou indicadores qualitativos que impactam, diretamente, na carreira destes profissionais e sua relação com as lideranças.

A partir do cruzamento das conversas individuais e do envolvimento dos líderes, foi possível identificar mudanças que possam ter surgido com a alteração de rotina e a introdução do home office integralmente, e que afetam, diretamente, na produtividade e desempenho dos colaboradores.

“Para se sentirem incluídas de fato, essas pessoas precisam perceber que estão utilizando o máximo do seu potencial. Por meio deste trabalho conseguimos identificar onde estão os gargalos e partir para a ação”, destaca a vice-presidente de Recursos Humanos da ADP para a América Latina, Mariane Guerra.

Com cerca de um mês de duração (de abril a maio), o projeto de Acolhimento da Talento Incluir na ADP ocorreu em três etapas:

• Acolhimento Emocional: conversa individual com cada um dos colaboradores com deficiência, para identificar e acolher possíveis dificuldades emocionais;

• Engajamento da Liderança: pesquisa online aplicada para todos os gestores com colaboradores com deficiência em seu time;

• Plano de Ação: horas de consultoria para o fortalecimento do Programa de Inclusão de colaboradores com deficiência a partir da experiência e conhecimento da Talento Incluir, além dos principais resultados da pesquisa

A Talento Incluir entrevistou, individualmente, esses colaboradores para entender como eles lidam com suas deficiências, também buscou saber como anda a saúde emocional, os aspectos familiares e sociais. Além disso, as entrevistas mostraram como os colaboradores percebem seus desempenhos e sua produtividade no modelo remoto, as condições e ferramentas de trabalho, o relacionamento com gestão e equipe e o seu nível de engajamento com as demandas e com a empresa.

Os resultados dessa etapa da entrevista apontaram que 83% desses profissionais lidam bem com questões relacionadas a suas deficiências, 11% não e os outros 6% preferem não falar sobre elas. Para essa questão, a Talento Incluir desenvolveu um detalhado plano de trabalho para execução conjunta com a área de RH da ADP, indicando acompanhamento específico para colaboradores que apresentam dificuldades em lidar com a deficiência, auxílio médico para casos onde se identificou a necessidade, além de acompanhamento a questões relacionadas à gestão ou integração na equipe de trabalho.

Sobre a saúde emocional durante o período de isolamento, 84% se sentem bem emocionalmente, 14% se entendem parcialmente bem e 2% declaram não se sentir bem nesse cenário. Para esses colaboradores, a recomendação foi utilizar os recursos já disponibilizados pela empresa para dar apoio emocional e maior atenção, como, por exemplo, o Programa de Apoio ao Empregado, que oferece terapia e outros recursos virtualmente.

Sobre infraestrutura no home office, para 81% dos profissionais com deficiência os sistemas da empresa funcionam bem e a internet está funcionando de forma adequada para 92% dos entrevistados. Porém, com relação a cadeira onde trabalham no home office, 61% afirmam estar confortável, enquanto 37% dizem que não. A partir desses dados, a ADP, imediatamente, providenciou mobiliário adequado ergonomicamente para esses profissionais.

De acordo com a Talento Incluir, é importante perceber que, muitas vezes, as pessoas com deficiência, que já experimentaram a exclusão em algum momento da sua vida, não trazem os problemas de maneira direta por receio de serem mal interpretadas. Dessa forma, é muito importante abrir canais alternativos por meio dos quais as pessoas se sintam à vontade para compartilhar suas dificuldades e necessidades.

Com relação ao modo de trabalho em home office, 58% gostariam de continuar com a experiência; 8% gostaram da experiência, mas preferem voltar ao escritório; 5% não se identificaram com o trabalho remoto e 29% não responderam. Para este tema, a Talento Incluir recomendou à ADP avaliar a possibilidade de aplicar a política de home office, no pós-quarentena, para parte deste grupo.

“O esforço da ADP em investir nesse cuidado com seus profissionais com deficiência no momento desafiador para os negócios imposto pela pandemia demonstra muito mais que boa vontade. Deixa claro o amadurecimento da empresa para o tema, que vai além da inclusão. São atitudes que destacam a vocação cidadã de uma empresa que acredita na inclusão como uma porta aberta para seu futuro, de suas inovações, processos e produtos”, destaca a fundadora da Talento Incluir, Carolina Ignarra.

Fonte  https://revistareacao.com.br/adp-investe-em-projeto-de-acolhimento-emocional-aos-profissionais-com-deficiencia-em-isolamento/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Pelo Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, “Ju Sem as Mãos” reproduz capas e editoriais de moda

No dia 21 de setembro comemorou-se o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, bandeira levantada pela estilista Juliana Santos que se prepara para lançar um Gibi liderado pela Super-heroína “Ju Sem as Mãos” com histórias de realização e conquistas de PCDs bem-sucedidos. Para chamar ainda mais atenção para a causa e mostrar que a inclusão também precisa ser no mundo da moda, Juliana decidiu reproduzir capas e editoriais de várias revistas para discutir o tema.

“Tenho uma trajetória de sucesso, pois abri o meu ateliê com R﹩ 250 e hoje atendo noivas por todo o Brasil; no entanto, as pessoas me enxergam como um exemplo de superação por não ter as mãos e não olham as minhas conquistas. Isso é capacitismo e precisamos mudar a maneira de valorizar a conquista do PCD – que é uma Pessoa com Deficiência e não um ‘Portador’; afinal, não escolhi ‘portar essa deficiência’”, reforça Juliana Santos, que tem aproveitado o seu dom para criar produtos com renda 100% revertida ao projeto. Ela tem desenvolvido tênis e camisetas customizadas para levantar o valor inicial necessário para finalizar a primeira edição do Gibi.

Segundo a advogada Sara Bezerra, a questão é que o mercado de consumo tem modificado. “Os consumidores, cada vez mais, estão atentos ao que consomem e, com a pandemia, puderam vislumbrar, se desvincular do que é desnecessário e se afeiçoar por marcas que se integraram à comunidade. A população se encontro mais solidária, mais consciente quanto aos direitos de minorias e, inclusive, com a história de seus antepassados e isso tem determinado e impactado em suas escolhas; por isso, é necessário mais do que um discurso temporário e ações de marketing sem coerência”, afirma. 

Reconhecida pelos vestidos de noiva que assina, Juliana Santos conta que renasceu do fogo como uma Fênix. “Fui jogada no fogo e do fogo renasci. E sempre que a vida me joga de novo eu renasço mais forte e resiliente. Desistir nunca foi uma opção para mim. Aos quatro anos tive queimaduras em várias partes do corpo, perdi os dedos da mão esquerda e dos pés. Minha mãe biológica me abandonou no Hospital de Queimaduras, e fui adotada ainda no Hospital por uma família maravilhosa. Sofri bullying na infância e adolescência, mas sempre fui incentivada a lutar por meus sonhos e objetivos, a não desistir.”

Por isso, para dar visibilidade ao projeto do gibi “Ju Sem As Mãos” e conseguir uma editora para publicar sua obra – que conta com assinatura também do cartunista Gabriel Rodrigues, a estilista decidiu contar suas histórias por meio do humor e de vídeos curtos no TikTok @jusemasmaos s, onde acabou criando a série “Peripécias da Ju”. Com um rápido crescimento – de 35 mil seguidores em maio para 224 mil hoje, e vídeos com mais de um milhão de visualizações, ela tem atingido crianças e adolescentes que se identificam e se sentem mais confiantes para lidar com as suas deficiências.

“Quero mostrar que pessoas com deficiência são iguais a qualquer pessoa. Mesmo com nossas limitações, temos muito a oferecer e só queremos ser tratados com respeito. E, como mãe, acredito que podemos mudar a educação a partir de nossas crianças. O gibi será, principalmente, para as crianças se verem e se sentirem representadas”, reforça Juliana Santos, que é mãe de Miguel (7), Pérola (4) e Aurora (1).

Squad

O gibi também trará a história de Milena Struck, eleita Miss Universo Infantil 2019 e que possui agenesia de antebraço; do influenciador da inclusão Ivan Baron (@ivanvbaron); da blogueira, maquiadora e ativista PCD Juliana Rocha (@jurochadm); da ativista Stephanie Marques (@tephmarques_); e da jornalista, fotógrafa e modelo Maria Paula Vieira (@maaria_vieira), que também mostrarão seus superpoderes.

“Amo esse mundo de super-heróis, principalmente o fato de que eles têm sempre uma identidade secreta, de uma pessoa comum, e que lutam para defender o mundo e ajudar outras pessoas. Por que não pessoas com deficiência também? Afinal, é por isso que lutamos: para que nos vejam acima de nossas deficiências. A minha família me ensinou a superar as adversidades e retirar o melhor de cada obstáculo”, afirma Juliana Santos.

Esse poderoso squad fará várias ações neste mês de setembro para dar ainda mais visibilidade ao tema da inclusão. 

Os produtos assinados pela estilista Juliana Santos podem ser comprados diretamente pelo perfil @jusemasmaoss no
Instagram (http://www.instagram.com/jusemasmaoss/)
e TikTok (http://www.tiktok.com/@jusemasmaoss?lang=pt_BR).

Fonte  https://revistareacao.com.br/pelo-dia-nacional-de-luta-das-pessoas-com-deficiencia-ju-sem-as-maos-reproduz-capas-e-editoriais-de-moda/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

No Distrito Federal, pessoas com deficiência poderão ter casas reformadas

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) e a Secretaria Extraordinária da Pessoa com Deficiência (SEPD) assinaram acordo de cooperação técnica para atender exclusivamente Pessoas com Deficiência (PcD) pelo subprograma Melhorias Habitacionais que vai reformar as residências das pessoas com deficiência para, assim, oferecer acessibilidade, mobilidade e qualidade de vida na moradia.

“Isso demonstra claramente a importância dessas pessoas. Estamos orgulhosos em proporcionar moradia digna e ajudar quem mais precisa. Essa é a nossa missão e a do governador Ibaneis Rocha”, afirma o presidente da Codhab, Wellington Luiz.

A prestação do serviço especial será feita por uma equipe multidisciplinar, composta por arquitetos, engenheiros, assistentes sociais de ambos órgãos, que serão responsáveis pela seleção dos beneficiários. O processo será realizado em duas etapas: análise técnica da habitação e desenvolvimento dos projetos de requalificação, e a segunda, a viabilização das obras.

A assistência técnica em arquitetura e engenharia é um direito social assegurado pela Lei Federal nº 11.888/08 que garante dignidade, qualidade, salubridade, acessibilidade, sustentabilidade e segurança, reparando problemas estruturais das unidade habitacionais das pessoas com deficiência física.

Além do presidente Wellington, a solenidade da assinatura do acordo contou com a presença da Secretária da SEPD Rosinha da Adefal e do Deputado Distrital Iolando Almeida.

Critérios de participação PcD

 Para participar é preciso ter:

  • laudo comprovando a deficiência;
  • renda mensal de até três salários mínimos;
  • viver no DF há pelo menos 5 anos;
  • habitar em área de interesse social regularizada ou passível de regularização;
  • ser responsável pela residência;
  • residir em imóvel com problemas relacionados à acessibilidade, insalubridade e falta de segurança;
  • não possuir outro imóvel.

Atualmente, as intervenções podem receber o investimento de até R$ 25 mil para os casos de inadequação habitacional (reformas/ampliação) e até R$ 50 mil para os casos de precariedade habitacional (reconstrução completa), conforme definido pela Resolução nº 173/2020.

Inscrição

As inscrições começam no dia 1 de outubro e poderão ser realizadas por meio do aplicativo Codhab. O prazo se encerra no dia 31 de outubro ou até o preenchimento total das vagas abertas. Esta primeira fase vai beneficiar a cidade de Brazlândia. Ao todo, serão 40 famílias, das quais 30 serão escolhidas para atendimento imediato após classificação. O restante irá fazer parte do cadastro reserva.

Posto da 112 Sul 

Além da assinatura do acordo, a Codhab também firmou Termo de Compromisso para manter o Posto Cidadania, localizado na estação do metrô da 112 Sul que atua prioritariamente no atendimento de pessoas com deficiência. A estrutura possui equipamentos de acessibilidade, tais como rampa, elevador e central de interpretação de libras.

A SEPD vai dar treinamento e cursos de capacitação para os servidores da Codhab no atendimento para as pessoas com deficiência.

Fonte: https://revistareacao.com.br/no-distrito-federal-pessoas-com-deficiencia-poderao-ter-casas-reformadas/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

comemoração de Thiago Galhardo dedicado ao dia Nacional do surdos

Artilheiro do Brasileirão, Thiago Galhardo dá bons exemplos que vão além dos gols pelo Inter. Na última quinta-feira, ele festejou o primeiro de seus dois gols na vitória por 2 a 0 sobre o Ceará, no Beira-Rio, com uma homenagem em libras à torcedora Liliana Kruger.
neste sábado ojogador, fez gol do empate com o São Paulo 1X1, mais uma vez homenageou e falou sobre a fã.

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

26/09/2020

Arquiteto Especialista em Acessibilidade realiza evento online

Descrição da Imagem #PraCegoVer: Imagem que ilustra o texto Arquiteto Especialista em Acessibilidade realiza evento online é a fotografia do início de uma rampa de acesso a outro piso da parte inferior de um predio. Na parede, próxima onde se inicia a descida, está o símbolo internacional de acessibilidade – o pictograma de uma pessoa em cadeira de rodas. Logo no da rampa tem uma faixa de piso tátil para pessoas cegas. Foto: Shutterstock

Responsável pelo canal Acessibilidade Aplicada nas redes sociais, Eduardo Ronchetti realiza evento ao vivo e totalmente gratuito, entre 5 e 9 de outubro

O arquiteto Especialista em Acessibilidade Eduardo Ronchetti promove evento online de abrangência nacional, entre os dias 5 e 9 de outubro.  Ao vivo e totalmente gratuito, o evento dá direito a certificado para aplicação da nova Norma de Acessibilidade NBR 9050:2020.

Publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no dia 3 de agosto, a NBR 9050:2020 já é exigida pelos órgãos responsáveis por regulamentos técnicos. Segundo o site abnt.org.br, a publicação é uma revisão, a Emenda 1, que cancela e substitui a NBR 9050:2015.

A partir de agora, projetos arquitetônicos submetidos a análise de Centrais de Aprovação de Projetos e Secretarias de Habitação e Desenvolvimento Urbano precisam estar de acordo com a Norma atualizada. No site de catálogos da ABNT é indicada uma série de normas necessárias para a aplicação da NBR 9050:2020. 

Para isso, profissionais como arquitetos, engenheiros e designers devem se atualizar quanto a nova Norma, que estabelece critérios e parâmetros técnicos do projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de edificações às condições de acessibilidade.

A aplicação da NBR 9050:2020 proporciona a utilização de maneira autônoma, independente e segura a maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura, mobilidade ou percepção. Assim, fica garantido, portanto, a acessibilidade de pessoas com deficiência física, intelectual e sensorial, por exemplo.

Fotografia com um cadeirante parado em frente uma escada para o texto "Arquiteto Especialista em Acessibilidade"
Descrição da Imagem #PraCegoVer: Em segundo plano, fora de foco, uma pessoa em cadeira de rodas está parada em frente a um lance de escada, na parte mais alta, que dá acesso ao piso inferior. Em primeiro plano, o foco está nos primeiros degraus na escada, onde se inicia a subida. Foto: Shutterstock

Arquiteto Especialista em Acessibilidade realiza online sobre alterações da NBR 9050:2020

De acordo com release da ABNT, o novo documento exige alterações importantes que serão abordadas no evento do arquiteto Eduardo Ronchetti:

– Nova padronização de figuras do Símbolo Internacional de Acesso (SIA). Antes, existiam duas opções, mas nesta nova versão, é apresentada apenas uma, que se alinha a documentos internacionais;

– Atualização de figuras para atender às exigências dos órgãos competentes de aplicação da norma;

– Uma melhor especificação com exemplificação da subseção de rota de fuga e área de resgate;

– Melhorar a definição e exemplificação da subseção de corrimãos e guarda-corpos;

– Melhoria nas definições de sinalizações necessárias para melhor atendimento à norma.

A NBR em questão, elaborada no âmbito do Comitê Brasileiro de Acessibilidade, pela Comissão de Estudo de Acessibilidade à Edificações e Meio, não substitui leis, decretos ou regulamentos que os responsáveis técnicos devam atender na elaboração de seus projetos.

Saiba mais no site da ABNT, neste link:  http://www.abnt.org.br/

Piso tátil, acessibilidade para pessoa com deficiência visual
Descrição da Imagem #PraCegoVer: Fotografia mostra em detalhes o piso tátil, que garante acessibilidade a pessoas com deficiência visual. Foto: Shutterstock

Arquiteto Especialista em Acessibilidade: Sem medo de errar!

O evento online do idealizador do canal Acessibilidade Aplicada, é direcionado a profissionais como arquitetos, engenheiros e designers. 

O Jornalista Inclusivo conversou com Eduardo, que explicou como será o evento, e falou da importância de se atualizar quanto a nova Norma de Acessibilidade:

Por que é importante que engenheiros, arquitetos e designers se atualizem quanto a nova NBR 9050/2020?

Eu acredito em três coisas porque que é importante os profissionais atualizarem-se quanto a nova Norma. Primeiro porque a acessibilidade é uma causa. É uma causa de promover a inclusão das pessoas em igualdade de oportunidade na sociedade.

Segundo que a acessibilidade é uma responsabilidade civil do arquiteto e do engenheiro, na medida em que, quando eu faço um projeto e emito a minha RRT (Registro de Responsabilidade Técnica), ou ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), eu sou obrigado a declarar o atendimento a norma de acessibilidade. Então é atribuído ao profissional de arquitetura e engenharia uma responsabilidade civil extremamente importante na garantia da acessibilidade. E, para que isso aconteça, a pessoa tem que conhecer a NBR 9050 de 2020.

E terceiro, que eu acredito que a acessibilidade é um importante nicho de mercado, onde surgem novas demandas de novos trabalhos para os arquitetos e engenheiros. E ao conhecerem a NBR de 2020 conseguirão alcançar mais e melhores clientes com o seu trabalho.

Como será o evento – terá um formato de minicurso?

Sim, o evento será bastante dinâmico com muita informação útil informação prática levando conhecimento para que as pessoas consigam conhecer e aplicar as normas de acessibilidade nos seus projetos e nas suas obras em especial a NBR 9050 de 2020 da onde nós vamos falar de muitas diferenças e novidades

também vamos falar sobre como o profissional pode adaptar na sua carreira, por exemplo, a novos mercados como o Silver Economy, que é o mercado grisalho, ou seja, fazer projetos para pessoas idosas, que é um mercado que cresce muito. Então será um evento muito dinâmico com muitas informações úteis e práticas.

De acordo com o regulamento, para receber o certificado de participação é necessário cumprir alguns requisitos:

As aulas serão gravadas e ficarão disponíveis apenas aos inscritos, e para receber o certificado é necessário assistir ao vivo no mínimo 4 das 5 aulas. “Em cada aula enviaremos a lista de presença pelo Telegram para ser preenchida e ao final do evento vamos enviar o seu certificado”.

Portanto, é  importante se cadastrar gratuitamente no Canal do Telegram após se inscrever para receber a lista de presença de cada aula, através deste link: https://t.me/joinchat/AAAAAEYs1P1mL_tKiEvWbA

Já para se inscrever no curso e conhecer o calendário da jornada de adaptação, basta clicar aqui, ou acessar este link: https://acessibilidadeaplicada.kpages.online/fl9

Quem tiver dúvidas pode acessar pelo WhatsApp, o seguinte número: (11) 991604718

Fotografia de Eduardo Ronchetti, Arquiteto Especialista em Acessibilidade
Descrição da Imagem #PraCegoVer: Fotografia em close do arquiteto Eduardo Ronchetti. Um homem branco, de cabelos curtos grisalhos, e olhos azuis. Ele usa óculos de grau, veste blazer e camisa preta, e está sorrindo. Foto: Divulgação

Sobre Eduardo Ronchetti

Formado em Arquitetura pela Universidade Mackenzie em 2001, especializado em Administração de Empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) em 2006 e Pós-graduado em Design de Interiores pelo IED (Isituto Europeo Di Design) em 2014.

Desde 2004, dedicado na realização de Projetos de Acessibilidade, promovendo a adaptação de espaços públicos e privados, eliminando barreiras arquitetônicas das áreas de circulação.

Sócio fundador da empresa especializada em de projetos e laudos de acessibilidade: www.eduardoronchetti.com.br.

Fonte  https://jornalistainclusivo.com/arquiteto-especialista-em-acessibilidade/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 

Dia do Surdo: trabalho de intérpretes cresceu com pandemia

No cenário da educação brasileira, o intérprete na Língua Brasileira de Sinais (Libras) ganhou uma rotina diferente durante o período de pandemia. Como não estão no mesmo espaço físico, professores, intérpretes e alunos surdos, é necessário traduzir aulas ao vivo e outros vídeos que chegam depois. “O intérprete educacional está tendo o trabalho em dobro durante a pandemia. Eu peço que meu aluno grave. Estudo a aula e depois gravo a tradução para o aluno. São horas a mais de trabalho”, diz a tradutora Brenda Rodrigues, de 27 anos, do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).  Neste sábado (26), Dia Nacional do Surdo, intérpretes sabem que o momento exige uma especial dedicação para participar da inclusão de tantos brasileiros.

Segundo a pesquisadora Fabiane Elias Pagy,  professora de Libras (Língua Brasileira de Sinais) na Universidade de Brasília, doutoranda em linguística, é importante que haja a formação de um número maior de intérpretes para sanar a demanda e cumprir a Lei do Acesso à Informação para pessoas portadoras de deficiência (Lei 10098). ”A sociedade precisa entender que o surdo está se inserindo cada vez mais nos diversos ambientes em que eles foram durante tantos anos excluídos. Com essa maior participação, maior também é a necessidade de acessibilidade comunicacional. É direito do Surdo, adquirido e garantido por Lei o acesso à informação em sua língua. Podemos e devemos lutar para que esse direito seja garantido”, afirma a professora.

 No Brasil, de acordo com dados de 2019 do Observatório do PNE (Plano Nacional de Educação (PNE),  5.369 pessoas trabalhavam como intérpretes de Libras. Esse número ainda é mínimo se comparado à demanda: de acordo com estudo do Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda em 2019, cerca de 10,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva, sendo, destas, 2,3 milhões portadoras de deficiência severa.

A pesquisadora destaca a necessidade de uma regulamentação na área. Ela explica que até pouco tempo não havia formação específica para a atuação de intérprete, de forma que os mesmos eram eleitos pela comunidade surda. “São necessários cursos, experiência e formação para se tornar um profissional. Nos dias de hoje há leis que garantem a necessidade de uma formação mínima, e essas leis devem ser respeitadas para que o surdo tenha acesso a um serviço de qualidade”, alerta Fabiane.

A paixão pela linguagem 

A intérprete Rayssa de Brito, de 22 anos, que é jornalista, conta que decidiu aprender Libras aos 10 anos depois de ter entrado em contato com a língua na Igreja que frequentava, por meio dos louvores. “As pessoas me perguntavam porque eu queria aprender Libras, se era porque eu tinha algum parente surdo. Mas não. Eu sempre fui muito extrovertida e gosto de me comunicar com o corpo, sabendo que ainda poderia ajudar alguém, isso para mim é maravilhoso”, conta.

Rayssa, que está fazendo sua pós-graduação em Libras, conta que por enquanto trabalha como autônoma, e, durante a quarentena, viveu um dos momentos mais emocionantes de sua carreira. “Um surdo me pediu que eu traduzisse uma live sobre conserto de óculos, que é a área de trabalho dele. Durante a live, ele me pediu que enviasse uma mensagem no chat por ele solicitando maior acessibilidade nas lives, porque era difícil para ele ter que depender de alguém. O apresentadorviu minha mensagem e respondeu que na próxima live iria disponibilizar um intérprete. Eu quase chorei porque eu vi que eu fiz diferença na vida daquela pessoa. Parece tão pouco, mas para ele é tão importante que as pessoas pensassem:”Eu não sei quem está consumindo meu conteúdo, por que não colocar acessibilidade?”

Das suas motivações, a intérprete acrescenta: “Eu amo a comunidade surda. Eu gosto bastante deles, de como eles se comunicam, mas principalmente porque eu vejo a necessidade que eles têm. As pessoas não entendem, mas nós que somos ouvintes e escutamos temos o privilégio de ouvinte. Nós não temos nenhum tipo de problema de não conseguir um emprego por não ouvir, não somos negado trabalho. Os surdos passam por isso sempre,” explica.

Para Daniel Souza, intérprete e estudante do Curso de Língua de Sinais Brasileiras, o contato com a língua foi mágico. ”Acho que a Libras que me escolheu”, comenta sobre sua trajetória, mas nem tudo é tão simples no meio. Daniel explica que, para ele, a maior dificuldade do meio é a formação: “A gente começa a aprender e não tem muitos locais que ensinam como  a gente deve se portar, não ensinam bem os sinais.”

Ele também reclama da falta de respeito com os profissionais. ”Muitos acham que a gente entra numa telinha, no canto da televisão e fica só fazendo gestos. Eu vejo que falta respeito com o profissional que estudou alguns anos para estar exercendo aquela função”, compartilha.

Quanto ao período da pandemia, o intérprete afirma que surgiram novas oportunidades de poder ajudar alguém que está longe. “Da minha casa, eu consigo estar presente em algumas lives, alguns congressos e trazer acessibilidade para essa comunidade surda. A gente nunca tinha tido esse tanto de acessibilidade em tantos eventos, e isso é muito importante para inclusão dessas pessoas.”

Fonte  https://jornaldebrasilia.com.br/brasil/dia-do-surdo-trabalho-de-interpretes-cresceu-com-pandemia/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO 


Combate ao Covid-19: um exército de pessoas com deficiência na linha de frente contra o vírus!

Já se vão 6 meses desde o início da pandemia que assola todo o planeta, transformando a vida de milhões de pessoas em todo o mundo e em especial, aqui no Brasil, onde temos mais de 120 mil mortos pelo vírus ou pelo menos com as mortes atribuídas a ele.

Vacinas estão sendo desenvolvidas pelo mundo, mas ainda em fase inicial. Umas mais adiantadas como a Russa e a de Oxford, até mesmo a da China, e outras como a italiana estão para ser disponibilizadas para a população mundial e por consequência para nós brasileiros até o início de 2021.

O combate a esse inimigo invisível a olho nu e desconhecido até então – e ainda estamos aprendendo a lidar com ele – é uma verdadeira guerra. Há quem diga que essa pandemia pode ser considerada a 3ª Guerra Mundial, dado ao número de mortos e aos estragos feitos na economia mundial que certamente levarão anos e anos para que sejam recuperados os danos.

Morte, fome, desemprego, abandono, desvio de dinheiro público… infelizmente essa é a realidade que o Brasil vem vivendo desde março deste ano. Mas por outro lado, e isso é que deve ser apontado como o número mais importante de toda essa história, temos um volume de pessoas recuperadas e curadas da doença no Brasil que ultrapassa a casa das 3 milhões de pessoas ! Isso sim deve ser evidenciado, afinal, são vidas salvas numa Guerra sem precedentes e por milhares de verdadeiros soldados vestidos de branco, atuando nos hospitais, seja da rede pública ou privada, expondo suas vidas e de suas famílias todos os dias na linha de frente dessa batalha contra a morte.

As armas desses soldados brasileiros em qualquer ponto do nosso País, são os gorros, capotes, máscaras, macacões, face Shields e luvas. Um exército de médicos, enfermeiros, profissionais da saúde de toda ordem e de todas as especialidades engajados nessa trincheira, deixando de lado em muitas vezes, o contato com a própria família e em algumas regiões, improvisando equipamentos e EPIs para poderem trabalhar, pois por conta de tantos desvios e fraudes, muitos pontos do País acabam desfalcados de itens básicos. Mas, guerra é guerra !

Alguns desses heróis com deficiência na linha de frente !

De acordo com um levantamento feito pela APM – Associação Paulista de Medicina, apenas 22,3 % dos médicos – um em cada cinco – afirmaram estar plenamente capacitados para atender os pacientes com Covid-19 em qualquer fase da doença, de casos leves e graves sob tratamento intensivo. Mesmo assim, um herói não foge à luta e o que vemos em todo Brasil é uma dedicação incansável dos profissionais da saúde frente ao vírus. E dentre este batalhão de profissionais, muitos soldados que estão nessa guerra possuem algum tipo de deficiência e mesmo sendo considerados por isso, como do grupo de extremo risco da doença, não deixaram de lado seu juramento ético e ao invés de ficarem em casa em isolamento social, deram literalmente a cara para bater e estão na trincheira salvando vidas diariamente Brasil afora.

A Revista Reação foi conhecer alguns deles, profissionais de saúde com deficiência que estão atuando em nosso País contra a Covid-19. Eles são vários, centenas, mas trazemos aqui alguns para representar essa massa de heróis anônimos que através dessa matéria procuramos homenagear.

Em Iracema, no interior de Ceará, no Posto de Atendimento Maria de Lourdes Magalhães Maia, a médica Nadjaneyre Linhares Casimiro, que tem deficiência motora, enfrenta uma longa escala de atendimento. “Percebi que o trabalho do médico é bem mais complexo e amplo do que eu achava que iria me deparar. É ter que tomar decisões difíceis e precisas. É ser muitas vezes a esperança de alguém em meio a tantos percalços. É estar com o paciente no momento de maior vulnerabilidade dele e tentar fazer o melhor possível. É se sentir algumas vezes cansada com a rotina e mesmo assim ter o prazer recompensador de poder fazer o que gosto e ajudar aqueles que precisam. Além de tudo isso, a certeza é de que o aprendizado é contínuo a cada dia em meio a tantas histórias em consultas e a tantas novidades na ciência”. Iracema/CE é um pequeno município do interior cearense, com pouco mais de 13,5 mil habitantes e distante 285 Km da capital Fortaleza/CE, mas que até agosto registrou mais de 250 casos confirmados da doença e apenas 2 óbitos.

Na capital mineira, Belo Horizonte/MG, no Pronto Socorro do HC-UFMG – Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, a enfermeira Francelle Rossoni, que teve Toxoplasmose congênita com sequelas de coriorretinite central em ambos os olhos, faz parte da frente de combate à pandemia. “Acredito que ser enfermeira vai além do ato do cuidar, ultrapassa o mero cumprimento que a profissão nos proporciona. Atuar na linha de frente ao Covid-19 neste momento tão difícil de pandemia, me arremete um sentimento de fraternidade, são tantas famílias que nos confiam os cuidados aos seus entes queridos em meio a tantas incertezas. Creio que o isolamento do paciente com o convívio familiar seja um momento muito doloroso, e cabe a nós enfermeiros terem a missão do elo com a família junto ao paciente trazendo sempre nossos cuidados com amor pelo próximo, com respeito, ética, carinho, respeitando as normas de segurança, e com uma grande dose de humanização.

Para ela: “ter a oportunidade de atuar no HC/UFMG está sendo um grato momento, onde tenho respeito pela instituição, que me recebeu em seu quadro de profissionais buscando sempre valorizar o trabalho em equipe e aqueles com necessidades especiais. Tenho um imenso orgulho por ser uma pessoa com deficiência física (PcD) e poder atuar de linha de frente e principalmente por fazer a diferença!”. Belo Horizonte/MG concentra 54% dos casos de Covid-19 registrados na Região Metropolitana mineira. A capital mineira ultrapassou a casa dos 500 mortos pela doença com quase 20 mil contaminados e mais de 15 mil recuperados até o fechamento dessa matéria.

Em outra região do País, em 2008, quando tinha 23 anos e estava no quarto ano de Medicina, o goiano Marcos Vinícius Nunes da Silva sofreu uma lesão cervical nas vértebras C3, C4 e C5. Hoje, tetraplégico, o médico tem uma longa agenda de atendimentos na Clínica São Marcos, em Goianésia/GO. “É uma rotina totalmente diferente. Atendo pacientes que chegam com a suspeita de Covid e outros com o diagnóstico já fechado. Apesar de todos os cuidados e precauções, exerço o juramento de Hipócrates, que é sempre salvar vidas. Se não posso curar, pelo menos tenho que aliviar a dor”. Formado pela Universidade São Lucas, o médico afirma que é o primeiro tetraplégico a se formar em medicina no Brasil. “Hoje me sinto privilegiado em estar cuidando dos pacientes nesse momento tão difícil. Mesmo estando no grupo de risco, continuei atendendo. Adotei uma frase em minha vida: praticar medicina com amor. E é assim. Colocar sua própria vida em risco para cuidar da vida dos outros. Já conseguimos salvar várias vidas. Realizei o atendimento de vários pacientes contaminados. Fiz o tratamento e vários tiveram alta médica”. Na cidade de Goianésia/GO até agora são mais de 1.300 casos confirmados de Covid-19, cerca de 30 mortos e mais de mil recuperados.

Kleber de Menezes é auxiliar de radiologia no Hospital Estadual Carlos Chagas, no Rio de Janeiro/RJ. Ele tem 40 anos e é cego. “Tenho todos os devidos cuidados. Uso luvas, carrego álcool em gel, higienizo minhas mãos e bengala a todo o momento. Não tenho medo de me infectar enquanto estou trabalhando. Isso pode acontecer comigo ? Sim ! Mas também pode acontecer com qualquer outro profissional”. Ele ainda comenta que teve receio de ser dispensado do trabalho no hospital por causa do coronavírus e por ser cego. O auxiliar de radiologia afirma que: “os profissionais da saúde com deficiência, principalmente agora, são muito úteis. Não quero ser tratado como coitado ou com discriminação neste momento”. Até aqui a capital carioca acumula mais de 90 mil mortes por Covid-19.

Numa das regiões mais quentes do País, o Rio Grande do Norte, com atendimentos no PS – Pronto Socorro e UTI – Unidade de Terapia Intensiva dos Hospitais Wilson Rosado e São Luiz (hospital de campanha), em Mossoró/RN, uma das principais cidades do estado, o médico Heider Irinaldo Ferreira, que é paraplégico, diz que: “quando precisa, me paramento e entro nas áreas de isolamento. Se precisar, entubo os pacientes. Ali, faço de tudo”. Ele comenta sobre os cuidados que toma na rotina diária. “Quando chego em casa, deixo minha cadeira na garagem e passo para a outra, que uso apenas na residência. Tenho duas cadeiras. Quando preciso entrar no isolamento, deixo minha cadeira de rodas e pego uma do hospital”, conta Dr. Heider.

“Tenho muita fé e muita força mental. Acordo toda manhã e lembro que tenho uma habilidade para desenvolver no meu dia a dia. Penso sempre que posso dar o meu melhor e da melhor forma”, afirma o médico que atua na cidade mais vulnerável ao Covid-19 do RN. A cidade tem mais de 6 mil casos confirmados.

De acordo com o CFM – Conselho Federal de Medicina, em todo o Brasil, são 512 médicos com algum tipo de deficiência. Desses, 95 têm deficiência visual, 91 têm deficiência auditiva, 287 têm deficiência motora e 77 têm “outras deficiências” que o CFM não divulga a especificação. Ao contrário de algumas informações, Pessoas com Deficiência não são consideradas grupo de risco ao coronavírus pelo Ministério de Saúde. Somente aquelas que tenham restrições respiratórias, dificuldades nos cuidados pessoais, condições autoimunes, idade acima de 60 anos e doenças associadas como diabete, hipertensão arterial, doenças do coração, pulmão e rim ou doenças neurológicas. Independentemente do número do CFM estar correto ou subestimado, o importante é que milhares de profissionais da saúde com deficiência atuam em nosso País e nas regiões mais longínquas e em condições às vezes precárias, colocando-se em risco para salvar vidas.

Parabéns a todos os profissionais de saúde, com ou sem deficiência !

Fonte  https://revistareacao.com.br/combate-ao-covid-19-um-exercito-de-pessoas-com-deficiencia-na-linha-de-frente-contra-o-virus/

POSTADO POR ANTÔNIO BRITO