03/09/2020

Setembro Azul

A leitura labial não é muito útil para a comunicação de surdos? 
Se você respondeu SIM para essa pergunta precisamos conversar! 
A leitura labial é um talento natural do ser humano. Quando bebês, em fase de aquisição da linguagem, toda criança (ouvinte) faz leitura orofacial como complemento da audição para aprender melhor a língua falada. Com o passar do tempo, essa habilidade vai dando lugar à audição sem apoio visual, mas continua sendo um complemento em algumas horas, quando os ambientes são excessivamente ruidosos. Porém, a maioria dos ouvintes não se dá conta disso.
No caso de pessoas surdas, especialmente surdas oralizadas, esse recurso de comunicação está muito mais presente na comunicação. Com ou sem uso de tecnologias auditivas, a maioria dos surdos oralizados se apoia bastante na leitura labial. E essa habilidade pode ser treinada através da fonoterapia, se um ouvinte tiver perda auditiva. 
Se você conhecer algum surdo que faz leitura labial, aqui vão algumas dicas de boas práticas que podem ajudá-lo a te entender melhor: Fale sempre com o rosto totalmente visível, de forma articulada, em intensidade normal, sem perder a naturalidade. São as pequenas atitudes como essas que tornam a sociedade muito mais inclusiva!
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Fonte  https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2416858538609128&id=100008550164874
Postado por Antônio Brito 

Projeto “Calçado Eficiente” já distribuiu mais de 17 mil sapatos para pessoas com deficiência no Piauí

17 mil pés de sapato distribuídos para pessoas com a perna amputada em 17 anos do projeto “Calçado Eficiente”. Esse é o balanço de um homem criativo e de coração grande chamado Josias Almeida Paixão, que transformou um problema de lojistas em uma solução para centenas de pessoas com deficiência. 
 Pessoas que têm apenas um dos membros inferiores, sejam elas amputadas ou deficientes de nascença, enfrentam dificuldades quando vão comprar novos calçados. Pensando na melhor forma de ajudar, o subtenente Josias, desde 2003, presta esse serviço voluntário que tem ajudado piauienses e maranhenses.

Junto a esposa, Sônia Maria, Josias conversa com lojistas para conseguir pés de sapato de mostruário, que geralmente possuem apenas um modelo de pé isolado. Ele busca essas peças de calçados que servem de mostruário nas vitrines de lojas ou doações e entrega para pessoas com deficiência. 
 O projeto já ganhou uma proporção tão grande que ele doa para várias cidades do Maranhão como Timon, Timbiras, Codó, Caxias, Coroatá e Coelho Neto. No Piauí, está em cidades de Teresina, Parnaíba, Piripiri, José de Freitas, Campo Maior, São Julião, Caldeirão Grande, Marcolândia outras mais. Eu já mandou sapatos até para Curitiba, Petrolina e Araripina.

O projeto, inicialmente, chamava-se “Pé Trocado”. Mas depois, para ficar mais politicamente correto, ele mudou para “Calçado Eficiente”. “Meu trabalho começou com um presente de um representante. Ganhei uma chuteira com o pé trocado, mas com o solado idêntico. Então comecei a observar que muitos lojistas devolvem esses pés trocados para as empresas ou jogam no lixo. Então pensei em distribuir, pois comecei a viajar em cidades no interior e vi a necessidade das pessoas com deficiência. A primeira pessoa que eu ajudei pegou logo sete pares. Aí foi indo essa propaganda de boca e eu procurei as associações para levar os calçados para eles”, explica Josias.

Criatividade levou o projeto para longe

Os sapatos do seu Josias vão longe. “Tem sapato no Maranhão, na Bahia em todo o Piauí. Eu distribuo uma média de mais de mil sapatos por ano. Só semana passada eu recebi 400 sapatos. E se você olhar são tênis, sandálias e sapatos caríssimos. São marcas muito boas. O pessoal de Codó manda a lista e eu só faço selecionar e mandar por uma empresa de ônibus”, acrescenta.

Josias afirma que não priva a quantidade de sapatos. “Antigamente eles não tinham a oportunidade de ter mais de um sapato. Eles compravam os dois pares e um sempre estragava. Hoje eles não precisem comprar. E ainda podem escolher o modelo que quiserem”, revela o presidente do projeto. 

 Autoestima lá em cima

Francisco Monteiro, de 38 anos, é fiscal de loja e conta a importância da iniciativa do subtenente. “A gente comprava os dois e um sempre ficava perdido. Estou há três anos sem comprar um sapato. Cada bermuda tenho um tênis. Tenho mais de 20 sapatos, é muito bom o projeto dele”, conta.

A autoestima vai lá para cima. “Eu já peguei várias sandálias, vários tênis. É uma iniciativa louvável. Sempre venho aqui escolher novos modelos”, disse Viviane da Costa, que ganhou várias sandálias da marca melissa. No mercado elas custam centenas de reais.

Sérgio César, de 43 anos, é funcionário público e diz que o constrangimento não existe mais. “Era chato ir na loja. Comecei aqui já fazem 15 anos. Sou amputado há 25. Então desde que o conheci já trouxe vários amigos, como o próprio Francisco”, diz apontando para o amigo.

O missionário Gabriel Queiroz, também de 43 anos, levou 15 sapatos. “Esse projeto é lindo demais. Quando conheci esse rapaz, minha dificuldade era grande. Eu tinha que comprar os dois sapatos. Passei três anos sem vir, agora acho que vou passar mais três anos com esses aqui. E aqui não tem mercadoria ruim. Um sapato desses [aponta para um modelo Nike] é mais de R$350”, aponta.

Fonte: www.meionorte.com

https://revistareacao.com.br/projeto-calcado-eficiente-ja-distribuiu-mais-de-17-mil-sapatos-para-pessoas-com-deficiencia-no-piaui/

Postado por Antônio Brito 

02/09/2020

Atlas da Violência 2020 não tem informações sobre pessoas com deficiência

Atlas da Violência 2020, coordenado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) – vinculado ao Ministério da Economia -, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), não tem nenhuma informação ou faz qualquer referência às pessoas com deficiência. O estudo foi divulgado na sexta-feira, 28.

#blogVencerLimites questionou os responsáveis pela publicação e pediu explicações. Segundo o FBSP, a base da pesquisa é o DataSUS, desde a década de 1980, mas o sistema não identifica a pessoa com deficiência em seu formulário de registro das ocorrências.
 
“O Atlas da Violência é elaborado com base nos dados obtidos junto aos registros do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS). Os dados sobre violência contra pessoas com deficiência poderão ser incluídos nos próximos estudos desde que os órgãos oficiais dedicados ao registro dessas ocorrências comecem a produzir e disponibilizar a informação em suas plataformas”, informou o FBSP em nota.

#blogVencerLimites apurou que o sistema público de registro de mortalidade, de assassinatos, que é o núcleo informativo do Atlas, tem 15 espaços de preenchimento, nos quais estão incluídos região, unidade da federação, faixa etária, sexo, cor, raça, escolaridade, estado civil, local da ocorrência e acidente de trabalho.

Além desses, há também três campos para especificação do código CID 10, mas essa informação específica não chega ao DataSUS.

O blog entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber por que o SIM/MS não identifica a pessoa com deficiência e se essa atualização está nos planos da pasta. Ainda não houve resposta.

Existem, no entanto, outras bases de dados que podem servir de parâmetro, como o Disque Direitos Humanos (Disque 100), que recebeu no ano passado 12,9 mil denúncias de violências praticadas contra pessoas com deficiência, segundo dados divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), que coordena o serviço.

Risco maior – “Quanto mais vulnerável, mais sujeito à violência você fica. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pessoas com deficiência são 1,5 vezes mais propensas a serem vítimas de violência do que aquelas sem deficiência. As mulheres com deficiência, por exemplo, correm risco três vezes maior de sofrer estupro”, alerta a senadora Mara Gabrilli (PSDB/SP).

“Falamos de um público que muitas vezes precisa do cuidado do outro para simplesmente sobreviver. Essas pessoas sofrem a violência em todas as suas nuances. Além da agressão física, falamos de compulsão legal, coerção econômica, intimidação, manipulação psicológica e negligência de cuidados”, destaca a senadora.

“Como pode um público que vive a vulnerabilidade da vulnerabilidade não fazer parte de um mapa que mapeia a violência? Pessoas com deficiência são vítimas de abusos todos os dias, e não ter isso registrado só chancela o quão à margem de cuidados e proteção essa população é colocada”, afirma Mara Gabrilli.

Descaso – “O fato do Atlas da Violência não contemplar dados das pessoas com deficiência mostra o descaso ainda existente em relação a esse segmento, o mais vulnerável da sociedade”, afirma Cid Torquato, secretário municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo.

“Em contraponto, no mesmo dia, a ONU lançou um guia de acesso à Justiça e o nosso Observatório da Pessoa com Deficiência divulgou dados alarmantes sobre abusos e violência que essas pessoas sofrem”, comenta Torquato.

Os dados divulgados pelo Observatório da Pessoa com Deficiência de São Paulo estão registrados na 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência. Entre janeiro e maio de 2020 foram 940 relatos. Somente entre abril e junho, segundo o Centro de Apoio Técnico (CAT) coordenado pelo Instituto Jô Clemente (IJC) dentro da unidade, houve crescimento de 346% na apresentação de novos casos.

Grupo importante – Para Bruno Beraldin, líder do movimento Todos pela Acessibilidade, esse vazio no Atlas da Violência é reflexo da exclusão da população com deficiência como grupo importante.

“Somos invisíveis para alguns setores e até para entidades ligadas ao governo. É cultural. Não falta informação, mas não há percepção da pessoa com deficiência como integrante da sociedade. Muitos dependem de outras pessoas para se movimentar, inclusive dentro de casa, o que nos leva a avaliar como a pandemia pode ter ampliado essa violência”, diz Beraldin.

Invisibilidade continuada – Na avaliação do advogado e paratleta Emerson Damasceno, membro da Comissão Nacional de Defesa da Pessoa com Deficiência do Conselho Federal da OAB, a falta de dados sobre a violência contra pessoas com deficiência somente ressalta a não priorização de políticas públicas para pessoas com deficiência por parte do governo federal.

“O instrumento é imprescindível a fim de que as políticas sejam melhor otimizadas, mas a invisibilidade da pessoa com deficiência atinge até a coleta e divulgação dos dados. Somos 1/4 da população brasileira, mas não somos para nosso protagonismo ou enquanto beneficiários de direitos, o Estado não nos enxerga, não percebe e não nos dá voz e vez, omitindo direitos básicos. Embora tenha ferramentas para isso, o governo federal se omite, deixando claro que as políticas públicas não são inclusivas, mas sim excludentes”, destaca o advogado.

“Recentemente, fui vítima de violência enquanto pessoa com deficiência e estou levando isso não apenas ao judiciário, mas também ao Ministério Público, pois somente assim combateremos essa invisibilidade perversa”, declara Damasceno.

#blogVencerLimites pediu avaliações da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD).

Informações presentes – “A fonte de base de dados utilizada pelo Atlas é principalmente o Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, que não possui o recorte da pessoa com deficiência. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, tem trabalhado para que esse recorte seja considerado nas mais diversas bases de dados do governo federal e que as informações sobre pessoas com deficiência estejam presentes em mais pesquisas”, respondeu em nota a assessoria de imprensa do MMFDH.

“Importante salientar que a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos possui dados sobre violência contra pessoas com deficiência provenientes de denúncias feitas através do Disque 100 e do Ligue 180”, completou o Ministério.

A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo (SEDPcD) também foi procurada, mas preferiu não se manifestar sobre o caso.

Fonte  https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-limites/atlas-da-violencia-2020-nao-tem-informacoes-sobre-pessoas-com-deficiencia/

Postado por Antônio Brito 

Série LBI: Direitos Conquistados

Descrição da Imagem #PraCegoVer: Card retangular ilustra o artigo da Série LBI, com o título Lei Brasileira de Inclusão, por Viviane Guimarães. No centro tem um círculo com as letras LBI, com fundo da bandeira nacional. No canto esquerdo superior está o logo do site que é o símbolo de um cadeirante com um celular na mão e o nome Jornalista Inclusivo. A imagem é divida ao meio em duas cores, em cima verde, e em baixo amarelo. Abaixo do titulo tem um martelo de madeira usado por juízes. No canto esquerdo inferior, dentro de um pequeno retângulo verde escuro está escrito: nova série de artigos, direitos conquistados. E no canto direito inferior está o nome Advogada Responde, Fim da descrição. Imagem: Art by RFerraz

Advoga Responde apresenta o primeiro texto da nova Série LBI – Lei Brasileira de Inclusão.

Autora da coluna que responde dúvidas sobre os direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Viviane Guimarães dá início a nova série de artigos no portal Jornalista Inclusivo

Caros leitores, entre os dias  21 a 28 de agosto celebramos a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Instituída pela Lei 13.585/2017, tem o objetivo de desenvolver conteúdos para conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de organização social e de políticas públicas para promover a inclusão social desse segmento populacional e para combater o preconceito e a discriminação.

O site Jornalista Inclusivo, em alusão à esta semana, traz para vocês a Série LBI, com diversas abordagens sobre conquistas e efetivações dos direitos contidos neste importante diploma legal.

Pois bem. Para conhecer a LBI, é necessário saber que ela tem fundamento legal, na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas (ONU), ratificada no Brasil, em 2008. Esta Convenção foi o primeiro tratado internacional recepcionado pelo Brasil, com status de emenda à constituição, fato que demonstra o tamanho da conquista do segmento.

Série LBI: Divisor de águas

Lei 13.146/15 é realmente divisor de águas quando se analisa a questão da inclusão da pessoa com deficiência. É um diploma legal que passeia por diversos pontos da vida social, e por esta razão, modifica vários códigos brasileiros, como Código Civil, Tributário, Penal, Consumidor, Trânsito e outros.

Aborda desde o conceito de deficiência até a sua capacidade civil. De forma pioneira apresenta mudança na forma da avaliação da deficiência, passando de uma avaliação meramente médica (modelo médico) para uma biopsicossocial (modelo social). No modelo social, a deficiência não é pautada apenas nos critérios técnicos e funcionais, é preciso levar em consideração o meio, no qual está inserida a pessoa, pois este pode agravar a sua deficiência, através das barreiras, tão presentes no nosso dia a dia.

Em seu artigo 3º traz noção sobre acessibilidade, desenho universal, tecnologia assistiva, barreiras, comunicação, adaptações razoáveis, mobiliário urbano, mobilidade reduzida, residências inclusivas, moradia para a vida, atendente pessoal, profissional de apoio e acompanhante.

Conceitua a discriminação em razão da deficiência como sendo toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologia assistivas.

Descrição da imagem #PraCegoVer: Imagem ilustra o a série LBI o símbolo internacional da acessibilidade criado pela ONU. Trata-se de um circulo com traços que rementem a uma pessoa de braços abertos, com círculos nas extremidades e cabeça, preenchidos em azul. Ao redor há diversos desenhos de pessoas e símbolos dos diferentes tipos de deficiências, direitos e acessibilidade. Fim descrição. Imagem: Ícones feitos por Flat Icons from www.flaticon.com.

Direitos conquistados

Percebam que a promoção da igualdade de oportunidade e a proibição de discriminação têm como espoco permitir à pessoa com deficiência o exercício pleno da sua cidadania, inclusive, a LBI criminalizou a discriminação.

Este ponto é extremamente inovador, pois em uma sociedade preconceituosa, nada empática e inclusiva, pensar em punição contra ato de discriminação é um passo, sem sombra de dúvidas, impactante, que empodera o segmento, que retira à pessoa com deficiência do papel que lhe foi, historicamente imposto, de coadjuvante ou mesmo de vítima do destino ou má sorte.

O artigo 88 da LBI, dispõe que praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência, pode levar o sujeito do ilícito a uma pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa, aumentando-se a pena em 1/3 se a vítima encontrar-se sob o cuidado e responsabilidade do agente. Caso qualquer dos crimes já elencados for cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza, a pena é de reclusão, de 2 a 5 anos e multa.

Aqui cabe um alerta. Nos crimes praticados por meios de comunicação social ou de publicação, o juiz também pode determinar o recolhimento dos exemplares do material discriminatórios, interdição das mensagens ou páginas de informação na internet e, após o final da ação, a destruição do material apreendido.

De forma breve, essas são algumas das conquistas alcançadas pelo segmento com a entrada em vigor da Lei Brasileira de Inclusão. É certo que, a verdadeira inclusão da pessoa com deficiência não foi resolvida com a LBI, porém, o instrumento está disposto à sociedade e precisa ser divulgado, conhecido e praticado. O desafio é gigante, mas não impossível e este é o nosso convite com a Série LBI, que vocês se apoderem desta lei inovadora, ousada, social e humanitária, e sejam agentes de mudança social para um mundo mais igualitário e justo para todos.

Fonte  https://jornalistainclusivo.com/serie-lbi-apresentacao/

Postado por Antônio Brito 

Confira 7 motivos para fazer atividade física com o Movimente-se

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) publicou a quarta aula do segundo módulo do Movimente-se nesta segunda-feira, 31, no site do Movimento Paralímpico. O projeto patrocinado pela Loterias Caixa oferece atividade física para pessoas que fazem uso de cadeira de rodas, são amputadas, cegas, têm baixa visão ou paralisia cerebral. 

A plataforma foi lançada em 1º de junho e já impactou mais de 200 mil pessoas pelo país. Para incentivar mais ainda as pessoas com deficiência a começarem a se exercitar com o Movimente-se, listamos sete motivos para seguir o programa: 

1 – Qualquer pessoa pode fazer
Os exercícios foram pensados para pessoas que nunca praticaram atividade física ou que não possuem orientação profissional.  Também podem ser seguidos por quem já fazia atividade física, mas teve que parar por conta da pandemia da Covid-19. Para seguir as aulas, não é necessário nenhum equipamento esportivo. Pode usar objetos que comumente se tem em casa. 

2 – Promove o bem-estar
Praticar atividade física é uma das ferramentas para ter qualidade de vida. O hábito de se exercitar melhora o humor, diminui a ansiedade, previne doenças e ajuda a tratar doenças pré-existentes. No primeiro módulo do Movimente-se lançado em junho, o objetivo é melhorar o equilíbrio muscular e motor, o que melhora a execução das atividades diárias e reduz o risco de lesões. Já no segundo módulo, que está na quarta aula, o programa tem como propósito o fortalecimento muscular. Mas para ter todos os benefícios mencionados é preciso praticar atividade física com regularidade, por isso recomenda-se fazer as aulas do Movimente-se três vezes por semana. 

3 – Fácil acesso
A plataforma é gratuita e on-line, assim pode ser acessada de qualquer lugar e a qualquer momento. Basta entrar no site do Movimento Paralímpico (movimentoparalimpico.com.br). “Quando você faz uma busca na internet, já acha um manual rápido para se exercitar com exemplos”, lembrou Vinícius Rodrigues, medalhista de bronze nos 100m da classe T63 (amputados de perna) no Mundial de Atletismo em Dubai. Como as aulas são gravadas, também pode pausar se precisar e ver quantas vezes quiser.  

4 – Conteúdo de qualidade
Todo conteúdo do Movimente-se é ministrado pelos técnicos do CPB. Cada aula consiste em aquecimento, exercício principal e volta à calma (relaxamento). Os vídeos são divididos por tipo de deficiência com aulas específicas para cadeirantes, paralisados cerebrais, amputados e deficientes visuais. 

5 – São os atletas que demonstram os exercícios
As aulas contam com a participação de atletas de alto rendimento que mostram exatamente como fazer os movimentos. Nesta quarta aula, os atletas convidados foram os velocistas Fabrício Ferreira (classe T12, para atletas com baixa visão), Verônica Hipolito (classe T37, para paralisados cerebrais) e Washington Assis (classe T47, para amputados de braço), além do nadador Ronystony Silva (classe S5, para atletas com limitações físico-motoras), que participa da aula para cadeirantes.   

6 – É acessível
Para pessoas com deficiência visual é um desafio acompanhar atividades por meio de vídeos, mas no Movimente-se: “as instruções são específicas e bem direcionadas para que a gente não faça o movimento errado”, como explicou Fabrício Ferreira, medalhista de bronze nos 100m da classe T12 (baixa visão) no Mundial de Atletismo de Dubai 2019. Além disso, as videoaulas para deficientes visuais contam com o recurso de audiodescrição, serviço que descreve as imagens.  

7 – Assistência em tempo real
Os praticantes com deficiência visual do Movimente-se também contam com assistência por vídeo no aplicativo Be My Eyes. Por meio desta parceria com o app dinamarquês que conecta pessoas cegas e com baixa visão a voluntários, o CPB disponibiliza profissionais de Educação Física para tirar as dúvidas sobre as aulas desses usuários de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.    

Para fazer contato direto com Be My Eyes, o e-mail é: community@bemyeyes.com. Já o Movimente-se também dispõe de assistência por e-mail: movimentese@cpb.org.br
Fonte: Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Fonte  https://revistareacao.com.br/confira-7-motivos-para-fazer-atividade-fisica-com-o-movimente-se/

Postado por Antônio Brito 

INCOERÊNCIA: PESSOAS COM DEFICIÊNCIA LUTAM PARA MANTER ISENÇÃO DE IPVA

A proposta do projeto de lei Nº 529 de 2020 de autoria do Governo do Estado João Dória, que – dentre outras coisas – prevê a alteração na Lei Estadual Nº 13.296 de 2008, relacionada à isenção de IPVA para Pessoas com Deficiência, tem causado revolta e indignação em diferentes segmentos da sociedade paulista.

A atual legislação prevê que não precisa pagar o imposto (IPVA) quem tem a propriedade de apenas um único veículo, de propriedade de pessoa com deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autista. O texto enviado pelo Governador João Dória exclui o trecho “deficientes visuais e mentais como beneficiários da isenção” – e mantém apenas Pessoas com Deficiência severas ou profundas que tenham carros adaptados. O projeto, apresentado em regimente de urgência, precisa ser aprovado pelos Deputados Estaduais.

O Fórum Paulista de Entidades de Pessoas com Deficiência afirma que “quando um Projeto de lei tramita sem a observância da Constituição Federal ele já nasce inconstitucional, como é o caso do PL Nº 529/2020, pois não está sendo cumprido o art. 3º do decreto Nº 6.949/2009 – Na elaboração e implementação de legislação e políticas para aplicar a presente Convenção e em outros processos de tomada de decisão relativos às pessoas com deficiência, os Estados Partes realizarão consultas estreitas e envolverão ativamente pessoas com deficiência, inclusive crianças com deficiência, por intermédio de suas organizações representativas”.
Nos últimos dias, números divulgados pelo SINAFRESP – Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (que representa a categoria de servidores que fazem a fiscalização de tributos de competência estadual em São Paulo) trouxeram mais indignação ainda aos representantes do segmento PCD.

De acordo com as publicações, “enquanto lutamos para manter a isenção de IPVA para PcD, não percebemos o Governo passar a cobrar impostos para proprietários de jatinhos, helicópteros, iates e jet skis. Quem pode pagar, fica isento. Quem precisa de atenção diferenciada, corre o risco de perder a isenção”, desabafou Rodrigo Rosso, presidente da ABRIDEF – Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva para Pessoas com Deficiência.

De acordo com o SINAFRESP, “se a mesma cobrança (do IPVA) incidisse sobre os veículos marítimos das categorias esportiva e recreativa, como iates, lanchas, motos aquáticas e botes, o estado poderia arrecadar cerca de 1,6 bilhão de reais por ano. São quase 100.000 embarcações cadastradas na Capitania dos Portos de São Paulo”.

Uma decisão do STF – Supremo Tribunal Federal, em 2002, prevê que os donos de embarcações e aeronaves – de uso particular, ficassem isentos do pagamento do IPVA, e pagariam apenas a Taxa Rodoviária Única! Para que o Estado de São Paulo passe a tributar esses veículos, é necessária mudança na Constituição Federal ou uma nova interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte  https://revistareacao.com.br/incoerencia-pessoas-com-deficiencia-lutam-para-manter-isencao-de-ipva/

Postado por Antônio Brito 

01/09/2020

Covid-19: cuidados da pessoa com deficiência na fase idosa devem ser intensificados

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, médicos de todo o País destacaram a importância dos cuidados que deveriam ser tomados com as pessoas idosas, pois se infectados estariam mais propensos a se tornarem vítimas fatais. Porém, em meio a pandemia da Covid-19, pouco se fala sobre os cuidados que devem ser tomados com as pessoas com deficiência na fase idosa.

 No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 22% da população (45 milhões) têm algum tipo de deficiência e as patologias associadas a certos tipos de deficiência também colocam esse público no grupo de pessoas que exige que os cuidados sejam redobrados.

Pessoas com deficiência em condições genéticas ou neurológicas, que tomam remédios específicos, têm restrições respiratórias ou dificuldades profundas de comunicação e precisam ser monitoradas com atenção redobrada. Além disso, aqueles que cuidam de pessoas com deficiências severas, físicas ou intelectuais, também precisam ficar alertas e fortalecer as medidas de prevenção.

Apabex – Associação de Pais Banespianos de Excepcionais, uma instituição que promove atendimento especializado a pessoas com deficiência intelectual, vem tomando todos os cuidados desde o início da pandemia. A entidade atende hoje, em seus espaços na capital paulista e em Vinhedo, interior de São Paulo, mais de 70 pessoas, entre 24 e 83 anos. Ou seja, muitos dos atendidos são idosos, com patologias associadas e comorbidades adquiridas, como cardiopatia, diabetes, hipertensão, portanto, inseridos, no grupo de risco.

Na moradia assistida em Vinhedo, os cuidados foram redobrados e todas as atividades realizadas em conjunto nos espaços de lazer foram suspensas. No início de abril todos os residentes receberam a imunização contra influenza dentro da própria instituição e com todos os cuidados realizados pela equipe da vigilância sanitária de Vinhedo e os funcionários também foram orientados e receberam a imunização.

Além desses cuidados, confira as demais medidas da instituição:

• Os funcionários que dependem de transporte público estão sendo buscados em suas residências evitando a exposição na utilização por meio de transporte público;

• Uso obrigatório de máscaras de todos os funcionários e fornecedores e verificação de temperatura dos residentes, funcionários e prestadores de serviço;

• Foram disponibilizados tapetes e preparo com água sanitária para a higienização dos calçados na entrada de todos os setores;

• Qualquer alteração de comportamento/sintoma apresentados pelos residentes é imediatamente informada ao médico responsável pela instituição para orientação e conduta;

• As visitas dos familiares continuam suspensas, pois a maioria dos responsáveis também estão no grupo de riscos. Mas, para não mantê-los longe de seus familiares os recursos tecnológicos estão sendo realizados, como ligação, chamadas de vídeo, recebimento e envio de vídeos, áudios;

• Os pacientes com distúrbios psiquiátricos continuam recebendo acompanhamento com médico psiquiatra e serviço de psicologia, para ajustes de medicações e mediações de alterações de comportamento;

• Os residentes com doenças crônicas (diabetes, cardíacos) continuam realizando exames e acompanhamento com especialistas de acordo com a necessidade e encaminhamento do médico responsável pela instituição que os atende semanalmente;
• Com relação aos cuidados nutricionais, rotineiramente os residentes realizam avaliação física, para diagnóstico de obesidade ou desnutrição, além da realização de exames bioquímicos realizados, para avaliação de vitaminas, minerais, proteínas, hemograma, metabolismo de glicose, hepático, renal, tireoide, lipídeos, hormônios, marcadores de inflamação e enzimas. Com base nesses dados as dietas são prescritas e modificadas para manutenção da saúde dos residentes.

“Com certeza a pandemia impactou a vida de todos, a falta da rotina habitual de atividades, assim como a falta de abraços, apertos de mão, as restrições de saídas e passeios geraram muita ansiedade. Mas, este controle que estamos tendo é para minimizar os impactos dentro da Instituição. Na Apabex sempre trabalhamos com a prevenção das doenças e no início do ano todos os residentes haviam realizado exames de rotina, fato que nos deixou mais tranquilos, pois quando iniciou a pandemia, tínhamos exames de imagem e laboratoriais recentes dos residentes, e as alterações já estavam sendo tratadas e acompanhadas pelo médico responsável da instituição”, explica Vanessa Brustolin, coordenadora técnica da Apabex Vinhedo.

Já na unidade da Apabex São Paulo, por não se tratar de moradia, tiveram suas atividades presenciais suspensas. Porém, a instituição não deixou de atender os seus assistidos.

“A Apabex desde o início da pandemia disponibilizou conteúdos de orientação às famílias com dicas dos profissionais de nossa equipe técnica nas áreas de psicologia, musicoterapia, educação física, por meio de vídeos postados em nossas redes sociais, além de suportes por meio de contatos telefônicos com todos os profissionais da equipe. Realizamos atendimentos individuais ou em grupo com as famílias e seu dependente, específicos em sua área de atuação, com videoaulas, videochamadas, ligações telefônicas, reuniões semanais via Zoom com toda a equipe e familiares que se interessam em participar”, conta Luiza Resca, coordenadora técnica da Apabex São Paulo.

Todas as famílias foram orientadas a fazer com que seu dependente continue dentro do possível, e com os cuidados necessários, a fazer uma atividade física, tomar um pouco de sol, controlar a alimentação, ter práticas de higiene supervisionada e redobrada e participar de tarefas de casa de acordo com suas possibilidades, visando sempre manter uma rotina de maior autonomia e com qualidade de vida neste cenário de pandemia.

Luiza também explica que: “Como o momento foi de reinvenção para toda a população, as famílias que atendemos também tiveram que buscar alternativas para essa nova rotina de isolamento social. Acredito que o maior desafio é lidar com o entendimento que a pessoa com deficiência intelectual tem de fato sobre o que está acontecendo. Nem todos possuem oralidade para expressar seus sentimentos e os que têm, verbalizam muito a saudade e vontade de voltar à Apabex para rever amigos e profissionais”.

A Apabex – Associação de Pais Banespianos de Excepcionais é uma organização sem fins lucrativos criada em 1985 por funcionários do Banespa, com apoio do Serviço Social do banco, para promover atendimento especializado a pessoas com deficiência. Com duas unidades, uma na Vila Mariana, capital, e outra em Vinhedo, interior de São Paulo, é especializada no atendimento de pessoas com deficiência intelectual adulta e idosa, dispondo de uma equipe multidisciplinar nas áreas de psicologia, fonoaudiologia, geriatria, terapia ocupacional, fisioterapia, pedagogia, serviço social, educação física, música e nutrição para integrar diagnósticos e processos terapêuticos. Promove o apoio e o acompanhamento de familiares orientando e estimulando a troca de informação, visando garantir a qualidade de vida da pessoa com deficiência.  

Fonte: www.jornaldiadia.com.br

https://revistareacao.com.br/covid-19-cuidados-da-pessoa-com-deficiencia-na-fase-idosa-devem-ser-intensificados/

Postado por Antônio Brito 

Projeto Juntos pela Inclusão Social promove eventos on-line em comemoração ao Setembro Verde

Durante todo o “Setembro Verde”, mês oficial da luta pela inclusão social, a Defensora Pública e criadora do projeto Juntos pela Inclusão Social,  Flávia Albaine, colocará em prática as ações e homenagens que vem preparando para essa ocasião.

Por conta da atual situação em que estamos vivenciando, tudo será de forma on-line, por isso, as redes sociais oficiais do projeto serão os “palcos” dessa comemoração.

No decorrer do mês de setembro várias pessoas com deficiência de diferentes classes sociais, profissões, raças e tipos de deficiência contarão um pouco de suas trajetórias em vídeos postados no You Tube e no Instagram do Juntos pela Inclusão Social. 

 “Se o mês de setembro é o mês oficial de luta pela inclusão da pessoa com deficiência, então, é fundamental ouvirmos aquilo que elas têm a dizer sobre isso, assim como um pouco de suas histórias. Nesse mês, o espaço do nosso projeto é todo delas”, ressalta Flávia.

Setembro Verde: o que é capacitismo na visão da pessoa com deficiência?

Já no dia 16, será realizado um debate virtual com a participação de duas pessoas com deficiência ‒ Patrícia Lorete, criadora do perfil inclusivo “Janela da Paty”, além de escritora de e-books para PCDs, e Wemer Hesbom, Defensor Público do DF ‒  onde Flávia Albaine será a mediadora e os participantes irão dizer o que é o capacitismo na visão deles.

“Em que pese a importância dos estudos acadêmicos, precisamos ouvir o que as pessoas com deficiência têm a dizer sobre esse tema”, pontua Albaine.

O evento está sendo organizado pelo projeto Juntos pela Inclusão Social em parceria com o GESIDH (Grupo de Estudos do Sistema Interamericano de Direitos Humanos) e conta com o apoio da AMDEPRO (Associação dos Membros da Defensoria Pública de Rondônia, em defesa dos Defensores de Rondônia.).

Fonte: www.portalrondonia.com  

https://revistareacao.com.br/projeto-juntos-pela-inclusao-social-promove-eventos-on-line-em-comemoracao-ao-setembro-verde/

Postado por Antônio Brito 

Número de estudantes com deficiência cresce no Ensino Superior, mas permanência esbarra na falta de acessibilidade

A reserva de vagas para pessoas com deficiência, mais conhecida como cotas, tem o objetivo de melhorar a representatividade de estudantes PcD nas universidades. Ainda que 6,2% da população brasileira tenha algum tipo de deficiência, considerando as deficiências auditiva, visual, física e intelectual, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de PcD nas universidades não chega a 1%.

Fonte: Censo Superior da Educação 2018/Inep 

Os impactos da inclusão

Para Carlos Ailton Chagas de Melo Júnior, analista de marketing digital com visão monocular, as cotas foram essenciais para que ele pudesse ingressar no curso de Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Pará (UFPA), em 2016.

Carlos perdeu a visão de um olho e uma porcentagem considerável do outro devido a um trauma que sofreu no final de sua primeira graduação. Quando decidiu prestar vestibular novamente percebeu o quanto era dificultoso para um aluno com deficiência entrar na universidade.

“Eu sempre gostei muito de estudar, então me vi sem chão quando não conseguia mais manter uma rotina de estudos para o vestibular, por causa da minha vista que se cansa com facilidade, gerando fortes dores de cabeça. Eu não consigo competir com as pessoas que conseguem manter um estudo pleno”, afirma Carlos.

Na opinião de Douglas Christian Ferrari de Melo, professor com deficiência por baixa visão da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), a sociedade só tende a ganhar com as políticas de inclusão na educação. Para ele, quanto mais diversidade há, melhor será a formação dos futuros profissionais.

Além disso, o acesso à educação superior impacta no empoderamento das pessoas com deficiência e na sua contribuição para a sociedade, não só no mercado de trabalho, mas na vida social e política. O que torna essas políticas ainda mais importantes, já que, segundo o professor: “Os avanços nas políticas para PcD dependem da presença das pessoas com deficiência nos espaços políticos”.

A educação é direito de todos

Apesar da Constituição Federal de 1988 estabelecer que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família e garantir atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, foram necessárias outras leis garantir o direito à educação às PcD.

Uma das primeiras leis federais específicas às pessoas com deficiência foi a lei nº 7.853, de 1989, que assegura o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiências e sua efetiva integração social e inserção nas escolas especiais.

Mas, a legislação de 1989 só foi regulamentada em 1999 pelo decreto nº 3.298, que também dispõe a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, um conjunto de orientações normativas para  assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiência.

Em 2001, uma resolução do Conselho Nacional de Educação instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, garantindo que sistemas de ensino deveriam matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos estudantes com necessidades educacionais especiais. 

 Outras legislações incluíram a educação especial na formação dos professores e a acessibilidade como requisito para o Ministério da Educação (MEC) autorizar e reconhecer cursos e credenciar Instituições de Ensino Superior, em concordância com a Lei de Acessibilidade de 2000. 

A Lei de Cotas nas instituições federais foi instituída em 2012, mas só para estudantes pretos, pardos e indígenas. A inclusão de reserva de vagas para pessoas com deficiência ocorreu apenas em 2016.

Atendimento especializado no Enem

As barreiras que dificultam o ingresso de estudantes com deficiência no Ensino Superior começam ainda no vestibular, quando não há acessibilidade suficiente para que eles possam prestar a prova.

Desde 2000, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – a principal porta de entrada para o Ensino Superior no país – oferece atendimento especializado aos estudantes com algum tipo de deficiência. No último Enem, mais de 30 mil estudantes com deficiência solicitaram o atendimento especializado.

Políticas de permanência

As políticas de inclusão no Ensino Superior não podem terminar no vestibular, o estudante com deficiência precisa ter as condições necessárias para permanecer na universidade. “O grande desafio que ainda falta ser alcançado é a permanência, tanto na Educação Básica quanto no Ensino Superior”, destaca Douglas. 

O professor explica que, antes, até podiam ingressar alguns estudantes cegos ou surdos. Mas, hoje, com as reservas de vaga, as universidades recebem um público que não recebiam até então, como autistas, alunos com síndrome de down e com deficiência intelectual, por exemplo. 

Diante do novo cenário, é preciso criar auxílios e repensar as formas de aprendizado. Para o professor Douglas, o Ensino Superior tem muito a aprender com a própria Educação Básica, que acompanhou esses alunos por anos.

Outro desafio para a permanência de PcD na universidade é falta de formação dos professores e servidores-técnicos para entender esses alunos. “Muitos professores de universidade não tem formação pedagógica, são advogados, médicos, contadores ou engenheiros. E, às vezes, acreditam que não há necessidade de se especializar mais”, aponta Douglas.

Coordenadoria de acessibilidade

Em muitas universidades, existe um órgão responsável pela garantia de acesso e de permanência de pessoas com deficiência na universidade: os núcleos ou coordenadorias de acessibilidade. 

Quando ingressou na UFPA, Carlos conta que foi muito bem assistido pela universidade. “A universidade me abraçou. Todo corpo da universidade ficou ciente que eu era um aluno que precisava ser tratado de uma forma específica para que eu cumprisse meu papel. Eu tinha um lugar fixo na frente da sala de aula. Os professores sabiam que eu tinha uma deficiência, então me explicavam a matéria de novo mais próximos a mim”, relata. 

Os programas desenvolvidos pela Coordenadoria de Acessibilidade da UFPA visam “a garantia de direitos, por meio da participação e da autonomia dos alunos com deficiência, executados por meio de auxílios financeiros, para as PcD em vulnerabilidade socioeconômica”, explica Arlete Marinho Gonçalves, coordenadora da Coordenadoria de Acessibilidade da UFPA.

Como Carlos era um estudante de baixa renda, a coordenadoria disponibilizava um kit PcD para adquirir equipamentos que ele necessitasse, como óculos e lupa, além de materiais técnicos do curso, e uma bolsa mensal, para que ele continuasse estudando.

“Os impactos das ações são o menor número de evasão de alunos com deficiência, maior participação, autonomia e conclusão nos cursos e o reconhecimento da sociedade pelo trabalho da Coordenadoria, o que fez com que ampliasse a cada ano o número de PcD procurando a UFPA. Atualmente estamos alcançando 600 alunos PcD matriculados”, ressalta a coordenadora Arlete.

Acessibilidade é para todos

A acessibilidade ainda é uma das maiores dificuldades para os estudantes com deficiência. “A acessibilidade é um direito humano de todos, independente de ter deficiência ou não; ela é a garantia de ter acesso ou não a determinado espaço”, esclarece o professor universitário Douglas.

Nesse sentido, o professor argumenta que o mais difícil é as instituições de ensino entenderem a acessibilidade é dever de todos e precisa ser uma ação institucional de prioridade máxima nas instituições de ensino

A acessibilidade tem diversas dimensões, arquitetônica, pedagógica, computacional, informacional, metodológica, instrumental, entre outras. O professor Douglas destaca a acessibilidade atitudinal, que seria a mais difícil de alcançar, pois envolve modificar os espaços e comprar equipamentos. “Isso não implica só a necessidade de ter recursos, mas de mudar uma cultura, o que demanda anos”, afirma. 

 Ainda segundo o professor, para a acessibilidade atitudinal ocorrer de fato, é preciso que os educadores entendam que todas as pessoas são educáveis e estejam abertos ao diferente, pois, caso ele não estiver, mesmo com toda a estrutura e instrumentos necessários, ele não vai conseguir inserir o aluno com deficiência em sua aula. Além disso, a sociedade precisa ter expectativas altas sobre as pessoas com deficiência; elas precisam ser incentivadas, desde a educação familiar e básica.

Mesmo com o apoio da universidade, as dificuldades de acessibilidade somadas às necessidades financeiras fizeram com que Carlos abandonasse os estudos, mas ele ainda pensa maneiras de concluir seu curso.

“A questão estrutural dificultava muito minha estadia. Estruturalmente, a universidade ainda não estava preparada para receber um aluno como eu. Quando eu tinha aula à noite, não conseguia ver os buracos no campus, nem todos lugares tinham rampa e eu sentia a falta de acessibilidade principalmente de um prédio para o outro, por exemplo”, justifica Carlos.

Ainda que o professor Douglas tenha chegado ao nível de doutorado e hoje seja um professor universitário, ele ainda enfrenta obstáculos para exercer sua profissão. “A deficiência não é da pessoa, é da sociedade que não oferece condições. Eu não acesso muito os portais acadêmicos e científicos, por exemplo, e não é porque eu tenho baixa visão mas porque a Capes e o CNPq não me oferecem condições. Então, é uma dificuldade social e não individual”, crítica.

Fonte: www.querobolsa.com.br

https://revistareacao.com.br/numero-de-estudantes-com-deficiencia-cresce-no-ensino-superior-mas-permanencia-esbarra-na-falta-de-acessibilidade/

Postado por Antônio Brito 

Jeffinho Farias, O Cego da Praça é Nossa, Lança o Primeiro Vídeo de Stand up Comedy Totalmente Acessível do Brasil

O comediante Jeffinho Farias, popularmente conhecido como cego Jeffinho ou cego da Praça é Nossa,  que conquistou o carisma e atenção do público com seu jeito criativo e bem-humorado de transformar a deficiência visual em motivação para se destacar como um artista renomado nos palcos, na TV e Internet fez um importante lançamento na última semana. 

“No último dia 25/08/2020, data em que completei exatos 11 anos de carreira, postei um vídeo que considero um dos conteúdos mais especiais do meu canal do Youtube. A frase utilizada para anunciar  a postagem foi ‘fizemos história aqui no canal’. E realmente, considero histórico. Apenas um pequeno passo rumo à internet cada vez mais inclusiva, mas com bastante significado para mim que estou no SBT há 7 anos, semanalmente, atuando ao lado do Carlos Alberto de Nóbrega,   sendo conhecido como o cego da Praça é Nossa e com canal fixo no Youtube desde 2015.  Postamos pela primeira vez no Brasil, um vídeo de stand up comedy totalmente acessível. Exatamente! Um vídeo com legenda em letras, em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), e com audiodescrição para que as pessoas cegas ou com baixa visão possam ter acesso ao cenário e às coisas que constam na tela. Um pequeno passo para que de fato possamos tornar a internet um ambiente inclusivo para todos e todas. Há tempos penso em maneiras de tornar o meu conteúdo mais acessível para os 10 milhões de surdos existentes no Brasil e os 6 milhões de pessoas cegas e com baixa visão habitantes e cidadãos deste país. Não trata-se somente de bondade ou cidadania, é respeito, direito e mercado. São quase 20 milhões de pessoas sem acesso total ao infindáveis conteúdos produzidos na rede. Que produtor não almeja atingir este número de pessoas? Aos poucos vamos dando voz, olhos, e ouvidos à todos e todas. Um país verdadeiramente democrático e respeitador das diversidades e das diferenças precisa trabalhar para que o acesso a todos os meios de comunicação sejam plenos e universais. Neste vídeo, além de o comediante ser um humorista cego, esse Jeffinho Farias que vos fala, a transmissão é feita”.

Com audiodescrição para os deficientes visuais poderem ter a referência visual, com legenda para pessoas que necessitam de um recurso além da audição e também com tradução em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) para os surdos não alfabetizados em português. 

“E tudo isso, vou repetir, na exibição de um trecho de comédia stand up de um comediante cego. Neste vídeo pessoas com deficiência visual, auditiva, com déficit de atenção, entre outros tipos de diversidades poderão acompanhar, e entender, o vídeo de maior sucesso do meu canal. É um primeiro passo, mas que representará o início de conteúdos cada vez mais acessíveis e inclusivos no canal Cego Jeffinho.

Para que a pcd possa estar em pé de igualdade com todos no consumo dos vídeos da internet, já que os mesmos hoje são boa parte da forma de adquirir informação e entretenimento nas redes. Inclusive, há estudos dizendo que em pouquíssimo tempo os vídeos representarão 80% de todo o consumo de material disponível na web. Não poderia estar mais feliz em ter lançado, justamente na data de aniversário de carreira, um material de stand up comedy inclusivo e acessível.

É uma forma deste ator e comediante cego  retribuir tudo o que a comédia lhe trouxe desde que subiu no palco do teatro Miguel Falabella, na zona norte do Rio de Janeiro, com apenas 18 anos de idade para fazer stand up comedy. Espero que este material possa atingir aos surdos, cegos e aos produtores de conteúdo. Que possamos mostrar a nossa força como cidadãos ativos e com direito à arte, ao entretenimento, à informação. Espero que sejam cada vez mais comuns vídeos acessíveis, filmes acessíveis, canais do youtube acessíveis.

Que cegos, surdos, videntes e ouvintes possam consumir juntos o imenso universo de possibilidades que a internet oferece. Manda este vídeo para os amigos cegos e surdos e para todos que possam se inspirar em produzir conteúdos com acessibilidade. vamos espalhar conteúdo acessível e democratizar o acesso à grande rede”, afirma o comediante.

Como palestrante profissional, Jeffinho é referência de inspiração e motivação de equipes e líderes em empresas dos mais diversos segmentos no Brasil. É um dos palestrantes PCD mais requisitados do país para apresentações corporativas. Sua mensagem inspira e desperta a atenção das pessoas para superarem seus próprios pontos cegos.  www.cegojeffinho.com.br   

Fonte  https://revistareacao.com.br/jeffinho-farias-o-cego-da-praca-e-nossa-lanca-o-primeiro-video-de-stand-up-comedy-totalmente-acessivel-do-brasil/

Postado por Antônio Brito